Família denuncia shopping Pátio Higienópolis por suposto racismo contra adolescentes negros

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Uma família registrou boletim de ocorrência contra o Shopping Pátio Higienópolis, na região central da cidade de São Paulo, por uma suposta discriminação racial cometida contra dois adolescentes negros na tarde de quarta-feira, 16. Os jovens são alunos do Colégio Equipe, localizado nas proximidades. Uma manifestação está sendo organizada para a próxima quarta-feira, 23.

Em nota, o centro comercial lamentou o caso e disse que está em contato com a família. "O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade", respondeu. Também destacou que tem uma "frequente grade de treinamentos e letramento", a qual será reforçada para reiterar o "compromisso inegociável com a construção de um espaço verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas".

A Polícia Civil de São Paulo informou que o caso será apurado pelo 77º Distrito Policial (Santa Cecília), "para as medidas cabíveis e esclarecimento dos fatos".

O Colégio Equipe divulgou um comunicado em que manifesta "profundo repúdio". "Além da abordagem injustificável, os jovens foram advertidos pelos funcionários do shopping com menções à proibição de 'pedir esmolas no recinto', numa clara demonstração de preconceito e discriminação racial", afirmou.

Na manifestação, a escola diz que a situação expõe a "urgência de mudanças concretas".

"Lamentamos que, em pleno 2025, ainda sejamos obrigados a proteger nossas crianças e adolescentes de violências que decorrem do racismo estrutural. Um espaço em que jovens negros são constantemente vigiados, questionados ou tratados como ameaça não pode ser considerado seguro para ninguém", acrescentou.

O colégio propõe à sociedade refletir, se mobilizar e agir para evitar que situações como essa se repitam. "Combater o racismo não se limita à responsabilização pontual dos envolvidos. É necessário compromisso institucional com o letramento racial, com a formação de equipes preparadas para lidar com a diversidade, e com a implementação de políticas antirracistas efetivas", completou.

Shopping tem histórico de denúncias de racismo

A Comissão Antirracista de Famílias e Responsáveis do Colégio Equipe também lembrou de outros casos de suposto racismo no shopping. Em 2021, o centro comercial chegou a firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de São Paulo para treinar suas equipes quanto à abordagem de menores de idade em situação de vulnerabilidade social e desacompanhados.

Em 2017, no mesmo shopping, gerou repercussão o caso denunciado pelo artista plástico Enio Squeff. Ele relatou que foi abordado por um segurança enquanto jantava com o filho, na época com 7 anos. "Viu uma criança negra e imediatamente assumiu que se tratava de um pedinte", contou o pai ao Estadão.

No ano seguinte, o auxiliar administrativo Anderson Nascimento relatou que seu filho, então com 14 anos, teria sido discriminado por um segurança. O homem teria mandado o garoto tirar as mãos dos bolsos.

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João Silva assumiu publicamente seu novo relacionamento com Alexia Novelino. O filho do Faustão apareceu com a namorada durante o Teleton 2025, além de ter publicado um vídeo junto de Alexia em suas redes sociais nessa segunda-feira, 10.

Ao som de Love Love, dos Gilsons, o filho de 21 anos do apresentador Fausto Silva homenageou a namorada, de 19 anos. O novo namoro de João Silva chega cerca de um mês após o término com a influenciadora Isabella Kherlakian, de 27 anos, com quem namorou durante quatro meses.

Quem é Alexia Novelino?

Alexia é filha do ex-deputado estadual do Pará e empresário Alessandro Novelino, que morreu em 2012 em um acidente aéreo, e da procuradora Christianne Penedo Danin.

Apesar de ser influenciadora no TikTok, em conta que possui cerca de 100 mil seguidores e mais de 3 milhões de curtidas, Alexia é discreta e não mostra detalhes de sua vida pessoal nas redes. Em poucos vídeos, ela aparece montando looks, fazendo maquiagens e indicando alguns produtos da área de beleza e cuidados com a pele.

No Instagram, a influenciadora possui duas contas privadas, uma com cerca de 700 seguidores e outra com cerca de 37 mil, que indica aceitar "apenas garotas", no nome de "Hot Mess Daily".

Na noite desta terça-feira, 11, dois participantes deixaram A Fazenda 17. No Super Paiol, Fabiano Moraes, Michelle Barros, Creo Kellab e Shia Phoenix disputaram a preferência do público para seguir no reality show.

Com apenas 5,18% da preferência do público, Michelle foi a menos votada. Já Shia, com quem a jornalista teve um relacionamento polêmico dentro do programa, recebeu 15,31%. Assim, os dois foram eliminados juntos.

