Entenda polêmica envolvendo mulher que se recusou a ceder assento para criança em avião

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Um vídeo de uma mulher sendo hostilizada em um avião após se recusar a ceder o seu assento a uma criança que chorava querendo aquele lugar viralizou nas redes sociais esta semana. A intenção da pessoa que postou o vídeo era denunciar a mulher como uma "pessoa sem empatia", mas o efeito foi contrário.

A atitude da passageira dona do assento, identificada posteriormente como bancária mineira Jeniffer Castro, foi aplaudida por grande parte dos internautas e ela, que era anônima, ganhou mais de um milhão de seguidores no Instagram desde então. "As pessoas precisam entender que ninguém é obrigado a atender aos desejos dos filhos dos outros. Se o assento é dela, ela tem o dinheiro de não querer trocar", escreveu um usuário do Tiktok.

O vídeo foi postado pela filha da mulher e em tom de indignação pelo comportamento de Jeniffer. "E minha mãe que encontrou uma pessoa sem empatia com criança", escreveu a jovem no perfil @marycomciencia no Tiktok. Ela desativou sua conta na rede social após a polêmica.

"Ela se nega a trocar de uma criança que está nervosa porque ela não quer trocar de lugar. Eu até perguntei se ela tem alguma síndrome, alguma coisa, porque se a pessoa tem algum problema, uma deficiência, a gente até entende, mas a pessoa não quer trocar por nada", diz a mulher que filmou o vídeo, uma passageira que não tinha relação com a família da criança.

"Estou gravando a sua cara porque você não tem empatia com as pessoas e isso é repugnante", afirma a mulher. "Se fosse com um adulto, até tudo bem, mas como uma criança?", diz. Um outro passageiro faz coro ao seu discurso.

Os internautas começaram a chamar Jeniffer de "diva do avião" e elogiar a sua postura calma em meio às ofensas que recebia da mulher que filmou o vídeo. A bancária se manteve em silêncio e com fones de ouvido durante praticamente toda a confusão. Quando retrucou a mulher, falou em tom baixo. Não foi possível escutar o que ela disse. "Quando eu crescer, quero ser calma como essa mulher", escreveu uma internauta.

O manual aeronáutico brasileiro não permite trocas de assento a não ser por determinação da tripulação, que segue regras técnicas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para isso. Os passageiros podem até pedir trocas à tripulação, mas não é possível exigir que sejam atendidos ou os lugares exatos em que querem voar, a não ser que comprem o assento no site ou guichê da companhia aérea.

Crianças, assim como pessoas com deficiência que precisam de acompanhamento, como autistas de nível de suporte alto, devem obrigatoriamente se sentarem acompanhadas do pai, mãe ou responsável. Mas o lugar específico, se na janela ou não, só pode ser escolhido mediante compra de assento.

Em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo, Jeniffer disse que está tomando as devidas medidas legais em relação à hostilização e exposição que sofreu e afirmou estar com medo, se sentindo perseguida, pois pessoas estão enviando mensagens para seus familiares e perguntando onde ela mora.

A bancária também esclareceu que quem fez o vídeo não era a mãe da criança, mas outra passageira, ao contrário do que vinha sendo especulado na internet. Ela contou que quando chegou ao avião, a criança estava sentada no seu banco, ao lado da avó, e ela explicou que aquele era o seu assento. A família então tirou a criança do assento e ela começou a chorar.

Segundo Jeniffer, várias pessoas da família estavam na aeronave e eles tinham um assento na janela para a criança, mas o menino queria o seu assento, pois era ao lado da avó. Mesmo após a avó trocar de lugar para ficar junto ao neto, a criança continuou chorando querendo o assento de Jeniffer.

Outros passageiros da aeronave começaram a questionar Jeniffer sobre por que ela não trocava de lugar com a criança, mas ela disse que não queria pois era o seu aniversário e aquele era o seu assento. "Ele chorou o voo inteiro", disse a mineira.

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A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

Não é surpresa que compositores como Wagner e Beethoven foram alguns dos favoritos de Hitler. No entanto, quando se escondeu no bunker no final da Segunda Guerra Mundial, o líder nazista levou consigo uma coleção de discos surpreendente, que inclui compositores e músicos russos, judeus e gays. Ele os ouviu até sua morte, em 30 de abril de 1945.

A descoberta foi publicada inicialmente na revista alemã Der Spiegel em 2007, quando Alexandra Besymenskaja, filha do general soviético Lew Besymenski, redescobriu o material. Seu pai fez parte da equipe responsável pela evacuação do bunker e, apaixonado por música, levou os discos consigo.

Mais tarde, a coleção foi estudada em detalhes por Fred Brouwers no livro Beethoven no Bunker. Entre as gravações, há Tchaikovski, que era russo e homossexual, Rachmaninov, e execuções do violinista polonês Bronislaw Huberman, de origem judaica e que se opôs ativamente ao nazismo.

Além disso, a seleção também continha gravações de jazz, operetas e outros estilos considerados "música degenerada" pelo 3º Reich. A maioria dos compositores, como Paul Abraham, foram perseguidos pelo nazismo.

Confira, abaixo, 5 composições que Hitler ouvia no bunker antes de morrer

- Adagio da "Sinfonia no. 7", de Anton Bruckner, com a Filarmônica de Berlim. Regida por Wilhelm Furtwängler, gravação de 1942.

- Sonata no. 24, em fá sustenido maior, op. 78, de Beethoven: Adagio cantabile - Allegro ma non troppo e Allegro vivace

- Concerto para Violino e Orquestra em ré maior opus 35, de Tchaikovsky, com Bronislaw Huberman (violino) e Orquestra da Ópera Estatal de Berlim

Regida por William Steinberg (1899-1978). Movimentos: Allegro moderato - Canzonetta.Andante - e Finale. Allegro vivacíssimo. Gravação de 28 de dezembro de 1928.

- Paul Abraham and his orchestra 1930: Good Night

E uma gravação moderna de um dos maiores sucessos de Abraham, "Bal in Savoy (Toujours l'amour)", com a soprano Angela Gheorghiu

O ator Robert de Niro, de 81 anos, fez uma declaração pública sobre sua relação com a filha Airyn, de 29, que recentemente se assumiu como uma mulher trans.

"Eu amava e apoiava Aaron como meu filho, e agora amo e apoio Airyn como minha filha. Não sei qual é o grande problema... Amo todos os meus filhos", disse ele em uma nota ao site Deadline na quarta, 30.

A declaração foi feita após a repercussão de uma entrevista de Airyn à revista Them, na qual ela falou sobre crescer sob os holofotes do vencedor do Oscar e o processo da transição de gênero.

Na ocasião, ela contou que decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", disse.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade".

Airyn é filha de De Niro com a atriz e modelo Toukie Smith, de 72 anos. Embora nunca tenham se casado, eles mantiveram um relacionamento de quase dez anos entre as décadas de 1980 e 1990.