O que se sabe sobre a queda do avião em Gramado

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Um avião turboélice bimotor de pequeno porte caiu neste domingo, 22, em Gramado, na serra gaúcha, na região da Avenida da Hortênsias. O acidente deixou 10 pessoas mortas, todas da mesma família, e atingiu três construções. Outras 17 pessoas tiveram que ser atendidas no Hospital de Gramado, a maioria por inalar fumaça.

Veja o que se sabe até agora sobre a tragédia.

Quando aconteceu o acidente

De acordo com a Infraero, o avião partiu às 9h do Aeroporto de Canela, a cerca de 9 km de onde se deu a queda. Imagens do aeroclube mostram a aeronave decolando às 9h10. A gravação de uma câmera de segurança em Gramado indica que a queda ocorreu por volta das 9h13.

Onde aconteceu a queda

A queda se deu na região da Avenida das Hortênsias. A via é uma das mais movimentadas do centro turístico da cidade, que tem diversas atrações na época do Natal. Este é o mês mais importante para a cidade gaúcha, quando ela se transforma com o tradicional Natal Luz. Durante o evento, essa avenida e outras áreas centrais recebem decorações temáticas e iluminação especial, intensificando o clima festivo e atraindo grande fluxo de turistas. Por conta do acidente, a programação especial do evento foi cancelada.

Quem eram as vítimas do acidente

Os tripulantes do avião eram o empresário Luiz Claudio Galeazzi e sua família. Nenhum passageiro sobreviveu. Filho do consultor de varejo e ex-diretor do Pão de Açúcar Claudio Galeazzi, morto em 2023, era também o proprietário e piloto da aeronave. Segundo informações da Polícia Civil, estavam no avião 10 pessoas da mesma família, além de Luiz Claudio, sua mulher, três filhas, a sogra, outro casal e duas crianças.

Em nota publicada no LinkedIn, a Galeazzi & Associados confirmou a morte de Luiz e seus familiares. Bruno Cardoso Munhoz Guimarães, funcionário da empresa desde 2007 e diretor desde 2022, também está entre os mortos.

Além dos passageiros do avião, ao menos 17 pessoas que estavam na área em que o avião caiu foram levadas ao Hospital de Gramado. A maioria foi atendida em razão de ter inalado fumaça do incêndio provocado pelo acidente.

Que construções foram atingidas pela queda

De acordo com a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, o avião atingiu a chaminé de um prédio, o segundo andar de uma casa - onde havia uma pessoa, que saiu sem ferimentos - e depois uma loja vazia. O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a loja ficou completamente destruída e que a fuselagem do avião ficou dentro dela. A empresa, chamada Boutique do Móvel, confirmou em suas redes sociais que não havia ninguém no local no horário do acidente.

Quais eram as condições meteorológicas no horário do acidente

Imagens do momento da decolagem mostram que chovia e havia forte nevoeiro na área. O presidente do aeroclube de Canela, Marcelo Sulzbach, explicou que as condições meteorológicas pioraram consideravelmente na decolagem. "O teto estava um pouco baixo, com nevoeiro. No momento que a aeronave iniciou o taxiamento, a meteorologia mudou", explicou.

Segundo ele, Canela é uma cidade com um clima mais volátil, suscetível a mudanças rápidas. "[O clima] deu uma boa piorada. O nevoeiro engrossou após a decolagem", disse Sulzbach.

Quais eram as condições da aeronave

Registro da aeronave na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que o veículo foi fabricado em 1990 e tinha 9 assentos. Não possuía restrições e tinha situação de aeronavegabilidade normal. A validade do chamado Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade venceria somente em 25 de março de 2025.

Quem investiga o acidente

O governo federal informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para investigar as causas do acidente. "Na ação inicial são realizadas a coleta e a confirmação de dados, além da verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave", comunicou em nota.

A Força Aérea Brasileira (FAB), ligada ao Cenipa, informou que quem trabalha no caso são investigadores do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V), localizado em Canoas.

"A conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes", comunicou a FAB.

O que dizem especialistas sobre o voo

O especialista em risco e segurança Gerardo Portela, engenheiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que, devido às condições meteorológicas na região, o avião não deveria ter decolado. "Foi um erro levantar voo nessas condições", disse.

Portela explicou que um acidente assim nunca acontece por apenas um motivo. O aeroporto de Canela, ele lembra, não tem torre de controle, nem condições de orientar um voo por instrumentos. Ou seja, os aviões que decolam de lá precisam ter condições visuais de voo.

Pelas regras aeronáuticas, é preciso ter uma visibilidade de até 5 mil metros. Segundo Portela, a visibilidade neste domingo em Gramado, não passava dos 200 metros. O fato de estar sobrevoando uma cidade, uma área urbana densamente povoada, também é estranho, segundo Portela.

De acordo com Sulzbach, do aeródromo de Canela, nessas situações, cabe aos próprios pilotos coordenar as manobras e decidir se as condições são seguras para a decolagem.

