SP tem 21 cidades em situação de emergência por dengue

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O ano de 2025 começa com sinal de alerta ligado em São Paulo: mais de 18 mil casos prováveis de dengue já foram registrados no Estado neste ano. Até o momento, 21 municípios paulistas decretaram emergência de saúde pública: Dirce Reis, Espírito Santo do Pinhal, Estrela D'Oeste, Glicério, Guarani D'Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubinéia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Tambaú e Tanabi.

Desses, Glicério tem a situação mais crítica. Com uma população de 4.084 habitantes, o município contabiliza 78 casos confirmados de dengue neste ano, de acordo com dados do Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Em todo o ano passado, foram 90 notificações.

A prefeitura está realizando nebulização nas ruas e visita às residências para limpeza e bloqueio de focos do Aedes aegypti, e ampliou a quantidade de leitos para o atendimento de pessoas com a doença.

Segundo Lidiane Beirassol, enfermeira da Vigilância Sanitária Epidemiológica, a região teve um "aumento expressivo" de casos e os agentes de combate às endemias têm enfrentado dificuldades para realizar seu trabalho. "As pessoas não permitem a nebulização e não querem deixá-los entrar nas suas casas. Elas dizem que não possuem criadouros e mandam os agentes voltarem em outra hora. Por isso, nós pedimos a colaboração da população", diz.

Com a segunda maior proporção de casos aparece Turmalina. A cidade de 1.640 habitantes já contabilizou 42 registros da doença em 2025, segundo a prefeitura. Para se ter ideia, em todo o ano de 2024, foram 103 ocorrências.

De acordo com a administração, a secretaria de Saúde do município está em contato com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do estado para averiguar a necessidade de decretar emergência, medida que permite agilizar a definição e implantação de ações de combate à doença.

Apoio de detentos do regime semiaberto

Em São José do Rio Preto, o prefeito Fábio Candido (PL) estabeleceu a realização de um mutirão de combate à dengue com apoio de cem detentos do regime semiaberto.

A medida foi tomada devido ao crescimento de registros da doença - já são 4.397 casos prováveis - e começa nesta segunda-feira, 13. Os reeducandos serão mobilizados para auxiliar na limpeza de pontos críticos da cidade, eliminando criadouros do mosquito, sob a supervisão da Guarda Civil Municipal.

A decisão de mobilizar os detentos para a limpeza da cidade foi tomada após uma reunião entre a prefeitura e o Poder Judiciário, com participação de lideranças municipais, do juiz da Vara da Infância e Juventude e do diretor do Complexo Penal do município.

Novo sorotipo preocupa

O infectologista Antonio Bandeira, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que é comum observar um aumento nos casos de dengue durante o verão. No entanto, ele destaca que esse crescimento geralmente ocorre a partir de fevereiro ou março. Por isso, o médico considera incomum o aumento de casos já em janeiro.

Ele ressalta, porém, que é cedo para afirmar se o quadro deste ano será tão grave quanto o do ano passado, quando foi registrado o recorde histórico. Segundo Bandeira, é possível que o alto número de casos em 2024 tenha fornecido a uma parcela da população imunidade para alguns dos sorotipos da doença (são quatro ao todo: DENV-1, 2, 3 E 4), o que poderia restringir seu avanço.

Há, no entanto, uma diferença preocupante em 2025: a maior circulação do sorotipo 3. "Faz tempo desde que o sorotipo 3 provocou números importantes de casos. Isso preocupa porque significa que um grande número de pessoas não teve contato com ele", explica. Ao contrair dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para o sorotipo que causou a infecção, mas não para os outros, daí a doença poder ser contraída mais de uma vez.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, o tipo 1 predominou por boa parte de 2023 e 2024. O tipo 2 cresceu em importância ao longo do ano passado e, desde dezembro, foi observado um aumento significativo de casos causados pelo sorotipo 3, em especial em São Paulo, Amapá, Paraná e Minas Gerais.

"O sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. São 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Temos muitas pessoas suscetíveis", disse Ethel em coletiva de imprensa do Ministério da Saúde.

A falta de imunidade da população é um dado preocupante. Recentemente, uma pesquisa coordenada pela imunologista Ester Sabino, professora titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), indicou que 73% da população de São Paulo não possuía imunidade contra nenhum dos quatro tipos do vírus.

"O sintomas (dos diferentes sorotipos) são os mesmos. O que esse vírus pode fazer de preocupante é possibilitar que as pessoas se infectem, mesmo depois de uma epidemia que forneceu a muitas pessoas imunidade contra os demais tipos", diz Bandeira.

Mais vacinas

A possibilidade de ampliação do número de municípios que irão receber a vacina Qdenga ainda não é discutida pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, há limitações quanto à produção do imunizante e todas as doses disponíveis foram compradas.

A Takeda, fabricante da Qdenga, prevê 9 milhões de doses entregues neste ano, mas as remessas são realizadas em etapas, com uma entrega mensal. A empresa afirma que o Brasil é o país com o maior número de doses disponíveis, mas que há outros 27 com o imunizante em circulação. "A capacidade produtiva da companhia precisa atender a todos esses mercados", diz.

Em dezembro, o Instituto Butantan concluiu o pedido de registro junto à Anvisa de sua vacina contra a dengue, a Butantan-DV. Em caso de aprovação, um milhão de doses do imunizante poderão ser entregues ainda em 2025.

Ações dos governos estadual e federal

Segundo a SES, o Estado de São Paulo está realizando a capacitação dos municípios para vigilância e controle do Aedes aegypti; a gestão dos equipamentos aplicadores e dos inseticidas para repasse aos municípios; o apoio técnico e operacional para organização das atividades pelas equipes municipais; e o monitoramento do estoque de inseticidas.

