Viúva de líder do PCC casada com policial civil tem prisão decretada e está foragida

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A Justiça decretou a prisão preventiva de Danielle Bezerra dos Santos, casada com o investigador da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho. Segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Danielle lavava dinheiro para criminosos. A reportagem tenta contato com a defesa dela.

O MP-SP diz que Danielle atuava "no contexto das atividades ilícitas da organização" para "lavagem de capitais do produto e proveito do crime de tráfico de drogas e outros crimes correlatos praticados por seus integrantes". Segundo a denúncia acatada pela justiça, ela teria atuado diretamente "para ocultar provas e objetos dos crimes ligados ao seu companheiro e também denunciado Rogério de Almeida Felício". A ordem de prisão saiu nesta quinta-feira, 17, mas ela está foragida.

Rogerinho, que está preso, trabalhou na segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima. Ele é um dos oito policiais civis acusados pelo MP de extorquir bens e dinheiro de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, assassinado em novembro do ano passado, ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos.

Procurada pela reportagem, a defesa de Rogerinho avalia se vai se pronunciar. A Balada Eventos, escritório que administra a carreira artística de Gusttavo Lima, diz que Rogério prestou serviços em alguns eventos (shows) como integrante da equipe de segurança do artista, e que acompanha os desdobramentos do caso.

Empresas laranjas e ameaças de agressão

A apuração indicou que Danielle ajudava o marido a administrar contas abertas em nome de empresas "laranjas" para ocultar a origem do dinheiro ilícito. Antes de se casar com o policial civil, a mulher foi casada com Felipe Geremias dos Santos, o Alemão, responsável pelas operações do PCC em Santo André, Mauá e São José dos Campos, segundo a polícia. Alemão a deixou viúva em 2019.

Após a morte do faccionado, a viúva passou a cobrar os devedores dele com a ajuda do atual companheiro, Rogerinho. Em uma gravação, o policial diz a Danielle que vai pedir autorização para o PCC para cobrar os devedores de Alemão. E afirma que, caso seja autorizado, iria encostar uma viatura policial descaracterizada no bar do devedor e "dar um cacete nele".

As gravações obtidas pela investigação mostram um diálogo de Danielle com seu pai em que ela o orienta a depositar dinheiro na conta de uma empresa "laranja" que Rogério teria comprado. "Não tem vínculo nenhum com o CPF dele, com o meu CPF, então é uma conta que pode cair o quanto de dinheiro que for, entendeu? Pensa como se fosse uma conta de laranja. É essa conta, pode socar o quanto de dinheiro o senhor quiser que nunca vai ter problema nenhum."

'Rouba de quem rouba'

Em uma troca de mensagens por rede social, Danielle conversa com uma amiga e esta a questiona sobre o fato dela estar casada com um policial, após ficar viúva de um "bandido". A mulher de Rogerinho responde que "com polícia a hipocrisia é maior", pois "rouba de quem rouba e paga de santo".

As mensagens fazem parte da denúncia encaminhada pelo MP-SP à justiça, na qual Danielle é acusada pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. O MP-SP confirmou ter pedido a prisão de 12 denunciados, entre eles Danielle. O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que os pedidos de prisão tramitam sob segredo de justiça.

Rogerinho foi denunciado por suspeita de "conluio entre agentes públicos, integrantes do PCC e operadores da facção", junto com dois delegados, seis investigadores, dois empresários e um advogado, além de Danielle. Os investigados podem responder por lavagem de capitais e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva.

Morte de Vinicius Gritzbach

O caso de Rogerinho e sua mulher tem ligação com as investigações sobre o assassinato de Vinicius Gritzbach, após ter feito um acordo de delação premiada com o MP-SP. Ele revelou os nomes de pessoas ligadas à facção criminosa e de policiais que extorquiam dinheiro dele.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o policial Rogério não é investigado pela morte de Gritzbach, mas por outros crimes.

A Polícia Civil esclarece que o envolvimento de integrantes da instituição com o crime organizado é rigorosamente apurado pela Corregedoria, que colabora com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. "A instituição não compactua com os desvios de conduta. Todo agente que desobedecer os protocolos da instituição será rigorosamente punido", diz em nota.

