Queda de árvore e morte expõem falta de prevenção; Prefeitura ampliou poda

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A queda de 217 árvores na Grande São Paulo e a morte de uma pessoa na capital, durante um temporal nesta quarta-feira, 12, voltaram a chamar a atenção sobre o manejo. Além da necessidade de manutenção e prevenção, especialistas questionam o governo sobre a gestão dessas árvores, enquanto a Prefeitura alega manter ações periódicas e aumentar podas.

Horas antes do temporal, a cidade recebeu, pelo quarto ano consecutivo, o certificado de Cidade Árvore do Mundo, concedido pela Arbor Day Foundation e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). A certificação é por cuidado com o verde.

"A culpa (dos problemas) sempre cai nelas (as árvores). E não é a verdade: a culpa é da manutenção que não está sendo feita e do planejamento (do plantio) que não foi realizado", afirma a bióloga e professora da Unifesp Aline Cavalari, que estuda os fatores de risco de queda das árvores.

O plantio de árvores de porte inadequado para o local, que entram em conflito com a fiação e sofrem constrição na base e nas raízes por canteiros, além de podas erradas, que causam desequilíbrio, estão entre os problemas típicos das árvores da cidade. Segundo Aline, a manutenção feita corretamente evita a maioria das quedas de árvores de grande porte. Anteontem, no Largo do Arouche, houve a queda da terceira árvore mais antiga do Município, com cerca de 200 anos.

Especialistas apontam que ventos acima de 80 km/h podem arrancar até árvores sadias - no caso o registro era em torno de 60 km/h. O impacto das rajadas, porém, poderia ser reduzido com massa arbórea mais densa.

Outra queixa de especialistas é de que poucas vias paulistanas têm fios enterrados, a exemplo do que ocorre na Avenida Paulista. O mais comum é um emaranhado de cabos, alguns deles entrelaçados a galhos de árvores. "Temporais como o desta quarta estão associados às mudanças climáticas e demandam adaptação de instalações urbanas", alerta o professor do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da USP Pedro Luis Côrtes.

Cortês também recomenda que seja feito um mapeamento de áreas mais vulneráveis. Nesses locais, seria necessário transferir a fiação aérea para debaixo do solo. Assim, eventuais quedas de árvores e postes não causariam falta de luz. Nesta quinta, 12, 12 horas após o temporal, ao menos 63 mil imóveis continuavam sem luz na capital e na região metropolitana de São Paulo.

Por fim, há falta de uma política de manutenção do espaço urbano. "Não só zeladoria, mas renovação e inovação. Ainda usamos as mesmas técnicas do começo do século 20?", diz o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor do Instituto da Cidade da Unifesp. "Falta, por exemplo, uma política de arborização, tanto de plantio como de manutenção."

Mortes e previsão

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, 23 pessoas morreram em razão das precipitações registradas desde o início do verão deste ano. Desse total, 6 ocorreram na capital paulista, incluindo a morte registrada na quarta-feira. A Defesa Civil do Estado prevê que as condições para tempestade perdurem até domingo em região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, litoral norte, Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba e região de Campinas e Sorocaba.

Governo

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que coordena ações de manejo de árvores na cidade ao longo de todo o ano. "São 129 equipes para serviços de prevenção e poda, com cerca de dez colaboradores cada uma, que foram responsáveis em 2024 por 163.808 árvores podadas, um aumento de 39% em comparação a 2019. O número de engenheiros agrônomos também cresceu na atual gestão. Eram 239 em 2021 e atualmente são 394. Equipes atuam nos cuidados e manutenção das árvores tanto na Secretaria das Subprefeituras como na pasta do Verde e Meio Ambiente."

Ainda de acordo com o texto, "com esse esforço, a atual gestão conseguiu reduzir em cerca de 30% o estoque para poda e remoção de árvores, que, em 2017, era de 81 mil ordens de serviço". "Somente em janeiro e fevereiro de 2025, a Prefeitura podou 23.590 ár vores e removeu 2.835."

A Prefeitura também afirma que a Subprefeitura Sé tem um mapeamento de todas as 52 mil árvores existentes nos 25 bairros e 8 distritos que administra. Todas elas são vistoriadas a cada dois anos e possuem laudo técnico. "A Subprefeitura da Sé reforça que não constam pedidos para poda ou remoção de árvore na Avenida Senador Queirós, altura do número 474 (onde ocorreu a morte de um taxista, atingido por uma árvore). Uma equipe está no local para a retirada dos restos da árvore."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Cotado para o Oscar 2026, O Agente Secreto teve ótima estreia nas bilheterias brasileiras. Lançado nacionalmente no último dia 6, o filme de Kleber Mendonça Filho fechou seus primeiros quatro dias em cartaz registrando R$ 6,66 milhões, superando outra grande estreia da semana, Predador: Terras Selvagens, que arrecadou R$5,7 milhões. Os dados são da Comscore.

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Vale lembrar que O Agente Secreto já foi exibido em diferentes festivais de cinema no Brasil, incluindo a 49ª Mostra de Internacional de Cinema. A soma total arrecadada pelo filme contando essas sessões prévias é de R$8,12 milhões.

Ranking da bilheteria no Brasil

1. O Agente Secreto - R$ 6,66 milhões

2. Predador: Terras Selvagens - R$ 5,7 milhões

3. O Telefone Preto 2 - R$ 1,86 milhão

4. Se Não Fosse Você - R$ 1,52 milhão

5. O Natal da Patrulha Canina - R$ 933,1 mil

6. De Volta Para o Futuro (relançamento) - R$ 873,4 mil

7. Quando o Céu Se Engana - R$ 564,2 mil

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Sinopse de O Agente Secreto

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