Dados divulgados pelo IBGE referentes ao ano de 2024 revelam um panorama preocupante da educação no Brasil. Apesar dos avanços na taxa de escolarização entre crianças, o país ainda enfrenta graves desafios relacionados ao analfabetismo e à evasão escolar entre jovens e adultos.
Atualmente, cerca de 9,1 milhões de brasileiros são analfabetos, com destaque para a concentração no Nordeste, onde vive 55,6% desse total. O recorte etário também chama atenção: 5,1 milhões de analfabetos têm mais de 60 anos, e 9,6% são pessoas pretas ou pardas, evidenciando a desigualdade racial no acesso à educação.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, os dados mostram um cenário fragmentado. Apenas 16,4% estavam simultaneamente ocupados e estudando. Por outro lado, 18,5% não estudavam nem estavam inseridos no mercado de trabalho — os chamados "nem-nem". Já 25,3% estudavam sem estar ocupados, enquanto 39,9% estavam ocupados, mas não estudavam.
Outro dado alarmante é que 8,7 milhões de jovens abandonaram ou nunca frequentaram a escola. Mesmo com 94,5% das crianças de 6 a 14 anos matriculadas no ensino fundamental, a continuidade dos estudos ainda não é garantida para muitos adolescentes e jovens.
No recorte da educação básica, 56% dos brasileiros com 25 anos ou mais concluíram o ciclo obrigatório de estudos. Esse percentual é um pouco maior entre as mulheres (57,8%) e menor entre os negros e pardos (50%), o que evidencia disparidades estruturais no sistema educacional.
O levantamento mostra que, embora o país tenha avançado em algumas faixas etárias, a exclusão educacional ainda atinge milhões de brasileiros, especialmente os mais velhos, moradores do Nordeste e pessoas negras. O desafio do Brasil, portanto, vai além da universalização do acesso escolar e passa pela garantia de permanência, equidade e qualidade na educação.
Educação no Brasil em 2024: desigualdades persistem e mais de 9 milhões seguem analfabetos
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