São Sebastião barra 28 turistas com covid; moradores de Ubatuba fazem barricada

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Prefeituras do litoral de São Paulo têm realizado barreiras sanitárias e outras restrições após municípios da Grande São Paulo entrarem em um feriadão antecipado na sexta-feira, 26, que se estende até a Páscoa. Em São Sebastião, 28 turistas foram barrados após testarem positivo para a covid-19, enquanto Ubatuba teve um dos acessos bloqueados com pneus queimados feito por moradores.

No Litoral Norte, São Sebastião teve filas de até 2 horas de espera na entrada da cidade no primeiro dia de barreira sanitária, realizada ao longo de mais de 24 horas na praia de Boraceia, em Bertioga. Pelo tempo de espera, que gerou engarrafamento na rodovia Rio-Santos, a Polícia Rodoviária paulista determinou a interrupção do bloqueio.

Segundo a prefeitura, 1,1 mil testes rápidos do novo coronavírus foram realizados até as 18 horas de sexta, dos quais 28 tiveram resultado positivo. Os turistas com a doença foram orientados a voltar para casa, procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e se isolar em domicílio.

O município também instalou barreiras na entrada de praias, das quais parte foi destruída. Imagens de câmeras de vigilância da região irão auxiliar na investigação dos possíveis responsáveis.

Os tapumes têm o objetivo de restringir um único acesso por local, a fim de haver maior controle da circulação de pessoas, autorizadas a utilizar a faixa de areia apenas para a prática de exercícios.

Como outros municípios paulistas, São Sebastião enfrenta escassez de medicamentos do chamado "kit intubação", o que motivou a interrupção da admissão de pacientes na UTI Respiratória local. Os casos que necessitarem desse tipo de tratamento serão cadastrados na fila de espera da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS).

Na vizinha Ubatuba, cerca de 250 pessoas utilizaram pneus queimados para bloquear o acesso ao município por volta das 22 horas de sexta. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), houve interdição total da via por volta das 3h20 da madrugada deste sábado, 27.

Em um dos vídeos do protesto, compartilhado nas redes sociais, um morador diz que "não adianta a gente fechar a cidade, os comerciantes fecharem e os turistas descerem". "Moradores de Ubatuba, podem vir à vontade, mas turista não vai entrar", destaca.

Segundo a Polícia Rodoviária, a ação aconteceu no quilômetro 93 da Rodovia Oswaldo Cruz, próximo ao bairro Marafunda. O ato durou cerca de duas horas. Ninguém foi detido. Apesar da tentativa, os motoristas conseguiram desviar dos pneus queimados e seguir o trajeto. Neste sábado, o município passou a determinar as restrições previstas no Plano São Paulo após ser notificado de uma decisão liminar na Justiça paulista.

Em Santos, na Baixada, 528 veículos foram abordados na barreira sanitária criada no acesso do município na sexta. Segundo a prefeitura, o objetivo é impedir a entrada de vans, ônibus de turismo, micro-ônibus e carros de passeio com turistas.

Ao menos 15 veículos foram impedidos de ingressar, incluindo um automóvel cujo responsável não soube informar o motivo do deslocamento. Santos está com 92% de ocupação na UTI, média que é de 95% na rede privada.

Também na Baixada Santista, São Vicente abordou 187 veículos em barreira sanitária na sexta, de acordo com a gestão municipal. Os acessos às praias estão bloqueados. A ocupação em UTI é de 90%.

Com 100% de ocupação na UTI, Guarujá também fez barreira sanitária, que começou na quarta-feira, 24, com 241 veículos impedidos de ingressar no município apenas no primeiro dia. Além disso, sete turistas com destino à trilha da Praia Branca tiveram de retornar à cidade de origem.

O acesso está livre exclusivamente para residentes, o que não inclui proprietários de imóveis de veraneio, e pessoas que exercem atividades essenciais no município. Caso o condutor se recuse a retornar ao local de origem, ele pode ter o veículo apreendido. Bertioga também aderiu aos bloqueios, por meio de barreiras sanitárias e a instalação de manilhas de concreto e faixas de sinalização, que estão previstos até 4 de abril.

Em Praia Grande, a barreira sanitária chegou a causar um quilômetro de lentidão na Rodovia Imigrantes neste sábado, segundo a Ecovias. Também está suspensa a emissão de autorização para a entrada de veículos de turismo no município, que está com 100% de ocupação de UTI. Na quarta-feira, 24, um motorista da capital paulista com diagnóstico de covid-19 foi orientado a voltar para casa.

