Tarcísio admite impacto de discurso na alta de casos de violência policial em SP

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reconheceu nesta sexta-feira, 6, que sua retórica na área de segurança pública, ao enfatizar o uso da força policial, pode ter influenciado o aumento da violência policial no Estado. O chefe do Executivo estadual também destacou que a maior preocupação dos paulistanos hoje é com a segurança pública, que classificou como "uma ferida aberta".

"Às vezes, cometemos erros. Nosso discurso tem peso e, se erramos a mão no discurso, isso tem peso. Hoje, é fácil reconhecer isso", disse o governador. "Como modular o discurso? Para garantir, de fato, segurança jurídica, mas também o atendimento às normas, o atendimento aos procedimentos operacionais, como não permitir o descontrole, como deixar claro que não existe salvo-conduto", acrescentou.

A declaração do governador ocorreu durante um evento promovido pelo IDP para debater os desafios da segurança pública. O simpósio, organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, reuniu, além de Tarcísio e Gilmar, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann (governo Michel Temer) e a professora Joana Monteiro, da FGV, especialista em avaliação de políticas públicas.

O evento foi realizado em meio a uma crise de opinião pública relacionada à segurança no Estado de São Paulo. O estopim foi a divulgação de imagens que mostram um policial militar jogando um homem indefeso de uma ponte na zona sul da capital. O caso se soma a outros episódios de violência policial, como a morte do menino Ryan, de 4 anos, baleado em Santos, no litoral paulista.

A declaração de Tarcísio marcou uma mudança em seu posicionamento. Em ocasiões anteriores de denúncias de violência policial, como nas operações Escudo e Versão, o governador costumava demonstrar desdém pelas acusações, argumentando que os indicadores de criminalidade confirmavam o sucesso da política de segurança. Desta vez, porém, ele não apenas reconheceu que errou em seu discurso, mas também admitiu que a segurança pública "é uma ferida aberta, uma chaga". A fala foi feita na presença do secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite.

Antes de o governador paulista admitir que sua retórica influencia o comportamento da tropa policial, a professora Joana Monteiro já havia alertado sobre o impacto do discurso de líderes políticos na atuação dos agentes de segurança. A especialista também destacou a necessidade de investimentos em estratégias específicas para combater diferentes tipos de crimes, como o crime organizado, e de criar um sistema unificado de informações na área de segurança pública. Além disso, ela enfatizou a importância da formação de líderes na área. "A gente não investiu na formação de profissionais na área de segurança pública, que não precisam ser, necessariamente, policiais", afirmou Joana.

Já o ministro Ricardo Lewandowski destacou a importância da aprovação da PEC da Segurança Pública. Na avaliação dele, é essencial constitucionalizar o Sistema Unificado de Segurança Pública, conhecido como o "SUS da Segurança". Atualmente, o sistema é regido por uma lei orgânica. Segundo Lewandowski, a inclusão do programa na Constituição permitiria à União estabelecer diretrizes nacionais mais amplas e consistentes para enfrentar os desafios da segurança pública de maneira integrada e eficaz.

Em resposta ao ministro da Justiça, o governador de São Paulo afirmou que é o momento de os demais chefes dos Executivos estaduais se reunirem com Lewandowski para discutir a proposta e, posteriormente, trabalharem pela sua aprovação. No entanto, o texto atual ainda provoca embates entre os entes federativos, que temem perder o poder sobre as forças de segurança estaduais e municipais.

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Uma pintura de Mark Rothko avaliada em US$ 56 milhões (R$ 318 milhões na cotação atual) foi danificada após uma criança "riscá-la" durante uma visita a um museu na Holanda.

O caso aconteceu na semana passada. O quadro era exibido como peça de destaque no Museu Boijmans Vans Beuningen, em Roterdã.

À BBC, um porta-voz do museu descreveu o dano como superficial. "Pequenos arranhões são visíveis na camada de tinta sem verniz na parte inferior da pintura", explicou.

"Foram requisitados especialistas em conservação na Holanda e no exterior. Atualmente, estamos pesquisando os próximos passos para o tratamento da pintura", completou.

A gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, disse ao veículo que pinturas modernas sem verniz, como a de Rothko são "particularmente suscetíveis a danos" por causa da "combinação de materiais modernos e complexos, da ausência de uma camada de revestimento tradicional e da intensidade dos campos de cores planas, que tornam até as menores áreas de danos instantaneamente perceptíveis."

"Nesse caso, arranhar as camadas superiores de tinta pode ter um impacto significativo na experiência de visualização da peça", concluiu.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Manoel Carlos, de 92 anos, reapareceu nas redes sociais nesta terça-feira, 29, em uma foto publicada pela filha, a atriz e empresária Júlia Almeida.

A imagem, que mostra pai e filha no apartamento onde vivem no Rio de Janeiro, marca a primeira aparição pública do autor desde que enfrentou uma piora no estado de saúde.

Conhecido por novelas como Laços de Família, Por Amor e Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos sofre de Parkinson e passou por uma cirurgia em dezembro.

Desde então, mantém uma rotina mais reservada. Em janeiro, Júlia negou rumores de que o pai estaria isolado e afirmou que o recolhimento foi uma escolha dele próprio.

"Ele é uma pessoa discreta, que pediu para ficar mais recluso. Está bem cuidado, com equipe médica e ao lado da minha mãe, como ele escolheu estar", declarou na ocasião.

Na legenda da publicação mais recente, Júlia compartilhou uma reflexão sobre pausas, simplicidade e criação com propósito. Sem mencionar diretamente o estado de saúde do pai, ela escreveu: "Pausar não é se afastar. É voltar pro corpo, pro que é simples, pro que já está aqui".

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O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quarta-feira, 30, uma seleção de artistas que vão se apresentar na 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial. A iniciativa tem o propósito celebrar pessoas negras e indígenas, empresas e iniciativas que se destacam na luta pela igualdade racial no País.

João Gomes, Sandra de Sá, Belo, Gaby Amarantos e Djonga se unem a JotaPê, Majur e Os Garotin e vão se apresentar durante a cerimônia, que será realizada no próximo dia 7 de maio, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Os melhores momentos serão transmitidos na Globo no dia 25, após o Fantástico.

Completam o line-up Altayr Veloso, cantor e compositor carioca; Dom Filó, DJ, produtor cultural e ativista do Movimento Negro; Maria Preta, rapper e poeta; Zaynara, cantora e compositora paraense; Kena Maburo, artista indígena, e Ilê Aieyê, primeiro bloco afro do Brasil, além das finalistas Djuena Tikuna e Kaê Guajajara, artistas e ativistas indígenas

"Nesta edição, reunimos artistas que representam a alma da música brasileira e que, com sua arte, reforçam a urgência da igualdade racial. Cada show é uma manifestação de afeto, ancestralidade e resistência", afirma o diretor Tom Mendes.

Além de premiar os destaques nos três segmentos principais, cultura, educação e empregabilidade, o prêmio neste ano também promete levantar questões relativas à mudança climática e a pautas de gênero, e buscar diálogos direcionados às regiões Norte e Nordeste do País.