Planos de saúde: proposta da ANS prevê reajuste extra e menos tempo para comunicar consumidor

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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) discute um conjunto de medidas regulatórias que pode, entre outros pontos, permitir reajustes extras em planos individuais, superando o teto fixado pela própria agência.

Uma nova proposta foi apresentada no fim de abril, após as primeiras sugestões de mudança na norma, divulgadas no ano passado, serem submetidas a uma consulta pública.

Para especialistas em defesa do consumidor, as alterações feitas na proposta inicial beneficiam o setor privado em detrimento dos usuários.

"Essas mudanças pontuais sugeridas pela agência se alinham muito mais a interesses do mercado e a pleitos que as operadoras vêm apresentando ao longo dos anos do que às regras do Código de Defesa do Consumidor", critica Marina Paullelli, advogada do programa de Saúde do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).

Representante das maiores operadoras de planos de saúde do País, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) classificou as mudanças como uma "minirreforma regulatória" e defendeu maior debate (leia mais abaixo).

A ANS submeteu a proposta à área jurídica e, posteriormente, voltará a analisar o texto na diretoria colegiada. Ao Estadão, a agência afirmou que a proposta está acompanhando o fluxo dos processos e que não há um prazo determinado para cumprimento das etapas.

Nesta quarta-feira, 7, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado realizará uma audiência pública para debater recentes decisões da agência e discutir eventuais impactos sobre os usuários de planos de saúde.

Planos individuais

A possibilidade de aplicação de reajustes extras em planos individuais é um dos principais alvos da mudança regulatória em debate. Atualmente, o aumento de mensalidade é limitado a um índice fixado pela ANS. Há uma demanda antiga das empresas para que haja a possibilidade de reajustar preços acima desse teto.

A proposta mais recente, apresentada em reunião no fim de abril, flexibiliza critérios e contrapartidas para a revisão técnica, como é chamada a aplicação de reajuste nos planos dessa modalidade. Caso ela seja aprovada, as medidas passariam a valer em 2026.

Marina argumenta que o reajuste por revisão técnica é contrário ao que diz o Código de Defesa do Consumidor. "Não deveria ser autorizado em nenhuma hipótese porque permite uma alteração unilateral do contrato", diz. Além disso, a mudança pode colocar o consumidor numa posição de desvantagem e em uma situação financeira preocupante.

Um dos pontos mais criticados é a redução dos prazos para que as empresas avisem os consumidores que aplicarão o reajuste. No projeto inicial, a previsão era de que isso fosse feito em 90 dias. Agora, a ANS baixou o período para 60 dias.

Os critérios para que empresas estejam aptas a aplicar o reajuste também foram modificados. Antes, elas deveriam apresentar as seguintes características:

Desequilíbrio econômico-financeiro da carteira total há três anos;

Desequilíbrio na carteira individual no mesmo período;

Venda ativa de planos individuais.

Na versão atualizada, a agência retirou a primeira exigência, deixando apenas as duas últimas.

A proposta mais recente incluiu ainda medidas que não tinham sido abordadas pela agência, como a periodicidade do reajuste e o porcentual máximo:

Reajuste limitado a 20% ao ano, considerando o impacto do porcentual já fixado pela ANS e do aumento extra;

Valores maiores do que 20% devem ser diluídos ao longo de três ou cinco anos;

A revisão técnica só pode ser aplicada de cinco em cinco anos;

Clientes com plano há menos de cinco anos da data da concessão da revisão não serão submetidos ao reajuste.

Segundo Marina, a diluição do valor de reajuste não diminui o problema. "Medida semelhante de diluição dos valores já aconteceu durante a pandemia e uma pesquisa do Idec mostrou como isso foi prejudicial ao consumidor", aponta. O estudo do instituto mostrou que, nos planos individuais, a diluição do reajuste causou um aumento médio anual de até 34,99%.

Planos coletivos

Inicialmente, a ANS trabalhava com a possibilidade de ampliar o escopo dos planos de saúde coletivos de até 29 vidas para 1.000 vidas. O aumento desse número poderia gerar uma diluição do risco ao contratar um plano, fazendo com que os reajustes fossem mais equilibrados.

