Jovem de 26 anos é morto a tiros por PM ao sair do trabalho e ser confundido com ladrão

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Um jovem de 26 anos foi morto com um tiro por um policial militar quando corria para pegar ônibus logo após sair do trabalho. O crime ocorreu na noite de sexta-feira, 4, em Parelheiros, zona sul de São Paulo.

À Polícia Civil, o PM disse que confundiu a vítima com um dos ladrões que teriam tentado assaltá-lo momentos antes. Guilherme Dias dos Santos Ferreira estava com uma sacola onde levava a marmita e os talheres que usou no serviço, em uma empresa próxima. Ele morreu no local.

O policial foi preso em flagrante, mas pagou fiança e responderá em liberdade pelo homicídio. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do PM. EM nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que o agente foi afastado.

"O policial foi afastado do serviço operacional. As investigações do caso seguem em andamento pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e são acompanhadas pela PM", informa a pasta.

O agente Fábio Anderson Pereira, de 35 anos, foi preso em flagrante por homicídio culposo. O Estadão apurou que ele pertence ao 12º Batalhão de Polícia da PM, no Campo Belo, zona sul da capital.

Conforme a secretaria, ele "pagou fiança estabelecida nos termos do artigo 322 do Código de Processo Penal (CPP)".

O artigo estabelece que a autoridade policial só pode conceder fiança nos casos de infrações penas cuja pena máxima privativa de liberdade não seja superior a 4 anos. Como o delegado entendeu que se trata de homicídio culposo, a pena varia de 1 a 3 anos.

A reportagem apurou que a fiança foi de R$ 6,5 mil. Ainda segundo a SSP, o policial foi afastado do serviço operacional. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Conforme o registro da ocorrência, o policial estava de folga e pilotava uma moto pela Estrada Ecoturística de Parelheiros quando foi abordado por suspeitos armados em outras motos. Eles teriam tentado roubar a motocicleta do agente. O PM Fábio Anderson Pereira de Almeida reagiu à abordagem e efetuou disparos contra os suspeitos.

Ao ver Guilherme Dias correndo - ele andava depressa para não perder seu ônibus - o agente atirou em sua cabeça. Foram encontrados com a vítima o telefone celular, carteira, remédios, uma Bíblia e itens de higiene, além da marmita e talheres.

À Polícia Civil, o PM Almeida disse que pensou tratar-se de um dos assaltantes.

'Pessoa do bem, focado na família e no trabalho'

Guilherme trabalhava há três anos como marceneiro na empresa Dream Box, que projeta e monta camas, com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro. A unidade de São Paulo não abriu nesta segunda-feira em luto pela morte do colaborador.

"Estamos todos consternados e assustados pela forma como aconteceu. O Guilherme era uma pessoa do bem, focado na família e no trabalho", diz Miguel Moura, proprietário da empresa.

Segundo ele, o rapaz já ocupava um cargo de destaque por ter habilidades técnicas e estava sendo preparado para ganhar uma promoção. "Ele estava em treinamento para subir de cargo. Temos uma boa equipe na unidade, mas o Guilherme era muito bom, um cara maravilhoso."

Moura confirmou que Guilherme tinha acabado de sair a pé da fábrica e seguia para o ponto de ônibus quando acabou envolvido no assalto que não tinha qualquer relação com ele.

"É inacreditável que tenha acontecido logo com ele. Tinha acabado de sair da fábrica, um dia inteiro trabalhando. Agora estamos pensando na família, que está vivendo essa tragédia", diz.

Nas redes sociais, os familiares do rapaz manifestaram indignação e pediram justiça. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) usou sua conta no Instagram para falar sobre o caso.

"Suspeitar de uma pessoa negra baseado na aparência é uma das mais antigas formas de racismo praticada no Brasil e deve ser tratada de acordo cm o que diz a lei. Estarei hoje prestigiando a celebração dos 47 anos do Movimento Negro Unificado e também manifestando minha solidariedade aos familiares e amigos de Guilherme Dias Santos Ferreira, que pedem por justiça para esse crime", postou.

A Ouvidoria das Polícias informou que abriu um procedimento para acompanhar o caso e já pediu imagens de câmeras instaladas no local onde se deram os fatos.

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Uma fã brasileira de Dua Lipa presenteou a cantora com uma cópia do livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. O momento aconteceu no último sábado, 8, durante um show da artista na Argentina.

Bárbara Sousa, administradora de um perfil de fãs de Dua Lipa no Instagram, viajou até Buenos Aires para acompanhar uma das apresentações da turnê Radical Optimism, e levou um cartaz com a frase "Troco um livro por uma selfie".

A proposta chamou a atenção da cantora, que trocou algumas palavras com Bárbara antes de abraçá-la e posar para uma foto. Ela também recebeu o livro em mãos e agradeceu pelo presente.

Dua Lipa, que vem ao Brasil para apresentações a partir do próximo sábado, 15, tem um clube de leitura, chamado Service 95 Book Club, criado por ela em junho de 2023. O clube traz escolhas mensais de leitura escolhidas pela própria cantora britânica. Recentemente, Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro, foi listado entre as indicações de "6 livros decisivos que vão mudar a maneira com a qual você pensa no mundo".

