Preso pistoleiro que matou 'Zezinho do Ouro', delator que implodiu a Polícia de SP há 30 anos

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O matador de aluguel Leonardo Ferreira Silva, suspeito de executar a tiros José Gonzaga Moreira, o "Zezinho do Ouro" - primeiro delator do crime organizado que envolveu em esquema de corrupção grande contingente de policiais de São Paulo nos anos 1990 -, foi preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Leonardo confessou o assassinato, em abril do ano passado, de "Zezinho de Ouro", de 81 anos. Ele disse ter recebido R$ 50 mil pelo crime cometido na zona norte da capital paulista.

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil de São Paulo investiga agora quem foi o mandante da execução e se há outros envolvidos na trama.As primeiras informações sobre a prisão do pistoleiro foram divulgadas com exclusividade pelo SBT Brasil. O Estadão confirmou.

Quando fechou um acordo de delação com o então juiz-corregedor Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) - braço da Justiça paulista -, "Zezinho do Ouro" provocou um terremoto na Polícia Civil de São Paulo. Era 1994.

Em meio ao impacto das revelações do delator, o então governador Luiz Antonio Fleury Filho (MDB) determinou o afastamento de 40 policiais, entre eles delegados do alto escalão que ocupavam cargos importantes na estrutura hierárquica da corporação - diretores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Divisão de Crimes Fazendários, além do titular da Delegacia de Roubo a Bancos, à época, foram atingidos pelo tsunami "Zezinho do Ouro".

Zezinho era informante de policiais, infiltrado em quadrilhas de ladrões de carga e de ouro. Suas informações levavam à prisão de bandidos e apreensão de cargas, depois desviadas pelos próprios policiais.

Em anos mais recentes, na década passada, Zezinho voltou às manchetes dos jornais sob acusação de liderar um esquema de grilagem de terras na Grande São Paulo. Mais tarde, envolveu-se com disputas de terras e também com políticos na Paraíba. Recentemente, ele abriu canal em uma rede social na qual fazia denúncias contra grileiros e políticos daquele Estado. O último vídeo no canal "A Voz de Correntes" foi publicado no dia 5 de abril de 2024. Dois dias antes da execução.

Como Zezinho do Ouro foi executado

Em 7 de abril do ano passado, o delator que fez tremer a Polícia de São Paulo há trinta anos, recebeu seu próprio algoz no apartamento em que residia, na Rua Voluntários da Pátria, Santana, zona norte da capital paulista.

O matador de aluguel Leonardo Ferreira Silva usou um nome falso - Jonatan - ao se identificar e pedir um encontro com Zezinho. Alegou ter informações sobre um prefeito pernambucano, que vinha sendo alvo de denúncias no canal de YouTube de Zezinho.

O pistoleiro chegou ao prédio do delator por volta das 14 horas. Usava um boné branco, calça jeans e tênis azul. Foi recebido por Zezinho na portaria do edifício. Os dois subiram juntos ao apartamento e passaram mais de uma hora conversando no escritório.

Depois da reunião, Zezinho acompanhou o assassino até a portaria do prédio. Desceu com Leonardo e liberou sua saída no portão com biometria. Despediram-se. Quando deu as costas ao matador foi baleado à queima roupa. Foram seis disparos. Um atingiu Zezinho na nuca. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital na madrugada seguinte.

As buscas pelo pistoleiro levaram cinco meses. A polícia descobriu que o número de telefone usado por ele foi habilitado na véspera do crime. Minutos antes de chegar ao prédio da Voluntários da Pátria, Leonardo ligou para Zezinho e a ele pediu orientações para chegar ao endereço do delator que encrencou a vida de dezenas de policiais.

Os dados de geolocalização apontaram que o celular do pistoleiro passou por Recife e Uberlândia (MG) dias antes da execução de "Zezinho do Ouro".

O ponto crucial da investigação foi um outro assassinato. Em fevereiro, Lázaro Antonio Modesto de Sousa foi morto em Uberlândia.

A viúva de Lázaro declarou que o marido foi vítima do mesmo pistoleiro que derrubou "Zezinho do Ouro". A mulher reconheceu o matador a partir de reportagens publicadas em veículos de comunicação.

As tatuagens do matador de aluguel ajudaram a Polícia Civil a confirmar sua identidade. "Esta equipe analisou detalhadamente as imagens captadas pelas câmeras de monitoramento do condomínio de José Gonzaga Moreira e observou que seu assassino também possui uma tatuagem no tórax do lado esquerdo", concluiu a delegada Nayara Nogami, que investiga o caso.

O porteiro do prédio onde morava "Zezinho do Ouro", um neto dele e uma funcionária da família fizeram o reconhecimento do pistoleiro.

A polícia também descobriu que, um mês antes da morte de Zezinho, o celular usado pelo matador foi conectado em um modem wi-fi em endereço cadastrado por Leonardo junto ao banco.

Além das suspeitas de homicídio que pesam contra Leonardo, ele tem passagens criminais por roubo qualificado, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

Com esse histórico em mãos, a delegada Nayara Nogami pediu a prisão preventiva do suspeito.

