Saída de Derrite: quais são os nomes cotados para substituir o secretário de Segurança de SP?

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O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, deve deixar o cargo na próxima segunda-feira, 1.º, conforme informação divulgada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada por fontes da alta cúpula das polícias ouvidas pelo Estadão.

Os dois principais nomes cotados para assumir o cargo são o do delegado Osvaldo Nico Gonçalves, atual secretário-executivo da SSP, e o do coronel da reserva Marcello Streifinger, que hoje comanda a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Na semana passada, Derrite, que recentemente se licenciou do cargo para voltar à Câmara dos Deputados e relatar o projeto de lei Antifacção no Congresso, já havia sinalizado que ia deixar a pasta no próximo mês, mas sem indicar uma data.

A expectativa, agora, é que a despedida do atual secretário se dê durante cerimônia de aniversário do 1.º Batalhão de Choque - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que ocorre no centro de São Paulo. Ainda não há, porém, uma data para nomeação do substituto.

A indicação de Nico, segundo fontes ouvidas pela reportagem, é tida como mais conservadora, uma vez que mantém um nome que já integra a alta cúpula da secretaria e, ao mesmo tempo, atende a um pedido de policiais civis após o cargo ser ocupado por um nome ligado à PM.

Com mais de quatro décadas de polícia, Nico ocupou diferentes posições: atuou, por exemplo, como chefe da Delegacia Antissequestro e delegado-geral da Polícia Civil na gestão Rodrigo Garcia, em 2022.

À frente da SAP desde 2023, Streifinger, por outro lado, fez carreira na PM. O coronel integrou a corporação entre 1986 e 2020, encerrando sua passagem por lá como chefe do Centro de Operações (Copom).

Na avaliação de interlocutores ouvidos pela reportagem, Streifinger, de perfil mais reservado, agrada mais o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Embora a indicação de um segundo nome ligado à PM em sequência não seja vista com bons olhos por alas da Polícia Civil.

Era Derrite foi marcada por casos de violência policial

Os três anos de Derrite à frente da secretaria foram marcados por alta nos índices de letalidade policial e episódios de truculência de agentes da Polícia Militar. Operações no litoral paulista terminaram com dezenas de civis mortos após mortes de policiais.

Encerrada em abril do ano passado, após quatro meses, a Operação Escudo somou 56 civis mortos, em meio a denúncias de execução pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

No ano passado, por conta de uma série de denúncias de violência e abusos da polícia, a permanência do ex-oficial da Rota no cargo de secretário foi questionada, mas ele foi mantido no cargo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Entre os episódios de repercussão sob sua gestão, estão as mortes de uma criança de 4 anos na Baixada Santista e de um estudante de Medicina baleado em um hotel da capital.

Houve ainda o caso de um homem atingido nas costas após tentativa de roubo em um mercado e o flagra de um policial arremessando um homem de uma ponte, na zona sul da capital paulista.

Embora o Estado tenha registrado queda de indicadores como roubos e furtos em 2024, São Paulo teve, no ano passado, a maior alta de mortes cometidas por policiais entre todos os Estados.

Foram 813 ocorrências envolvendo agentes em serviço e de folga, ante 504 em 2023, apontam dados divulgados neste ano pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A Secretaria da Segurança Pública tem afirmado que "não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos das polícias paulistas".

Em notas enviadas à reportagem ao longo do ano, a pasta reforça ainda que "todas as ocorrências de morte decorrente de intervenção policial são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com o acompanhamento das respectivas corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário".

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Após a estreia de O Agente Secreto nos cinemas dos Estados Unidos, o filme foi exaltado pela crítica americana.

No jornal The New York Times, a crítica de Manohla Dargis exaltou o tom do longa. "Filmes sobre resistência à tirania raramente inspiram risos, muito menos transformam uma perna humana decepada em uma piada engraçada. Em seu mais novo filme arrebatador, O Agente Secreto, o cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho adota uma sensibilidade descontraída e encontra risos em meio ao terror".

Na agência de notícias Associated Press, a crítica Lindsey Bahr disse: "O Agente Secreto é o melhor tipo de filme pessoal, repleto de tantas coisas que Mendonça Filho ama, tanto a ressurreição quanto a elegia".

"Este thriller político estrelado por Wagner Moura, de Narcos, funciona também como um olhar pessoal e raivoso para o passado, e como um lembrete de que o tempo não cura todas as feridas. Assista o quanto antes!", aclamou David Fear, da revista Rolling Stone.

O crítico Matt Zoller, do portal Roger Ebert, exaltou o filme como "um dos melhores do ano e um dos mais marcantes", dizendo que o assistiu três vezes.

Na revista The New Yorker, Richard Brody teceu elogios especiais ao diretor pernambucano. "Mendonça transmite uma indignação justa, porém esperançosa, uma visão de generosidade sincera e solidariedade intergeracional diante da autoridade implacável", escreve.