Em Caraguatatuba, também no Litoral Norte, há barreira sanitária e o acesso às duas pistas da Avenida Dr. Arthur Costa Filho (na orla) está fechado. A colocação de guarda-sóis, cadeiras, mesas, caixas de som e a permanência na areia estão proibidos, assim como o atendimento presencial nos quiosques e o trabalho de ambulantes nas praias.

Em outra categoria

O Brasil fez história no Oscar deste domingo, 2, com a vitória de Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional. A conquista inédita foi comemorada por Fernanda Torres, protagonista do longa, que usou as redes sociais na madrugada desta segunda-feira, 3, para compartilhar sua emoção.

"Nós vamos sorrir. Sorriam", escreveu a atriz, relembrando uma fala marcante de sua personagem no filme. A publicação veio acompanhada de duas imagens simbólicas: uma do envelope que revelou a vitória brasileira e outra do diretor Walter Salles segurando a estatueta dourada na premiação.

Torres também concorreu ao prêmio de Melhor Atriz, mas a estatueta ficou com a americana Mikey Madison, por Anora. Ainda assim, a noite foi de celebração para o cinema brasileiro. Mais cedo, a atriz apareceu com a estatueta do Oscar em mãos e brincou nas redes sociais: "Ainda estamos aqui comemorando", escreveu.

A onda de calor no País prossegue pelo menos até quarta-feira e continua a desafiar foliões e administrações públicas. O Estadão perguntou às prefeituras das cidades com maiores carnavais de rua do País - São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Olinda e Belo Horizonte - sobre o que farão para remediar o calor e evitar que foliões passem mal. As medidas mencionadas envolvem oferta gratuita de água, caminhões-pipa nos maiores blocos para refrescar e equipes médicas a postos.

Em São Paulo e no Rio, um grupo de foliões intitulado "As Águas Vão Rolar" criticou as ações municipais. Eles reivindicam a criação de um gabinete de crise, ampliação da oferta de água e maior flexibilidade para horário dos blocos.

"A Prefeitura (de São Paulo) anunciou que serão oferecidos 2,2 milhões de copos de água nos três finais de semana de desfiles dos blocos. O número, porém, representa menos de 15% do público estimado em 16 milhões pela gestão municipal durante os dias de folia", argumenta o grupo. O Município, por sua vez, diz que além dos copos há "bebedouros e caminhões de água potável com torneira nos trajetos".

De acordo com Carlos Machado, pesquisador de saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), duas medidas são essenciais: distribuição de água gratuitamente e posicionamento de equipes de saúde com materiais próprios para resfriamento de pessoas em estado de emergência. "Alterar os horários dos blocos é bem-vindo, mas não garante que não haverá problema com calor."

O especialista aponta que a responsabilidade em relação ao calor deve ser compartilhada. "A prefeitura tem de oferecer água e fazer uma campanha de prevenção e conscientização. Já as pessoas devem levar uma garrafinha, um boné, se alimentar bem e evitar exposição nos horários mais críticos", diz. A utilização de caminhões-pipa também é bem vista pelo médico, assim como a distribuição de viseiras e bonés, como faz a prefeitura de Olinda.

No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que preparou um "esquema especial" de atendimento pré-hospitalar nas áreas de maior concentração de público, em Centro, Copacabana e Ipanema. A prefeitura de Belo Horizonte informou que separou estações de hidratação pela cidade mas, até o momento, "não houve registro de aumento na procura por atendimento de saúde devido ao calor".

INOVAÇÃO

A prefeitura de Salvador está promovendo, este ano, o Observatório do Clima nos principais circuitos da folia. "Dois equipamentos foram instalados, um deles no Campo Grande e o outro na Rua Dias D'Ávila, na Barra."

Os dados coletados devem ser utilizados no planejamento da cidade nos próximos carnavais, como por exemplo para promover melhorias na ventilação de determinado circuito de trio elétrico. A prefeitura do Recife não respondeu até as 17 horas de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Anora foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Filme do Oscar 2025. Ainda Estou Aqui, longa brasileiro que concorria na categoria, não foi escolhido pelos votantes.

O longa custou US$ 6 milhões para ser produzido - um dos menores orçamentos da história da premiação - e, nas últimas estimativas, faturou cerca de US$ 38 milhões de bilheteria ao redor do mundo.

