O que significa ser agostiniano, ordem da qual papa Leão XIV faz parte

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O cardeal Robert Prevost, de 69 anos, é o primeiro papa agostiniano da Igreja Católica. O lema episcopal do novo pontífice é "In Illo uno unum", palavras que Santo Agostinho pronunciou em sermão para explicar que, "embora nós cristãos sejamos muitos, no único Cristo somos um".

Leão XIV, nome escolhido por Prevost logo após ser anunciado como papa, no começo da tarde desta quinta-feira, 8, nasceu nos Estados Unidos e atuou por duas décadas no Peru, para onde foi enviado no fim dos anos 1980 para um projeto de formação para aspirantes agostinianos. Ele também tem a nacionalidade do país andino.

Nascido em 14 de setembro de 1955 em Chicago, Illinois (EUA), Prevost estudou primeiro no Seminário Menor dos Padres Agostinianos. Em 1977, formou-se em Matemática pela Villanova University, na Pensilvânia.

Em setembro do mesmo ano, ingressou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (OSA) em St. Louis, na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Chicago. Em 1981, emitiu seus votos solenes.

O que é a Ordem Agostiniana?

A Ordem de Santo Agostinho, também conhecida como Ordem Agostiniana ou Frades Agostinianos, é uma ordem religiosa católica de frades mendicantes (mesmo rol que inclui dominicanos e franciscanos) que seguem a linha de pensamento de Santo Agostinho (354-430).

Quem foi Santo Agostinho?

Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho, foi um dos mais proeminentes teólogos e filósofos no começo do cristianismo. Bispo de Hipona, antiga cidade na província romana da África, focava em promover o espírito de comunidade vivido pelos primeiros povoados cristãos.

Os ensinamentos propagados por ele seriam seguidos por fiéis de todo o mundo. A ordem não foi fundada diretamente por Santo Agostinho, mas pela Santa Sé, como uma fraternidade apostólica.

Quando a ordem foi fundada?

A ordem foi fundada em 1244, quando o Papa Inocêncio IV convocou comunidades espalhadas pela Europa para se reuniram. A ordem nasceu com a bula "Incumbit nobis" (Uma só alma e um só coração para Deus).

Até o surgimento da ordem, essas pequenas comunidades viveram, durante séculos, seguindo a regra e o espírito agostinianos, como eremitas.

Isso porque, após a morte de Santo Agostinho, o norte da África foi invadido após a queda do Império Romano. Os membros das comunidades iniciadas por Santo Agostinho fugiram da perseguição, especialmente para a Europa.

Em 1256, o Papa Alexandre IV deu novo impulso à Ordem através da bula "Licet Ecclesiae catholicae". O ideal agostiniano se difundiu e a Ordem cresceu, alcançando as Américas, a Ásia e mais uma vez se implementando na África. Hoje, a ordem está presente em mais de 45 países.

Trajetória do papa

Prevost graduou-se em Teologia na Catholic Theological Union, em Chicago. Aos 27 anos, foi enviado a Roma para estudar Direito Canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino (Angelicum). Foi ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982, no Colégio Agostiniano de Santa Mônica.

Prevost obteve a licenciatura em 1984 e, no ano seguinte, enquanto preparava sua tese de doutorado, foi enviado para a missão agostiniana em Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986).

Em 1987, defendeu sua tese de doutorado sobre "O papel do prior local da Ordem de Santo Agostinho" e foi nomeado Diretor de Vocações e Diretor de Missões da Província Agostiniana "Mãe do Bom Conselho", em Illinois.

No ano seguinte, ingressou na missão de Trujillo, também no Peru, como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.

Após desempenhar diferentes funções no Peru, foi administrador paroquial de Nossa Senhora de Monserrat de 1992 a 1999.

Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Agostiniana "Mãe do Bom Conselho" de Chicago. Dois anos e meio depois, foi escolhido como prior geral, confirmando-o em 2007 para um segundo mandato.

