Por que PL que classifica CV e PCC como terroristas poderá favorecer o crime organizado?

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O projeto de lei antiterrorismo, que tramita no Congresso Nacional e conta com o apoio de governadores ligados à direita, incluindo Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, vem sendo alvo de críticas por supostamente enfraquecer o combate ao crime organizado.

De autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), o projeto prevê a classificação de facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), como organizações terroristas.

A mudança poderá transferir o trabalho de investigação de grupos especializados da esfera estadual, como os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, para a Polícia Federal (PF). Na justificativa do projeto, Forte afirma que a proposta "garante uma investigação mais especializada e abrangente".

Além disso, o texto equipara ao terrorismo os crimes cometidos por facções e milícias voltados à dominação territorial, à intimidação coletiva e ao tráfico de drogas, entre outros. A proposta atualiza a Lei Antiterrorismo - que prevê penas de 12 a 30 anos para esses crimes - e amplia em até dois terços as punições para comandantes e líderes de facções.

Ao Estadão, o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco de São Paulo, criticou a medida. "Deslocar a competência vai atrapalhar e prejudicar as investigações. Não faz sentido. É temerário", afirmou.

Segundo ele, que investiga o PCC há anos, a migração dos casos da Justiça Estadual para a Justiça Federal poderá provocar atrasos em inquéritos e processos, levar à soltura de réus presos e gerar questionamentos sobre prisões já decretadas.

Gakiya avalia ainda que medidas previstas no projeto, como a punição de atos preparatórios de atentados, o sequestro cautelar de bens e a criminalização do domínio territorial, poderiam ser incluídas na Lei das Organizações Criminosas, sem tumultuar as investigações nem retirar das polícias estaduais o papel central no combate às facções.

O projeto antiterrorismo estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na última terça-feira, 4, mas sua análise foi adiada. O relator do texto será o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, atualmente licenciado do Legislativo, que deixará a pasta e retornará à Câmara.

O projeto já tem requerimento de urgência aprovado, o que permitiria sua votação diretamente no plenário da Casa. No entanto, o Partido Liberal (PL) pediu que a análise ocorra primeiro na CCJ, para evitar contestações posteriores.

Como forma de conter o avanço da proposta apresentada por parlamentares da oposição, o governo federal também enviou ao Congresso na última sexta-feira, 31, outro projeto de segurança pública: o PL Antifacção, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O texto do Executivo foi estruturado em cinco eixos principais, com o objetivo de atingir os criminosos em diferentes frentes. Entre eles estão: a atualização de leis para ampliar penas; o fortalecimento do poder de investigação das polícias; a asfixia das fontes de receita dos grupos criminosos; o enfraquecimento da comunicação entre integrantes de facções; e medidas para impedir a infiltração de criminosos no poder público. Entenda mais sobre o projeto aqui.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na última segunda-feira, 3, que ainda não teve acesso ao texto do projeto do governo federal, mas defendeu a proposta apresentada por Danilo Forte. "A ideia é que a gente possa apensar um projeto ao outro e, a partir dali, fazer o melhor texto", declarou.

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Luca Arroyo Borges, filho do cantor Lô Borges, usou o Instagram para publicar uma homenagem ao pai cinco dias após sua morte, na segunda-feira, 3. Com duas fotos ao lado do músico, o jovem escreveu um texto sobre a saudade.

"Eu te amo mais do que você é talentoso. Não tenho palavras para tudo que está acontecendo agora e vou viver minha vida inteira sentindo sua falta. O privilégio de ter Lô Borges como pai, vocês não têm ideia", escreveu.

"Perdi meu melhor amigo no seu auge, mas como meu pai sempre falou, ser fraco não é uma opção. Independente de onde você esteja, sei que você vai cuidar de mim igual você sempre fez. Você é a minha maior inspiração. Tudo o que eu queria era mais 20 anos com você. Te amo, pai, já sinto saudade. Obrigado pelo privilégio de ser seu filho", concluiu o filho de Lô Borges, que ainda agradeceu às mensagens de apoio recebidas nos últimos dias.

Lô Borges estava internado desde 19 de outubro, após uma intoxicação por medicamentos. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos. O cantor e compositor ficou conhecido por músicas como O Trem Azul e Paisagem da Janela, presentes no clássico álbum da MPB Clube da Esquina (1972).

O SBT usou inteligência artificial (IA) para recriar a voz e a imagem de Silvio Santos e Hebe Camargo em vídeo exibido durante a abertura do Teleton 2025, na última sexta-feira, 7.

O material, que tem cerca de três minutos de duração, mostra a imagem artificial dos apresentadores durante uma ligação telefônica na qual Hebe sugere o programa beneficente ao patrão. "Me diz, o que acha?", pergunta, ao que Silvio responde: "Se é para mudar vidas, o SBT abre suas portas".

O médico Renato da Costa Bonfim, fundador da AACD, também foi recriado com IA, enquanto outras personalidades, como Eliana, Ratinho, Celso Portiolli e o cantor Daniel, embaixador do Teleton, apareceram em versões do passado.

Matheus Trombino, criador do vídeo, foi entrevistado por Celso Portioli durante o programa, neste sábado, 8. Segundo ele, o conteúdo levou seis dias para ficar pronto.

"Os desafios eram conseguir restaurar poucas imagens antigas que a gente tinha, porque a AACD foi criada em 1950, e também criar as cenas de bastidor que a gente nunca viu, como a Hebe Camargo apresentando a AACD ao Silvio Santos, ou o Silvio Santos falando: 'Pode entrar no SBT'", relatou Trombino.

Eliane Giardini, que viveu Muricy em Avenida Brasil (2012), confirmou que a novela terá uma continuação. A atriz comentou o assunto durante uma palestra, em vídeo que circula nas redes sociais. No momento, o mediador do encontro mencionou que o próximo trabalho dela será com João Emanuel Carneiro, autor da trama original, e citou o título.

Ao refletir sobre o projeto, Eliane explicou que considera um remake mais simples de encarar. "O remake você já sabe que é uma história maravilhosa. No mínimo vai fazer sucesso porque as pessoas odeiam e ficam comparando, isso também é uma forma de sucesso", disse.

Já a ideia de continuar uma história que marcou época preocupa a atriz. "Quando a história é boa, é uma equação perfeita. A gente não tem o domínio sobre essa equação, ela acontece por acaso, e é muito difícil reproduzir. Por isso tenho um pouco de medo da continuação, porque você vai mexer em uma coisa que fez grande sucesso", afirmou.

Continuação de 'Avenida Brasil'

De acordo com a colunista Carla Bittencourt, do portal LeoDias, a Globo procurou o autor João Emanuel Carneiro, que teria aceitado dar continuidade à história. Os primeiros esboços do projeto já estariam em andamento.

Procurada pelo Estadão, a Globo ainda não confirmou a produção. O espaço segue aberto.

Adriana Esteves e Murilo Benício também já teriam sinalizado interesse em reviver os papéis de Carminha e Tufão. Ainda não há informações sobre o restante do elenco. A previsão é que a produção estreie em 2027.