Em despedida, Pazuello liga saída do Ministério da Saúde à conspiração política

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Ao se despedir do Ministério da Saúde, nesta quarta-feira, 24, Eduardo Pazuello ligou a sua demissão a um complô político. O general disse que até boatos de que seria contra o uso de hidroxicloroquina foram levados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Desgastado, Pazuello foi substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga, mas deve receber novo cargo no governo.

Em discurso feito ao inaugurar a sua imagem na galeria de ex-ministros, o general afirmou estar seguro de que deu o melhor no cargo e declarou não saber o que mais poderia ter feito. Segundo apurou o Estadão, Pazuello disse que desagradou a interesses ao não distribuir recursos por critérios políticos. Ele afirmou que recebeu uma lista de municípios que deveriam ser priorizados, mas não detalhou de onde partiram essas pressões. Disse, ainda, que não atendeu a estes pedidos.

Presente na despedida, Queiroga fez um discurso breve. Afirmou que Pazuello é o "general da vacina" e que a história irá julgá-lo. Afirmou também que as ações do militar foram importantes para salvar vidas na pandemia de covid-19.

Pressionado pelo descontrole da pandemia, Bolsonaro decidiu retirar Pazuello da Saúde. A demissão do general foi apoiada por lideranças do Centrão, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O nome preferido por Lira e outras autoridades para o cargo, porém, não era o de Queiroga, que foi uma escolha pessoal de Bolsonaro. A mudança na Saúde também foi uma forma de esfriar ameaças de CPI no Congresso sobre ações do governo contra a crise.

Pazuello é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o colapso de saúde no Amazonas, mas é cotado a chefe da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Ao deixar o ministério, o general também disse que, sem o seu aval, uma equipe da pasta tentou divulgar nota técnica defendendo medicamentos contra a covid-19. Ele não citou quais medicamentos seriam, mas, segundo apurou o Estadão, disse que a nota poderia prejudicar a Saúde. Essas tratativas teriam ocorrido em fevereiro. Pazuello também afirmou que esse mesmo grupo levou "fake news" a Bolsonaro, dizendo que ele seria contra a hidroxicloroquina e o tratamento precoce.

Apesar de ter distribuído em massa medicamentos sem eficácia contra a covid-19, Pazuello passou a afirmar em janeiro que jamais estimulou o uso do "kit covid", composto por hidroxicloroquina e outros remédios. Em maio de 2020, no entanto, ele determinou que a Saúde mudasse radicalmente de discurso para orientar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina desde o primeiro dia de sintomas da covid-19. Mesmo com a comprovação da ineficácia da droga para a doença, a nota não foi alterada.

Sob bombardeio político e até interno do ministério, o general disse ter percebido que não iria durar no cargo. Afirmou que havia ações orquestradas contra a sua gestão.

Pazuello voltou a falar que as curvas da pandemia, no fim de 2020, apontavam para uma queda de infecções. Disse que as mutações abriram uma etapa mais dura da doença no País. No discurso, o general escondeu novamente, porém, que especialistas já alertavam sobre o risco de a pandemia se descontrolar ainda mais por causa da queda do isolamento social e das festas de fim de ano.

Segundo apurou o Estadão, Pazuello chegou a afirmar que não queria ter deixado o comando da 12ª Região Militar, em Manaus, para assumir o Ministério da Saúde, mas recebeu a "missão" de Bolsonaro. Ele também reclamou que a mídia aponta os militares como inimigos da população. O general chegou a dizer que a composição "perfeita" na Saúde era com Nelson Teich como ministro e ele de "número 2", no posto de secretário-executivo, como ocorreu na curta passagem do médico pela Saúde.

Pazuello ficou seis meses como ministro da Saúde, mas desde maio do ano passado ocupava o cargo como interino. Antes, foi secretário-executivo na gestão de Teich, que durou 29 dias.

Ao repetir que há interesse político sobre o ministério, o general aconselhou Queiroga a não ceder às pressões. Ele afirmou, ainda, que preparou Estados e municípios para enfrentar a pandemia e se defendeu das críticas sobre omissão do governo para evitar o colapso de algumas regiões, sob o argumento de que prefeitos e governadores também têm responsabilidades sobre o SUS.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".