Com UTI lotada, hospital referência em Porto Alegre tem fila por respiradores

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) não tem mais respiradores adequados e suficientes para o número de pacientes que atualmente necessitam do equipamento. A unidade é referência para atendimento de casos da covid-19 no Rio Grande do Sul, Estado que assiste a um recrudescimento sem precedentes da pandemia na última semana.

O hospital está operando além da capacidade. De 105 leitos críticos inicialmente previstos para casos de pacientes com o novo coronavírus, o número já passou para 132, com 27 pacientes instalados em leitos extras no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e também na área da emergência. A taxa de ocupação, portanto, é de 126%.

O crescimento nos atendimentos fez com que a unidade, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), não conseguisse atender a demanda por ventiladores pulmonares, conhecidos por respiradores, equipamento que supre a necessidade de respiração em pacientes com pulmões comprometidos pela covid-19.

Hoje, o hospital usa respiradores de menor capacidade em parte dos pacientes com lesões pulmonares que demanda um modelo de maior capacidade, e também possui uma fila de espera para aqueles que estão em métodos não invasivos aguardando qualquer tipo de respirador.

O médico infectologista do Hospital de Clínicas Alexandre Zavascki, de 46 anos, disse que a situação tem feito com que pacientes aguardem a disponibilidade do equipamento mesmo já tendo indicação para serem intubados. "Temos pacientes que já teriam indicação, mas como não entraram em falência, eles ficam na enfermaria na modalidade possível. Há pacientes falecendo sem acesso ao ventilador", relatou na noite deste sábado, 6.

Ele disse que a intensificação da doença no Estado ocorre de uma maneira "nunca antes vista". "É uma aumento exponencial, com mudança completa da capacidade de atendimento do hospital, com necessidade de expansão rápida de leitos e recrutamento de novas equipes. Estamos usando muita criatividade para conseguir manter o atendimento diante da explosão de casos", disse.

O Rio Grande do Sul está sob bandeira preta, o que representa risco altíssimo na avaliação do governo do Estado. A gestão do governador Eduardo Leite (PSDB) adotou novas medidas restritivas nesta semana para tentar frear a propagação do vírus, mas os efeitos ainda devem levar um tempo indeterminado para serem sentidos sobre os indicadores.

Neste sábado, 6, o Estado registrou 182 mortes pela doença, segunda maior marca local da pandemia, só atrás dos 184 da terça-feira, 2. Nos últimos sete dias, os óbitos chegaram a 1.027, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Todas as 3 mil UTIs das cidades gaúchas estão ocupadas.

Em nota, o Hospital de Clínicas disse que nesse momento a demanda por respiradores "ultrapassa a capacidade de resposta hospitalar mesmo com realocações e compras emergenciais de equipamentos". "O HCPA solicitou auxílio aos gestores municipais e estaduais para aquisição de equipamentos com características técnicas que atendam às necessidades dos pacientes com covid-19, e segue realizando esforços para suprir a demanda e garantir a assistência."

A unidade explicou que tem 167 ventiladores para uso em adultos, dos quais 22 são ventiladores de anestesia, usados idealmente para curtos períodos de tempo, enquanto outros 145 são adequados para ventilação mecânica continuada. Um total de 105 ventiladores são considerados de alta performance.

No hospital, 185 pacientes estavam sendo atendidos na sexta-feira, 5, em leitos críticos (132 covid e 53 não covid), dos quais 109 estavam em ventilação mecânica. Entre os 53 classificados como não covid, 17 são de pacientes que já tiveram o novo coronavírus, não transmitem mais a doença, mas continuam se tratando.

Há ainda 34 pacientes em leitos de enfermaria com o chamado "suporte ventilatório não invasivo". São pacientes que, segundo o hospital, "também deveriam estar em ambientes de tratamento crítico, que têm risco de apresentarem piora em seus quadros clínicos e necessitarem uso de ventilação mecânica."

