Enterro do papa Francisco: veja o que cardeal italiano disse durante a homilia

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O funeral do papa Francisco, neste sábado, 26, foi marcado por uma homilia que destacou a característica do pontífice de se colocar próximo das pessoas, sobretudo dos marginalizados.

A homilia é um momento da missa no qual o celebrante faz uma pregação e transmite uma mensagem, comentando também sobre o evangelho.

Durante esse momento, o cardeal Giovanni Battista Re, que celebrou a missa, destacou que Francisco foi um papa "junto do povo" e "atento aos sinais de seu tempo". O cardeal exaltou ainda pedidos de Francisco pela paz e "soluções possíveis".

Mais de 200 mil pessoas participam do funeral do papa Francisco - as imediações da Praça de São Pedro, no Vaticano, também ficaram lotadas de fiéis.

Leia abaixo a homilia:

"Nesta majestosa praça de São Pedro, onde o Papa Francisco celebrou tantas vezes a Eucaristia e presidiu a grandes encontros ao longo destes 12 anos, encontramo-nos reunidos em oração à volta dos seus restos mortais com o coração triste, mas sustentados pela certeza da fé, que nos garante que a existência humana não termina no túmulo, mas na casa do Pai, numa vida de felicidade que não terá ocaso.

Em nome do Colégio Cardinalício saúdo, agradeço a presença de todos vós. Com grande emoção, dirijo uma deferente saudação e um vivo agradecimento aos numerosos Chefes de Estado, aos Chefes de Governo e às Delegações oficiais que vieram de muitos países para manifestar afeto, veneração e estima pelo Papa que nos deixou.

A manifestação popular de afeto e adesão, a que todos assistimos, após a sua passagem desta terra para a eternidade, mostram-nos quanto o intenso pontificado do Papa Francisco tocou mentes e corações.

A sua última imagem, que permanecerá em nossos olhos e em nossos corações, é a do último domingo, Solenidade de Páscoa, quando Papa Francisco, apesar dos sérios problemas de saúde, quis conceder a bênção do balcão da Basílica de São Pedro e depois quis descer nesta praça para saudar, do papamóvel aberto, toda a grande multidão reunida aqui para a Missa de Páscoa.

Com a nossa oração, queremos agora entregar a alma do nosso amado Pontífice a Deus, para que Ele lhe conceda a felicidade eterna no horizonte luminoso e glorioso do seu imenso amor.

Somos iluminados e guiados pela página do Evangelho, na qual ressoou a voz do próprio Cristo quando interpelou o primeiro dos Apóstolos, Pedro: "Pedro, tu amas-me mais do que estes?" (cf. Jo 21, 15). E a resposta de Pedro foi pronta e sincera: "Senhor, Tu sabes tudo, Tu bem sabes que Te amo!". E Jesus confiou-lhe a grande missão: "Apascenta as minhas ovelhas" (cf. 17). Esta será constantemente a tarefa de Pedro e dos seus Sucessores, um serviço de amor na senda do Mestre e Senhor Nosso Jesus Cristo.

Apesar da sua fragilidade nesta reta final e do seu sofrimento, o Papa Francisco escolheu percorrer este caminho de entrega até ao último dia da sua vida terrena. Seguiu as pegadas do seu Senhor, o bom Pastor, que amou as suas ovelhas até dar a própria vida por elas. E fê-lo com força e serenidade, junto do seu rebanho, a Igreja de Deus.

Quando, a 13 de março de 2013, o Cardeal Bergoglio foi eleito pelo Conclave para suceder ao Papa Bento XVI, trazia consigo os anos de vida religiosa na Companhia de Jesus e, sobretudo, vinha enriquecido pela experiência de 21 anos de ministério pastoral na Arquidiocese de Buenos Aires, primeiro como Bispo auxiliar, depois como Coadjutor e de seguida como Arcebispo.

A decisão de adotar o nome Francisco manifestou-se logo como a escolha do programa e do estilo em que queria basear o seu Pontificado, procurando inspirar-se no espírito de São Francisco de Assis.

Papa Francisco conservou sempre o seu temperamento e a sua forma de orientação pastoral, imprimindo de imediato a marca da sua forte personalidade no governo da Igreja, estabelecendo um contacto direto com cada pessoa e com as populações, desejoso de ser próximo a todos, com uma atenção especial às pessoas em dificuldade, gastando-se sem medida, em particular pelos últimos da terra, os marginalizados. Foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos. Foi também um Papa atento àquilo que de novo estava a surgir na sociedade e àquilo que o Espírito Santo estava a suscitar na Igreja.

