Morre estudante que ficou mais de 50 dias em coma após beber gin com metanol em SP

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Morreu nesta quinta-feira, 23, o estudante Rafael dos Anjos Martins, que ficou internado mais de 50 dias em coma no Hospital São Luiz, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, por ingestão de bebida adulterada. A informação foi confirmada pela família da vítima.

"Com o coração apertado, venho compartilhar que o nosso querido Rafael partiu para os braços de Deus. Depois de 53 dias em coma, o Senhor o chamou para descansar em paz, livre de toda dor e sofrimento", diz comunicado.

Ele estava hospitalizado desde 1º de setembro. O caso gravíssimo foi um dos primeiros da sequência de intoxicações por consumo de bebida alcoólica contaminada com metanol em diversas regiões do Estado, especialmente na capital e região metropolitana.

Em boletim divulgado na quarta, o Ministério da Saúde informou que o País registra 10 mortes por intoxicação por metanol. O falecimento de Rafael seria o 11° óbito.

O que diz o boletim de ocorrência

De acordo com o Boletim de Ocorrência, documento ao qual o Estadão teve acesso na época, os enfermeiros do Hospital Geral do Grajaú, onde ele foi inicialmente atendido, informaram que o estudante havia sido intoxicado com metanol no dia 1º de setembro e que a equipe médica solicitou um rastreio dos passos da vítima.

Logo depois, ele foi transferido para o Hospital São Luiz, em Osasco, para realizar sessões de hemodiálise. No dia 2 de setembro, a tia da vítima compareceu à 48ª Delegacia de Polícia, em Cidade Dutra, e relatou que o sobrinho havia recebido diagnóstico de intoxicação por metanol. Ela estava acompanhada da mãe de uma jovem de 25 anos, que apresentava o mesmo diagnóstico.

O consumo teria ocorrido na casa dele, na madrugada de 31 de agosto, logo após o jovem ter adquirido a bebida no estabelecimento chamado Empório Santos, em um pacote promocional que incluía gin, gelo de água de coco e energético. Cinco pessoas que participavam da confraternização, com idades entre 23 e 27 anos, teriam consumido a bebida.

O caso mais grave foi o do estudante, que havia ingerido a bebida pura, segundo testemunhas. Os demais convidados misturaram o gin às outras bebidas. Depois de acordar, ele reportou fortes dores abdominais, vômitos e, mais tarde, começou a gritar que estava cego.

A polícia recolheu duas garrafas de gin que estavam na casa da vítima. Outras 14 garrafas foram apreendidas na Adega Santos, estabelecimento onde os parentes relataram que a bebida havia sido comprada.

Na ocasião, os representantes do estabelecimento afirmaram à polícia que o grupo de amigos é conhecido no local, pois sempre ingerem grande quantidade de bebida alcoólica. Os funcionários afirmaram que o rapaz já apresentava sinais de embriaguez e que pode ter ingerido álcool em outros estabelecimentos.

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Foram divulgados na última quarta-feira, 22, os vencedores do Edital Natura Musical. Com quase três mil inscritos, 20 projetos serão contemplados com o patrocínio da marca para o próximo ano. Entre os destaques estão nomes como Hermeto Pascoal (1936-2025), Alaíde Costa, Luedji Luna e Teresa Cristina.

Hermeto ganhará um álbum em sua homenagem. Ele será celebrado com a gravação da peça Sinfonia em Quadrinhos, que completa 40 anos em 2026, realizada em parceria da Big Band, que o acompanhava, com a Orquestra Jovem Tom Jobim.

Alaíde Costa, prestes a completar 90 anos, encerrará a trilogia de discos iniciada com O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim (2022) e E o Tempo Agora Quer Voar (2024), ambos produzidos por Emicida, Marcus Preto e Pupillo.

Já Luedji Luna ganhará um projeto que prevê a turnê nacional dos álbuns Um Mar Pra Cada Um e Antes Que a Terra Acabe. Teresa Cristina, por sua vez, fará a gravação de seu primeiro álbum de inéditas com canções assinadas por ela ou em parceria com grandes nomes da música brasileira.

A curadoria do Edital Natura Musical é assinada pelos cantores Fernanda Takai, Rincon Sapiência e Patrícia Bastos; os jornalistas Adriana Couto e Ariel Fagundes; os produtores Barro, Gustavo Ruiz e Rafa Dias; e a diretora da Altafonte Brasil Mônica Brandão.

Paula Proença Castela Ribeiro, prima de Ana Castela, morreu aos 36 anos nesta quinta-feira, 23, em Cuiabá. A notícia foi divulgada pela igreja que Paula frequentava. Ela era advogada e estava grávida. A causa da morte não foi revelada e ainda não se sabe o estado de saúde do bebê.

Na quarta-feira, 22, a cantora sertaneja usou as redes sociais para pedir doações de sangue para ela. "Ela tá gravidinha, então, obrigada a cada um de vocês", disse.

A Organização dos Advogados do Brasil, em Mato Grosso, divulgou uma nota sobre a morte dizendo que Paula deixa "deixa esposo, filhos e familiares profundamente tristes com esta perda irreparável".

Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, livro de Carolina Maria de Jesus considerado entre os mais importantes da literatura brasileira, vai ganhar um filme. A obra será dirigida por Jeferson De (M8 - Quando a Morte socorre a Vida), com roteiro de Maíra Oliveira (Papai é Pop) e produção de Clélia Bessa.

O elenco e a equipe de produção do longa, que recebeu o título provisório de Carolina - Quarto de Despejo, se reuniram nesta semana para a leitura do roteiro, e as filmagens já começam no dia 1º de novembro, no Rio de Janeiro. A atriz Maria Gal (Câncer com Ascendente em Virgem) será a protagonista, interpretando Carolina, mulher negra que relatou seu cotidiano como catadora de lixo da favela do Canindé, na periferia de São Paulo, entre os anos de 1955 e 1960. Raphael Logam, Fábio Assunção, Thawan Lucas e Clayton Nascimento também integram o elenco.

O livro Quarto de Despejo reproduz o diário de Carolina Maria de Jesus, em que ela narra com força poética a vida na periferia e o sofrimento e a angústia mediante as dificuldades e a rotina de fome. Na época, final dos anos 50, ela vivia no Canindé com seus três filhos quando foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas. Trabalhava como catadora e escrevia todos os dias em seu diário, intercalando com criações que iam de contos a poemas.

Assim que lançado, o livro obteve sucesso astronômico. Com apenas dois anos de educação formal, Carolina conquistou o País, vendeu mais de um milhão de exemplares e teve sua obra traduzida para 14 idiomas. Ela morreu em 1977, aos 64 anos, vítima de bronquite asmática.

De acordo com comunicado enviado à imprensa, a produção pretende revelar não apenas as dificuldades enfrentadas por Carolina e seus filhos, mas também sua genialidade, coragem e paixão pela escrita, que transformaram sua experiência em um poderoso testemunho de resistência. Por enquanto ainda não há previsão de lançamento.