Entenda a estrutura do hospital e a atual demanda de pacientes com covid-19

Ventiladores disponíveis

- 22 de anestesia (usados geralmente em pacientes sem lesões pulmonares prévias e em casos de cirurgia com anestesia geral)

- 145 adequados para ventilação mecânica continuada. Entre eles, há 105 de alta performance, ideais para tratamento de pacientes com covid-19 em estado crítico.

Pacientes no Hospital de Clínicas

- 185 pacientes em leitos críticos, dos quais 132 diagnosticados com covid e 53 não covid. Entre os 53 considerados não covid, há um terço de pacientes que tiveram a doença, não propagam mais o vírus, mas ainda necessitam de tratamento intensivo por problemas causados pelo novo coronavírus.

- Entre os 185, há 109 em ventilação mecânica (74 em leitos críticos covid e outros 20 chamados covid não contaminantes, que não propagam mais o vírus, em outras áreas do hospital)

- 34 pacientes em leitos de enfermaria em suporte ventilatório não invasivo (pacientes que também deveriam estar em ambientes de tratamento crítico, que têm risco de apresentarem piora em seus quadros clínicos e necessitarem uso de ventilação mecânica)

"É importante ressaltar que os pacientes com covid-19 possuem doença pulmonar grave, necessitando de ventiladores de alta performance por longo período para que possam ser adequadamente tratados - aparelhos mais antigos ou mais simples, que são adequados para tratar pacientes sem patologia pulmonar, não são suficientes para a ventilação mecânica desses pacientes", reforçou a administração do hospital.

Zavascki informou à reportagem que ventiladores de anestesia têm sido usados nos pacientes com quadro grave de covid-19. Isso é inadequado, segundo ele, porque esses aparelhos são projetados para servir a pacientes sem lesão pulmonar prévia e geralmente são designados para cirurgias com anestesia geral, onde funcionam por um breve período.

O médico fez uma analogia comparando os ventiladores de maior e menor capacidade com ferraris e fuscas, respectivamente. "A condição dos pacientes requer, para diminuir danos, ventiladores comparáveis a Ferraris. Colocar em ventilação inapropriada vai impactar na mortalidade", disse, chamando atenção para o aumento na proporção pessoas mais jovens, de 20 a 40 anos, que estão recebendo atendimento na unidade.

Em outra categoria

A influenciadora Maya Massafera rebateu neste domingo, 23, críticas feitas por alguns de seus seguidores sobre a magreza do seu corpo. Após postar uma foto vestindo um biquíni, diversos fãs da youtuber questionaram o estado de saúde de Maya. A resposta da apresentadora, no entanto, gerou polêmica.

Em seu perfil no Instagram, Maya afirmou que "gente rica é apaixonada pela magreza". "No mundo da moda, a gente gosta de mulher muito magra. É gosto. Tem gente que gosta de mulher mais sarada, de mulher gorda. Eu acho mais bonito mulher magra", afirmou em uma série de vídeos publicados nos Stories.

"Minha avó é mais simples e ela fala: 'May, engorda um pouco, parece que está passando fome'. Então, gente mais simples gosta de gente mais cheinha", continuou.

"Gente rica ou francesa, ou que entende muito de moda, é apaixonada por magreza. Eu não estou nada magra pra eles ou pra brasileiros da elite. Agora, gente mais simples vai me achar magra".

A declaração viralizou nas redes sociais e foi bastante criticada. Para muitos internautas, a fala foi considerada elitista.

"Os desfiles de moda, a elite, gostam de uma pessoa magra. Então, não tem por que a gente atacar o outro: você aprendeu a gostar de gente mais gorda por causa da sua condição financeira. E quem é magro, vice-versa", falou a apresentadora, ressaltando que tal gosto é algo "cultural".

Hariany Almeida usou as redes sociais na noite deste domingo, 23, para anunciar o fim do seu relacionamento com Matheus Vargas, filho do cantor Leonardo. A ex-BBB, que participou da edição de 2019 do reality, foi direta ao comunicar a separação. "Eu e o Matheus não namoramos mais! Estou mal, espero que entendam e não me questionem", escreveu.

