Corrêa do Lago elogia protagonismo da China na agenda do clima e defende dinheiro público

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O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), André Corrêa do Lago, destacou o protagonismo da China no investimento em energia limpa e os consequentes ganhos coletivos desse esforço. Ele disse que o gigante asiático abraçou a agenda climática de uma forma "extraordinária" e demonstrou que o clima vai além da questão ambiental, evidenciando que há também uma lógica econômica.

"A China se tornou muito importante em energia solar, elétrica, baterias. Nesse campo, fez um trabalho incrível de cooperação internacional com a redução dos preços", afirmou, observando que um painel solar ficou acessível à população de países mais pobres. "A China traz uma contribuição significativa. Tem tecnologia e escala para produzir", afirmou.

Corrêa do Lago disse que está muito feliz pela participação do empresariado na COP30 e que os recursos privados são altamente relevantes para o financiamento climático. "O setor privado pode ajudar a conduzir algumas decisões dentro dos países e assim podem contribuir a mobilizar mais recursos soberanos", afirmou.

Ele ponderou, contudo, que é importante conduzir a discussão sobre recursos privados e públicos com seriedade. "O progresso que fizemos com recursos privados não pode ser interpretado na forma errada, ou seja, que pode vir a substituir o dinheiro público", disse. Ele reforçou que os recursos soberanos precisam servir de alavanca para o dinheiro privado.

As presidências da COP29 do Azerbaijão e da COP30 do Brasil anunciaram na semana passada o chamado "Mapa do Caminho de Baku a Belém, um plano para mobilizar US$1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. A meta vai exigir esforços significativos tanto de fontes tradicionais quanto da criação de mecanismos financeiros novos, em um momento de crise no multilateralismo.

Desafios diferentes

O presidente da COP30 afirmou que é preciso colocar em perspectiva o fato de os países em desenvolvimento terem de lidar com outros desafios. "Os países desenvolvidos já têm um equilíbrio entre desenvolvimento social e econômico. Assim, eles olham para a transição de uma forma diferente do que os países do Sul global", afirmou. E acrescentou: "Os países em desenvolvimento têm as agendas sociais e a climática ao mesmo tempo para elucidar", disse.

"Os países em desenvolvimento estão fazendo grandes avanços na agenda climática e farão muito mais se tiverem os recursos financeiros vindos dos países desenvolvidos", afirmou.

Para ele, o Brasil é um exemplo desse cenário. De um lado, lida com a questão da pobreza. De outro, tem o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciativa pública com notoriedade em ciência e avanços na agropecuária.

Agenda de discussão na COP30

Para conseguir adotar a agenda, a presidência da COP30 fez uma manobra e destacou os temas polêmicos para discussão separada. Com isso, os tópicos relacionados ao financiamento, às medidas de unilaterais de comércio, às metas climáticas dos países (NDC, na sigla em inglês) e aos relatórios de transparência (BTR, na sigla em inglês) vão ser abordados em consultas diretas com a presidência da COP. Na quarta-feira, a presidência fará uma devolutiva sobre o tema.

As medidas unilaterais de comércio são um tema sensível sobretudo para a União Europeia, que costuma praticar ações protecionistas utilizando supostas infrações ambientais dos países em desenvolvimento como argumento.

Em uma carta na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu esse tipo de medida para "que o comércio volte a unir as nações, em vez de dividi-las".

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Uma fã brasileira de Dua Lipa presenteou a cantora com uma cópia do livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. O momento aconteceu no último sábado, 8, durante um show da artista na Argentina.

Bárbara Sousa, administradora de um perfil de fãs de Dua Lipa no Instagram, viajou até Buenos Aires para acompanhar uma das apresentações da turnê Radical Optimism, e levou um cartaz com a frase "Troco um livro por uma selfie".

A proposta chamou a atenção da cantora, que trocou algumas palavras com Bárbara antes de abraçá-la e posar para uma foto. Ela também recebeu o livro em mãos e agradeceu pelo presente.

Dua Lipa, que vem ao Brasil para apresentações a partir do próximo sábado, 15, tem um clube de leitura, chamado Service 95 Book Club, criado por ela em junho de 2023. O clube traz escolhas mensais de leitura escolhidas pela própria cantora britânica. Recentemente, Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro, foi listado entre as indicações de "6 livros decisivos que vão mudar a maneira com a qual você pensa no mundo".

Dua Lipa no Brasil

A estrela pop britânica trará a turnê Radical Optism ao Brasil. A artista, que marcou presença no Rock in Rio em 2022, se apresentará em São Paulo, no dia 15 de novembro, no estádio MorumBIS; no Rio de Janeiro, o show será na Área Externa da Farmasi Arena, no dia 22. Os ingressos estão a venda no site da Ticketmaster.

