Usuários da Cracolândia se espalham em pequenos grupos pelo centro de SP

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Com a saída dos usuários de drogas da rua dos Protestantes, no centro de São Paulo, onde se localizava o fluxo da Cracolândia até o final de semana, pequenas concentrações de dependentes químicos se formaram em vários pontos da região central.

A principal delas é na Praça Marechal Deodoro, nas proximidades da estação do Metrô, mas também existem concentrações na rua General Osório e nas proximidades do Terminal Princesa Isabel.

Na Praça Marechal Deodoro, os usuários se misturam às pessoas em situação de rua que tradicionalmente ocupam os arredores do Minhocão.

Na manhã desta quarta-feira, 14, havia pelo menos 50 usuários. A presença já modifica o cenário da praça, com caixas de som em volume alto, gritos e risadas. Também há consumo de cigarros tradicionais e bebidas alcoólicas.

A migração de parte dos usuários foi percebida por pessoas que trabalham na região. Funcionários da ONG Oficina Pão do Povo da Rua distribuíram quase 200 pães nesta quarta; nos dias habituais, a média é de 160, segundo eles.

Comerciantes também notaram maior concentração dos últimos dias. "A praça está ficando mais cheia sim. A gente percebe isso", diz o frentista de um posto de gasolina que prefere não se identificar.

As forças de segurança se deslocaram para a área. O Estadão flagrou pelo menos três viaturas da GCM e da Polícia Militar nas ruas próximas.

Agentes da assistência social e da saúde da Prefeitura estavam no local. Um deles confirmou o aumento no número de pessoas, mas preferiu não atribuir ao esvaziamento da rua dos Protestantes. "Essa movimentação é bastante dinâmica. Não é possível afirmar que vieram para cá".

Além da praça, outras regiões também recebem pequenos grupos, como as calçadas próximas ao Terminal Princesa Isabel - o fluxo já se concentrou ali antes de uma megaoperação policial que provocou um espalhamento dos usuários em 2022. São grupos menores, de 10, 15 pessoas.

Por outro lado, os trechos próximos à Estação da Luz, especialmente o cruzamento das ruas dos Protestantes e rua dos Gusmões, continuam vazios nesta quarta-feira. O policiamento, no entanto, segue ostensivo.

Eram quatro viaturas da GCM na região. Sob condição de anonimato, alguns agentes relataram que o local ficou vazio durante a madrugada.

Até a semana passada, os moradores estimaram 200 dependentes químicos na região. O fluxo havia se estabelecido ali no final de 2023.

Nesta terça-feira, 13, em entrevista coletiva, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) mostrou surpresa com o esvaziamento repentino do local. Em contrapartida, o vice-prefeito Mello Araújo (PL) afirmou que duas ações retiraram 120 usuários do local.

ONGs que atuam na região, como a Craco Resiste, reclamam de abordagens violentas. Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana de São Paulo, negou uso da força. "Não removemos ninguém à força", disse.

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Disponível no Prime Video desde 31 de outubro, a série Tremembé conta a história de diversos presos notórios, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni. A produção apresenta vivências e relatos de presos na penitenciária conhecida como "presídio dos famosos".

O complexo é formado por cinco unidades prisionais: três masculinas e duas femininas. Dentre elas, a mais famosa é a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, também conhecida como P2 de Tremembé. Ela foi construída em 1948, mas só começou a receber os chamados "presos especiais" em 2002.

Criminosos midiáticos correriam risco de vida em outros presídios

E qual é o motivo de essa ser a prisão escolhida para acolher os responsáveis por crimes de tanta notoriedade e repercussão midiática?

A decisão de levar condenados famosos para o Tremembé foi tomada pela Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP) após a desativação do complexo do Carandiru, em setembro de 2002.

Isso porque, sem a ala especial do Carandiru ativa, os presos que cometeram crimes de grande repercussão poderiam correr risco de vida em celas comuns, como seria o caso de Suzane von Richthofen.

O que diz o autor de Tremembé sobre o presídio?

Ullisses Campbell, autor dos livros que inspiraram a série, reforçou a tese, em entrevista ao Estadão, de que Tremembé foi escolhida para garantir a segurança dos detentos.

"O maior perfil de Tremembé é ser um lugar que concentra pessoas que cometeram crimes brutais contra a vida de pessoas da própria família", conta Campbell. "Essas pessoas cometeram atos tão brutais que elas não sobreviveriam em uma penitenciária comum."

Ele lembra que o complexo também abriga histórias menos conhecidas. Ainda assim, seus cinco livros já lançados focam nos casos de maior notoriedade.

"Os quatro livros anteriores são biografias de um único personagem. Então, é uma imersão maior naquela figura, naquele criminoso ou criminosa", recorda, citando Suzane: Assassina e Manipuladora, Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido, Flordelis: A Pastora do Diabo e Francisco de Assis: O Maníaco do Parque.

Com direção-geral de Vera Egito, a série Tremembé é inspirada nos dois primeiros livros de Ullisses Campbell, sobre Suzane e Elize Matsunaga. O jornalista assina o roteiro ao lado de Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio.

Luca Arroyo Borges, filho do cantor Lô Borges, usou o Instagram para publicar uma homenagem ao pai cinco dias após sua morte, na segunda-feira, 3. Com duas fotos ao lado do músico, o jovem escreveu um texto sobre a saudade.

"Eu te amo mais do que você é talentoso. Não tenho palavras para tudo que está acontecendo agora e vou viver minha vida inteira sentindo sua falta. O privilégio de ter Lô Borges como pai, vocês não têm ideia", escreveu.

"Perdi meu melhor amigo no seu auge, mas como meu pai sempre falou, ser fraco não é uma opção. Independente de onde você esteja, sei que você vai cuidar de mim igual você sempre fez. Você é a minha maior inspiração. Tudo o que eu queria era mais 20 anos com você. Te amo, pai, já sinto saudade. Obrigado pelo privilégio de ser seu filho", concluiu o filho de Lô Borges, que ainda agradeceu às mensagens de apoio recebidas nos últimos dias.

Lô Borges estava internado desde 19 de outubro, após uma intoxicação por medicamentos. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos. O cantor e compositor ficou conhecido por músicas como O Trem Azul e Paisagem da Janela, presentes no clássico álbum da MPB Clube da Esquina (1972).

O SBT usou inteligência artificial (IA) para recriar a voz e a imagem de Silvio Santos e Hebe Camargo em vídeo exibido durante a abertura do Teleton 2025, na última sexta-feira, 7.

O material, que tem cerca de três minutos de duração, mostra a imagem artificial dos apresentadores durante uma ligação telefônica na qual Hebe sugere o programa beneficente ao patrão. "Me diz, o que acha?", pergunta, ao que Silvio responde: "Se é para mudar vidas, o SBT abre suas portas".

O médico Renato da Costa Bonfim, fundador da AACD, também foi recriado com IA, enquanto outras personalidades, como Eliana, Ratinho, Celso Portiolli e o cantor Daniel, embaixador do Teleton, apareceram em versões do passado.

Matheus Trombino, criador do vídeo, foi entrevistado por Celso Portioli durante o programa, neste sábado, 8. Segundo ele, o conteúdo levou seis dias para ficar pronto.

"Os desafios eram conseguir restaurar poucas imagens antigas que a gente tinha, porque a AACD foi criada em 1950, e também criar as cenas de bastidor que a gente nunca viu, como a Hebe Camargo apresentando a AACD ao Silvio Santos, ou o Silvio Santos falando: 'Pode entrar no SBT'", relatou Trombino.