Universidade apura pichação com ameaça em SP: 'PUC não é pra árabe'

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Um dos banheiros da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na zona oeste da capital paulista, foi pichado com frases de discriminação contra pessoas árabes. A denúncia foi feita pelo professor Reginaldo Nasser, por meio das redes sociais. A reitoria da entidade também fez uma publicação em seu perfil dizendo que o ato será "apurado internamente com maior urgência".

Conforme a publicação de Nasser, a frase "Hora de limpar p RI. PUC não é pra árabe. A PUC é nossa. A reitoria é nossa", foi escrita em uma das paredes de um dos banheiros da universidade. O professor relata ser descendente de árabes.

Por meio das redes sociais, a reitoria da PUC-SP se manifestou na quarta-feira, 19, dizendo que o ato será urgentemente apurado. Procurada, a Fundação São Paulo ainda não se pronunciou.

'Ofensas atrás de anonimato denotam covardia'

"A reitoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo repudia com veemência toda e qualquer manifestação discriminatória e racista, como a frase contra os povos árabes escrita anonimamente", publicou.

A frase já foi devidamente apagada. Ainda de acordo com a reitoria, o ato será apurado internamente com a maior urgência para que medidas cabíveis sejam tomadas.

Faculdade Santa Marcelina

Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar a denúncia contra alunos de Medicina da Faculdade Santa Marcelina que usaram bandeira em alusão a estupro durante evento esportivo para calouros. O caso ocorreu no dia 15 de março. Na ocasião, a faculdade disse investigar o caso.

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'Charmoso', 'imoral' e 'camaleônico' são apenas alguns adjetivos apropriados para rotular Tom Ripley, personagem complexo e multifacetado que completa 70 anos em 2025. Sua primeira aparição, no clássico O Talentoso Ripley (1955), nasceu da mente inventiva da escritora americana Patricia Highsmith (1921-1995), referência no gênero de suspense.

Na trama publicada há sete décadas, Ripley, um golpista de baixo escalão, vê sua sorte mudar ao receber uma proposta tentadora: ir até a Itália e convencer Dickie Greenleaf, filho de um empresário milionário, a voltar para os EUA e assumir os negócios da família. Mas a história toma outros rumos quando o vigarista é seduzido pela vida de playboy e mostra-se capaz de tudo para mantê-la.

Para acompanhar a efeméride, o livro acaba de ser reeditado pela Intrínseca, com nova capa e projeto gráfico, junto com os outros quatro capítulos da série, que retorna às livrarias cinco anos após a editora adquirir a coleção Ripley, antes publicada pela Companhia das Letras desde 2002.

Em 2021, a Intrínseca lançou versões de O Talentoso Ripley e Ripley Subterrâneo (1970) em formato de capa dura, com preços elevados, que se esgotaram rapidamente - cerca de 25 mil exemplares foram vendidos. Já O Jogo de Ripley (1974) estava fora de catálogo há anos.

Os três primeiros volumes já estão à venda, enquanto O Garoto que Seguiu Ripley (1980) e Ripley Debaixo d'Água (1991), antes também indisponíveis, serão disponibilizados em julho para completar icônica pentalogia.

"Há um tempo notamos que muitos leitores aguardavam o lançamento das novas edições. Agora, os cinco livros estão sendo publicados em brochura, o que torna os preços mais atraentes. Desta forma, as obras voltam ao mercado com o potencial de conquistar novas gerações", afirma a editora-executiva Rebeca Bolite.

Anti-herói fascinante

Mas o que explica o fascínio do público em torno de um sociopata? É inegável que os leitores nutrem simpatia pelo anti-herói, construído de maneira minuciosa por Highsmith. Apesar de seus atos nefastos, Ripley, capaz de assumir a identidade de outras pessoas como mecanismo de sobrevivência, é indiscutivelmente sedutor e inteligente.

Para Daniel Puglia, professor de Literaturas em Língua Inglesa na USP, o personagem reflete uma imagem estranhamente familiar: a do nosso próprio rosto no espelho. "Não estamos diante de um vilão que claramente deve ser desmascarado e punido, nem frente a um herói desafortunado que merece toda nossa solidariedade. Highsmith não criou uma marionete previsível. Tom Ripley tenta navegar nas águas do mundo dos ricos e privilegiados. É uma rota perigosa. Entre o êxito e o naufrágio temos um limite muito tênue", afirma.

Não por acaso, a figura transcendeu as páginas e foi explorada em vários projetos audiovisuais, mais notavelmente no filme de 1999 estrelado por Matt Damon, indicado a cinco Oscars, e na minissérie estrelada por Andrew Scott - que chegou à Netflix em 2024. Destaca-se também o longa-metragem francês O Sol Por Testemunha (1960), protagonizado pelo astro Alain Delon.

"As produções para TV e cinema sempre agitam o mercado editorial, e muitas vezes relembram o público de obras-primas literárias", reconhece Rebeca.

