Marina Silva diz que 'guerra tarifária' de Trump prejudica ação climática

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, criticou nesta quinta-feira, 3, as medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos e afirmou que a iniciativa prejudica a ação climática.

Na quarta-feira, 2, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um pacote tarifário com uma alíquota base de 10% para todos os países e sobretaxas de até 34% para rivais como a China.

"Essa guerra tarifária não é boa para ninguém", disse a ministra. "Esse rompimento com o multilateralismo é negativo e prejudica muito a cooperação e a ação climática conjunta."

Marina respondeu aos questionamentos dos jornalistas durante uma coletiva de imprensa após a 11ª Reunião de Ministros de Meio Ambiente dos Brics (grupo de países de mercado emergente). Segundo a ministra, a medida "esgarça a relação entre os países" e torna a cooperação mais difícil na agenda climática.

"No lugar de fazer guerra um com outro, bélica ou tarifária, deveríamos estar fazendo guerra contra a pobreza, a mudança do clima, a desertificação e a perda de biodiversidade", afirmou Marina.

Na manhã desta quinta-feira, 3, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o presidente da COP-30, André Corrêa do Lago, participaram da abertura da 11ª Reunião de Ministros de Meio Ambiente dos Brics.

Durante seu discurso inicial, Marina disse que o mundo vive um momento desafiador, "marcado por tensões geopolíticas que colocam à prova os alicerces da ordem multilateral, já fragilizada e desigual".

Logo que assumiu o mandato, em janeiro, o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, principal mecanismo global para o combate à mudança do clima. Com isso, os EUA deixam de assumir o compromisso de redução de gases do efeito estufa. Além de não colaborar com o esforço de financiamento climático, uma das principais reivindicações de países em desenvolvimento.

Cobrança de financiamento

No início da tarde, os ministros de Meio Ambiente do Brics divulgaram uma declaração conjunta na qual cobraram os países ricos a respeito do financiamento climático.

A estimativa é de que seja necessário um aporte de US$ 1,3 trilhão por parte dos países desenvolvidos para financiar ações de combate às mudanças climáticas. Na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, no ano passado, essas nações se comprometeram com apenas US$ 300 bilhões, valor distante da meta.

"Refletindo o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respectivas capacidades, instamos os países desenvolvidos a fornecer meios adequados de implementação para os países em desenvolvimento e países com economias em transição", diz o texto do Brics, citando recursos financeiros novos, assistência técnica e científica, entre outros pontos.

A ministra afirmou que o mundo vive prejuízos econômicos e sociais devido às mudanças climáticas e que é preciso mudar esse cenário, o que passa pelo financiamento.

"O compromisso que foi assumido na COP29 e que a gente agora tem obrigação de viabilizar é US$ 1,3 trilhão daqui para frente, para os próximos dez anos", destacou Marina.

Combustíveis fósseis

A ministra foi questionada sobre quais serão as medidas adotadas pelos países do Brics para atender ao que foi estabelecido na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, os países concordaram em fazer uma transição rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis. De acordo com ela, caberá a cada país definir quais serão suas estratégias internas para chegar à meta estabelecida.

"Cada país é soberano para ter sua trajetória, mas tenho insistido que a gente deve fazer um mapa do caminho", argumentou Marina.

O Brics reúne grandes produtores de petróleo como a Arábia Saudita, a Rússia, a China, os Emirados Árabes Unidos, e o próprio Brasil. Até o momento, apenas Brasil e Emirados apresentaram sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), delimitando os compromissos para redução de emissões no âmbito do Acordo de Paris.

Segundo a CEO da COP30, que ocorrerá em Belém (PA), Ana Toni, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado conversas com líderes globais para incentivar os países a apresentarem suas NDCs. O prazo para enviar o documento vai até setembro, dois meses antes da conferência, que ocorre em novembro.

Em outra categoria

Um sinal misterioso invadiu a transmissão do News 19 Horas, programa jornalístico da Record News, na noite desta terça-feira, 29. Durante a exibição do telejornal pelo YouTube, a transmissão do programa foi cortada e substituída por um vídeo misterioso conhecido como "Wyoming Incident", uma popular lenda urbana da internet.