Com o vocabulário que lhe era caraterístico e com a sua linguagem rica de imagens e metáforas, procurou sempre iluminar os problemas do nosso tempo com a sabedoria do Evangelho, oferecendo uma resposta à luz da fé e encorajando-nos a viver como cristãos os desafios e as contradições destes anos cheios de mudanças, que ele gostava de descrever como uma "mudança de época".

Tinha uma grande espontaneidade e uma maneira informal de se dirigir a todos, mesmo às pessoas afastadas da Igreja.

Dotado de grande calor humano e profundamente sensível aos dramas de hoje, o Papa Francisco partilhou em pleno as angústias, os sofrimentos, as esperanças do nosso tempo e, com uma mensagem capaz de chegar ao coração das pessoas de forma direta e imediata, dedicou-se a confortar e a encorajar.

O seu carisma de acolhimento e de escuta, associado a um modo de se comportar que é próprio da sensibilidade dos nossos dias, tocou os corações, procurando despertar energias morais e espirituais.

O primado da evangelização foi o guia do seu Pontificado, difundindo, com um claro cunho missionário, a alegria do Evangelho, que também foi o título da sua primeira Exortação Apostólica Evangelii gaudium. Uma alegria que enche de confiança e esperança o coração daqueles que se entregam a Deus.

O fio condutor da sua missão foi também a convicção de que a Igreja é uma casa para todos; uma casa com as portas sempre abertas. Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um "hospital de campanha" depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé e condição, curando as suas feridas.

São inúmeros os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e deslocados. Constante foi também a sua insistência em agir a favor dos pobres.

É significativa a primeira viagem do Papa Francisco, é significativo que tenha sido a Lampedusa, ilha-símbolo do drama da emigração, com milhares de pessoas afogadas no mar. Na mesma linha se inscreve a viagem a Lesbos, com o Patriarca Ecuménico e o Arcebispo de Atenas, e a celebração de uma Missa junto da fronteira mexicana com os Estados Unidos, por ocasião da sua viagem ao México.

Das suas 47 cansativas Viagens Apostólicas, ficará para a história, de modo especial, a que fez ao Iraque em 2021, desafiando todos os riscos naquele momento. Essa difícil Visita Apostólica foi um bálsamo para as feridas do povo iraquiano, que tanto tinha sofrido com a ação desumana do Estado Islâmico. Foi uma Viagem importante também para o diálogo inter-religioso, outra dimensão relevante - essa - do seu trabalho pastoral. Com a Visita Apostólica a quatro nações da Ásia-Oceânia, em 2024, o Papa chegou "à periferia mais periférica do mundo".

O Papa Francisco sempre deu centralidade ao Evangelho da misericórdia, sublinhando repetidamente que Deus não se cansa de perdoar: Ele perdoa sempre, seja qual for a situação de quem pede perdão e regressa ao bom caminho.

E por isso ele quis o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, destacando que a misericórdia é "o coração do Evangelho".

Misericórdia e alegria do Evangelho são duas palavras-chave do Papa Francisco.

Em contraste com o que ele designou por "cultura do descarte", falou da cultura do encontro, della cultura da solidariedade. O tema da fraternidade atravessou todo o seu pontificado com tons vibrantes. Na sua Carta Encíclica Fratelli tutti, pretendeu reanimar a aspiração mundial à fraternidade, porque todos somos filhos do mesmo Pai que está nos céus. Com força, recordou-nos muitas vezes que todos pertencemos à mesma família humana e que ninguém se salva sozinho.

Em 2019, durante a Viagem aos Emirados Árabes Unidos, o Papa Francisco assinou um documento sobre "a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum", evocando a comum paternidade de Deus.

Dirigindo-se a homens e mulheres de todo o mundo, na sua Encíclica Laudato si', chamou a atenção para os deveres e a corresponsabilidade em relação à casa comum.

Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, convidando a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra - dizia ele - é apenas morte de pessoas e destruição de casas, destruição de hospitais e de escolas. A guerra deixa sempre - é uma expressão sua - o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos.

"Construir pontes e não muros" é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões.

