Cidade de Serrana entra em fase final de vacinação em massa

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A vacinação em massa da população de Serrana, no interior de São Paulo, contra a covid-19, entra na fase final esta semana com a aplicação da segunda dose em dois grupos que ainda não foram imunizados. Até esta segunda-feira, 29, dos 28.380 moradores que aderiram ao projeto, 27.710, ou 97,6%, já receberam a dose inicial. Destes, 12.669 (44,6%) que integram os grupos verde e amarelo tiveram também a segunda aplicação da vacina Coronavac. Até o dia 11 de abril, serão vacinados com a segunda dose os grupos cinza e azul, encerrando a vacinação.

O projeto, desenvolvido pelo Instituto Butantan, é inédito no País e vai avaliar a eficiência da vacinação quando aplicada em massa na população. Por enquanto, já se sabe que o índice de transmissão do vírus na cidade teve redução de 40% após o início do projeto, mas ainda não é possível afirmar se foi resultado da vacinação. "A taxa de positividade era de quase 50% e hoje está em 30%, mas os dados são preliminares e pode haver influência de outros fatores. Acompanhamos os valores desde setembro e essa oscilação já aconteceu em outras ocasiões", disse a médica infectologista Natasha Nicos Ferreira, pesquisadora do projeto.

Conforme Natasha, que é médica do Hospital Estadual de Serrana, parceiro do projeto, a imunização deve ser concluída em duas semanas, porém são necessárias mais duas semanas para começar a avaliação dos resultados. "Como os primeiros vacinados já receberam as duas doses, é possível que tenhamos alguns resultados na primeira semana de maio. É o que esperamos", disse.

Segundo ela, o Projeto S, como denominou o Butantã, corresponde à fase 4 dos testes da Coronavac no Brasil. "A vacina já tem comprovação de eficácia, mas é preciso ver como ela funciona em nível populacional, quanto vai cair a taxa de positividade, de casos graves, de internação e óbitos."

Estudos clínicos mostraram que a Coronavac tem taxa de eficácia de 50,38%. Os pesquisadores envolvidos com o projeto querem saber se essa eficácia é mantida, ampliada ou reduzida quando o imunizante é aplicado em uma população inteira.

Após vacinar todo o público alvo, eles ainda precisam esperar até 20 dias, o tempo de resposta do organismo aos anticorpos gerados pelo imunizante. "A vacinação do Projeto S termina no dia 11, mas os resultados devem sair somente em maio", informou a prefeitura.

A cidade, de 45.844 habitantes, fica vizinha a Ribeirão Preto e foi escolhida para o projeto por ter um grande fluxo intermunicipal de pessoas, além de possuir um hospital estadual ligado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).

A vacinação é voluntária e está sendo aplicada apenas em pessoas com 18 anos ou mais. Grávidas, lactantes e portadores de comorbidades não são vacinados. A população foi dividida em quatro grupos - verde, amarelo, cinza e azul -, para a chamada vacinação em ondas, ou seja, um grupo por semana. Os participantes serão acompanhados por um ano.

Uma das respostas que os pesquisadores esperam obter já nas próximas semanas é se o grupo imunizado primeiro teve redução de casos antes dos outros. O dado pode ajudar a definir qual a melhor estratégia para imunizar a população quando não há vacina para todos.

O estudo pode responder, por exemplo, se vale a pena usar todas as doses de uma vez, sem reservar para a segunda aplicação, para ampliar o alcance da imunização. Também deve definir com qual porcentual de vacinação se atinge a chamada imunidade de rebanho. Hoje, acredita-se que a imunidade coletiva acontece com a vacinação de pelo menos 60% da população.

Por se tratar de um estudo científico, o projeto de Serrana não depende das vacinas oferecidas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). As doses foram produzidas especialmente para a pesquisa, segundo o Butantan.

Foi aberto o cadastramento exclusivamente para moradores da cidade. Do total de cadastros aprovados, 670 pessoas não receberam a primeira dose. Conforme a prefeitura, isso aconteceu por terem sido detectadas comorbidades não relatadas no momento do cadastro, ou devido à gravidez, ou porque tiveram sintomas antes da aplicação da vacina, ou ainda por simples desistência, já que a adesão foi voluntária.

A dona de casa Nadia Helena Tartaro, que está no grupo amarelo, já recebeu as duas doses e se disse contente com a imunização antecipada. Ela recebeu a segunda dose no último dia 24, quando fez 59 anos. "Foi um presente e tanto. Estou muito bem e, principalmente, muito feliz por ter participado da pesquisa que vai ajudar outras pessoas", disse.

O jornalista Tiago Bonnah, de 20 anos, recebeu a primeira dose no dia 20 de fevereiro e a segunda no dia 21 deste mês. "Na segunda dose me deu um pouco de cansaço e dor de cabeça no dia seguinte, mas passou sem tomar remédio. Acho que foi uma reação normal. É crucial no momento que a gente vive participar desse projeto. O estudo que vai sair daqui deve proporcionar grande avanço no combate ao coronavírus", disse.

Serrana registrou, até esta segunda, 3.339 casos positivos de covid-19, resultando em 73 mortes desde o início da pandemia. A cidade tem 30 pessoas internadas, 75 em isolamento e investiga outros nove óbitos.

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."