No discurso de eliminação, Adriane Galisteu afirmou: "É impossível não errar, mas tem uma atitude que o Brasil considera imperdoável: a omissão. Às vezes, a cautela em excesso parece descaso". E completou: "Um jogo que só acontece dentro da cabeça é apenas uma ideia. Nesse caso, a falta de atitude pode parecer indiferença para o público".

A apresentadora anunciou primeiro a volta de Creo e, em seguida, de Fabiano à sede. Logo após a eliminação, os ex-peões seguiram para a Cabine de Descompressão, comandada por Lucas Selfie, onde puderam rever e comentar alguns momentos de suas trajetórias no jogo.

Formação do Super Paiol

No último domingo, 9, os espectadores deveriam votar em seu peão favorito dentre todos os participantes. Wallas não participou da votação por ser o Fazendeiro da semana.

Os quatro menos votados foram para a segunda fase do Super Paiol, em que uma nova votação foi aberta para decidir os dois eliminados. Mesmo com o Super Paiol, a Roça e a escolha do Fazendeiro da semana ainda ocorreram normalmente.

Enquete do Estadão apontou saída do casal

O público do Estadão já havia apontado por meio da enquete desta semana que o casal Shia e Michelle era o preferido para deixar o reality rural: 32% dos votantes acharam que o ator era quem deveria sair, outros 28% apontaram a jornalista. Fabiano foi o terceiro mais votado, com 22% na enquete. Já Creo ficou com a preferência de 18% dos leitores.

Djavan segue "djavaneando". Aos 76 anos, sendo 50 deles de carreira, ele ainda se coloca ao centro da música brasileira. Mal saiu da turnê de seu último álbum, D, de 2022, mas já anuncia uma turnê grandiosa e comemorativa no ano que vem e presenteia o público com um novo álbum, Improviso, nesta terça, 11.

Improviso tem o cantor, sempre atual, se aventurando em novos temas, como o "amor livre", mas pisando em degraus importantes de sua trajetória. O disco inclui músicas como O Vento, que fez para Gal Costa em 1987 com Ronaldo Bastos, e Pra Sempre, com melodia que compôs para Bad, álbum de 1987 de Michael Jackson, a convite de Quincy Jones, mas que, por inseguranças do cantor, nunca havia sido lançada.

Com brilho no olhar por poder falar de sua música e muita modéstia ao falar sobre amor - "não sou a pessoa que melhor ama", ele diz -, Djavan recebeu o Estadão em um hotel na capital paulista para detalhar seus próximos passos e refletir sobre os antigos.

Na terça, o cantor também anuncia a turnê Djavanear 50 anos. Só Sucessos, que passará por estádios e terá início no Allianz Parque, em São Paulo, em maio. "Vai ser um espetáculo especial. Eu acho que vamos agradar muita gente que gosta (das músicas do cantor) há muito tempo", detalha ele sobre a nova turnê. Veja todas as datas anunciadas ao final da matéria.

Ao Estadão, ele reflete sobre política, sua composição e os convites que recebeu e negou para fazer carreira fora do País. "Houve uma época em que achei ter nascido no País errado", conta. A entrevista foi editada e condensada para melhor compreensão.

O 'D' veio solar, em um período pós-pandemia. Agora, 'Improviso' é mais introspectivo. O que te motivou a fazer um álbum tão reflexivo agora?

A palavra introspectivo me pegou de surpresa, porque eu não achava que ele fosse assim, mas que bom que você acha isso, porque várias pessoas estão achando coisas distintas. É um disco em que obedeci a uma única coisa: a minha busca por alguma novidade, por algum frescor. Eu fico em euforia toda vez que eu tenho que entrar em estúdio para gravar um disco novo. O momento que eu mais amo da minha vida é o momento da criação. Isso me deixa muito feliz sempre e ele foi feito com esse espírito de me alegrar. Esse é o objetivo do disco quando eu o estou fazendo: me fazer feliz, me acariciar, me acarinhar.

O senhor já tem 50 anos de carreira, tem grande mérito da história do que chamamos de MPB, mas escolheu esse "improviso" como tema do álbum. Por quê? É uma vontade de reinvenção?

Você criar 12 canções novas não deixa de ser um improviso. Como você falou, eu vou fazer 50 anos de carreira, muito tempo de estrada, tem muita música que eu já compus até hoje. Só o fato de você conseguir fazer de novo já é um improviso maravilhoso na vida. Essa foi a razão principal desse nome. Além disso, o próprio improviso é um desafio que eu carrego desde que comecei. Quando eu ainda não escrevia, eu já usava o improviso na voz para ditar as melodias, para desconstruí-las.