Em união espiritual com toda a comunidade cristã, nós estamos aqui em grande número a rezar pelo Papa Francisco, para que Deus o acolha na imensidão do seu amor.

O Papa Francisco costumava concluir os seus discursos e encontros pessoais dizendo: "Não vos esqueçais de rezar por mim".

Agora, querido Papa Francisco, pedimos-Vos que rezeis por nós e pedimos que, do céu, abençoeis a Igreja, abençoeis Roma, abençoeis o mundo inteiro, como fizestes no domingo passado, do balcão central desta Basílica, num último abraço a todo o povo de Deus, mas também, idealmente, à inteira humanidade, com a humanidade que procura a verdade de coração sincero e segura bem alto a chama da esperança."

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Um grupo de 12 músicos e bandas passou a integrar o Hall da Fama do Rock. A lista de 2025 foi anunciada no sábado, 8, em cerimônia no Peacock Theater, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O evento trouxe tributos, discursos e performances de artistas como Soundgarden, Outkast, Cindy Louper e Avril Lavigne, além de inúmeros convidados.

Para que pudessem entrar no hall da fama do rock, os músicos tinham de ter lançado seu primeiro hit há, pelo menos, 25 anos.

Veja a seguir quais artistas entraram para a lista de 2025, seus maiores sucessos e quem apresentou cada um deles durante a cerimônia.

Artistas do Hall da Fama do Rock 2025

Outkast

- Duo de rap americano que começou na década de 1990.

- Hits: "Hey Ya", "Ms. Jackson" e "Roses".

- Apresentados no evento por: Donald Glover. A performance teve como convidados Big Boi, Janelle Monáe, JID, Doja Cat, Killer Mike e Sleepy Brown.

Bad Company

- Banda de rock inglesa formada na década de 1970.

- Hits: "Feel Like Makin' Love", "Can't Get Enough" e "Bad Company".

- Apresentados no evento por: Mick Fleetwood. O baterista do Bad Company, Simon Kirke, foi acompanhado por Nancy Wilson, do Heart, e Joe Perry, do Aerosmith, nas guitarras, e pelo vocalista do Black Crowes, Chris Robinson, nos vocais.

Cyndi Lauper

- Cantora e compositora americana cuja carreira solo começou no início dos anos 1980.

- Hits: "Girls Just Wanna Have Fun", "Time After Time" e "True Colors".

- Apresentada no evento por: Chappell Roan. Lauper apresentou uma coletânea de seus sucessos, incluindo duetos com Avril Lavigne, Raye e Salt-N-Pepa.

Soundgarden

- Banda de rock americana formada em 1984.

- Hits: "Black Hole Sun", "Fell on Black Days" e "Outshined".

- Apresentados no evento por: Jim Carrey. Os membros do Soundgarden se apresentaram com Taylor Momsen e Brandi Carlile, que assumiram o papel do falecido vocalista Chris Cornell. A filha de Cornell, Toni, também fez uma performance com Nancy Wilson.

Salt-N-Pepa

- Grupo de rap americano formado na década de 1980.

- Hits: "Push It", "Let's Talk About Sex" e "Shoop".

- Apresentados no evento por: Missy Elliott. O grupo apresentou um apanhado de seus sucessos com uma aparição especial de En Vogue.

Chubby Checker

- Cantor americano que estreou na década de 1950.

- Hits: "The Twist", "Limbo Rock" e "Let's Twist Again".

- Participação no evento: tributo aconteceu em vídeo. Checker entrou remotamente para participar da cerimônia.

Joe Cocker

- Cantor inglês começou a lançar discos na década de 1960 e faleceu em 2014.

- Hits: "You Are So Beautiful", "Up Where We Belong" e "With a Little Help From My Friends."

- Apresentados no evento por: Bryan Adams. Tributo feito por Teddy Swims, Tedeschi Trucks Band, ao lado de Adams, Lauper, Chris Robinson e Nathaniel Rateliff, que subiram ao palco para uma interpretação de "With A Little Help from My Friends."

The White Stripes

- Banda de rock americana formada na década de 1990.

- Hits: "Seven Nation Army", "We're Going to Be Friends" e "Doorbell".

- Apresentados no evento por: Iggy Pop. Homenageados com performance de Olivia Rodrigo, Feist e Twenty One Pilots.