"No caso em apreço, o recolhimento do investigado ao cárcere é imprescindível para o avanço e conclusão das investigações, uma vez que estão pendentes diligências fundamentais, tais como a identificação de eventuais testemunhas do delito, a localização da arma de fogo utilizada, a realização de reconhecimento pessoal, identificação dos demais indivíduos envolvidos e outras diligências que se mostrarem necessárias", anotou a delegada na representação.

O pistoleiro foi indiciado em homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, já que teria cometido o crime em troca de dinheiro, e mediante dissimulação que tornou impossível a Zezinho se defender.

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Uma fala de Amado Batista sobre estar solteiro em um show na noite de quarta-feira, 25, e a conta do Instagram fora do ar de esposa do cantor, Cálita Franciele, formaram a combinação perfeita para que os fãs do cantor desconfiassem que o casamento com a Miss Mato Grosso tivesse chegado ao fim após apenas três meses.

"Fiquei solteiro, sozinho de novo. Tá vendo? Dizem que vida de solteiro é melhor que vida de casado. Não sei. Quem tá apaixonado não vai concordar com isso […] Se não for por amor eu não fico", disse o cantor em cima do palco no Arraiá do Povo, em Aracaju.

Mas tudo não passou de um mal-entendido, segundo a assessoria do cantor. O trecho do show em que Amado fala sobre estar solteiro faz parte da introdução da música Vida de Solteiro, gravada por ele em 2022, dois anos antes de conhecer Cálita.

O cantor de 74 anos se casou com a miss 50 anos mais nova em 15 de março. A cerimônia aconteceu na fazenda dele localizada em Cocalinho, no interior do Mato Grosso. O local é avaliado em R$ 350 milhões.

Esposa nega separação

A equipe jurídica da esposa de Amado Batista emitiu uma nota negando a separação. "A senhora Cálita Franciele foi surpreendida, na presente data, com a veiculação de notícias inverídicas que afirmam, de forma leviana, que ela estaria separada de fato de seu marido, o Sr. Amado Batista", diz o texto.

"Por meio de sua assessoria jurídica, a senhora Cálita nega categoricamente a existência de qualquer separação, esclarecendo que tal informação é falsa e não possui qualquer respaldo na realidade dos fatos. Trata-se, portanto, de uma narrativa inventada, disseminada com o único propósito de constranger o casal e gerar repercussão negativa."

Instagram fora do ar

A equipe jurídica também esclareceu o fato de a conta de Cálita Franciele estar fora do ar no Instagram, que não teria nenhuma relação com os boatos de separação. Por enquanto, a esposa de Amado Batista está usando uma conta reserva para se comunicar com os seguidores.

"Quanto à sua ausência nas redes sociais, em especial no Instagram, a assessoria esclarece que a conta da senhora Cálita foi temporariamente bloqueada pela própria plataforma, por motivo ainda desconhecido. Já estão sendo avaliadas e serão adotadas as medidas judiciais cabíveis para o imediato restabelecimento de seu acesso."

Em suas redes sociais, Amado Batista republicou vídeos do show em Aracaju e não deve se pronunciar sobre o mal-entendido em relação à vida pessoal, informou a assessoria de imprensa do cantor.

O julgamento de Sean "Diddy" Combs, que começou em 12 de maio, está em sua fase final.

O magnata da música responde a acusações que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que Diddy liderou uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Agora, segundo a Variety, a promotoria está dizendo que o rapper é "líder de organização criminosa". A procuradora-assistente Christy Slavik alegou que Diddy sempre foi um homem muito poderoso, mas que conseguiu mais poder e influência devido ao apoio de seu círculo íntimo e sua empresa que, segundo ela, tem como objetivo proteger o rapper.

"Ele [Diddy] é o líder de uma organização criminosa. Ele não aceita não como resposta, e agora vocês sabem sobre muitos crimes que o réu cometeu com membros de sua organização", alegou.

Ela então passou a listar os crimes pelos quais o rapper é acusado e focou no tráfico sexual, que foi chamado de "crime brutal."

Ainda de acordo com a Variety, a procuradora-assistente falou sobre dois episódios de agressão: quando Diddy agrediu Cassie Ventura em 2016 e quando ele agrediu Jane (pseudônimo da testemunha) em 2024. "São capítulos do mesmo livro", disse.

Christy lembrou que, no caso de Cassie, ele pagou o hotel onde a agressão aconteceu para que o vídeo do ataque fosse apagado e também mencionou que o músico sempre tinha drogas a seu dispor, para uso próprio e para as vítimas.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Léo Lins, humorista que foi condenado a oito anos e três meses de prisão por "discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários" em uma apresentação divulgada no Youtube, voltou aos palcos na última quinta-feira, 19.

Ele se apresentou no Teatro Gazeta, em São Paulo, e lotou o local com 720 pessoas.

Segundo O Globo, o humorista falou sobre alguns dos processos que fizeram com que ele fosse condenado e citou Preta Gil, que moveu uma ação contra ele em 2019, quando Léo Lins a comparou com uma "porca".

"A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer", disse ele, de acordo com o veículo.

A pedido de seus advogados, o humorista proibiu o uso de celulares, que foram lacrados no início da sessão.

Entenda o caso de Léo Lins

O vídeo que gerou a condenação de Léo Lins, produzido em 2022, mostra o show "Pertubador" no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações.

A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais