Por que avião que caiu em Gramado não tinha caixa-preta? Entenda

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O avião de pequeno porte que caiu neste domingo, 23, em Gramado, na serra gaúcha, não tinha caixa-preta, segundo informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) à Polícia Civil estadual. O acidente deixou 10 mortos, todos passageiros do avião, e 17 feridos. Duas estão em estado grave.

O delegado titular de Gramado, Gustavo Barcellos, afirmou que o modelo da aeronave não era obrigado a ter caixa-preta - sistema de registro que grava as últimas conversas da tripulação. Nesse caso, a investigação terá que usar outras fontes de informação para determinar as causas do acidente, segundo o delegado.

O proprietário do avião era o empresário Luiz Claudio Galeazzi, que também pilotava a aeronave. Além dele, sua mulher, três filhas, a sogra, os cunhados e duas crianças morreram.

O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC n° 91) determina que as aeronaves civis com mais de 10 lugares, com motores a turbina e fabricadas após 1991 devem ter aparelhos gravadores de dados de voo, chamados de caixa-preta.

O avião que caiu em Gramado era um turboélice bimotor de pequeno porte. Ele tinha 9 lugares e foi fabricado em 1990 - portanto, não se encaixa na regra da caixa-preta.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que o avião que caiu em Gramado não tinha obrigatoriedade de ter caixa-preta. "Esclarecemos que a presença ou não de gravadores não interfere na operação ou segurança de uma aeronave", informou a agência. "A obrigatoriedade de gravadores segue uma série de requisitos, que envolvem o certificado do operador, as características da operação, a configuração e a capacidade da aeronave, o ano de fabricação e a quantidade de pilotos requerida."

Investigação pode usar histórico médico do piloto e de manutenção da aeronave

O engenheiro Gerardo Portela, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em risco e segurança, explica que a ausência de caixa-preta não atrapalha a investigação. "A caixa-preta facilita muito, mas sua ausência não impede que se chegue ao objetivo", explicou. "Demora um pouco mais, mas vai se chegar ao objetivo da investigação."

Segundo ele, há muitos outros elementos que podem ser considerados na investigação. Por exemplo, pode-se verificar o histórico de manutenções da aeronave; o histórico de voo do piloto; o estado de saúde do piloto; as condições meteorológicas. Outras fontes de informação são imagens do local e dados de radar. "A aviação civil é muito rigorosa em termos de documentação", apontou.

A investigação também deve se debruçar sobre possíveis falhas humanas. "Os especialistas vão analisar fatores que poderiam induzir a erro", indicou. "Por exemplo, se tinha alguém pressionando a saída ou se o piloto tinha um compromisso urgente, ou se o manual da aeronave era difícil de ler".

Portela chamou atenção para as condições climáticas adversas e para a pouca visibilidade no momento do voo. "Pode ser que ele tenha perdido consciência situacional", afirmou.

De acordo com dados do sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião foi fabricada pela Piper Aircraft em 1990, modelo PA-42-1000. O peso máximo permitido é de 5,4 toneladas; a envergadura de 14,5 metros, o comprimento de 13,2 metros e a altura, 15,1 metros. Segundo Portela, é considerada uma boa aeronave.

"Tem um nível razoável de segurança, é eficiente e tem boa autonomia", disse. "É um modelo mais antigo, o que pode dificultar a manutenção. A investigação deve apurar se isso tem relação com o acidente."

A equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul fez a coleta de partes do avião na noite do domingo. As peças foram encaminhadas para análise do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela investigação das causas da queda.

Os investigadores do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V) ficarão a cargo do trabalho, de acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB).

"A conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes", comunicou a FAB.

De acordo com o especialista Portela, investigações como essa podem durar de 1 ano a 1 ano e meio. Em alguns casos, a autoridade pode liberar relatórios parciais mais cedo.

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A morte de Ozzy Osbourne, anunciada na última terça-feira, 22, provocou uma forte comoção entre fãs e artistas ao redor do mundo, e também se refletiu nas plataformas de streaming. No Spotify, os números da discografia do cantor britânico e de sua histórica banda, o Black Sabbath, tiveram um crescimento expressivo nos últimos dias.

Como artista solo, Ozzy saltou de 12,4 milhões para 18,7 milhões de ouvintes mensais na plataforma. Já o Black Sabbath, grupo que ajudou a definir o heavy metal nas décadas de 1970 e 1980, passou de 19,8 milhões para 24,6 milhões de ouvintes.

Além do aumento geral de público, faixas emblemáticas de Osbourne registraram picos de execução. Crazy Train, um de seus maiores sucessos, acumulou 8 milhões de reproduções desde o anúncio da morte, chegando a 809 milhões de streams no total. A balada Mama, I'm Coming Home cresceu em 7,2 milhões, alcançando quase 245 milhões, enquanto No More Tears somou mais 7 milhões, ultrapassando 266 milhões de execuções.

No caso do Black Sabbath, os números também impressionam. Paranoid, talvez a faixa mais emblemática da banda, foi ouvida 9,3 milhões de vezes apenas nos últimos dias, alcançando 1,38 bilhão de streams. Iron Man teve um salto de cerca de 6 milhões, totalizando mais de 587 milhões, e War Pigs ganhou cerca de 5 milhões de novas execuções, ultrapassando 384 milhões.

A morte de Ozzy ocorreu poucas semanas após o show de despedida Back to the Beginning, realizado em Birmingham, na Inglaterra, cidade natal da banda. A apresentação marcou a reunião final de Osbourne com os membros do Black Sabbath e encerrou, de forma simbólica, uma das trajetórias mais influentes do rock mundial.

Na manhã deste sábado, 26, Gilberto Gil e Flora Gil usaram as redes sociais para prestar homenagens à cantora Preta Gil, filha do cantor com Sandra Gadelha, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20. O velório da artista foi realizado ontem, 25, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seguido da cerimônia de cremação no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju.

Gilberto Gil compartilhou imagens em que aparece tocando o rosto da filha, visivelmente emocionado. "Até os próximos 50 bilhões de anos… Onde houver alegria e amor, haverá Preta", escreveu.

Flora Gil, que foi madrasta da cantora, escreveu: "Pra sempre dentro do meu coração. Te amarei eternamente", disse ela.

Velório e cremação

O tom de despedida marcou a cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde familiares, amigos e artistas estiveram reunidos para celebrar a vida e a trajetória da cantora.

A cerimônia de cremação de Preta se encerrou por volta das 17h de ontem, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio. A opção de cremação foi um pedido da cantora à família. A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20, seguirá sendo homenageada por familiares, amigos e admiradores em missas de sétimo dia marcadas para este sábado, 26, e segunda-feira, 28.

As celebrações religiosas ocorrerão em Salvador e no Rio de Janeiro.

Neste sábado, às 16h, será realizada a primeira missa no Santuário Santa Dulce dos Pobres, na capital baiana. O local escolhido é o mesmo que recebeu apoio da artista nos últimos meses, e a cerimônia foi anunciada pela apresentadora Rita Batista, durante o programa É de Casa.

A assessoria da família afirmou ao Estadão que, no Rio de Janeiro, a missa está marcada para segunda-feira, às 19h, na Igreja de Santa Mônica, no bairro do Leblon, em cerimônia aberta ao público.

Velório e cremação

A cerimônia de cremação de Preta Gil se encerrou por volta das 17h de sexta-feira, 25, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio.

A opção de cremação foi um pedido de Preta à família. O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

Mais cedo, parentes e amigos participaram de uma última despedida à cantora, que foi velada no Theatro Municipal. A cerimônia foi aberta ao público das 9h às 13h.