Em outra categoria

A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos, no último domingo, 20, terá um velório aberto ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia será na sexta-feira, 25 de julho, das 9h às 13h, segundo informações divulgadas pela família da artista na noite desta terça-feira, 22.

"Velório de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, sexta-feira, 25 de julho, das 9h às 13h: cerimônia aberta ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Celebraremos sua vida, arte e legado", diz a imagem de divulgação da cerimônia.

Mais cedo, Flora Gil, madrasta de Preta e esposa de Gilberto Gil, informou em suas redes sociais que o corpo de Preta segue sem previsão para repatriação. A família ainda resolve trâmites burocráticos para liberar o corpo para o Brasil.

"Informamos que, neste momento, ainda não há previsão para a repatriação do corpo de Preta Gil ao Brasil. Ela será velada na cidade do Rio de Janeiro, onde sua família, amigos e o público poderão prestar suas últimas homenagens", escreveu.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou, nesta terça-feira, 22, a lista dos cinco finalistas de cada categoria do Prêmio Jabuti Acadêmico. Em sua segunda edição, a premiação reconhece obras brasileiras de excelência das áreas científicas, técnicas e profissionais.

Os vencedores serão revelados em uma cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, em 5 de agosto. Cada vencedor será premiado com R$ 5 mil e uma estatueta. Segundo a CBL, foram 2.004 inscrições neste ano - em 2024, foram 1.953. No dia 14 de julho, a organização já havia divulgado a lista de semifinalistas.

O prêmio é dividido em dois eixos: Ciência e Cultura e Prêmios Especiais. Neste ano, a principal novidade é a categoria de Tradução, que avalia livros em tradução inédita de qualquer idioma para o português e publicados em nova edição no Brasil. Ela faz parte do eixo Prêmios Especiais.

Entre os finalistas da premiação, está o economista e colunista do Estadão Pedro Fernando Nery, na categoria Economia, pela obra Extremos: Um Mapa Para Entender as Desigualdades no Brasil (Zahar).

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes concorre na categoria Direito com o livro Democracia e Redes Sociais: O Desafio de Combater o Populismo Digital Extremista (Atlas).

Livro Acadêmico Clássico e Personalidade Acadêmica

A CBL também anunciou que a obra Metodologia do Trabalho Científico (Cortez Editora), do professor e filósofo Antônio Joaquim Severino, foi escolhida como o Livro Acadêmico Clássico do Prêmio Jabuti Acadêmico 2025. A escolha foi feita com base em uma consulta pública realizada no primeiro semestre.

O livro, que completa 50 anos em 2025 e já está em sua 24ª edição, é "uma ferramenta eficiente para o trabalho docente" e "apresenta elementos conceituais e diretrizes para a compreensão e aplicação das atividades lógicas e técnicas relacionadas à prática científica", conforme comunicado divulgado à imprensa.

Já o sociólogo José de Souza Martins, autor de mais de 30 obras e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), já havia sido anunciado como a Personalidade Acadêmica homenageada pela premiação, "em reconhecimento ao conjunto de sua obra e à sua expressiva contribuição para a compreensão dos fenômenos sociais contemporâneos."

Douglas Souza Arruda, o Dodô Batera, um dos fundadores do grupo Karametade, morreu nesta terça-feira, 22, aos 52 anos. O músico fazia parte da primeira formação do grupo de pagode, desde 1993.

De acordo com o jornal A Tribuna, o músico tinha um melanoma na nuca e passou por várias cirurgias para controlar o tumor, mas o câncer voltou mais agressivo e o vitimou.

O velório e o enterro acontecerão em Santos, no litoral de São Paulo, nesta terça, 22, e quarta, 23.

Vavá, vocalista do Karametade, lamentou a morte do parceiro musical. "Saiba que sua história nunca será apagada meu irmão, um cara alegre, de sorriso fácil, simpático e uma pessoa incrível, que agora mora lá no céu. Até um dia meu irmão, seu legado nunca se apagará", escreveu o cantor.

Dodô participou da gravação de todos os álbuns de estúdio do Karametade, de 1997 a 2005. A música Morango do Nordeste foi o maior hit do grupo de pagode que estourou nos anos 90.