As imagens contavam com frases desconexas em inglês - "You will see such pretty things", ou "Você verá coisas tão bonitas", em português, e "Why do you hate?", ou "Por que você odeia?", em português - e modelos 3D de uma misteriosa face. Sem qualquer explicação, o sinal misterioso foi interrompido e a programação usual retornou ao canal.

Os responsáveis pela invasão não foram encontrados até o momento, mas o conteúdo veiculado viralizou na internet. Essa, no entanto, não é a primeira vez que uma transmissão pirata invade o sinal de uma televisão ao redor do mundo e exibe conteúdos misterioso e esquisitos.

Ao longo das últimas décadas, alguns casos de invasão de sinais se tornaram famosos na internet. Apesar de serem envoltos em mistérios, os ocorridos ganharam fama própria, sendo discutidos até hoje em comunidades online. O Estadão separou três casos misteriosos de invasão de sinais de televisão.

O caso mais famoso de invasão de sinal em uma emissora de TV ocorreu em 1987 em Chicago, nos Estados Unidos. Em setembro daquele ano, a transmissão dos canais regionais WGN-TV e WTTW foi invadida por um sinal pirata.

Na primeira interrupção, as imagens mostravam um homem fantasiado de Max Headroom, um personagem de uma série satírica dos EUA, dançando em meio a ruídos sonoros por alguns segundos. A segunda interrupção ocorreu algumas horas depois e foi mais longa, durando alguns minutos.

Na ocasião, o homem misterioso xingou alguns dos jornalistas que trabalhavam na emissora, cantarolou o tema musical de um desenho que era exibido no canal e, para finalizar, abaixou as calças e mostrou o bumbum para o público.

As duas emissoras conseguiram recuperar o controle da transmissão. Os responsáveis pelo ocorrido, no entanto, nunca foram encontrados. Até mesmo o FBI chegou a participar das investigações sobre o caso, mas não conseguiu solucioná-lo.

Captain Midnight

Um ano antes do incidente de Max Headroom em Chicago, outra invasão de sinal nos Estados Unidos havia chamado atenção das autoridades. Em 1986, o sinal da HBO foi interrompido pelo hacker autointitulado Captain Midnight.

No lugar do filme A Traição do Falcão, o sinal do canal exibiu uma tela com barras de cor e uma legenda que criticava o preço da assinatura da HBO nos Estados Unidos. Além disso, o texto ainda ameaçava outros canais. A transmissão pirata durou cerca de quatro minutos e virou notícia nacional.

O FCC (Comissão Federal de Comunicações), órgão responsável por regular as comunicações norte-americanas, investigou o caso e descobriu o culpado - John R. MacDougall.

O homem trabalhava como engenheiro de operações em uma estação de transmissão e, em paralelo, instalava televisões à cabo. Segundo MacDougall, o alto preço da HBO estava prejudicando os seus negócios. Ele foi sentenciado a pagar US$ 5 mil e cumpriu um ano de prisão em liberdade condicional.

Playboy Channel

Em 1987, a transmissão do canal da Playboy foi interrompida por uma imagem com dois versículos bíblicos: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar" (Êxodo 20:8) e "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mateus 3:2). A interrupção ocorreu durante a exibição do filme erótico Three Daughters.

Thomas Haynie, funcionário da CBN (Rede de Transmissão Cristã), foi apontado como o culpado após investigação do FCC (Comissão Federal de Comunicações). Apesar dele manter sua inocência, o homem foi condenado a pagar uma multa de US$ 1 mil e cumpriu três anos de prisão em liberdade condicional.

O cantor Oliver Decesary Santos, mais conhecido como MC Livinho, anunciou que deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta quarta, 30. O artista sofreu um acidente de motocicleta na terça, 29, e perfurou o pulmão.

"Grande passo", escreveu Livinho em um vídeo publicado no Instagram. Segundo o cantor, ele segue internado para observação. "Deus quer e, já, já, estou de volta na pista."