Em Má Influencer, nova série original sul-africana da Netflix, uma mãe solo, BK (Jo-Anne Reyneke), se une a uma influenciadora, Pinky (Cindy Mahlangu), para vender bolsas de luxo falsificadas online. Mas o golpe chama a atenção tanto de uma gangue de falsificadores quanto das autoridades, e elas precisam ser mais espertas do que a polícia e os criminosos caso queiram ganhar dinheiro e não ir para a cadeia.

Em sete episódios, a nova atração aborda temas como a fama nas redes sociais, a cultura - por vezes tóxica - dos influenciadores digitais, além de lealdade e a busca por sobrevivência. A série foi criada e escrita por Kudi Maradzika, com direção de Ari Kruger e Keitumetse Qhali. Atualmente, a produção está entre as mais vistas da Netflix.

Definida pela edição sul-africana da revista Glamour como "parte da nova onda de talentos africanos que estão redefinindo a forma de contar as histórias do continente, e quem pode contá-las", Kudi oferece um ponto de vista particular sobre temas como cultura digital e cultura de influência. Afinal, ela mesma tentou se tornar uma influenciadora em períodos anteriores de sua carreira, e fala de uma perspectiva própria.

"Cheguei até mesmo a ser convidada para eventos de marca", declarou à revista. "Mas, como jornalista de formação, comecei a perceber um mundo muito mais complexo do que as pessoas imaginam."

Depois disso, ela fez parte de um laboratório do Instituto Realness, uma incubadora de projetos de onde a Netflix selecionou filmes e séries de países como Quênia, África do Sul e Nigéria, contratou roteiristas e passou um ano e meio desenvolvendo a história. "Má Influencer explora o quanto as mídias sociais moldam nossa identidade, nossas ambições e nossa bússola moral, especialmente em uma sociedade obcecada por imagem."

Além da fama das redes sociais, Má Influencer também aborda a relação entre tecnologia e crime, sobretudo quando consumidores podem ser enganados por influenciadores em quem confiam ou estratégias de marketing enganosas. A série também aborda as questões morais em torno da origem e do destino do dinheiro das falsificações - tudo isso sob um viés local.

"Os ritmos culturais, o humor e as contradições sul-africanas conduzem a história", declarou Maradzika ao portal nigeriano Nollywood Reporter. "A equipe fixou a história em um mundo que é reconhecidamente nosso."

Cotado para o Oscar 2026, O Agente Secreto teve ótima estreia nas bilheterias brasileiras. Lançado nacionalmente no último dia 6, o filme de Kleber Mendonça Filho fechou seus primeiros quatro dias em cartaz registrando R$ 6,66 milhões, superando outra grande estreia da semana, Predador: Terras Selvagens, que arrecadou R$5,7 milhões. Os dados são da Comscore.

Em sua quarta semana em cartaz, O Telefone Preto 2 arrecadou R$ 1,86 milhão, a uma certa distância do valor registrado pelo drama Seu Não Fosse Você (R$ 1,52 milhão) e O Natal da Patrulha Canina (R$ 933,1 mil).

No total, O Agente Secreto teve 273,9 mil ingressos vendidos no período, pouco mais de 80 mil unidades a menos que Ainda Estou Aqui, que levou 358 mil pessoas aos cinemas em seu primeiro final de semana nos cinemas, em novembro de 2024.

Vale lembrar que O Agente Secreto já foi exibido em diferentes festivais de cinema no Brasil, incluindo a 49ª Mostra de Internacional de Cinema. A soma total arrecadada pelo filme contando essas sessões prévias é de R$8,12 milhões.

Ranking da bilheteria no Brasil

1. O Agente Secreto - R$ 6,66 milhões

2. Predador: Terras Selvagens - R$ 5,7 milhões

3. O Telefone Preto 2 - R$ 1,86 milhão

4. Se Não Fosse Você - R$ 1,52 milhão

5. O Natal da Patrulha Canina - R$ 933,1 mil

6. De Volta Para o Futuro (relançamento) - R$ 873,4 mil

7. Quando o Céu Se Engana - R$ 564,2 mil

8. Grand Prix: A Toda Velocidade - R$ 411,3 mil

9. TWICE: One In a Million - R$ 387,6 mil

10. A Casa Mágica da Gabby - R$ 375,8 mil

Sinopse de O Agente Secreto

O Agente Secreto acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia perseguido pelas autoridades por comportamento subversivo durante a ditadura militar, nos anos 1970. Ele decide fugir e se esconder no Recife, onde começa a desconfiar das pessoas à sua volta.

O longa foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2026, com veículos apontando a possibilidade do filme conseguir indicações a Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Ator (para Wagner Moura). O Agente Secreto está em cartaz em cinemas de todo o Brasil.