Churrascaria abre no Parque da Água Branca após veto judicial e protesto dos moradores

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Quase dois meses após ter suas obras suspensas por decisão judicial, uma churrascaria conseguiu reverter o impedimento e iniciou suas atividades dentro do Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo. A inauguração ocorreu no dia 18. O restaurante "Fazenda Churrascada" vai operar por seis meses nas cocheiras centenárias do parque, erguidas no início do século 20. O funcionamento é "reversível e respeita o valor histórico do local", conforme o Heat Group, grupo que controla o restaurante.

A concessionária Reserva Novos Parques Urbanos, responsável pela gestão do espaço desde 2022, diz que "todas as questões técnicas foram devidamente esclarecidas com apresentação dos documentos pertinentes, inclusive no âmbito judicial". Dentro do parque, dois edifícios são totalmente tombados e outros 58 têm conservação da fachada, conforme o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp).

Os órgãos de preservação confirmaram a concessão a abertura da churrascaria. O Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) informou que "aprovou o projeto após análise técnica que concluiu não haver prejuízo ao bem tombado e estar de acordo com critérios legais". Resposta semelhante foi enviada pelo Conpresp.

Embora possa receber o público, o empreendimento foi multado pelo Conpresp por "intervenção realizada antes da autorização do órgão". O valor da multa está em análise pela área técnica do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH). Desde o início do ano, a ocupação de espaços tombados no Água Branca vem despertando entre os moradores e frequentadores o receio de danos ou descaracterizações.

Obras foram suspensas em maio

As obras da churrascaria haviam sido suspensas pela Justiça em maio depois que a vereadora Luna Zarattini (PT) questionou a autorização do órgão municipal de tombamento. A ação da parlamentar, por sua vez, partiu de denúncia do Conselho Orientador do Parque da Água Branca. O órgão afirma que a intervenção provocou mudanças no piso e nos jardins, além de retiradas de peças originais, como portas de madeira que teriam sido substituídas por outras de aço.

Conselheiros reagiram com indignação à abertura da churrascaria. "É uma sucessão de inconveniências, a começar pela concessionária, que aceita um locador-churrascaria e trata o edifício das baias de cavalos como um imóvel qualquer", critica Regina Lima, moradora de Perdizes, bairro vizinho, e uma das quatro representantes da sociedade civil no conselho orientador do parque. "Os poderes municipal e estadual não veem qualquer problema nessa descaracterização e desvio de finalidade do bem público; Conpresp e Condephaat aprovam projetos inadequados e regularizam irregularidades", opina.

A fiscalização do empreendimento é contínua, de acordo com a Arsesp, agência que regula os serviços públicos no Estado. "A agência acompanha o contrato de concessão por meio de fiscalizações contínuas, com o objetivo de assegurar o cumprimento das obrigações contratuais e a preservação dos espaços públicos".

Evento de arquitetura foi marcado por polêmicas

A inauguração da churrascaria está inserida na mudança de perfil do parque. Conhecido como um local com ares de fazenda no meio de São Paulo, a área tem abrigado eventos de grande público, como a CasaCor 2025, que funciona no local até 3 de agosto.

O evento de arquitetura também foi marcado por polêmicas. As obras mobilizaram entidades, moradores e conselheiros do parque, que falam em impactos, incluindo a área de proteção ambiental. Sua realização também modificou a rotina de circulação dentro do parque, com aumento significativo de veículos nas áreas próximas do estacionamento - a entrada principal fica na Rua Dona Ana Pimentel.

A Casacor afirmou que tem autorização para uso dos prédios 12, 22 e 23, assim como dos jardins do entorno. Nos prédios 22 e 23, estão sendo executadas benfeitorias, como limpeza, manutenção e implantação de acessibilidade, segundo os organizadores. O prédio 12 não recebeu intervenções estruturais.

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Definida pela edição sul-africana da revista Glamour como "parte da nova onda de talentos africanos que estão redefinindo a forma de contar as histórias do continente, e quem pode contá-las", Kudi oferece um ponto de vista particular sobre temas como cultura digital e cultura de influência. Afinal, ela mesma tentou se tornar uma influenciadora em períodos anteriores de sua carreira, e fala de uma perspectiva própria.

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Depois disso, ela fez parte de um laboratório do Instituto Realness, uma incubadora de projetos de onde a Netflix selecionou filmes e séries de países como Quênia, África do Sul e Nigéria, contratou roteiristas e passou um ano e meio desenvolvendo a história. "Má Influencer explora o quanto as mídias sociais moldam nossa identidade, nossas ambições e nossa bússola moral, especialmente em uma sociedade obcecada por imagem."

Além da fama das redes sociais, Má Influencer também aborda a relação entre tecnologia e crime, sobretudo quando consumidores podem ser enganados por influenciadores em quem confiam ou estratégias de marketing enganosas. A série também aborda as questões morais em torno da origem e do destino do dinheiro das falsificações - tudo isso sob um viés local.

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Cotado para o Oscar 2026, O Agente Secreto teve ótima estreia nas bilheterias brasileiras. Lançado nacionalmente no último dia 6, o filme de Kleber Mendonça Filho fechou seus primeiros quatro dias em cartaz registrando R$ 6,66 milhões, superando outra grande estreia da semana, Predador: Terras Selvagens, que arrecadou R$5,7 milhões. Os dados são da Comscore.

Em sua quarta semana em cartaz, O Telefone Preto 2 arrecadou R$ 1,86 milhão, a uma certa distância do valor registrado pelo drama Seu Não Fosse Você (R$ 1,52 milhão) e O Natal da Patrulha Canina (R$ 933,1 mil).

No total, O Agente Secreto teve 273,9 mil ingressos vendidos no período, pouco mais de 80 mil unidades a menos que Ainda Estou Aqui, que levou 358 mil pessoas aos cinemas em seu primeiro final de semana nos cinemas, em novembro de 2024.

Vale lembrar que O Agente Secreto já foi exibido em diferentes festivais de cinema no Brasil, incluindo a 49ª Mostra de Internacional de Cinema. A soma total arrecadada pelo filme contando essas sessões prévias é de R$8,12 milhões.

Ranking da bilheteria no Brasil

1. O Agente Secreto - R$ 6,66 milhões

2. Predador: Terras Selvagens - R$ 5,7 milhões

3. O Telefone Preto 2 - R$ 1,86 milhão

4. Se Não Fosse Você - R$ 1,52 milhão

5. O Natal da Patrulha Canina - R$ 933,1 mil

6. De Volta Para o Futuro (relançamento) - R$ 873,4 mil

7. Quando o Céu Se Engana - R$ 564,2 mil

8. Grand Prix: A Toda Velocidade - R$ 411,3 mil

9. TWICE: One In a Million - R$ 387,6 mil

10. A Casa Mágica da Gabby - R$ 375,8 mil

Sinopse de O Agente Secreto

O Agente Secreto acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia perseguido pelas autoridades por comportamento subversivo durante a ditadura militar, nos anos 1970. Ele decide fugir e se esconder no Recife, onde começa a desconfiar das pessoas à sua volta.

O longa foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2026, com veículos apontando a possibilidade do filme conseguir indicações a Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Ator (para Wagner Moura). O Agente Secreto está em cartaz em cinemas de todo o Brasil.