Ataques a ônibus continuam e ferem até criança; polícia investiga elo com empresas

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Os ataques a ônibus se intensificam em São Paulo, mesmo após a polícia criar força-tarefa para conter o vandalismo. Nesta terça-feira, 15, uma criança de 10 anos ficou ferida após ser atingida por estilhaços do vidro de um coletivo atacado por uma bolinha de gude na Avenida Jorge João Saad, no Morumbi, zona sul de São Paulo.

"Foi desesperador porque ninguém sabia da onde tinha vindo, se era tiro ou se era qualquer outra coisa", disse a mãe do menino, Patrícia Santos, à Band. Somente ontem, a Prefeitura contabilizou 26 ataques a ônibus na capital. Desde 12 de junho, são quase 500 veículos depredados. A TV Globo ainda levantou ações em Osasco, Itapevi e Cotia.

Além disso, os crimes atingiram até vans de pessoas com deficiência e coletivos que circulam em avenidas centrais, como a Paulista. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a demora na ação da Polícia Civil. Os policiais investigam a disputa entre empresas do setor como provável motivação.

Uma das hipóteses das autoridades é a de que algumas viações queiram criar um clima de medo para desestabilizar o setor e forçar a Prefeitura da capital a fazer mudanças no transporte público. Até agora, oito suspeitos foram detidos.

A Secretaria da Segurança Pública informou que o "policiamento segue intensificado em todo o Estado, por meio da Operação Impacto - Proteção a Coletivos, que mobiliza cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas". O foco principal são terminais e corredores.

A operação iniciada no dia 3 deste mês, porém, não conseguiu conter os ataques. Nas contas da SPTrans, gestora das linhas municipais, foram depredados 432 veículos desde 12 de junho. O pico de vandalismo foi registrado em 7 de julho, com 59 ataques.

Já o último domingo teve 47 casos, no segundo dia mais violento dessa onda de depredações. Até coletivos em vias centrais têm sido alvo dos ataques. Um deles, no domingo, atingiu o ônibus da linha 508L-19 (Aclimação-Terminal Princesa Isabel) por volta das 21h30, quando passava pelo número 213 da Avenida Paulista.

Imagens das câmeras de monitoramento interno mostram que uma passageira quase foi atingida. O barulho é impressionante. Os passageiros ficam assustados e imediatamente procuram se proteger. Ninguém se feriu.

O governo estadual não tem investigação concluída sobre os motivos dos ataques, mas a suspeita sobre o envolvimento de empresas se apoiam em alguns indícios. Por exemplo: os ataques se multiplicaram no início de junho. O período coincide com atos administrativos do poder municipal para a transferência de contratos de empresas sob intervenção por suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Investigação do Ministério Público apontou para uma infiltração da facção no setor de transportes, por meio do controle de empresas de ônibus operadas por uma rede de laranjas e CNPJs fantasmas.

Salto e PCC

Dados do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) mostram que, até o dia 12 de junho, a média era de cinco ataques diários. A partir dessa data, saltou para 40 por dia.

Questionado sobre as suspeitas de envolvimento de empresas, o sindicato patronal informou que "as empresas cassadas pela Prefeitura, após as denúncias de envolvimento com o PCC, não são associadas ao SPUrbanuss". Também afirmou que "são associadas as 13 empresas tradicionais e que são as mais afetadas pelos ataques". Há dúvidas, porém, sobre a participação do PCC no vandalismo. Isso porque os ataques têm sido com pedradas, e a facção costuma realizar ações mais violentas, na avaliação de autoridades e policiais envolvidos no caso.

Investigadores apontam outro fator que reforça a tese de crimes orquestrados. Três suspeitos presos apresentaram versões muito similares em suas respectivas defesas: reações a "brigas de trânsito". Na visão da polícia, o comportamento pode significar a instrução ou a orientação de algum comando central.

Um dos presos, identificado como Everton Balbino, é filho de um motorista de ônibus. Ele foi um dos suspeitos que mencionaram "briga de trânsito". As investigações apontam que o pai não tem elo nos ataques. A reportagem não localizou a defesa de Balbino.

A hipótese de envolvimento de empresas, porém, ainda tem brechas. Uma delas é o ataque a todas as companhias, inclusive em outras regiões e cidades, como na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Na última semana, até duas vans do serviço municipal Atende, para pessoas com deficiência, foram atacadas. Na visão da polícia, esses ataques em outras regiões poderiam fazer parte de uma estratégia para confundir as investigações.