E a música 'Improviso' vai matar muito a curiosidade de quem quer saber sobre o seu processo de composição. Como é um dia de compor na vida do Djavan?

A minha composição tem uma particularidade. Na cronologia da gravação, a voz é a última coisa que você grava. Primeiro você grava a base, que consiste em baixo, bateria, o piano, a guitarra... Depois, você grava sobre guitarras, violões, pianos, teclados, se houver. Depois vem os metais, percussão, cordas... Depois disso tudo pronto, é a hora da voz. É quando eu me sento para fazer a letra. Eu não faço a letra durante a composição, na hora de compor (a melodia). Eu já fiz, mas esse processo vem mudando ao longo do tempo.

Mas há algum momento do dia em que o senhor se sente mais inspirado a compor?

Eu esteja inspirado ou não, se eu precisar fazer, eu sempre faço. Porque eu acho que a inspiração é apenas 10%. O resto é transpiração.

O senhor também vai fazer uma turnê no próximo ano em comemoração aos 50 anos de carreira. Enquanto isso, nomes como Gilberto Gil e Jorge Aragão anunciaram que vão tirar um tempo para descansar. Se aposentar é algo que passa pela sua cabeça?

Não, porque eu considero se aposentar como morrer. Eu vivo de música, a minha alma é de música. Eu vivo bem porque eu sou músico, porque eu componho, porque eu escrevo, porque eu canto, porque eu toco, porque eu faço arranjos... Essa é a minha vida, é a vida que Deus me deu e eu abracei com unhas e dentes, porque me faz feliz.

O senhor também tem contribuído com cantores mais jovens e boa parte da nova geração é Djafã. Mas há uma discussão sobre novos ídolos, sobre quem "ocupará o lugar" que você, Gal, Gil, Caetano e Chico ocupam e ocuparam na MPB. O senhor acredita que haverá novos Djavans, Gals ou Caetanos?

Eu torço por isso. Se depender de mim, vão acontecer outros. E, olha, eu posso te garantir que vão acontecer outros, porque eu sinto que estamos plantando uma semente muito forte. O número de pessoas jovens interessadas por música, por minha causa, por causa do Gil, etc, é cada vez maior. E isso é uma alegria, porque eu quero exatamente isso: que pessoas absorvam o que fazemos e construam as suas próprias visões musicais. É o que eu mais desejo. Portanto, eu jamais seria pessimista com relação a isso.

Falando sobre a Gal, o senhor incluiu 'O Vento', música que fez para ela em 1976 com o compositor Ronaldo Bastos, no novo álbum. A trajetória de vocês dois sempre foi muito associada. O que mais te atraía na Gal?

A musicalidade da Gal. E a voz dela, deslumbrante, aquele cristal maravilhoso, único. Não sei se teremos outra Gal. Quer dizer, vai ter outra Gal, temos que ser otimistas... Ela é uma cantora espetacular, e éramos amigos. A Gal é uma pessoa dulcíssima, maravilhosa. Sempre tivemos uma relação muito boa e, agora, essa homenagem foi uma coisa muito natural. Eu queria lembrá-la e ela foi, seguramente, a intérprete que mais gravou música minha.

'Pra Sempre', incluída no álbum, foi uma música feita para Michael Jackson, mas lançada apenas agora. Conte como chegou esse convite para compor para o cantor na época.

Na época, o Quincy Jones e eu tínhamos uma relação mais estreita. Quando o Michael entrou no estúdio para gravar o (álbum) Bad, ele me disse para fazer uma música para o Michael, que ele iria fazer a letra. Eu fiz a música, mas não mandei imediatamente. Não fiquei seguro de que aquilo iria frutificar de verdade. Mas meus filhos ficaram insistindo para eu gravar depois. Eu fui nos Estados Unidos, conheci o Michael. Mas, quando a música chegou lá, o disco já estava sendo mixado. Chegou oito meses depois. Então, não rolou. E, aí, agora eu resolvi gravar. Fiz uma letra e gravei.

O senhor sempre teve uma relação com esses nomes internacionais... Chegou a receber um convite para fazer carreira nos EUA, mas negou dizendo que só canta em português. Só que os caminhos da música brasileira são tortuosos. Alguma vez já te bateu o arrependimento de não ter ido?

