Lula diz que aprovação de PL que proíbe de celulares em escolas foi 'ato de coragem'

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que veta o uso de celulares nas escolas de todo o País foi um "ato de coragem" dos parlamentares. Lula disse que acreditava que o projeto não seria aprovado por medo dos deputados e senadores de serem "cancelados" na internet.

"Essa sanção significa o reconhecimento do trabalho de todas as pessoas sérias que cuidam da educação, de todas as pessoas que querem cuidar das crianças e dos adolescentes deste País porque eu, muitas vezes, imaginei que deputados e deputadas não iam ter coragem de aprovar essa lei por medo da internet", disse Lula em evento de sanção nesta segunda-feira, 13, no Palácio do Planalto. "Deputados e senadores que aprovaram essa lei tiveram ato de coragem como poucas vezes na história do Brasil."

Lula afirmou que, atualmente, antes de aprovar algum projeto, parlamentares pensam "quantos minutos vão apanhar da internet, quantas pessoas vão se engajar falando mal de mim", afirmou. "Então, isso foi um ato de coragem, de cidadania e de respeito ao futuro deste País."

Na esteira dos elogios aos parlamentares, Lula avaliou que a aprovação do projeto pelo Congresso foi um "grande gesto de dignidade com o futuro" do País. "A gente precisa voltar a permitir que o humanismo não seja trocado por algoritmo."

O presidente disse que, em seu gabinete, não entra ninguém com celular. "Porque, imagina, você está fazendo uma reunião e, quando você olha, está todo mundo olhando pro celular e ninguém olhando para você; agora imagina numa sala de aula."

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O Big Brother Brasil 25 começou na noite desta segunda-feira, 13. Após apresentar as duplas participantes, o apresentador Tadeu Schmidt anunciou a primeira prova de resistência do reality show. Patrocinada pelo Mercado Livre, a prova vale imunidade no primeiro paredão do programa. O vencedor também ganha R$ 10 mil em compras na plataforma comercial.

A tarefa exige que os participantes equilibrem a logo da empresa até uma campainha tocar. Vestidos com carrinhos de entrega acoplados aos corpos, eles precisam simular entregas de encomendas. Após Schmidt explicar as regras e tirar dúvidas, a prova começou às 23h37.

A dupla é eliminada quando a caixa não é entregue dentro do tempo limite ou caso não estiquem o cabo dentro do tempo previsto. Vence quem durar até o final. A última dupla a entregar a caixa dentro do tempo sofrerá uma consequência escolhida pelo público na "Cabine das Consequências".

O BBB 25 começou nesta segunda-feira, 13, já em ritmo acelerado, com a divisão entre VIP e Xepa. Logo na entrada de casa, as duplas foram submetidas a um teste. Cada participante precisou responder a uma pergunta sobre seu parceiro. Caso a resposta fosse correta, o participante iria para o VIP. Se fosse errada, iria para a Xepa.

Assim ficou a divisão:

VIP

- Gracyanne Barbosa e Giovanna

- Diego Hypolito e Daniele Hypolito

- João Gabriel e João Pedro

- Maike e Gabriel

- Aline e Vinicius

- Edilberto e Raissa

- Eva e Renata

- Vitória Strada e Mateus

Xepa

- Diogo Almeida e Vilma

- Camilla e Thamiris

- Arleane e Marcelo

O BBB 25 vai ser dividido em duas fases: na primeira, os participantes serão eliminados em dupla. Após, eles jogam individualmente e podem, inclusive, votar contra a sua dupla.

Este ano, a premiação do reality show pode chegar a impressionantes R$ 6 milhões, como adiantado pelo diretor da atração, Rodrigo Dourado.

O elenco da "rede BBB" em 2025 também foi atualizado: Gil do Vigor e Ceci Ribeiro comandarão o Bate-Papo BBB com os eliminados, Thiago Oliveira e Beatriz Reis farão parte dos flashes durante a programação e Rafael Portugal e Rodrigo Sant'Anna comentarão os acontecimentos da casa.

O longa A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof, apresentado pela primeira vez no Festival de Cannes e cotado para o Oscar na categoria de filmes internacionais (na qual pode concorrer com o brasileiro Ainda Estou Aqui), transpira política. Não apenas pela história, mas também pela perseguição do governo iraniano ao diretor.

O filme mergulha no seio de uma família iraniana. O pai acabou de ser promovido a juiz de instrução, julgando algumas dezenas (ou até centenas) de presos políticos todos os dias. A mãe comemora o novo momento - afinal, devem passar a morar em residência oficial e ter uma vida mais tranquila. As duas filhas, mesmo felizes, veem o mundo de outra forma, preocupadas pela forte onda de repressão do governo.

Em pequenos detalhes, o clima da casa vai se transformando. Por exemplo: com o novo posto, o pai passa a ter uma arma: onde ela será guardada? As filhas saberão disso? Lembra o momento em que a casa da família Paiva, em Ainda Estou Aqui, passa a ser mais fechada, mais escura. Os militares levam Rubens Paiva e Eunice fica sem chão, mas precisando manter a estrutura da família viva.

No longa de Rasoulof, mesmo que não haja agentes do governo entrando na casa e prendendo, a opressão se desenha. No jeito como a mãe olha pela janela; nos gritos de protestos e tiros (e na maneira como chegam ao apartamento); na forma como o pai é o centro das atenções; nos vídeos nos celulares das filhas. Tudo isso contribui, aos poucos, para uma atmosfera mais densa, escura e pesada.

Poder

O diretor trabalha durante mais de duas horas para chegar aos últimos 30 minutos e mostrar que a opressão no Irã tem rosto, barba, nome e sobrenome. É alguém. O último ato de seu filme é uma espécie de releitura, iraniana e mais contemporânea, da frase atribuída ao ex-vice-presidente Pedro Aleixo na assinatura do AI-5 - de que não desconfiava das "mãos honradas do presidente Costa e Silva", mas, sim, "do guarda da esquina". É a síndrome do pequeno poder que mostra como o sistema de opressão pode ser contagiante.

Rasoulof, quase caindo na armadilha de fazer um thriller ao final, busca não apenas perguntas, mas também uma resposta sobre o que deve ser feito com opressores. Em coletiva de imprensa em Cannes, Rasoulof disse que não se deve ter medo. "Eles querem nos desencorajar - mas não se deixe intimidar. Eles não têm outra arma além do medo", explicou, antes de voltar para a Alemanha, onde se refugia até hoje.

No final, A Semente do Fruto Sagrado se transforma em alerta. Com melancolia, Rasoulof vê que não apenas seu país passa por um momento de opressão, mas que isso contamina o povo - o que é pior. Em inglês, o filme tem o título de The Seed of the Sacred Fig. A semente do figo sagrado. É uma referência a uma planta que age como parasita, controlando a hospedeira. Cai no topo da árvore e logo toma conta. Assim como o pai, que não existe mais. Para Rasoulof, agora ele é o Estado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.