Dezoito indígenas são resgatados de trabalho análogo à escravidão no RS

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Dezoito indígenas foram resgatados em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em condição de trabalho análogo à escravidão. Os trabalhadores atuavam na colheita de uva na região que é conhecida por suas vinícolas. Esse é o terceiro resgate feito pelo órgão na safra de uva no Rio Grande do Sul neste ano.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, indígenas da etnia Kaingang foram contratados por uma empresa terceirizada para fazer a colheita de uva com a promessa de que teriam a carteira assinada e receberiam o pagamento de R$ 150 por diária a partir do dia 7 de janeiro. Apesar disso, o pagamento só começou a ser feito no dia 20 e o registro não aconteceu.

O grupo de trabalhadores com idade entre 17 e 67 anos estava alojado em condições precárias, aglomerado em um galpão de madeira, com colchões no chão, sob teto em más condições. Além disso, havia venda de itens básicos, que deveriam ser oferecidos pelo empregador, como papel higiênico.

"A Auditoria-Fiscal do Trabalho classificou a situação como trabalho em condições análogas à escravidão, considerando a contratação de trabalhadores em situação de vulnerabilidade sob falsas promessas, a informalidade e as condições degradantes de alojamento", diz nota do MTE.

Doze homens e seis mulheres, alguns deles analfabetos, dividiram com mais gente o local, que chegou a abrigar até 40 pessoas. Um bebê e uma criança de cinco anos também moravam no alojamento com os pais. O galpão foi interditado pela prefeitura de Bento Gonçalves na quinta-feira, 6.

Além de submeter os trabalhadores a condições degradantes, a empresa, que não teve seu nome revelado, impediu que eles conseguissem outros postos de trabalho.

O caso só veio a público após dez trabalhadores procurarem a Assistência Social do município, depois de terem sido despejados do alojamento sem receber o pagamento devido.

"Um dos produtores rurais que contratou a empresa terceirizada afirmou ter sido pressionado a empregar os trabalhadores antes do período ideal, o que o levou a colher a uva ainda verde, resultando em prejuízo", diz o Ministério do Trabalho e Emprego.

O produtor afirmou que a empresa terceirizada garantiu que os funcionários estavam devidamente registrados. O produtor afirmou ainda que fornecia as refeições diárias e o transporte aos trabalhadores, e disse que o pagamento à empresa estava em dia.

Segundo o MTE, a empresa foi notificada a quitar os valores devidos e pagar o retorno dos trabalhadores a suas cidades de origem. Além disso, o órgão emitirá o seguro-desemprego especial (três salários mínimos) aos trabalhadores resgatados.

Em outra categoria

Após a formação do Paredão no BBB 25, a madrugada desta segunda-feira, 10, foi marcada por reflexões, debates e alinhamento de estratégias entre os brothers. A indicação do líder e a votação da casa, que resultaram em Aline, Vitória e Gabriel na berlinda, movimentaram as discussões.

Em meio a isso, Diogo e Aline conversaram sobre a decisão do líder, enquanto Guilherme saiu em defesa de Diego durante uma roda de conversa.

Veja o resumo da madrugada pós-formação do Paredão no BBB 25:

Declarações

Indicadas ao Paredão, Aline e Vitória Strada trocaram declarações no Quarto Nordeste.

Arrependimento

Também indicado ao Paredão, Gabriel se mostrou arrependido de ter escutado o amigo Maike em tirar Diego Hypolito do alvo.

Quem mentiu?

Aline voltou a comentar o motivo de rebater a indicação de João Gabriel ao Paredão. A sister insistiu que um dos gêmeos prometeu não votar nela.

Novela

Delma contou a Guilherme e a Diego sua justificativa ao votar em Diogo Almeida. Vilma também entrou no elenco da novela de Delma e foi classificada como figurante.

Fala mais alto

Mateus fez sua aposta no resultado do Paredão desta semana, mas não alto o suficiente para a amiga Vitória.

Perseguição

Aline aconselha Vilma a ter cuidado com seus discursos em momentos decisivos no reality.

Previsões

João Gabriel acredita que Aline vai chamar ele no Sincerão para reforçar que sua promessa não foi cumprida. O líder ainda ensaiou seu discurso para a dinâmica.

Bate-papo

Diogo perguntou se Aline queria conversar e a sister ficou incomodada com a abordagem do ator.

Não sabia

Durante a conversa, o ator contou a Aline que conversou com João Gabriel e afirmou que não sabia que ele indicaria a sister ao Paredão.

Justificativa

No Quarto Nordeste, Diego Hypolito comentou o motivo de ter votado em Gabriel.

Reunião externa

Em conversa com os brothers na área externa da casa, Thamiris conta que escolheu Diogo no último Sincerão para não colocar Vilma na dinâmica.

Seguindo a manada

Em meio ao papo, os participantes comentaram a atitude de Diego Hypolito e Guilherme saiu em defesa do ex-atleta. Minutos mais tarde, Guilherme criticou a atitude de alguns brothers em falar sobre Diego com pessoas que não gostam do ginasta.

Rinaldo Oliveira Amaral, mais conhecido como Mingau, voltou a ser internado após apresentar constipação e vômitos, segundo nota publicada pelo Hospital Santa Catarina no sábado, dia 8. Em comunicado, a instituição alega que o baixista do Ultraje a Rigor encontra-se internado desde o mês de janeiro, mas que o quadro é estável: "ele permanece em tratamento e sob cuidados médicos, sem previsão de alta".