O casal estava junto há um ano e cinco meses e tornou o relacionamento público durante o festival The Town, em São Paulo, em 2023. Na época, Hariany revelou que conheceu Matheus ao participar do clipe da música Raparigueiro, do sertanejo. Até o momento da publicação desta matéria, o cantor não se pronunciou sobre o término.

Na manhã desta segunda-feira, 24, a influenciadora ainda compartilhou uma reflexão enigmática em seus stories do Instagram. No trecho do texto repostado, ela destacou: "Aprendi a confiar naquela voz sutil que não grita, mas avisa. Às vezes é só um peso no peito, uma sensação de que algo não encaixa, mesmo quando tudo parece perfeito."

O diretor Ali Abbasi, responsável pelo filme O Aprendiz, cinebiografia do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, comentou as acusações de assédio que vieram à tona na última sexta-feira, 21. Por meio de uma publicação no X (antigo Twitter), o cineasta confirmou o episódio e expressou arrependimento.

"Eu entendo completamente que a minha ação fez alguém se sentir desconfortável, independente da minha intenção, e por isso estou sinceramente arrependido", escreveu.

Segundo o site Deadline, Abbasi teria "apalpado agressivamente" um ator de alto escalão durante uma festa do Globo de Ouro. A publicação ainda afirma que a agência CAA, que representa o artista, exigiu que o diretor se desculpasse.

Abbasi detalhou sua versão dos fatos, afirmando que acreditava ter uma relação amigável com o ator e que seu gesto não teve conotação sexual.

"Quando o vi na festa do Globo de Ouro, eu fiquei animado em me reconectar. Fiz um gesto excessivamente familiar - um tapa na bunda - com a intenção de soar divertido e não sexual em qualquer nível. Eu percebi rapidamente que julguei mal a situação. Eu pedi desculpas a ele na hora, e no dia seguinte fiz questão de garantir que minhas desculpas fossem transmitidas por meus representantes", declarou.

O diretor também desmentiu informações de que teria rompido com seus agentes por conta do caso. "A sugestão de que fui dispensado pela minha representação devido a essa interação é falsa. Minha decisão de encerrar essa parceria foi uma escolha de carreira a longo prazo, que não foi influenciada por motivações de curto prazo."

Leia a declaração completa:

"Quero abordar os recentes artigos sobre mim de maneira direta e aberta.

Entendo perfeitamente que minha ação deixou alguém desconfortável, independentemente da minha intenção, e por isso estou sinceramente arrependido.

Passei tempo com a pessoa em questão em várias ocasiões e tinha motivos para acreditar que tínhamos uma relação amigável. Quando o vi na festa do Globo de Ouro, fiquei animado para me reconectar. Fiz um gesto excessivamente familiar - um tapa no traseiro - que pretendia ser brincalhão e de forma alguma sexual. Rapidamente percebi que julguei mal a situação.

Pedi desculpas a ele imediatamente e, no dia seguinte, fiz questão de que meu pedido de desculpas fosse reiterado pelos meus representantes.

A sugestão de que fui dispensado pelos meus agentes devido a essa interação é falsa. Minha decisão de encerrar essa parceria foi uma escolha de carreira a longo prazo, que não foi influenciada por motivações de curto prazo.

Acredito em assumir a responsabilidade por minhas ações; cometi um erro, me desculpei e aprendi uma lição valiosa. Sou grato pelo incrível trabalho do nosso elenco, equipe e apoiadores de O Aprendiz, e espero que o foco permaneça em suas conquistas."

Com direção de Ali Abbasi e roteiro do estreante Gabe Sherman, O Aprendiz traz Sebastian Stan no papel de Donald Trump. O elenco conta ainda com Maria Bakalova como Ivana Trump, Jeremy Strong como Roy Cohn e Martin Donovan como Fred Trump Sr. O filme, disponível para aluguel digital, concorre a duas categorias no Oscar, incluindo melhor ator para Stan.