Na segunda-feira, 24, o jornal The Wall Street Journal também incluiu a produção entre os melhores filmes de 2025.

Com início marcado para esta quinta-feira, 27, o Festival de Cinema Francês do Brasil 2025, antigo Festival Varilux, chega à sua 16ª edição trazendo 21 títulos recentes do cinema francês para as telonas de todo o Brasil. Em São Paulo, o evento marcará presença em 11 cinemas até 10 de dezembro.

Um dos principais títulos trazidos para o festival é Os Bastidores do Amor, longa de estreia do diretor Victor Rodenbach, que conta a história de um casal, um ator e uma diretora teatral, que têm seu relacionamento testado quando ele consegue papel em um filme.

Premiado nos festivais de Santa Barbara, Palm Springs, Alpe d'Huez e mais, o diretor canadense Ken Scott também traz seu novo filme, Era Uma Vez Minha Mãe para as telonas nacionais. Inspirado em uma história real, o longa narra a história de Rolland, que nasceu com problemas nas pernas nos anos 1960, e a luta de sua mãe para lhe proporcionar uma vida normal em sua juventude.

A maternidade também é tema de Jovens Mães, longa celebrado em Cannes com os prêmios de Melhor Roteiro e o Prêmio Ecumênico de 2025. Dirigido pelos Irmãos Dardenne (Rosetta), o filme acompanha cinco mães adolescentes vivendo em uma casa materna, onde compartilham seus sonhos para uma vida melhor para elas e para seus filhos.

Outros títulos de destaque da programação são O Estrangeiro, de François Ozon, 13 Dias, 13 Noites, de Martin Bourboulon, Uma Jornada de Bicicleta, do ator e diretor Mathias Mlekuz, e O Segredo da Chef, filme de Amélie Bonnin que abriu o Festival de Cannes deste ano. A programação completa pode ser conferida no site do Festival.

Homenagem a Pierre Richard

Um dos atores mais famosos do cinema francês, Pierre Richard será o grande homenageado desta edição do Festival de Cinema Francês do Brasil 2025. Ao longo do evento, quatro filmes estrelados serão exibidos nas salas nacionais: Loiro Alto do Sapato Preto, de 1972, Um Sopro Entre os Dentes, de 1974, O Brinquedo, de 1976, e Os Fugitivos, de 1986.

Ídolo da comédia francesa, Richard estrelou inúmeros sucessos do gênero ao longo dos anos 1970 e 1980. O ator ainda recebeu um honorário Prêmio César, o maior do cinema francês, em 2006 por sua longa carreira, sendo homenageado este ano no Festival de Cannes.

Além das comédias que estrelou em décadas passadas, Richard também estará no Festival de Cinema Francês do Brasil com Sonho, Logo Existo, em que ele atua, dirige e assina o roteiro. O longa segue os amigos Gregoire (Richard) e Michel (Timi-Joy Marbot), dois amigos de gerações diferentes, unidos pelo amor à natureza e pelo cuidado de um urso que escapou de um circo. Também exibida em Cannes, a produção vem sendo muito elogiada pela crítica especializada.

Cinema em realidade virtual

A realidade virtual (VR) também será abordada no festival. Os curtas de duração que variam entre sete e 30 minutos serão exibidos gratuitamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Com curadoria de Michel Reilhac, fundador do Venice VR, o evento contará com cinco títulos, dirigidos por nomes como Amaury Campion, Négar Motevalymeidanshah e Jérôme Waeselynck. Diárias, as sessões estarão disponíveis por toda a duração do festival, que vai de 27 de novembro a 10 de dezembro.

Serviço - Festival de Cinema Francês do Brasil 2025

Data: de 27 de novembro a 10 de dezembro

Locais: Cinemas de todo o Brasil; em São Paulo: Cinesystem Morumbi, Cinesystem Belas Artes Frei Caneca, Cinesystem Pompéia, Cine LT3, Espaço Petrobras de Cinema, REAG Belas Artes, Cine Satyrus Bijou, Cinépolis Jardim Pamplona, Cine Marquise, Cine Segall, e Cine A Continental

Preço: variável de acordo com o cinema

Wagner Moura vai apresentar uma das categorias do Gotham Awards, prêmio ao qual ele e o filme O Agente Secreto foram indicados.

A premiação divulgou nesta quarta-feira, 26, os nomes dos atores que irão apresentar os vencedores das categorias. Além do brasileiro, outras estrelas foram confirmadas, como Elle Fanning, Chris Rock, Andrew Scott e Kristen Stewart.

O evento ocorre em 1º de dezembro, em Nova York, abrindo a temporada de premiações cinematográficas que se encerra com o Oscar.

O Agente Secreto concorre em duas categorias no Gotham Awards: em Melhor Roteiro Original, com Kleber Mendonça Filho, e Melhor Atuação Protagonista, com Wagner Moura concorrendo contra nomes de peso, como Jennifer Lawrence, Ethan Hawke, Amanda Seyfried e Josh O'Connor.