'É Tudo Verdade' online

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O Festival É Tudo Verdade chega à sua 26ª edição, marcada de 8 a 18 de abril, e lança o perfume da resiliência contra golpes de Estado, regimes de opressão, violências de gênero e, sobretudo, a covid-19, apostando numa série de filmes ritmados pelo triste batuque da pandemia, em uma seleção de 69 produções egressas de 23 países. O Karaokê de Isadora, de Thiago B. Mendonça, é um dos títulos com registros da quarentena, assim como (o aguardado) 8Sob Total Controle (Totally Under Control), de Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger, e Paraíso (Paradise), de Sérgio Tréfaut.

Mas as agonias do coronavírus são apenas parte do repertório de assuntos urgentes repercutidos pela curadoria, organizada sob a batuta de Amir Labaki para ocorrer online, com a mesma eficiência vivenciada em 2020. "Todos temos saudades do festival presencial, mas uma lição importante do digital é preservar esse caráter híbrido de manter o que acontece em salas também no ambiente online", disse ele, em entrevista coletiva via Zoom. "Como é muito ágil, o documentário respondeu formalmente ao que está acontecendo à nossa volta. O que a gente buscou foi trazer para a seleção quem tratou a pandemia, formalmente, com frescor, em seu registro."

Do Brasil, há o aguardado Alvorada, que marca o retorno de Anna Muylaert (cineasta de Que Horas Ela Volta?) ao cenário dos grandes festivais, após um hiato de cinco anos. Ela regressa em parceria com Lo Politi (de Jonas) relembrando o cotidiano de Dilma Rousseff nas franjas do impeachment. Ainda inéditos de Eryk Rocha, Vincent Carelli, Ricardo Calil e Joel Pizzini na seleção de longas e curtas nacionais, revelando a potência brasileira nesta era de salas de exibição fechadas.

"A influência estética do streaming na maneira de enquadrar e nos modelos narrativos do documentário ainda é nenhuma. O que já havia, mesmo na pré-pandemia, era uma predileção por narrativas seriadas e, em especial, calcadas em dois subgêneros: relatos sobre crimes e o olhar sobre celebridades, da família real a Anitta. O que eu espero, de impacto concreto, é que as plataformas se tornem parceiras reais na produção de documentários", avalia Labaki. "Hoje, vivemos um processo de compra de documentários independentes, no qual não são raros os exemplos de filmes autorais, pelos streamings. Mas já se aponta para um processo menos passivo. E, talvez aí, com cineastas já produzindo suas ideias tendo um streaming como tela principal, sem passar pelo circuito, a influência na estética dos filmes possa se fazer notar."

Olhando para além da janela de seu país, o É Tudo Verdade foi buscar desde investigações sobre o racismo institucionalizado - MLK/FBI, de Sam Pollard - até estudos sobre o ocaso de líderes que envergaram as certezas da História - como se vê em Gorbachev.Céu, de Vitaly Mansky. Buscou ainda um Gambito da Rainha da não ficção: Glory to the Queen, de Tatia Skhirtladze, sobre enxadristas da Geórgia na Guerra Fria. A abertura será com Fuga (Flee), uma animação dinamarquesa laureada no Festival de Sundance. Dirigida por Jonas Poher Rasmussen, a produção tem foco na luta de um intelectual afegão com segredos de seu passado, às vésperas de viver um grande amor e celebrar seu sucesso acadêmico.

"É um doc animado feito ao longo de quatro anos, que nos transposta para uma realidade complicada, que é fugir de tiranias para encontrar felicidade", diz Labaki, que programou ainda um tributo póstumo a Chris Marker (1921-2021), diretor de A Pista (La Jetée, 1962), e uma seção de documentários ligados à lírica, à poética e à política de Caetano Veloso, chamada Caetano.Doc. Outra homenagem que promete mobilizar o festival é uma retrospectiva da porção documental da obra do moçambicano radicado no Brasil Ruy Guerra, num abre-alas para as comemorações de seu 90º aniversário, a ser comemorado no dia 22 de agosto. Dele serão exibidos Os Comprometidos - Actas de Um Processo de Descolonização (1984) e Mueda: Memória e Massacre (1979/80).

"O que é mais impressionante na obra do Ruy é uma inquietação formal impressionante, que torna Os Cafajestes completamente diferente de filmes mais recentes como Quase Memória. Ele não fez muita não ficção, mas o que fez é inquieto", disse Labaki.

Para o encerramento, um estudo sobre os povos originários desta pátria, que representou o Brasil na Berlinale, no início deste mês: A Última Floresta, de Luiz Bolognesi, com roteiro do xamã Davi Kopenawa Yanomami.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".