'O PCC está montando as suas próprias instituições financeiras', alerta promotor

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O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o Primeiro Comando da Capital (PCC) há 20 anos e foi um dos responsáveis pela Operação Hydra, deflagrada nesta terça-feira, 25, alerta que a facção sofisticou sua engenharia financeira e opera hoje em um novo patamar de lavagem de dinheiro.

A operação aberta em parceria com a Polícia Federal mira duas fintechs sob suspeita de envolvimento com a organização criminosa. É a segunda ofensiva do tipo contra o PCC. Em agosto do ano passado, a Operação Concierge avançou sobre bancos digitais usados pela organização.

Quando o PCC foi criado, na década de 1990, a facção enterrava dinheiro em casas-cofre. Com o tempo, passou a recorrer a doleiros para lavar o lucro do tráfico de drogas. Mais recentemente, empresas de fachada foram abertas em nome de laranjas para despistar os órgãos de investigação. Hoje, segundo o promotor, os criminosos do PCC estão operando no mercado financeiro formal.

"Melhor do que você ter laranjas para poder lavar o seu dinheiro ou montar uma empresa de fachada, é você ter o seu próprio banco. Infelizmente, é isso que a gente está assistindo. O crime organizado já montando as suas próprias instituições, de acordo com as regras do jogo", explicou Lincoln Gakiya em coletiva à imprensa.

O promotor e seus colegas avaliam que há uma deficiência na legislação e na fiscalização das instituições financeiras.

"Há, de fato, uma brecha, de que há um caminho que possa ser explorado, infelizmente, como facilitador para que o crime organizado utilize essas fintechs para lavar de dinheiro."

O diagnóstico é o de que a desburocratização do setor do sistema de bancos e pagamentos digitais facilita a lavagem de capitais por meio da pulverização de recursos.

Em alguns casos, fintechs passam a operar como verdadeiros bancos, segundo o promotor, emprestando dinheiro, gerando cartões de crédito e oportunidades de fundo de aplicação.

O cenário levou o Ministério Público a adaptar suas estratégias de investigações. Durante 20 anos, o esforço foi identificar os membros do PCC e as funções desempenhadas por cada um deles na facção. Recentemente, houve um reposicionamento na forma de abordar o problema. A atenção se deslocou para os negócios ilícitos.

As empresas investigadas na Operação Hydra são a 2Go Instituição de Pagamento LTDA e a Invbank Solução de Pagamentos. Segundo o MP, as fintechs direcionavam depósitos para contas de "laranjas" controladas pelas próprias empresas e, depois, transferiam o dinheiro para a compra de imóveis e outros bens ou para contas no exterior, dificultando a fiscalização por órgãos de controle, como o Banco Central e a Receita Federal.

Uma rede de laranjas e operadores que teriam sido usados pelas fintechs foram identificadas pelas autoridades. A lista inclui um pedreiro e um beneficiário do auxílio emergencial da pandemia, além de réus por roubo, lavagem e tráfico.

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Luca Arroyo Borges, filho do cantor Lô Borges, usou o Instagram para publicar uma homenagem ao pai cinco dias após sua morte, na segunda-feira, 3. Com duas fotos ao lado do músico, o jovem escreveu um texto sobre a saudade.

"Eu te amo mais do que você é talentoso. Não tenho palavras para tudo que está acontecendo agora e vou viver minha vida inteira sentindo sua falta. O privilégio de ter Lô Borges como pai, vocês não têm ideia", escreveu.

"Perdi meu melhor amigo no seu auge, mas como meu pai sempre falou, ser fraco não é uma opção. Independente de onde você esteja, sei que você vai cuidar de mim igual você sempre fez. Você é a minha maior inspiração. Tudo o que eu queria era mais 20 anos com você. Te amo, pai, já sinto saudade. Obrigado pelo privilégio de ser seu filho", concluiu o filho de Lô Borges, que ainda agradeceu às mensagens de apoio recebidas nos últimos dias.

Lô Borges estava internado desde 19 de outubro, após uma intoxicação por medicamentos. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos. O cantor e compositor ficou conhecido por músicas como O Trem Azul e Paisagem da Janela, presentes no clássico álbum da MPB Clube da Esquina (1972).

O SBT usou inteligência artificial (IA) para recriar a voz e a imagem de Silvio Santos e Hebe Camargo em vídeo exibido durante a abertura do Teleton 2025, na última sexta-feira, 7.

O material, que tem cerca de três minutos de duração, mostra a imagem artificial dos apresentadores durante uma ligação telefônica na qual Hebe sugere o programa beneficente ao patrão. "Me diz, o que acha?", pergunta, ao que Silvio responde: "Se é para mudar vidas, o SBT abre suas portas".

O médico Renato da Costa Bonfim, fundador da AACD, também foi recriado com IA, enquanto outras personalidades, como Eliana, Ratinho, Celso Portiolli e o cantor Daniel, embaixador do Teleton, apareceram em versões do passado.

Matheus Trombino, criador do vídeo, foi entrevistado por Celso Portioli durante o programa, neste sábado, 8. Segundo ele, o conteúdo levou seis dias para ficar pronto.

"Os desafios eram conseguir restaurar poucas imagens antigas que a gente tinha, porque a AACD foi criada em 1950, e também criar as cenas de bastidor que a gente nunca viu, como a Hebe Camargo apresentando a AACD ao Silvio Santos, ou o Silvio Santos falando: 'Pode entrar no SBT'", relatou Trombino.

Eliane Giardini, que viveu Muricy em Avenida Brasil (2012), confirmou que a novela terá uma continuação. A atriz comentou o assunto durante uma palestra, em vídeo que circula nas redes sociais. No momento, o mediador do encontro mencionou que o próximo trabalho dela será com João Emanuel Carneiro, autor da trama original, e citou o título.

Ao refletir sobre o projeto, Eliane explicou que considera um remake mais simples de encarar. "O remake você já sabe que é uma história maravilhosa. No mínimo vai fazer sucesso porque as pessoas odeiam e ficam comparando, isso também é uma forma de sucesso", disse.

Já a ideia de continuar uma história que marcou época preocupa a atriz. "Quando a história é boa, é uma equação perfeita. A gente não tem o domínio sobre essa equação, ela acontece por acaso, e é muito difícil reproduzir. Por isso tenho um pouco de medo da continuação, porque você vai mexer em uma coisa que fez grande sucesso", afirmou.

Continuação de 'Avenida Brasil'

De acordo com a colunista Carla Bittencourt, do portal LeoDias, a Globo procurou o autor João Emanuel Carneiro, que teria aceitado dar continuidade à história. Os primeiros esboços do projeto já estariam em andamento.

Procurada pelo Estadão, a Globo ainda não confirmou a produção. O espaço segue aberto.

Adriana Esteves e Murilo Benício também já teriam sinalizado interesse em reviver os papéis de Carminha e Tufão. Ainda não há informações sobre o restante do elenco. A previsão é que a produção estreie em 2027.