Butantan pede à Anvisa registro da sua vacina contra a dengue, a 1ª do mundo em dose única

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O Instituto Butantan submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro da vacina contra a dengue, a Butantan-DV. A solicitação foi feita nesta segunda-feira, 16. Se aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo em dose única contra a doença.

Segundo a instituição, os ensaios clínicos do imunizante demonstraram 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática e uma proteção de 89% contra dengue grave ou com sinais de alarme. Os estudos também demonstraram eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.

Em caso de aprovação, o centro de pesquisa poderá disponibilizar cerca de 100 milhões de doses para o Ministério da Saúde nos próximos três anos. Dessas, um milhão poderão ser entregues já em 2025. O restante seria distribuído ao longo de 2026 e 2027.

A candidata à vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan é um imunizante tetravalente, formulado para proteger contra os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

"É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do País e uma enorme conquista em nível internacional", comemorou Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, em nota. "Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, um órgão de altíssima competência. Mas estamos confiantes nos resultados que virão", estima.

Os ensaios clínicos foram concluídos em junho deste ano, com os resultados mais recentes publicados na revista The Lancet Infectious Diseases. Os dados finais refletem o acompanhamento de mais de 16 mil participantes ao longo de mais de três anos. No estudo, além de demonstrar eficácia, o imunizante do Butantan se manteve seguro para toda a faixa etária de 2 a 59 anos.

Próximos passos

A instituição entregou nesta segunda-feira a última leva de documentos necessários para a submissão do registro na Anvisa, concluindo o envio de três pacotes de informações sobre o imunizante.

As informações finais detalham o processo de fabricação das doses da vacina. Agora, a Anvisa deve avaliar a documentação e fazer possíveis questionamentos ao Butantan, que deverão ser esclarecidos pelo Instituto.

Depois disso, se aprovada, a instituição deverá enviar uma solicitação de autorização de preço à Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED).

Após essa avaliação, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) irá estudar a possível incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A vacina Qdenga

O Brasil já tem um imunizante disponível contra a doença, a vacina Qdenga. Em julho de 2023, ela começou a ser oferecida pela rede privada no Brasil e, em dezembro do mesmo ano, foi incorporada ao SUS. Com isso, o País se tornou o primeiro no mundo a oferecer a vacina na rede pública.

O imunizante é fabricado pela farmacêutica japonesa Takeda e, portanto, precisa ser importado. Além disso, deve ser tomado em duas doses. No entanto, dados do MS têm mostrado que, entre aqueles que procuraram a imunização para a primeira dose, somente 31% completaram o esquema vacinal.

Como mostrado pelo Estadão, devido à capacidade limitada de fabricação do imunizante, o Ministério da Saúde definiu que apenas crianças de 10 a 14 anos, moradoras dos 1.920 municípios pré-selecionados, poderiam tomar a Qdenga nas unidades públicas. O imunizante, porém, tem aprovação da Anvisa para um público mais amplo: ele pode ser administrado em pessoas de 4 a 60 anos.

Na rede privada, é possível encontrar uma dose por preços que variam de R$ 360 a R$ 420. Como o esquema vacinal é composto por duas doses em um intervalo de três meses, o pacote vai de R$ 720 a R$ 840.

Em mensagem enviada ao Estadão, Kallás destaca que a incorporação da vacina do Butantan permitirá que, em única visita a um posto de saúde, a pessoa vacinada adquira a proteção que precisa. "Com isso, a gente consegue mais agilidade no processo de vacinação", conclui.

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Morreu aos 78 anos a atriz espanhola Marisa Paredes, conhecida por seus papéis em filmes do diretor Pedro Almodóvar, aos 78 anos. A informação é da Academia de Cinema Espanhola, segundo comunicado veiculado na manhã de terça-feira, 17. A causa da morte não foi confirmada.

Marisa foi presidente da Academia, título que a concedeu posteriormente um Goya de Honra, em homenagem à carreira e à sua trajetória no cinema. Nascida em Madri, em 1946, fez parte de mais de 75 filmes nacionais e internacionais. Iniciou a carreira aos 14 anos, em Esta Noche No, de José Osuna, mas se consolidou com Opera Prima, longa de Fernando Trueba de 1980.

Ainda na década de 1980, veio sua primeira atuação em um filme de Almodóvar, Maus Hábitos (1983). Esteve também em A Pele que Habito, Tudo Sobre Minha Mãe, Fale com Ela, entre outras obras do diretor. Também no cinema internacional, esteve no clássico A Vida É Bela, de Roberto Benigni, e A Espinha do Diabo, de Guillermo del Toro.

Recentemente, Marisa esteve em uma entrevista da Academia de Cinema, quando falou sobre a carreira e a vida como atriz. "A liberdade, a educação e a cultura são fundamentais para a vida das pessoas. É o que resta. A arte é o que resta", comentou, à época.

Enfim, a animação Caverna do Dragão ganhou um final. O desenho, criado em 1983 nos Estados Unidos, se tornou famoso por jamais exibir o seu último capítulo. A obra, baseada no universo do jogo de RPG Dungeons & Dragons, se tornou um sucesso no Brasil durante a década de 1980, mas foi cancelada antes que o seu último episódio fosse produzido.

Com isso, os fãs da saga, que ganhou status de cult, tiveram de esperar 41 anos para que o desfecho da aventura fosse enfim revelado. A Hasbro, em parceria com a Ogilvy Brasil e os estúdios brasileiros Nonsense Creations e Os Bonequinhos, produziu o episódio final da animação, que já está disponível no YouTube.

Ao longo de três temporadas, o desenho acompanhou um grupo de adolescentes transportados para um reino medieval fantástico. A animação segue os desafios dos jovens para descobrir o que os levou ao novo mundo e como voltar para casa.

DUBLADORES

Intitulada O Episódio Perdido, a produção foi encabeçada por Alexandre Ottoni e Deive Pazos. O capítulo, que tem 15 minutos, foi roteirizado por Pazos e por Fabio Yabu. A narrativa teve como inspiração as inúmeras teorias criadas pelos fãs da obra ao longo das últimas quatro décadas. O desenho também conta com o retorno de todos os dubladores brasileiros originais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fada Santoro, um dos grandes nomes do cinema nacional, morreu no último domingo, 15, aos 100 anos, em sua casa no Rio de Janeiro.

A informação foi confirmada pelo cineasta Carlo Mossy nas redes sociais. A atriz havia recebido alta hospitalar após tratamento contra a Covid-19, doença que enfrentava há uma semana.

A estreia de Fada no cinema foi no final da década de 1930, no filme O Samba da Vida. Nos anos 1940, ela consolidou sua trajetória nas chanchadas, gênero de comédia musical popular, atuando ao lado de nomes como Grande Otelo e Oscarito.

A artista teve vários papéis até se consagrar em 1949 no filme A Escrava Isaura, iniciando a fama cinematográfica ao lado do ator Cyll Farney. Os dois posteriormente estrelaram longas como Pecado de Nina e Tocaia, ambos de 1951, e Areias Ardentes, de 1952.

Na década de 1950, Fada chegou a protagonizar filmes na Argentina, como La Delatora, de 1955.

Ela se afastou da atuação no início dos anos 1960, após o seu casamento com o polonês Michael Krymchantowski, com quem teve três filhos.

Um de seus últimos trabalhos foi na a novela A Rainha Louca, da TV Globo, de 1967, onde fez uma pequena participação. Desde então, reclusa, Fada evitava dar entrevistas e pouco aparecia em público.