Mas, após a consulta pública, a agência baixou para 400 vidas o limite de cobertura e justificou que a ideia é chegar de forma progressiva ao patamar de 1.000 vidas.

"Não fica muito clara a razão dessa mudança ou como se pretende atingir progressivamente o patamar de mil vidas", observa Marina.

O que diz o setor

Cerca de 52 milhões de brasileiros utilizam planos de saúde. A regulamentação do setor é uma queda de braço entre empresas e órgãos de defesa do consumidor.

Atualmente, um projeto de lei que altera significativamente a regulação da saúde suplementar está parado no Congresso. Há quase 20 anos, propostas legislativas tentam alterar regras do mercado sem sucesso. Nesse contexto, as mudanças promovidas pela ANS ganham contornos ainda mais relevantes.

Em comunicado enviado à reportagem, a FenaSaúde afirmou que a agência promove uma "minirreforma regulatória" com as mudanças propostas. A entidade cita a amplitude, abrangência e profundidade das alterações sugeridas e afirma que é necessário "um debate mais detido" sobre o tema, considerando seus impactos sobre as operadoras e os beneficiários.

"Em especial, consideramos que ainda é necessário para as propostas apresentadas até aqui melhor embasamento atuarial, jurídico e econômico, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade do setor e a garantia da assistência à saúde", diz a FenaSaúde.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) também reiterou a necessidade de haver "as devidas e adequadas análises técnicas de cada uma das propostas comentadas pela ANS, considerando seus impactos de forma individualizada e com foco na sustentabilidade do setor".

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Amanda Wanessa é uma cantora gospel que está em estado vegetativo desde um acidente de carro em 2021. Recentemente, o caso voltou aos holofotes após a denúncia de que seu pai, Odilon, foi agredido pelo marido da cantora, Dobson Santos.

A agressão ocorreu durante uma discussão, registrada pela irmã de Amanda em um vídeo, dentro de um hospital em Recife. O caso foi registrado na Delegacia do Idoso pela família da vítima.

No vídeo, a família de Amanda discute após não serem permitidos de entrarem no hospital em que ela estaria internada, segundo a representante da família, a advogada Leilane Cândido. A cantora estaria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em uma internação recente.

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Procurado pelo Estadão, Dobson não se manifestou. O espaço continua em aberto.

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Entenda o acidente de Amanda Wanessa

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A filha de Amanda, que estava no carro durante a colisão, operou a perna e o braço. Seu marido e uma amiga também estavam presentes no acidente.

Atualmente ela se encontra em estado vegetativo, quando o paciente fica acordado (possui ciclos de sono e vigília) mas não demonstra sinais de consciência.

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A reprise marca um momento simbólico para a emissora, que completa 60 anos em 2025, e será a primeira novela das 21 horas a ser reexibida na faixa vespertina.

Ambientada em São Paulo, Terra Nostra narra a história do jovem casal de imigrantes italianos Matteo (Thiago Lacerda) e Giuliana (Ana Paula Arósio), que se conhecem a bordo do navio Andrea I, durante a travessia do Atlântico entre Gênova e o Brasil, em 1894.

Os dois se apaixonam ainda na viagem, mas se perdem no desembarque e enfrentam destinos diferentes.

A trama se desenvolve a partir desse desencontro. Giuliana é acolhida em São Paulo pelo imigrante Francesco Maglianno (Raul Cortez), amigo de seu falecido pai. Já Matteo vai trabalhar como colono na fazenda de café do coronel Gumercindo Aranha (Antonio Fagundes), onde acaba envolvido em conflitos por direitos trabalhistas.

A novela acompanha os desdobramentos da vida dos protagonistas ao longo das décadas, explorando temas como identidade cultural, adaptação, relações familiares e transformações sociais no Brasil pós-abolição da escravatura.

A produção teve direção geral de Luiz Fernando Carvalho e foi uma das novelas mais elogiadas de sua época, especialmente por sua ambientação, trilha sonora e reconstituição histórica.