Outra hipótese cogitada foi a de articulação de crimes pelas redes sociais - os "desafios pela internet". Essa possibilidade ganhou força por causa da identificação de adolescentes como participantes das depredações. Por isso, a Divisão de Crimes Cibernéticos continua monitorando as plataformas digitais.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), em entrevista ao canal Globo News, na segunda-feira, afirmou que a investigação da Polícia Civil "está demorando". O Estadão apurou que representantes da cúpula do poder municipal querem maior participação do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, na linha de frente de investigações e esclarecimentos públicos sobre a crise.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem defendido o trabalho da polícia e minimizou os receios da população em andar de ônibus. "A população não precisa ter medo. Estamos com uma megaoperação em andamento. A inteligência está trabalhando muito", disse na semana passada. "Pode ter certeza: nós vamos desarticular essa quadrilha."

Espalhamento

Dados da polícia apontam que a zona sul ainda concentra a maior parte dos ataques, embora eles tenham sido registrados em todas as regiões. A Avenida Cupecê, naquela área, permanece como o local mais visado.

Segundo o levantamento da polícia, as ruas com o maior número de ataques são: Rodovia Raposo Tavares (zona oeste): 23; Avenida Cupecê (zona sul): 20; Avenida Senador Teotônio Vilela (zona sul): 20; Avenida 9 de Julho: 18; Avenida Alcântara Machado (zona leste): 16; Avenida Sapopemba (zona leste): 14; Estrada de Itapecerica (sul): 11; Avenida Brigadeiro Faria Lima: 11. Embora tenham se intensificado em junho, os ataques começaram na capital em janeiro, como aponta o levantamento do SPUrbanuss. São 947 depredações em 2025, segundo a entidade. (COLABOROU CAIO POSSATI)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um grupo de 12 músicos e bandas passou a integrar o Hall da Fama do Rock. A lista de 2025 foi anunciada no sábado, 8, em cerimônia no Peacock Theater, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O evento trouxe tributos, discursos e performances de artistas como Soundgarden, Outkast, Cindy Louper e Avril Lavigne, além de inúmeros convidados.

Para que pudessem entrar no hall da fama do rock, os músicos tinham de ter lançado seu primeiro hit há, pelo menos, 25 anos.

Veja a seguir quais artistas entraram para a lista de 2025, seus maiores sucessos e quem apresentou cada um deles durante a cerimônia.

Artistas do Hall da Fama do Rock 2025

Outkast

- Duo de rap americano que começou na década de 1990.

- Hits: "Hey Ya", "Ms. Jackson" e "Roses".

- Apresentados no evento por: Donald Glover. A performance teve como convidados Big Boi, Janelle Monáe, JID, Doja Cat, Killer Mike e Sleepy Brown.

Bad Company

- Banda de rock inglesa formada na década de 1970.

- Hits: "Feel Like Makin' Love", "Can't Get Enough" e "Bad Company".

- Apresentados no evento por: Mick Fleetwood. O baterista do Bad Company, Simon Kirke, foi acompanhado por Nancy Wilson, do Heart, e Joe Perry, do Aerosmith, nas guitarras, e pelo vocalista do Black Crowes, Chris Robinson, nos vocais.

Cyndi Lauper

- Cantora e compositora americana cuja carreira solo começou no início dos anos 1980.

- Hits: "Girls Just Wanna Have Fun", "Time After Time" e "True Colors".

- Apresentada no evento por: Chappell Roan. Lauper apresentou uma coletânea de seus sucessos, incluindo duetos com Avril Lavigne, Raye e Salt-N-Pepa.

Soundgarden

- Banda de rock americana formada em 1984.

- Hits: "Black Hole Sun", "Fell on Black Days" e "Outshined".

- Apresentados no evento por: Jim Carrey. Os membros do Soundgarden se apresentaram com Taylor Momsen e Brandi Carlile, que assumiram o papel do falecido vocalista Chris Cornell. A filha de Cornell, Toni, também fez uma performance com Nancy Wilson.

Salt-N-Pepa

- Grupo de rap americano formado na década de 1980.

- Hits: "Push It", "Let's Talk About Sex" e "Shoop".

- Apresentados no evento por: Missy Elliott. O grupo apresentou um apanhado de seus sucessos com uma aparição especial de En Vogue.

Chubby Checker

- Cantor americano que estreou na década de 1950.

- Hits: "The Twist", "Limbo Rock" e "Let's Twist Again".

- Participação no evento: tributo aconteceu em vídeo. Checker entrou remotamente para participar da cerimônia.

Joe Cocker

- Cantor inglês começou a lançar discos na década de 1960 e faleceu em 2014.

- Hits: "You Are So Beautiful", "Up Where We Belong" e "With a Little Help From My Friends."

- Apresentados no evento por: Bryan Adams. Tributo feito por Teddy Swims, Tedeschi Trucks Band, ao lado de Adams, Lauper, Chris Robinson e Nathaniel Rateliff, que subiram ao palco para uma interpretação de "With A Little Help from My Friends."