Em outubro de 2013, retornou à sua província agostiniana, em Chicago, e foi diretor de formação no convento de Santo Agostinho, primeiro conselheiro e vigário provincial.

Ocupou esses cargos até o Papa Francisco nomeá-lo, em 2014, administrador apostólico da diocese peruana de Chiclayo, elevando-o à dignidade episcopal como bispo titular de Sufar.

Prevost foi nomeado bispo de Chiclayo pelo pontífice argentino em 2015. Em 2018, foi eleito segundo vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana, na qual também foi membro do Conselho Econômico e presidente da Comissão de Cultura e Educação.

O novo papa foi incluído entre os membros da Congregação para o Clero em 2019 e, no ano seguinte, entre os membros da Congregação para os Bispos. Recebeu também a nomeação pontifícia também como administrador apostólico da diocese peruana de Callao.

Em 2023, Francisco o chamou a Roma como Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, promovendo-o a arcebispo. No Consistório do mesmo ano, tornou-o cardeal.

Prevost tomou posse em 28 de janeiro de 2024 e, como chefe do dicastério, participou das últimas viagens apostólicas do Papa Francisco e da primeira e segunda sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, realizadas em Roma entre 2023 e 2024.

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A atriz Sally Kirkland morreu nesta terça-feira, 11, aos 84 anos, em Palm Springs, na Califórnia, Estados Unidos. A notícia foi confirmada pelo representante da artista, Michael Greene, ao site TMZ. Ela ficou conhecida por ganhar o Globo de Ouro por sua interpretação de Anna, no filme homônimo de 1987.

No fim de semana, a atriz foi internada em um centro de cuidados paliativos em Palm Springs. De acordo com uma vaquinha realizada em nome de Sally, ela teria fraturado recentemente quatro ossos no pescoço, além do pulso direito e do quadril esquerdo, durante uma queda.

A atriz foi diagnosticada com demência há cerca de um ano, de acordo com o representante.

Filha da editora de moda da Vogue Sarah Phinney e de Frederic Kirkland, Sally ganhou reconhecimento no filme As 13 Mulheres Mais Bonitas (1964), do artista visual e diretor Andy Warhol.

Entre 1970 e 1980, estrelou papéis secundários em obras como A Mancha do Passado, Nasce uma Estrela e Loucura da Mamãe.

Em 1987, foi aclamada por sua atuação em Anna, que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático e o Independent Spirit Award de Melhor Atriz Principal. Pelo mesmo papel, recebeu também uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Alguns anos depois, em 1991, participou do filme para televisão The Haunted, que rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para Televisão.

Sally deixa o afilhado Coty Galloway e três primas, Brookie, Katherine e Tina Kirkland.

O 2025 de Sydney Sweeney foi marcado por polêmicas. Além do criticado comercial considerado eugenista para a American Eagle e a descoberta de sua filiação ao partido do presidente estadunidense Donald Trump, a atriz também recebeu críticas pelo lançamento de um sabonete feito com a água de seu banho. Com uma sequência de exposições negativas na mídia, ela acumula também amargas decepções recentes de bilheteria no ano.

Sweeney lançou três filmes no segundo semestre de 2025: Eden, Americana e, mais recentemente, Christy. As três produções, no entanto, tiveram um retorno financeiro baixíssimo, especialmente considerando seus orçamentos.

Primeiro lançamento desta leva, Eden talvez seja o mais decepcionante. Dirigido por Ron Howard e estrelado ainda por Jude Law, Vanessa Kirby, Ana de Armas e Daniel Brühl, o longa arrecadou apenas US$2,7 milhões ao redor do mundo, mesmo com um orçamento de US$35 milhões.

Exibida originalmente em setembro de 2024 no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), a produção estreou nos cinemas em agosto deste ano após uma apagada campanha publicitária. Recentemente, chegou de forma silenciosa ao streaming.