Elenco principal

Confira nomes e personagens do elenco principal de "Terra Nostra".

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Gumercindo (Antonio Fagundes) - Fazendeiro em crise após a abolição da escravidão. Contrata imigrantes italianos para substituir a mão de obra e aprende a conviver com a nova realidade.

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Marco Antônio (Marcello Antony) - Filho de Francesco, transforma-se após se apaixonar por Giuliana. Casa-se com ela mesmo sabendo que ela espera um filho de Matteo.

Marcello Antony revela que criou inimizades que o afastaram de novelas da Globo; saiba com quem Rosana (Carolina Kasting) - Filha de Gumercindo, decide se casar com Matteo e arma uma situação para obrigá-lo ao matrimônio. Vive um casamento infeliz.

Janete (Ângela Vieira) - Esposa de Francesco, despreza os imigrantes e se opõe ao relacionamento do filho com Giuliana.

Angélica (Paloma Duarte) - Irmã mais nova de Rosana. Tímida, sonha em ser freira, mas casa-se com o advogado Augusto.

Augusto (Gabriel Braga Nunes) - Jovem advogado dividido entre dois amores: Angélica e a italiana Paola (Maria Fernanda Cândido).

Hortênsia (Cláudia Raia) - Mãe adotiva de Juanito, o filho desaparecido de Giuliana e Matteo, entregue a um orfanato após o nascimento.

O TikTok, em parceria com as editoras Globo Livros, HarperCollins Brasil e Record, lançará o concurso Livros do Futuro para descobrir novos autores independentes. As inscrições abrem na próxima segunda-feira, dia 11, com obras inéditas nos gêneros jovem romance adulto, suspense e fantasia. Os três vencedores serão anunciados em 12 de janeiro de 2026.

O concurso celebra a comunidade BookTok, que fomenta a leitura e a escrita nacional através da criação de um espaço nas redes sociais para a descoberta de novos livros.

A primeira fase, cujas inscrições vão até 30 de agosto, exige uma sinopse em PDF da obra entre mil e 1.500 palavras, enviadas por meio do site oficial do concurso. Serão selecionados 50 semifinalistas por gênero.

Após essa etapa, ocorrerá uma votação aberta de vídeos do TikTok sobre os livros e uma avaliação dos manuscritos completos por um júri qualificado. A publicação dos livros ocorrerá em fevereiro de 2026.

Também haverá um prêmio de R$ 10 mil em adiantamento de royalties (sob responsabilidade das editoras) e R$ 300 mil disponíveis para divulgação das obras.

Carol Baracat, diretora de Marketing do TikTok nas Américas, fala da importância do uso da plataforma como fomento à leitura: "O TikTok tem uma capacidade enorme enquanto local de descoberta, não apenas de livros, como também de autores. Com o Livros do Futuro, eliminamos a fronteira entre plataforma e mercado editorial, levando a comunidade BookTok para dentro do setor. Assim, reconhecemos esse comportamento de revelar e impulsionar novos talentos, permitindo que esses autores encontrem seu público, cresçam e tenham a oportunidade de serem publicados."

Concurso Livros do Futuro

- Inscrições para a primeira fase: entre 11 e 30 de agosto, por meio do site oficial. Envio de uma sinopse de 1.000 a 1.500 palavras. Serão selecionados 50 semifinalistas por gênero;

- Inscrições para a segunda fase: entre 29 e 30 de setembro. Os participantes devem gravar e postar um vídeo em seus perfis do TikTok explicando a ideia do livro. Ocorrerá uma votação pública, com 20 selecionados por gênero;

- Inscrições para a última fase: os 20 autores deverão enviar um manuscrito completo entre 30 mil e 100 mil palavras, que será avaliado por um júri de representantes das editoras, criadores de conteúdo do BookTok e autores convidados.

- Anúncio dos vencedores: 12 de janeiro de 2026 (um autor por gênero, nos gêneros jovem romance adulto, suspense e fantasia);

- Lançamento dos livros: fevereiro de 2026;

- Prêmios: R$ 10 mil em dinheiro, créditos para a divulgação e destaque especial no TikTok durante o lançamento das obras.