Alunos de escola do Rio se protegem de tiros e tentam manter distanciamento

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Um vídeo que mostra alunos de máscara em uma escola municipal da Praça Seca, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), sentados no chão de um corredor para se proteger de tiros disparados na região, enquanto a professora cobra que eles mantenham distância uns dos outros pra evitar a covid-19, viralizou nas redes sociais após ser postado nesta segunda-feira, 22, pelo jornalista Renê Silva, fundador do jornal "Voz das Comunidades".

Silva escreveu: "Vocês conseguem entender a complexidade que é viver numa favela? As crianças no corredor pra se proteger dos tiros. A professora preocupada com o distanciamento por causa da covid... É isso, a realidade da desigualdade social".

Segundo a secretaria municipal de Educação, o vídeo de 59 segundos foi gravado na Escola Municipal Morvan de Figueiredo, na Rua Barão, na última quinta-feira, 18. Diante do tiroteio no entorno da escola, "os alunos foram abrigados, de forma preventiva, em uma parte mais segura da unidade", afirmou a pasta, em nota.

No início do vídeo, três das quatro crianças tapam os ouvidos diante do barulho de um intenso tiroteio que dura 11 segundos. Em seguida a professora, que não teve a identidade revelada, diz: "Não tem graça. É muito perigoso o que está acontecendo. Vamos chegar para cá. Por favor, não é pra ficar juntinho por causa do coronavírus e também não é para ficar em pé".

"Infelizmente a gente tem que ficar nessas condições, sentado no corredor da escola, tendo que manter a distância e ao mesmo tempo se proteger dos tiros que estão constantes, todas as tardes aqui na Rua Barão", lamenta a professora. Uma aluna então pergunta como saber de onde vêm os tiros. "A gente não sabe, o tiro está em todas as partes. Ora está aqui pertinho, ora está se distanciando" responde a professora, e o vídeo termina.

Embora a situação impressione, ela é comum naquela região, segundo narram funcionários de escolas municipais do entorno. "Todo dia tem tiroteio na região, isso é comum", contou à reportagem, por telefone, uma funcionária de outra escola municipal situada na Rua Barão. "A única coisa que varia é o horário. Às vezes acontece quando os alunos já estão na escola, outras quando eles ainda não vieram, e então acaba não tendo aula, porque ninguém vai sair de casa em meio aos tiros", conclui.

Há pelo menos três anos a região da Praça Seca é palco de disputa entre facções criminosas e milicianos. As polícias Civil e Militar fazem operações na área, mas o problema persiste, como registram os funcionários das escolas da região. "É comum ver grupos armados correndo pela rua. A gente não sabe se são traficantes ou milicianos", narra uma funcionária de outra escola municipal da Praça Seca.

O secretário de Educação do município do Rio republicou o vídeo e fez uma crítica à política de segurança pública adotada pelo governo estadual: ""Não adianta insistir numa política de segurança pública ineficiente, do confronto pelo confronto, que prejudica os mais pobres e não está integrada com outras áreas, especialmente a Educação". Ele lamentou: "Além dos grandes desafios educacionais, temos o problema crônico da violência no Rio".

A reportagem procurou as polícias Civil e Militar do Rio, que até a publicação deste texto não haviam se manifestado sobre os constantes tiroteios na região da Praça Seca.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".