Já o ministério anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses em São Paulo. O objetivo da ação é ampliar o monitoramento das arboviroses e orientar a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores.

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As acusações de abuso sexual contra Neil Gaiman, autor de Sandman, ganharam novos detalhes. Uma reportagem publicada nesta segunda-feira, 13, pela New York Magazine ouviu mulheres que acusam o escritor de realizar atos sexuais violentos e sem consentimento.

De acordo com as investigações da revista, uma das vítimas de Gaiman, Scarlett Pavlovich, viajou para Atlanta em dezembro, para encontrar outras mulheres que acusam o autor de violência sexual. Antes de as acusações se tornarem públicas, elas não se conheciam. Desde então, as vítimas conversam em um grupo de WhatsApp.

"Foi como conhecer sobreviventes do mesmo culto. É impossível entender a menos que você estivesse lá", disse outra vítima, Kendra Stout.

As acusações contra o autor abrangem mais de 20 anos e vêm de mulheres que entraram em contato com ele ou para serem babás de seu filho ou como fãs de suas obras. O caso se tornou público no podcast Master: as alegações contra Neil Gaiman, da Tortoise. A série analisa os relatos de cada uma das vítimas, que falam sobre as relações sexuais violentas e não consensuais com Gaiman.

Ainda segundo a reportagem, Scarlet, uma das supostas vítimas do autor, de 23 anos, diz que foi agredida sexualmente pelo escritor de Sandman poucas horas após o primeiro encontro dos dois, em fevereiro de 2022. A jovem trabalhava como babá do filho de Gaiman, que a agrediu na banheira de sua residência na Nova Zelândia. Ele, por outro lado, alega que os dois apenas se abraçaram e ficaram no banho, algo que havia sido consentido pelas duas partes. O autor ainda afirma que os dois mantiveram um relacionamento por três semanas com penetração consensual.

A mulher ainda afirma que o escritor a estuprou em um quarto de hotel, na presença do próprio filho. Em declaração, os advogados de Gaiman classificaram o relato como "falso" e "deplorável".

Kendra Stout tinha 18 anos quando conheceu o autor em 2003. Os dois iniciaram um namoro quando ela completou 20 anos e ele tinha cerca de 40 anos. Ela diz que se submeteu a relações sexuais violentas e dolorosas que "não queria e nem gostava."

Outra mulher citada na matéria da New York Magazine é identificada apenas como Caroline, uma mulher que viveu na propriedade de Neil Gaiman com seus filhos e marido até 2017. Ela afirmou que o autor uma vez colocou a mão dela em seu pênis em uma noite na qual ambos estavam na presença do filho dele. À revista, seus advogados negaram que isso tenha acontecido.

A vitória de Fernanda Torres como Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro no domingo, 5, motivou uma parcela significativa do público brasileiro a ir ao cinema assistir ao longa Ainda Estou Aqui. Além da celebração que tomou conta das redes sociais do País, a conquista do prêmio triplicou a arrecadação do filme de Walter Salles no Brasil de uma semana para outra.

Entre os dias 2 e 5 de janeiro, data anterior ao Globo de Ouro, o longa brasileiro foi visto por cerca de 45,9 mil pessoas e arrecadou R$ 1,27 milhão. Já entre os dias 9 e 12, no final de semana após a premiação norte-americana, o filme foi visto por 173 mil pessoas e fez R$ 4,3 milhões nas bilheterias. Os dados são da Comscore, empresa que compila dados de bilheteria ao redor do mundo.

Lançado no dia 7 de novembro de 2024, Ainda Estou Aqui se tornou um sucesso de crítica e de público no Brasil. O longa, que já ultrapassou a marca de três milhões de espectadores no País, sonha com indicações ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.

Em Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva - mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva e viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva. No longa biográfico, inspirado no livro homônimo escrito por Marcelo, acompanhamos a vida da família Paiva durante a ditadura militar. Quando o patriarca da casa é raptado pelo regime, cabe a Eunice manter sua família unida e lutar pelo esclarecimento do sumiço de seu marido.

Nos Estados Unidos, o filme está programado para estrear no dia 17 de janeiro nas cidades de Nova York e Los Angeles. O anúncio dos indicados ao Oscar deve ocorrer no dia 23 de janeiro, após dois adiamentos em meio aos graves incêndios que atingem a região de Los Angeles.

O diretor Jacques Audiard e a atriz Karla Sofía Gascón desembarcam no Brasil entre os dias 20 e 22 de janeiro para promover o filme Emilia Pérez. A visita, que acontece São Paulo, faz parte da campanha de divulgação do longa, que já conquistou reconhecimento internacional. A estreia de Emilia Perez será em 6 de fevereiro.

Vencedor de quatro prêmios no Globo de Ouro 2025, incluindo Melhor Filme de Língua Não Inglesa e Melhor Filme Musical ou de Comédia, Emilia Pérez também triunfou no Festival de Cannes, onde levou o Prêmio do Júri. Além disso, o longa está pré-selecionado ao Oscar em seis categorias, incluindo Melhor Filme Internacional.

A trama acompanha Rita, interpretada por Zoe Saldaña, uma advogada de renome que atua na defesa de criminosos. Sua vida dá uma guinada quando é contratada por Manitas (Karla Sofía Gascón), líder de um cartel, que deseja deixar o crime e realizar um sonho secreto: transformar-se na mulher que sempre quis ser. Inspirado no romance Ecoute, de Boris Razon, o filme traz ainda Selena Gomez, Adriana Paz e Edgar Ramírez no elenco.