"A decisão de decolar ou não é do piloto. Agora, temos que esperar a investigação para elucidar os fatos", reforçou o presidente do aeroclube.

O que disseram as autoridades

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade aos familiares dos mortos no acidente e desejou rápida recuperação aos feridos. "A Aeronáutica investiga as causas do acidente e o governo federal está à disposição do governo do estado e autoridades locais para esclarecermos o mais breve possível", afirmou.

O governador gaúcho, Eduardo Leite, afirmou que o foco agora é o apoio às vítimas e a investigação do acidente. "Reitero minhas condolências e sentimentos aos familiares das vítimas do acidente aéreo em Gramado e reforço o compromisso das forças de segurança do Estado de acompanhar de perto o desenrolar desse caso", disse.

O Ministério dos Portos e Aeroportos comunicou que recebeu a notícia do acidente com pesar. "Os órgãos competentes já estão mobilizados para prestar o apoio necessário às famílias e iniciar o processo das investigações para apurar as causas do ocorrido", afirmou em nota.

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A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20, seguirá sendo homenageada por familiares, amigos e admiradores em missas de sétimo dia marcadas para este sábado, 26, e segunda-feira, 28.

As celebrações religiosas ocorrerão em Salvador e no Rio de Janeiro.

Neste sábado, às 16h, será realizada a primeira missa no Santuário Santa Dulce dos Pobres, na capital baiana. O local escolhido é o mesmo que recebeu apoio da artista nos últimos meses, e a cerimônia foi anunciada pela apresentadora Rita Batista, durante o programa É de Casa.

A assessoria da família afirmou ao Estadão que, no Rio de Janeiro, a missa está marcada para segunda-feira, às 19h, na Igreja de Santa Mônica, no bairro do Leblon, em cerimônia aberta ao público.

Velório e cremação

A cerimônia de cremação de Preta Gil se encerrou por volta das 17h de sexta-feira, 25, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio.

A opção de cremação foi um pedido de Preta à família. O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

Mais cedo, parentes e amigos participaram de uma última despedida à cantora, que foi velada no Theatro Municipal. A cerimônia foi aberta ao público das 9h às 13h.

Na noite de sexta-feira, 25, o Programa do Ratinho, exibido pelo SBT, promoveu uma homenagem à atriz Regina Duarte, celebrando sua trajetória como um dos nomes mais icônicos da teledramaturgia nacional.

A veterana foi a primeira artista a receber o troféu "Para Sempre Nossa Estrela", honraria criada pela emissora para reconhecer personalidades que deixaram um legado duradouro na televisão brasileira.

A homenagem ocorreu durante uma edição especial do quadro "Boteco do Ratinho", que reuniu convidados e música ao vivo em clima de celebração.

Ao lado de Ratinho, Regina relembrou momentos marcantes de sua carreira, revivendo personagens e produções que a consagraram ao longo de décadas de atuação.

Fora da TV Globo desde que assumiu a Secretaria Especial da Cultura no governo de Jair Bolsonaro, cargo que ocupou por apenas cinco meses em 2020, Regina comemorou o prêmio no Instagram.

Reconhecimento no palco e lembranças da carreira

Durante a conversa com o apresentador, Regina falou sobre sua trajetória, destacou papéis inesquecíveis e relembrou bastidores de novelas que marcaram gerações.

Entre as curiosidades, foi lembrado que, em 1985, a atriz chegou a integrar o elenco do próprio SBT, quando estrelou a série Joana, escrita por Manoel Carlos.

Pouco tempo depois, retornou à Globo para interpretar aViúva Porcina em Roque Santeiro, um dos maiores sucessos da história da teledramaturgia brasileira.

O jornalista e apresentador Leo Dias anunciou oficialmente, na sexta-feira, 25, sua saída do SBT e do programa Fofocalizando, encerrando sua segunda passagem pela emissora.

Ele aceitou uma proposta da Band, onde passará a comandar diversos projetos, incluindo uma nova versão do clássico Cara a Cara, originalmente apresentado por Marília Gabriela entre 1987 e 1994.

A saída do SBT foi anunciada pelo próprio apresentador nas redes sociais. Em tom de gratidão, Leo destacou a importância da emissora para sua carreira e reafirmou que a decisão se deu de forma tranquila e respeitosa.

"É hora de dizer adeus e muito obrigado ao SBT, uma emissora que me proporcionou ser conhecido nacionalmente e onde eu me realizei profissionalmente", escreveu.

Na publicação, ele ainda agradeceu aos colegas de palco e à equipe do programa, lembrando que a evolução do Fofocalizando foi um trabalho conjunto.

Afirmou que sai com a sensação de dever cumprido após a reação de audiência nos últimos meses. Ao lado de Gaby Cabrini, Gabriel Cartolano, Caríucha e sob direção de Márcio Esquilo, Leo comandou o programa no horário vespertino.

A estreia do jornalista na nova emissora ainda não teve data confirmada.