Esse período da minha vida foi muito difícil. Eu sabia que seria uma decisão "limite", que iria ser importantíssima para mim, e eu não podia errar. Houve uma época também, lá atrás, que eu achava que eu tinha nascido no País errado, digamos assim. Eu achei que, musicalmente, se eu tivesse nascido nos Estados Unidos, as coisas seriam mais fáceis para mim. Achamos muita coisa, e muitas vezes erramos. Quando chegou a oportunidade de ir para lá, gravar lá, fazer uma carreira lá, eu parei para pensar: 'Agora é sério, eu estou diante da possibilidade real. Então, eu tenho que ver o que eu vou resolver'. E decidi não ir.

Foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida. Eu não sei se eu estaria feliz como eu estou se eu tivesse ido. Eu poderia, certamente, ser um artista muito mais internacional do que eu sou hoje. Certamente, cantando em inglês, a coisa seria mais fluida.

O Tomás (Muñoz, presidente da gravadora que se tornaria a Sony Music) me dizia: 'Djavan, a sua música, a partir dos Estados Unidos, vai ganhar o mundo com muita facilidade, com muita velocidade'. Eu acho que ele tinha razão, mas ele não tinha esse sentimento que eu tinha e que eu passei a ter depois. Então, eu fiz a decisão certa.

Falando sobre política, o senhor participou das manifestações contra a PEC da Blindagem recentemente. Estamos entrando em um novo ano político incerto, com eleições para presidente. Como o senhor vê esse futuro da política no País?

Se o Brasil fosse um país pródigo em investimentos na educação, eu te diria que o futuro iria ser mais promissor, porque eu acho que, sem educação, é muito difícil. É na sala de aula que você ensina tudo. Inclusive, que o racismo é um crime, que a política é uma arte importantíssima para os povos, e que você tem que prestar atenção em quem você vai votar, porque disso depende o seu futuro. Não é o futuro do político que nos interessa, é o nosso futuro.

De modo geral, quase que sem exceção, o político, quando atinge o seu objetivo, ele se transforma. Ele é político para conseguir te seduzir, e é um outro político depois que ele consegue. Isso invariavelmente acontece. Agora, o que você tem que medir é o quanto isso vai ser maléfico para a comunidade, para a população. Então, é muito difícil. Eu só diria isso: Vai votar? Procure saber em quem você vai votar. Por que você vai votar? Porque, se não, não tem salvação.

'Improviso' tem o amor como tema central. Mas há quem diga que o amor é 'apolítico'. O senhor concorda com isso?

Depende de quem ama... Eu acho que o amor é um sentimento que não deve ser confundido com nenhum outro, porque não existe nenhum sentimento igual ao amor, com a mesma função, com a mesma força, com o mesmo poder de transformação. Não existe. A vida existe pelo amor. Se não, está errado, porque é ele que move tudo, é ele que faz tudo, é por ele que se faz tudo, é por ele que se vive.

Falar sobre amor é uma responsabilidade que eu não quero assumir, porque eu não sou a pessoa que melhor ama, ou que mais entende de amor. Eu sou um ser humano comum, que ama como qualquer indivíduo. O que eu faço, talvez, melhor do que outros é valorizar o amor, e dizer aos quatro ventos que, sem ele, nada faz sentido.

E por que falar sobre 'amor livre' no novo álbum?

Porque o amor não tem limites. E o "amor livre" é um tipo de amor, assim como todos os outros. O importante é o amor. Qual vai ser o trilho estabelecido para ele é de quem vai amar. O importante é que você ame e seja feliz, seja lá como for.

O senhor já teve de explicar o significado de algumas de suas músicas. Muita gente vai continuar tentando te decifrar depois do lançamento de 'Improviso'. Te incomoda ou te agrada as pessoas ainda te verem como o 'Djavan mistério'?

Eu acho ótimo isso. Eu nunca vou ser decifrado e isso é muito bom. Isso é campo que eles (o público) me dão para viajar, para andar... Haja perna para bater nesse campo todo. Eu gosto muito disso. É um paradoxo interessante eu ser considerado um enigma e fazer tanto sucesso. Isso é, no mínimo, agradabilíssimo. Eu não posso reclamar disso.

Veja as datas da turnê 'Djavanear' em 2026

09 de maio - São Paulo (Allianz Parque)

23 de maio - Salvador

30 de maio - Fortaleza

13 de junho - Curitiba

27 de junho - Brasília

18 de julho - Belo Horizonte

01 de agosto - Rio de Janeiro

29 de agosto - Florianópolis

24 de outubro - Belém

31 de outubro - Recife

05 de dezembro - Maceió