PM assassinado em romaria para Aparecida deixa filha bebê: 'Morreu por ser policial'

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O soldado da Polícia Militar Luiz Guilherme Crispim de Oliveira, de 30 anos, morto na madrugada de sábado, 11, quando peregrinava em uma romaria para o Santuário Nacional de Aparecida deixou uma filha de apenas 1 ano e 4 meses, além de um menino de 4 anos. Sua mulher, a farmacêutica Aline da Silva Costa, diz que ele foi morto por ser policial.

"O assaltante viu o símbolo da Polícia Militar no colete dele e atirou. Ele não reagiu, levantou a mão e foi tirar a mochila", disse, em entrevista ao G1 durante o velório, em Cruzeiro, no interior paulista, no domingo, 12.

O soldado não foi a única vítima da violência durante as romarias para o santuário em comemoração ao dia de Nossa Senhora Aparecida. O estudante Gustavo Henrique dos Santos Pereira, de 19 anos, também foi assassinado por ladrões durante a caminhada, no domingo, 12. As mortes levaram o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, a falar sobre a necessidade de "uma solução para resguardar a vida" de quem faz a romaria a pé.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) diz que o policiamento foi reforçado pela Polícia Militar durante o evento neste ano e seguirá intensificado nos próximos dias, com base na análise dos índices criminais e nas denúncias da população. A pasta lamentou as mortes do policial e do estudante, vítimas de assaltantes. "Os casos estão sendo investigados pelas respectivas delegacias, com o objetivo de localizar e prender os criminosos."

Conforme Aline, era a segunda vez que o marido fazia a romaria a pé para Aparecida. "A gente achou que eles iam desistir porque o tempo estava ruim, mas foram. Infelizmente aconteceu essa fatalidade", lamentou.

Ela contou que o policial e um primo dela saíram de Cruzeiro, onde residem, e caminhavam pela rodovia Presidente Dutra na altura do km 55, em Lorena, quando o assaltante encostou a arma nas costas do primo. "O assaltante anunciou o assalto também ao Crispim, que não reagiu. Ele levantou as mãos e foi tirar a mochila. Acho que, quando o assaltante viu o símbolo da polícia, ele atirou. Morreu por ser policial", disse.

O soldado foi atingido por um tiro no peito. Dois acompanhantes foram baleados de raspão, receberam socorro e passam bem. Crispim foi socorrido, mas morreu em um hospital de Lorena. "A gente tinha muitos planos, muitos sonhos. Ela (a bebê) está com um ano e pouquinho. Teve a primeira festinha de aniversário, tínhamos planos da escolinha. Agora eu fico pensando como vai ser", diz Aline.

O policial foi sepultado no domingo, 12, no Cemitério Jardim Santa Casa. O corpo foi levado em viatura dos bombeiros, acompanhada por viaturas da PM com as sirenes ligadas. Durante o velório, familiares e amigos pediram justiça.

De acordo com a esposa, Crispim era devoto de Nossa Senhora Aparecida e, desde que se mudou para Cruzeiro, falava em ir para o santuário. No ano passado, ele participou da romaria.

Crispim entrou na Polícia Militar em 2015 e integrava a 4.ª Companhia do 23.º Batalhão da Polícia Militar. Em nota oficial, o comandante tenente-coronel Rodrigo dos Santos Iacovantuono disse que o soldado era reconhecido por sua conduta exemplar, comprometimento e respeito à farda.

"Crispim dedicou dez anos de sua vida ao serviço público, sempre com o firme propósito de proteger e servir a sociedade paulista. Durante o tempo em que integrou o efetivo da 4.ª Companhia, destacou-se por sua conduta exemplar, dedicação ímpar e respeito à farda que envergava com orgulho. Seu comprometimento com a missão policial militar e sua postura íntegra conquistaram o respeito de seus pares e superiores, deixando um legado de honra e companheirismo."

Recusa e morte durante assalto

O estudante Gustavo Henrique dos Santos Pereira, era natural de Cruzeiro, mas estava morando em Cachoeira Paulista, na mesma região. Ele caminhava com um amigo pela rodovia Oswaldo Ortiz Monteiro, próximo ao entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra, no trecho de Canas, rumo a Aparecida, quando foram abordados por um homem armado. O criminoso anunciou o assalto e exigiu os celulares das vítimas.

O outro rapaz entregou o aparelho, mas Gustavo teria se recusado a entregar o seu celular. O assaltante disparou contra a cabeça da vítima. O jovem morreu no local. O corpo foi sepultado na manhã desta segunda-feira, 13, no Cemitério Jardim Santa Clara, em Cruzeiro.

Gustavo, mais conhecido como Gu, era aluno da Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo (Facic), em Cruzeiro. A instituição lamentou a morte do rapaz em postagem nas redes sociais.

Durante as celebrações da padroeira do Brasil, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, falou sobre a necessidade de "uma solução para resguardar a vida" de quem faz a romaria a pé. Sem se referir diretamente às mortes, ele disse que "a Dutra se transformou num santuário de um povo caminhante e é muito perigosa."

No sábado, 11, o ciclista José Antonio dos Santos, que saiu de Mairiporã com um grupo de amigos, foi atropelado e morreu no km 100 da pista sentido Rio da Dutra, em Pindamonhangaba. O motorista fugiu sem prestar socorro.

O Santuário participa das discussões com a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a construção de uma passarela de 134 km exclusiva para os peregrinos ao lado da rodovia, entre Arujá e Aparecida. "Gente querida, 40 mil pessoas vindo a pé. Merece todo o cuidado e todo o zelo dos poderes constituídos", disse dom Orlando, em coletiva.

O santuário de Aparecida recebeu 494,6 mil devotos de Nossa Senhora entre os dias 3 e 12 de outubro. O aumento é de 54% em relação ao ano passado, quando 320,6 mil fiéis foram ao santuário no mesmo período. Este ano, cerca de 40 mil devotos fizeram a peregrinação a pé, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Só neste domingo, 12, cerca de 152 mil pessoas assistiram às sete missas e outras atividades religiosas desenvolvidas no santuário.

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