Warren Zevon

- Cantor e compositor americano que estreou com disco solo no início dos anos 1970 e faleceu em 2003.

- Hits: "Lawyers, Guns and Money", "Werewolves of London" e "Keep Me in Your Heart".

- Introduzido por: David Letterman. Homenageado com performance do The Killers.

Participações em vídeo

Carole Kaye

- Baixista americana que participou da gravação de dezenas de sucessos a partir da década de 1950.

- Hits: "Good Vibrations", do The Beach Boys, "These Boots are Made for Walkin'", de Nancy Sinatra, "The Way We Were", de Barbra Streisand.

Thom Bell

- Produtor musical e compositor americano que iniciou carreira nos anos 1960 e faleceu em 2022.

- Hits: "La-La (Means I Love You)", dos Delfonics, "The Rubberband Man", dos Spinners, "You Make Me Feel Brand New", dos Stylistics.

Nicky Hopkins

- Tecladista que gravou em dezenas de sucessos a partir da década de 1960 e faleceu em 1994.

- Hits: "Revolution", dos Beatles, "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, "You Are So Beautiful", de Cocker.

Lenny Waronker

- Produtor e executivo da indústria da música dos Estados Unidos, com carreira iniciada nos anos 1970.

- Hits de artistas que ele produziu ou contratou: "Chuck E's in Love", de Rickie Lee Jones, "Purple Rain", de Prince, "Losing My Religion", do R.E.M.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

Carlinhos de Jesus, que passou os últimos cinco meses tratando uma bursite trocantérica bilateral, doença autoimune, e uma tendinite nos glúteos, ficou de pé, dançou brevemente e se emocionou ao receber uma homenagem de Luciano Huck na Dança dos Famosos deste domingo, 9.

"Hoje é um dia muito especial. Saúde é tudo. A coisa mais dura que a gente enfrentou nesta temporada da Dança dos Famosos foi a gente ter um dos maiores dançarinos deste País numa cadeira de rodas. O Carlinhos falou: 'Eu vou voltar a andar'. E não foi um esforço pequeno", afirmou Huck.

Em seguida, saudou o jurado da atração: "Quando ele não estava aqui, estava na fisioterapia. O que vai acontecer neste palco agora, a gente rezou muito para conhecer. Parabéns, valeu a luta. Agora é só melhorar".

Carlinhos de Jesus chegou a chorar e deu um recado de superação ao público: "Qualquer um pode [superar problemas de saúde]. Desde que tenha foco, se dedique e procure, dentro da sua rotina diária, estabelecer um horário, maneiras e forma de seguir um tratamento.

"Fisioterapia é tudo na vida da gente. A medicina foi importante, com os medicamentos. A fé, agradeço as mensagens em solidariedade à minha situação. Mas a fisioterapia foi fundamental", concluiu.

Na matéria divulgada anteriormente, a frase "Clique aqui para conferir a classificação do campeonato de Fórmula 1" foi incluída por engano no último parágrafo. Segue abaixo o texto correto.

Mike Shinoda e Emily Armstrong, vocalistas do Linkin Park, se encontraram com o cantor Billy Idol nos bastidores do GP de Interlagos da Fórmula 1 neste domingo, 9.

A foto foi divulgada numa postagem feita por Idol em seu Instagram. "Visitei os pits da Mercedes e da Ferrari, mas não pude filmar ou tirar mais fotos porque não querem que os rivais vejam o que estão fazendo. Tive um dia fantástico e nos fizeram sentir realmente bem-vindos!", escreveu.

Joe Hahn, o DJ do grupo norte-americano, também esteve em Interlagos e fez um registro de uma apresentação em ritmo de carnaval no asfalto.

Os artistas fizeram shows na noite do último sábado, 8. Enquanto o Linkin Park se apresentou no Allianz Parque, Billy Idol cantou no Vibra São Paulo. A banda ainda tem mais um compromisso no Brasil, em Brasília, na terça, 11, para depois seguir com a turnê rumo ao México. O cantor, por sua vez, ainda se apresenta em Curitiba na próxima quarta, 12, antes de seguir para a Argentina.

O GP de Interlagos de 2025 teve o britânico Lando Norris (McLaren) como vencedor. Ele dedicou a conquista ao brasileiro Gil de Ferran. Houve recorde de público, com 303,6 mil pessoas presentes englobando os três dias de evento.