Indicações de 'Anora' ao Oscar 2025

Anora foi indicado em seis categorias no Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição.

Outros prêmios

Em maio de 2024, Anora venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e se colocou como um sério concorrente ao Oscar. Ao longo da temporada, no entanto, viu os filmes rivais ganharem mais destaque e, apesar de ser bastante elogiado pela crítica, passou a ser tratado como um azarão.

A maré mudou nas últimas semanas. Surpreendentemente, o longa venceu o prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Awards. Confirmando o bom momento, também foi vitorioso no Directors Guild Awards, no Producers Guild Awards e no Writers Guild of America Awards, três dos principais prêmios dos sindicatos de Hollywood.

Sobre o que é

Em Nova York, a jovem stripper Anora (Mikey Madison) conhece o filho de um oligarca russo e engata um improvável romance. Após um casamento impulsivo em Las Vegas, a família de Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn) planeja retornar para os Estados Unidos com um único objetivo - anular a união entre o casal. Descrito como um "conto de fadas às avessas", o longa subverte a história da Cinderela para falar sobre as falhas do Sonho Americano.

Elenco

Em Anora, Mikey Madison interpreta Ani, uma jovem stripper que se deslumbra com a vida de luxos que o dinheiro pode proporcionar. O papel rendeu a atriz uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Já Mark Eydelshteyn é Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo que contrata os serviços de Ani por tempo indeterminado.

Yura Borisov interpreta Igor, um capanga russo da família Zakharov. O papel rendeu ao ator uma indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Completam o elenco Karren Karagulian e Vache Tovmasyan, que interpretam outros dois capangas da família Zakharov, e Aleksei Serebryakov e Darya Ekamasova, que vivem o pai e a mãe de Ivan, respectivamente.

Entrevistas

Em entrevista ao Estadão, Sean Baker e Mikey Madison discorreram sobre o que torna Anora um longa tão único. Em especial, falaram sobre a temática de trabalhadores sexuais - uma constante no trabalho de Baker - e sobre como o filme busca quebrar as expectativas do público.

"Sempre pensei em Anora como algo fora do 'mainstream' e um pouco divisivo por causa de seus temas, mas ele parece estar agradando às pessoas de maneira universal. E isso é maravilhoso", afirmou Sean Baker.

Críticas

O filme foi bastante elogiado pela crítica internacional. No site Rotten Tomatoes, que agrega análises de profissionais da indústria, o longa conta com 93% de aprovação. No New York Times, a obra de Sean Baker foi descrita como o "nascimento de uma estrela".

"Esse papel exige que ela [Mikey Madison] vá ao extremo, com elementos de pastelão, romance, comédia e tragédia, além de dançar com pouquíssima roupa e dar uns socos poderosos", escreveu a crítica Alissa Wilkinson. "E a cada momento Madison fica mais fascinante."

"Anora é uma fábula moderna e obscena, povoada por strippers e capangas. Como a maioria dos filmes de Baker, fala sobre os limites do sonho americano, sobre as muitas paredes invisíveis que se interpõem no caminho das fantasias de igualdade e oportunidade, sobre como se erguer pelas próprias pernas", finalizou.

Polêmicas

A principal polêmica de Anora decorreu da falta de um coordenador de intimidade no set de filmagem de Sean Baker. O cargo, que vem ganhando cada vez mais importância em Hollywood, é responsável por supervisionar cenas íntimas que envolvam sexo simulado e nudez.

Em uma era pós-Me Too, o trabalho do supervisor garante que todos os envolvidos se sintam seguros e possam se manifestar caso algo os deixe desconfortável. Em Anora, cenas de sexo e nudez compõem uma boa parte do filme. Baker e a equipe, no entanto, optaram por não utilizar um coordenador de intimidade durante as gravações do longa.

"Foi uma escolha que fiz. A produção me ofereceu, se eu quisesse, um coordenador de intimidade", afirmou Mikey Madison no quadro Actors on Actors, da Variety. A atriz explicou que a decisão foi tomada por ela e por Mark Eydelshteyn e que, apesar da polêmica, a experiência foi extremamente positiva para ela.

Onde assistir

Em cartaz, Anora estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro. Não há previsão, no momento, para exibição em plataformas de streaming.

Os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2025

Anora

O Brutalista

Um Completo Desconhecido

Conclave

Duna: Parte 2

Emilia Pérez

Ainda Estou Aqui

Nickel Boys

A Substância

Wicked