Entre o ordinário e o extraordinário

Raphael Montes, autor sensação de thrillers psicológicos contemporâneos como Jantar Secreto, Uma Família Feliz e a recém-lançada telenovela Beleza Fatal, considera O Talentoso Ripley um marco determinante em sua formação. Ele conta que aprendeu a criar suas tramas surpreendentes lendo as histórias de Highsmith, costumeiramente descrita como uma mulher amarga, viciada em álcool e com manias esquisitas.

"Os personagens da Patricia Highsmith são todos ambíguos e transitam numa espécie de zona cinzenta em que você sempre se pergunta até onde eles podem chegar. Ela costumava dizer que suas histórias são sobre pessoas ordinárias em situações extraordinárias. Sem dúvida o Tom Ripley é quem mais representa essa visão de mundo com a qual eu compartilho tanto. Somos todos potencialmente bons e potencialmente maus, como eu até já disse em uma entrevista ao Estadão", analisa o escritor de 34 anos.

Puglia alerta para uma contribuição pouco discutida na obra da artista. "Na forma e no conteúdo de vários de seus livros, as tensões psicológicas estão relacionadas às tensões socioeconômicas. Quer de maneira explícita, quer de maneira implícita, as ligações que ela elabora nunca são desprovidas de interesse. O caráter atual das correlações entre psicopatia e contextos de profunda desigualdade social é algo que merece nota", pontua o docente.

Rebeca, por sua vez, acredita que o estilo revolucionário da autora continua sendo um norte para autores e cineastas da atualidade. "Para ela, o psicológico é tão importante quanto a trama em si, e sua escrita, que já influenciou Alfred Hitchcock na década de 1950, seguirá influenciando novas gerações", diz.

Coleção Ripley

Autor: Patricia Highsmith

Tradução: José Francisco Botelho e Fernanda Abreu

Editora: Intrínseca (R$ 59,90; R$ 39,90 o e-book)

Setenta anos após sua primeira aparição em O Talentoso Ripley (1955), o icônico personagem criado por Patricia Highsmith segue fascinando leitores ao redor do mundo. Tom Ripley representa a dualidade entre o bem e o mal. Para o escritor Raphael Montes, referência nacional nos thrillers psicológicos, a obra da autora americana foi essencial em sua formação literária.

Autor de sucessos como Jantar Secreto, Uma Família Feliz e a recém-lançada telenovela Beleza Fatal, Montes destacou em entrevista ao Estadão o impacto duradouro da escrita de Highsmith. Ele ressaltou a forma como seus personagens transitam em uma "zona cinzenta", desafiando os limites entre certo e errado.

"Os personagens da Patricia Highsmith são todos ambíguos e transitam numa espécie de zona cinzenta em que você sempre se pergunta até onde eles podem chegar. Ela costumava dizer que suas histórias são sobre pessoas ordinárias em situações extraordinárias", analisou o escritor.

Para marcar a efeméride, a editora Intrínseca relançou O Talentoso Ripley com nova capa e projeto gráfico, além dos outros quatro volumes da saga. A coleção Ripley retorna às livrarias cinco anos após a mudança de editora, anteriormente publicada no Brasil pela Companhia das Letras desde 2002.

Na trama que deu origem ao personagem, Tom Ripley é um golpista de pouca expressão que recebe uma proposta inusitada: viajar à Itália para convencer o jovem milionário Dickie Greenleaf a voltar aos Estados Unidos e assumir os negócios da família. No entanto, seduzido pelo estilo de vida luxuoso do rapaz, Ripley se mostra disposto a qualquer coisa para manter suas novas conquistas.

Para Raphael Montes, a atemporalidade de Ripley e sua complexidade psicológica são o que tornam o personagem tão marcante. Ele destaca que, assim como Highsmith explorava, todos possuem potencial para o bem e para o mal, e é essa tensão moral que mantém a série relevante até hoje.

"Sem dúvida o Tom Ripley é quem mais representa essa visão de mundo com a qual eu compartilho tanto. Somos todos potencialmente bons e potencialmente maus, como eu até já disse em uma entrevista ao Estadão", declarou.

Enquanto compartilha sua admiração por Highsmith, Raphael Montes também vive um momento de grande expectativa com o público. Sua telenovela Beleza Fatal chega ao fim nesta sexta-feira, 21, cercada de suspense e aguardada com ansiedade pelos espectadores.

Otaviano Costa se emocionou ao relembrar seus problemas de saúde. No ano passado, o apresentador foi submetido a uma cirurgia no peito devido a um aneurisma de aorta.

"Ano passado, eu quase morri por conta do meu aneurisma da aorta. Naquele momento de transformação da minha vida, dediquei muito à minha fé, buscando em Deus a força para entender o que estava por vir", disse no palco do Melhor da Noite desta quinta-feira, 20.

Otaviano recebeu no programa a cantora Bruna Karla, e contou que A Casa É Sua, música dela, o ajudou antes da cirurgia, realizada em julho do ano passado.

"Estou emocionado porque ouvia essa música todos os dias antes da cirurgia [...] Esse é o poder da música: de nos curar, nos emocionar, nos transformar. Vocês cantando essa música aqui é um presente de Deus para mim. Estou vivo, graças a ele", finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais