Juiz repudia 'censura indireta' a piadas e nega ação de R$ 500 mil contra Léo Lins

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O juiz Daniel Pellegrino Kredens, da 4ª Vara Cível de Novo Hamburgo (RS), negou ação indenizatória movida pelo município contra o humorista Léo Lins por show de stand-up com 'piadas ofensivas a diversas minorias'. A decisão negou o pedido de condenação do humorista ao pagamento de R$ 500 mil de indenização, ao considerar que a liberdade de expressão artística permite a 'exploração de temas polêmicos' e que não é possível instaurar uma 'censura indireta' ao autor de piadas.

O Estadão pediu manifestação da prefeitura de Novo Hamburgo, que pode recorrer. O espaço está aberto. No início de junho, em uma outra ação, de caráter criminal, Léo Lins foi condenado a oito anos e três meses de reclusão por racismo e discriminação em piadas. A sentença da 3.ª Vara Criminal Federal de São Paulo considerou que o show 'Léo Lins - Perturbador' incitou discriminação e preconceito contra minorias. A sentença afirmou que o exercício da liberdade de expressão não é absoluto e que houve caracterização dos crimes de racismo e capacitismos.

A ação civil pública na qual Léo Lins foi absolvido é de autoria do município de Novo Hamburgo que se insurgiu contra o show 'Peste Branca', exibido pelo humorista em julho de 2023.

Segundo o município, o comediante teria 'ridicularizado' Novo Hamburgo com piadas que, supostamente, difamavam autoridades locais. Também foi alegado que o show foi marcado por piadas de cunho 'racista, capacitista e gordofóbico', o que teria gerado 'ampla revolta popular'.

O município de Novo Hamburgo, localizado na região metropolitana de Porto Alegre, pleiteou uma condenação de R$ 500 mil em indenização por danos morais coletivos. "O conteúdo do referido show ofende minorias sociais, propaga preconceitos e fere a dignidade dos cidadãos de Novo Hamburgo", afirmou o autor da ação.

Ao negar a ação, o juiz Daniel Pellegrino Kredens sustentou que a liberdade de expressão do humorista deve ser protegida, 'inclusive quando se traduz em formas de humor ácido e irreverente, que, muitas vezes, desafiam as convenções sociais e provocam desconforto nas audiências'.

O juiz menciona o entendimento do Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4451, também conhecida como 'ADI do Humor', e pontua que o humorista pode se expressar de maneira provocativa sem que o Judiciário intervenha de forma prévia ou ostensiva.

"No caso do humorista Leonardo Lins, como citado, mesmo que parte da sociedade possa entender suas piadas como agressivas ou de mau gosto, isso não pode ser razão suficiente para que haja uma restrição prévia à sua liberdade de expressão, sob pena de instaurar um mecanismo de censura indireta", destaca Daniel Kredens na sentença.

A decisão destaca que o município não conseguiu provar que o show 'Peste Branca' tenha causado comoção social negativa, protestos ou denúncias formais.

O magistrado afirma que, ao longo do processo, não há indícios de 'prejuízo concreto' a indivíduos ou grupos.

"O Município limita-se a reproduzir trechos de piadas, muitas vezes descontextualizadas, como se o seu conteúdo, por si só, fosse suficiente para ensejar a responsabilização dos réus", anota o magistrado.

Kredens ressalta que não é possível exigir reparação por dano moral coletivo sem demonstrar qualquer impacto real. "A simples antipatia institucional por determinado conteúdo artístico não é suficiente para justificar condenação judicial."

A decisão também menciona a autonomia do público e o 'dever de tolerância democrática'. Segundo o juiz, o público que acompanha a carreira de Léo Lins tem conhecimento do seu trabalho com humor ácido, por vezes politicamente incorreto.

Ele sustenta que, quando o público compra o ingresso, já sabe que o show se trata de um 'ambiente voltado ao riso, à crítica social e à sátira'.

"A solução, em uma sociedade plural e livre, é sempre a escolha individual: quem se sente ofendido com determinado tipo de humor tem todo o direito de não consumir esse conteúdo. Mas não pode impor sua sensibilidade como padrão absoluto à coletividade, tampouco mobilizar a máquina judicial para interditar aquilo que pessoalmente desaprova", conclui o juiz da 4.ª Vara Cível de Novo Hamburgo.

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A Netflix revelou na quinta-feira, 17, o elenco de Brasil 70 - A Saga do Tri, minissérie da O2 Filmes que revive a campanha histórica da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, no México, para conquistar o tricampeonato mundial de futebol. As filmagens já começaram e acontecem em cidades do Brasil e do México.

A produção, dirigida por Pedro e Paulo Morelli, terá no elenco nomes como Rodrigo Santoro, no papel do técnico João Saldanha; Bruno Mazzeo, que vai interpretar o técnico Zagallo; e Lucas Agrícola, que ficou com o papel de Pelé.

Completam a seleção brasileira os atores Gui Ferraz (Jairzinho), Ravel Andrade (Tostão), Caio Cabral (Carlos Alberto), Daniel Blanco (Rivellino), Fillipe Soutto (Gérson), Hugo Haddad (Félix) e Maicon Rodrigues (Paulo Cézar Caju). José Beltrão interpretará o preparador físico Carlos Alberto Parreira e Val Perré será Mário Américo, famoso massagista da seleção.

A produção contará ainda com nomes como Marcelo Adnet (como Eusébio Teixeira), Bruna Mascarenhas (Rosemeri), Lara Tremouroux (Rosa), Felipe Frazão (Leo) e Victor Salomão (Dadá Maravilha).

Genialidade

Ainda sem data de estreia, a trama se passa em um dos momentos mais marcantes da história política brasileira, em meio à fase mais dura do regime militar, enquanto a equipe demonstra sua genialidade em campo sob a enorme pressão de representar um país inteiro.

A seleção que conquistou o tricampeonato mundial na Copa do Mundo de 1970, no México, é considerada por muitos como uma das melhores seleções da história do futebol. O time entrou para a história não apenas pelos títulos, mas também pela qualidade de seu futebol ofensivo e bonito, que encantou o mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Walter Salles será homenageado no Academy Museum Gala, evento organizado pela Academia do Oscar, nodia 18 de outubro. A festa celebra grandes nomes da indústria do cinema e arrecada fundos para o museu.

Além do cineasta vencedor do prêmio por Ainda Estou Aqui, serão homenageados a atriz Penélope Cruz, o cantor Bruce Springsteen e o comediante Bowen Yang. "É uma honra homenagear esses contadores de histórias cuja influência comprovadamente ressoa no cinema e além", disse Amy Homma, diretora e presidente do Museu da Academia.

O cineasta brasileiro receberá o Prêmio Luminary, que é concedido a um artista cujas contribuições expandiram as possibilidades criativas da produção cinematográfica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Andy Byron renunciou ao cargo de CEO da Astronomer, anunciou a empresa de tecnologia na tarde deste sábado, 19. O nome do executivo tomou conta das redes sociais após ele ser flagrado abraçado com a chefe do departamento de recursos humanos da empresa em um show do Coldplay na última quarta-feira, 16.

Em um comunicado nas redes sociais, a Astronomer disse que a renúncia de Byron foi acatada pelo Conselho de Administração e que agora a diretoria procura um novo executivo-chefe. Neste meio tempo, Pete DeJoy, diretor de produtos e cofundador, será CEO interino. Leia o comunicado na íntegra abaixo.

Na sexta-feira, 18, a empresa havia anunciado que Byron e Kristin Cabot, a diretora de RH que estava com ele no show, foram suspensos e que o suposto caso entre os dois seria investigado formalmente. A companhia ainda negou que uma terceira funcionária tivesse aparecido nas imagens.

Entenda o caso

Tudo começou na noite de quarta-feira, 16, quando Andy Bryon e Kristin Cabot foram ao show da banda Coldplay em Boston, nos Estados Unidos, mas acabaram sendo flagrados em meio a um abraço romântico.

Para desespero do casal, as imagens foram expostas ao público presente no show durante um segmento de "câmera do beijo". O problema? Byron é casado - e não é com Kristin.

Ao perceberem que estavam sendo filmados, o CEO se abaixou e saiu da visão da câmera e a mulher tampou a sua face com as mãos e virou de costas. A cena chamou a atenção dos presentes.

O momento viralizou após ser compartilhado nas redes sociais - o vídeo já ultrapassou as 99 milhões de visualizações - e chegou a ser comentado pelo próprio vocalista do grupo britânico durante o show. "Ou eles estão tendo um caso ou são muito tímidos", brincou Chris Martin.

Leia o comunicado da Astronomer

"Conforme declarado anteriormente, a Astronomer está comprometida com os valores e a cultura que nos guiaram desde a nossa fundação. Espera-se que nossos líderes estabeleçam o padrão de conduta e responsabilidade e, recentemente, esse padrão não foi cumprido.

Andy Byron apresentou sua renúncia e o Conselho de Administração aceitou. A diretoria iniciará uma busca pelo próximo executivo-chefe, enquanto o cofundador e diretor de produtos Pete DeJoy continuará atuando como CEO interino.

Antes desta semana, éramos conhecidos como pioneiros no espaço de DataOps, ajudando as equipes de dados a potencializar tudo, desde análises modernas até IA de produção.

Embora o reconhecimento de nossa empresa possa ter mudado da noite para o dia, nosso produto e nosso trabalho para nossos clientes não mudaram.

Continuamos a fazer o que fazemos de melhor: ajudar nossos clientes com seus problemas mais difíceis de dados e IA."