O caso de Americana, também de agosto, é um pouco diferente. O filme independente, de baixíssimo orçamento, teve seus direitos de distribuição adquiridos pela Lionsgate, que se planejou para levar o longa para o streaming logo após a temporada nas telonas. Apesar da estreia pífia de US$500 mil, o longa ainda rendeu um lucro considerável para o estúdio com venda e aluguel online.

Lançado neste final de semana nos Estados Unidos, Christy, cinebiografia da boxeadora Christy Martin, foi muito comentado nas redes por causa da transformação física de Sweeney, que malhou pesado para ficar com o tipo físico da atleta. Apesar do esforço da atriz, o longa arrecadou apenas US$1,3 milhões em seu primeiro final de semana em cartaz, se tornando uma das 10 piores estreias de um filme de grande circuito (mais de 2 mil cinemas entre EUA e Canadá). A produção custou cerca de US$40 milhões.

Em uma longa postagem no Instagram, Sweeney se disse orgulhosa do longa, afirmando que se Christy puder ajudar mulheres que sofrem com violência doméstica a "dar o primeiro passo" para se livrar de uma vida abusiva, ela estará orgulhosa. "Por quê? Porque nem sempre fazemos arte só pelos números, fazemos por seu impacto. E Christy foi o projeto mais impactante da minha vida."

Apesar do orgulho sentido por Sweeney, a reação nas redes sociais com as seguidas decepções na bilheteria foi de fortes críticas à atriz. Além da repercussão negativa de sua resposta à polêmica da campanha American Eagle ("quando eu quiser me manifestar em público sobre algum problema, as pessoas vão ouvir"), alguns usuários de redes como X, Instagram e Bluesky a acusaram de "apelar" para um público que não consome arte.

A reação do público também pode estar deteriorando a imagem da atriz nos bastidores. De acordo com o tablóide britânico Daily Mail, Zendaya estaria se recusando a trabalhar com Sweeney por sua associação a Trump e o teor racista da campanha da American Eagle. As duas estão trabalhando na quarta temporada de Euphoria, da HBO.

Sweeney tem ainda uma chance de redenção em 2025. A atriz estrelará A Empregada ao lado de Amanda Seyfried, cuja imagem diante do público segue praticamente imaculada. O longa adapta o best-seller de Freida McFadden e será lançado em 25 de dezembro nos EUA.

Eden está disponível para streaming no Prime Video. Americana e Christy ainda não têm data para chegar nas plataformas.

Intérprete de Alexandre Nardoni na série Tremembé, o ator Lucas Oradovschi chamou a atenção pela semelhança com o condenado pela morte de Isabela Nardoni.

Em entrevista ao site Omelete, Lucas falou sobre a caracterização para incorporar o personagem. "Começou um trabalho profundo de estudo, de pesquisa e de composição. De composição não só de uma máscara, com a caracterização que ajuda com o cabelo, com a barba, mas com pequenos pontos de tensão do rosto, na boca", comentou.

Ele disse ainda sobre uma característica que o assemelha ao condenado. "Eu tenho uma característica no olho, que quando eu abaixo o olho aparece o branco. E eu saquei que o Alexandre também tem isso. Então eu usei muito isso, todas as cenas eu faço nesse ângulo. Enfim, tem uma série de técnicas que eu fui descobrindo ao longo do processo", contou ao site.

Nas redes sociais do Prime Video, os atores também compartilharam detalhes sobre o processo de caracterização. Kelner Macêdo, que vive Cristian Cravinhos, lembrou que frequentemente encontrava Lucas se preparando e colocando uma peruca.

"A nossa caracterização não tem grandes intervenções, são alguns pequenos ajustes. Eu raspei aqui (apontando para a testa) um desenho que eu tenho para ficar mais parecido. A costeleta. Faz um desenho aqui com um 'truquinho' de peruca picotada", explicou Lucas.