The White Stripes

- Banda de rock americana formada na década de 1990.

- Hits: "Seven Nation Army", "We're Going to Be Friends" e "Doorbell".

- Apresentados no evento por: Iggy Pop. Homenageados com performance de Olivia Rodrigo, Feist e Twenty One Pilots.

Warren Zevon

- Cantor e compositor americano que estreou com disco solo no início dos anos 1970 e faleceu em 2003.

- Hits: "Lawyers, Guns and Money", "Werewolves of London" e "Keep Me in Your Heart".

- Introduzido por: David Letterman. Homenageado com performance do The Killers.

Participações em vídeo

Carole Kaye

- Baixista americana que participou da gravação de dezenas de sucessos a partir da década de 1950.

- Hits: "Good Vibrations", do The Beach Boys, "These Boots are Made for Walkin'", de Nancy Sinatra, "The Way We Were", de Barbra Streisand.

Thom Bell

- Produtor musical e compositor americano que iniciou carreira nos anos 1960 e faleceu em 2022.

- Hits: "La-La (Means I Love You)", dos Delfonics, "The Rubberband Man", dos Spinners, "You Make Me Feel Brand New", dos Stylistics.

Nicky Hopkins

- Tecladista que gravou em dezenas de sucessos a partir da década de 1960 e faleceu em 1994.

- Hits: "Revolution", dos Beatles, "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, "You Are So Beautiful", de Cocker.

Lenny Waronker

- Produtor e executivo da indústria da música dos Estados Unidos, com carreira iniciada nos anos 1970.

- Hits de artistas que ele produziu ou contratou: "Chuck E's in Love", de Rickie Lee Jones, "Purple Rain", de Prince, "Losing My Religion", do R.E.M.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

Carlinhos de Jesus, que passou os últimos cinco meses tratando uma bursite trocantérica bilateral, doença autoimune, e uma tendinite nos glúteos, ficou de pé, dançou brevemente e se emocionou ao receber uma homenagem de Luciano Huck na Dança dos Famosos deste domingo, 9.

"Hoje é um dia muito especial. Saúde é tudo. A coisa mais dura que a gente enfrentou nesta temporada da Dança dos Famosos foi a gente ter um dos maiores dançarinos deste País numa cadeira de rodas. O Carlinhos falou: 'Eu vou voltar a andar'. E não foi um esforço pequeno", afirmou Huck.

Em seguida, saudou o jurado da atração: "Quando ele não estava aqui, estava na fisioterapia. O que vai acontecer neste palco agora, a gente rezou muito para conhecer. Parabéns, valeu a luta. Agora é só melhorar".

Carlinhos de Jesus chegou a chorar e deu um recado de superação ao público: "Qualquer um pode [superar problemas de saúde]. Desde que tenha foco, se dedique e procure, dentro da sua rotina diária, estabelecer um horário, maneiras e forma de seguir um tratamento.

"Fisioterapia é tudo na vida da gente. A medicina foi importante, com os medicamentos. A fé, agradeço as mensagens em solidariedade à minha situação. Mas a fisioterapia foi fundamental", concluiu.

Na matéria divulgada anteriormente, a frase "Clique aqui para conferir a classificação do campeonato de Fórmula 1" foi incluída por engano no último parágrafo. Segue abaixo o texto correto.

Mike Shinoda e Emily Armstrong, vocalistas do Linkin Park, se encontraram com o cantor Billy Idol nos bastidores do GP de Interlagos da Fórmula 1 neste domingo, 9.

A foto foi divulgada numa postagem feita por Idol em seu Instagram. "Visitei os pits da Mercedes e da Ferrari, mas não pude filmar ou tirar mais fotos porque não querem que os rivais vejam o que estão fazendo. Tive um dia fantástico e nos fizeram sentir realmente bem-vindos!", escreveu.

Joe Hahn, o DJ do grupo norte-americano, também esteve em Interlagos e fez um registro de uma apresentação em ritmo de carnaval no asfalto.

Os artistas fizeram shows na noite do último sábado, 8. Enquanto o Linkin Park se apresentou no Allianz Parque, Billy Idol cantou no Vibra São Paulo. A banda ainda tem mais um compromisso no Brasil, em Brasília, na terça, 11, para depois seguir com a turnê rumo ao México. O cantor, por sua vez, ainda se apresenta em Curitiba na próxima quarta, 12, antes de seguir para a Argentina.

O GP de Interlagos de 2025 teve o britânico Lando Norris (McLaren) como vencedor. Ele dedicou a conquista ao brasileiro Gil de Ferran. Houve recorde de público, com 303,6 mil pessoas presentes englobando os três dias de evento.