Dua Lipa no Brasil

A estrela pop britânica trará a turnê Radical Optism ao Brasil. A artista, que marcou presença no Rock in Rio em 2022, se apresentará em São Paulo, no dia 15 de novembro, no estádio MorumBIS; no Rio de Janeiro, o show será na Área Externa da Farmasi Arena, no dia 22. Os ingressos estão a venda no site da Ticketmaster.

Em Má Influencer, nova série original sul-africana da Netflix, uma mãe solo, BK (Jo-Anne Reyneke), se une a uma influenciadora, Pinky (Cindy Mahlangu), para vender bolsas de luxo falsificadas online. Mas o golpe chama a atenção tanto de uma gangue de falsificadores quanto das autoridades, e elas precisam ser mais espertas do que a polícia e os criminosos caso queiram ganhar dinheiro e não ir para a cadeia.

Em sete episódios, a nova atração aborda temas como a fama nas redes sociais, a cultura - por vezes tóxica - dos influenciadores digitais, além de lealdade e a busca por sobrevivência. A série foi criada e escrita por Kudi Maradzika, com direção de Ari Kruger e Keitumetse Qhali. Atualmente, a produção está entre as mais vistas da Netflix.

Definida pela edição sul-africana da revista Glamour como "parte da nova onda de talentos africanos que estão redefinindo a forma de contar as histórias do continente, e quem pode contá-las", Kudi oferece um ponto de vista particular sobre temas como cultura digital e cultura de influência. Afinal, ela mesma tentou se tornar uma influenciadora em períodos anteriores de sua carreira, e fala de uma perspectiva própria.

"Cheguei até mesmo a ser convidada para eventos de marca", declarou à revista. "Mas, como jornalista de formação, comecei a perceber um mundo muito mais complexo do que as pessoas imaginam."

Depois disso, ela fez parte de um laboratório do Instituto Realness, uma incubadora de projetos de onde a Netflix selecionou filmes e séries de países como Quênia, África do Sul e Nigéria, contratou roteiristas e passou um ano e meio desenvolvendo a história. "Má Influencer explora o quanto as mídias sociais moldam nossa identidade, nossas ambições e nossa bússola moral, especialmente em uma sociedade obcecada por imagem."

Além da fama das redes sociais, Má Influencer também aborda a relação entre tecnologia e crime, sobretudo quando consumidores podem ser enganados por influenciadores em quem confiam ou estratégias de marketing enganosas. A série também aborda as questões morais em torno da origem e do destino do dinheiro das falsificações - tudo isso sob um viés local.

"Os ritmos culturais, o humor e as contradições sul-africanas conduzem a história", declarou Maradzika ao portal nigeriano Nollywood Reporter. "A equipe fixou a história em um mundo que é reconhecidamente nosso."

Cotado para o Oscar 2026, O Agente Secreto teve ótima estreia nas bilheterias brasileiras. Lançado nacionalmente no último dia 6, o filme de Kleber Mendonça Filho fechou seus primeiros quatro dias em cartaz registrando R$ 6,66 milhões, superando outra grande estreia da semana, Predador: Terras Selvagens, que arrecadou R$5,7 milhões. Os dados são da Comscore.

Em sua quarta semana em cartaz, O Telefone Preto 2 arrecadou R$ 1,86 milhão, a uma certa distância do valor registrado pelo drama Seu Não Fosse Você (R$ 1,52 milhão) e O Natal da Patrulha Canina (R$ 933,1 mil).

No total, O Agente Secreto teve 273,9 mil ingressos vendidos no período, pouco mais de 80 mil unidades a menos que Ainda Estou Aqui, que levou 358 mil pessoas aos cinemas em seu primeiro final de semana nos cinemas, em novembro de 2024.

Vale lembrar que O Agente Secreto já foi exibido em diferentes festivais de cinema no Brasil, incluindo a 49ª Mostra de Internacional de Cinema. A soma total arrecadada pelo filme contando essas sessões prévias é de R$8,12 milhões.

Ranking da bilheteria no Brasil

1. O Agente Secreto - R$ 6,66 milhões

2. Predador: Terras Selvagens - R$ 5,7 milhões

3. O Telefone Preto 2 - R$ 1,86 milhão

4. Se Não Fosse Você - R$ 1,52 milhão

5. O Natal da Patrulha Canina - R$ 933,1 mil

6. De Volta Para o Futuro (relançamento) - R$ 873,4 mil

7. Quando o Céu Se Engana - R$ 564,2 mil

8. Grand Prix: A Toda Velocidade - R$ 411,3 mil

9. TWICE: One In a Million - R$ 387,6 mil

10. A Casa Mágica da Gabby - R$ 375,8 mil

Sinopse de O Agente Secreto

O Agente Secreto acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia perseguido pelas autoridades por comportamento subversivo durante a ditadura militar, nos anos 1970. Ele decide fugir e se esconder no Recife, onde começa a desconfiar das pessoas à sua volta.

O longa foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2026, com veículos apontando a possibilidade do filme conseguir indicações a Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Ator (para Wagner Moura). O Agente Secreto está em cartaz em cinemas de todo o Brasil.