O músico se encontra sob os cuidados da equipe de gastroenterologia, que cuida de doenças relacionadas ao sistema digestivo, com responsabilidade de Dr. Roberto Hiroshi Ieiri.

Mingau ficou mais de um ano internado após ser baleado na cabeça em 2023, em Paraty (RJ) e recebeu alta hospitalar em outubro de 2024. Em dezembro, o músico voltou a ser internado após apresentar um quadro convulsivo.

Tom Jobim já dizia em Wave (Vou te Contar) que é "impossível ser feliz sozinho". Essa máxima parece ter se perpetuado no tempo até chegar ao centro das discussões de A Verdadeira Dor, longa em cartaz com direção de Jesse Eisenberg e a atuação premiada de Kieran Culkin, indicado para o Oscar de melhor ator coadjuvante e ganhador do Globo de Ouro 2025 na categoria.

Na história, Culkin é Benji Kaplan, um rapaz solitário, enfrentando um momento doloroso. Ele topa o convite do primo (Eisenberg) para visitar a Polônia e entender melhor a história da família - e um passado envolvendo o Holocausto e os campos de concentração.

Há questões no longa sobre passado, morte e memória. No entanto, o principal ponto é o já levantado por Tom Jobim em 1967: Benji, por mais que tente, não consegue ser feliz sozinho. Ele aceita o convite para se aproximar do primo enquanto é confrontado ao se relacionar com os outros integrantes do grupo de viagem do qual faz parte. Tudo aquilo vira um turbilhão de emoções e Benji, apesar do bom humor, sofre com o mundo à sua frente. A viagem pela Polônia, com suas memórias e fantasmas, vira um momento de autoanálise.

"Essa frase é muito apropriada para Benji. Para ele, estar sozinho é como estar em apuros", diz Culkin ao Estadão, sobre o verso de Jobim. "Ele se sente isolado, e a felicidade parece fora de alcance. Mas acho que isso não vale para todo mundo. No meu caso, achava a solidão uma oportunidade para estar comigo mesmo. Agora que tenho esposa e filhos, sinto que preciso deles o tempo todo. É algo que muda dependendo da pessoa e fase da vida."

O ator, conhecido principalmente pelo trabalho na série Succession (e como irmão de Macaulay Culkin), conta que se conectou rapidamente com a proposta do longa. "Às vezes, leio algo e gosto muito da história e do personagem, mas sei que seria uma escolha péssima para o papel. Já aconteceu de eu recusar um projeto por saber que outra pessoa seria mais adequada", conta. "Aqui, foi diferente. Era uma combinação perfeita: eu ri alto enquanto lia, achei o roteiro muito engraçado, entendi o personagem profundamente e sabia que seria uma escolha apropriada. Além disso, gosto muito do trabalho de Jesse também como ator, e, ao terminar o roteiro, pensei: 'Isso é ótimo e quero fazer parte disso'."

INSPIRAÇÃO FAMILIAR

Ao Estadão, Eisenberg conta que o filme é inspirado na história de sua família. "Sempre me interessei pela trajetória deles na Europa, mas também sempre refleti muito sobre a minha própria angústia interior", conta. "Eu me pergunto como é possível me sentir tão miserável quando minha família sobreviveu a horrores inimagináveis. Por que não acordo todos os dias agradecendo por estar vivo? Essa desconexão entre o sofrimento deles e as minhas emoções me confunde. E, quando fico confuso, escrevo. Foi assim que a história surgiu."

Assim, muito da história, memórias e pesadelos de Eisenberg estão retratados ali, em tela. Não só boa parte dos sentimentos dos personagens nasce do que o ator e diretor sente, mas também até locações foram "emprestadas" de sua história: uma casinha que aparece mais no final do longa, por exemplo, é a residência de sua família da parte polonesa.

Eisenberg, porém, diz que conseguiu se manter afastado emocionalmente de toda a bagagem pessoal envolvida enquanto trabalhava no longa. "Foi estranho. Achei que teria emoções intensas ao voltar para a Polônia, especialmente porque filmamos na casa real da minha família", afirma. "Mas com o set cheio de pessoas, luzes, trailers e prazos apertados, parecia apenas mais um dia de filmagem. Liguei para o meu pai depois e disse que filmamos na casa. Ele me perguntou se foi difícil e só respondi que parecia que estava no set de um filme de super-herói. Enfim, era só um dia de trabalho." O ator, vale notar, tem experiência nos filmes do gênero: ele viveu Lex Luthor em Batman vs. Superman (2016).

Eisenberg diz estar genuinamente emocionado com o trabalho feito - e espera que as pessoas entendam o que ele queria dizer com a história desses dois primos tão complexos, para além das discussões sobre a solidão.

"Quanto mais penso na minha família, no Holocausto e nos traumas, mais sensível fico aos conflitos atuais. Precisamos aprender com o passado para evitar que esse tipo de violência se repita hoje", diz. "Minha esperança é que o filme faça as pessoas refletirem sobre sua própria história. O Brasil, como os Estados Unidos, é formado por muitos imigrantes: italianos, alemães, espanhóis, judeus. A história de muitos brasileiros, especialmente os de origem europeia, é similar à da minha família. Espero que o filme seja algo com que os brasileiros possam se identificar e que os inspire a explorar as próprias origens."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.