O artista de 30 anos também mostrou cenas do momento em que foi socorrido após o acidente. Livinho seguia para um compromisso na capital paulista pilotando uma moto e foi derrubado por um motorista.

"Deitei na calçada e comecei a cuspir sangue. Chegaram os Bombeiros, prestaram socorro. Depois chegou a ambulância e me trouxe aqui para o hospital. Fiz tomografia, radiografia, me subiram aqui para a UTI. Estou em estado de observação porque perfurei o pulmão", explicou o cantor diretamente do hospital, logo após o acidente.

Quem é MC Livinho?

MC Livinho é um dos principais nomes do funk paulista e atração confirmada no The Town 2025. Ele se apresenta no festival no dia 13 de setembro, no Palco Factory. Entre seus sucessos estão músicas como Tudo de Bom, Fazer Falta e Na Imaginação.

Recentemente, MC Livinho também viralizou na Turquia com a música Vidrado em Você, em parceria com DJ Guuga e foi ovacionado em uma visita ao país, principalmente pelos torcedores do Galatasaray, time de futebol que usou a música para embalar suas conquistas mais recentes.

Um sinal misterioso invade a sua televisão no meio da noite. A programação normal da TV é interrompida sem maiores explicações e, em vez do telejornal local, uma série de imagens e vídeos esquisitos são transmitidos em seu aparelho televisor. A qualidade do sinal é precária e parece emular a estética analógica de fitas VHS.

A transmissão conta com frases estranhas - "You will see such pretty things", ou "Você verá coisas tão bonitas", em português, e "Why do you hate?", ou "Por que você odeia?", em português - e modelos 3D de uma misteriosa face. E então, sem qualquer explicação, o sinal é interrompido e a programação usual retorna à TV.

O ocorrido, que mais parece uma cena de um filme de terror, aconteceu na noite dessa terça-feira, 29, durante a transmissão do telejornal News 19 Horas no canal do YouTube da Record News. Os responsáveis pela invasão não foram encontrados até o momento, mas o conteúdo veiculado viralizou na internet.

Trata-se do "Wyoming Incident", um vídeo criado no começo dos anos 2000 que se popularizou como uma creepy pasta - termo utilizado para descrever lendas urbanas virtuais - na internet.

A origem exata da história é incerta, mas a lenda afirma que o vídeo é fruto de uma misteriosa invasão em canais de televisão na região rural de Wyoming, nos Estados Unidos. Segundo a creepy pasta, os sons distorcidos e as imagens confusas fizeram com que os telespectadores se sentissem enjoados e passassem mal.

Apesar da lenda urbana ter ganhando bastante notoriedade na internet, trata-se de uma fabricação feita por entusiastas do Analog Horror - Terror Analógico em português. O subgênero é extremamente popular no mundo virtual e aposta na estética de vídeos analógicos antigos para produzir suspense e mistério.

No YouTube, é possível encontrar centenas de vídeos com essa temática. As produções amadoras contam com milhões de visualizações e seguem um mesmo padrão - imagens granuladas, sons distorcidos e ruídos estáticos. As narrativas das histórias costumam ser confusas e propositalmente fragmentadas, gerando a sensação de que não estamos enxergando todo o mistério apresentado.

Com forte inspiração no terror de found footage de filmes como A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal, o terror analógico aposta na estética e nas limitações da tecnologia antiga para criar uma atmosfera tensa e aterrorizante.

É comum que produções de terror analógico se vendam como verdadeiras, apostando na imersão como um diferencial para conquistar o público. Para isso, o terror analógico costuma copiar a estética de programas de televisão antigos, anúncios governamentais e filmagens amadoras.

Apesar do grande sucesso do terror analógico ser fruto da internet, existem produções cinematográficas que adotaram alguns dos elementos do gênero. Filmes como Skinamarink, Entrevista com o Demônio e a franquia de terror V/H/S apostam, em menor ou maior grau, nas convenções que consagraram esse subgênero do horror.