Prefeitura de São Paulo instala escadas de acesso e 'minipraças' no Minhocão

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, está passando por mais adaptações em meio ao processo de desativação gradual. A Prefeitura de São Paulo começou a instalar dois acessos de pedestres, assim como concluiu a criação de duas unidades, debaixo do viaduto, do Centro Aberto, programa que faz intervenções em áreas públicas, com mobiliário urbano, disponibilização de internet gratuita e realização de atividades culturais e esportivas. Por causa da pandemia, nenhuma das novas estruturas tem previsão de inauguração.

A definição do destino do elevado, no centro paulistano, segue em estudo pela gestão Bruno Covas (PSDB), sem data de conclusão, embora o prefeito tenha chegado a anunciar projeto em 2019 de transformação de um trecho em parque. Ao Estadão, o município afirmou que vai considerar sugestões da "sociedade civil" e "todas as hipóteses apontadas pelo Plano Diretor" (demolição e transformação parcial ou total em parque).

Os dois novos acessos consistem em escadas provisórias de metal dispostas nas imediações dos Terminal Amaral Gurgel e da Praça Marechal Deodoro, com conclusão da instalação neste mês. Eles atendem a exigências de segurança demandadas pelo Ministério Público, assim como foi a colocação de gradis na parte superior.

Segundo a Prefeitura, o custo estimado de manutenção mensal é de R$ 15 mil, com previsão de permanência por 24 meses. O objetivo é conectar frequentadores dos espaços debaixo do elevado com a área suspensa. Paralelamente, a gestão diz estar "estudando as condições para instalação de outros acessos definitivos ao longo do elevado".

Nas proximidades das escadas, estão as duas novas unidades do programa Centro Aberto, prontas desde o fim do 2º semestre de 2020, mas não inauguradas por causa da crise sanitária, segundo a Prefeitura. Os espaços funcionam como "pocket parks" temporários, com aparelhos de ginástica, bancos, mesas de piquenique e brinquedos, e também realizam atividades lúdicas e culturais.

O custo de implantação estimado é de R$ 1,8 milhão, conforme a gestão municipal. Diferentemente das demais, as unidades junto ao Minhocão também funcionarão nos domingos e feriados, e há, ainda, a previsão de entrega de outras duas no entorno.

Mudanças no viaduto dividem opiniões

As intervenções dividiram opiniões entre os dois principais movimentos que reivindicam mudanças no elevado. Para Felipe Morozini, presidente da associação Parque Minhocão, trata-se de "mais um passo importante para o fechamento para carros".

"Se o elevado já tem o uso feito pelas pessoas, então vamos fazer rampas, escadas, porque as entradas que existem foram teoricamente feitas para carros", aponta. Ele também elogia os Centros Abertos, como uma forma de "requalificação do espaço público".

Já Francisco Machado, um dos diretores do Desmonte Minhocão, critica as intervenções e diz que pretende acionar o Ministério Público contra o que chama de "farra de dinheiro público". Para ele, as escadas e a manutenção da estrutura do elevado pioram a segurança da região, além de outros danos.

"É lamentável que, no meio dessa pandemia, com milhares de mortes, carência de atendimento do serviço municipal, a Prefeitura esteja despendendo para essas escadarias. Pergunto: qual é a prioridade: saúde pública ou escadarias?", completa.

O urbanista Guido Otero, conselheiro da Comissão Executiva da Operação Urbana Centro, destaca que a instalação de escadas é uma discussão antiga, até como forma de ampliar as saídas de emergência nos dias em que o elevado é frequentado por pedestres e ciclistas.

Para ele, o fato de serem estruturas provisórias se alinha às ideias da associação Parque Minhocão, "que defende projetos-piloto para ver como se comportam". "A Prefeitura está indo devagar com esse assunto (destino do elevado), sabendo que é um tema polêmico."

Professor de Urbanismo e coordenador do Laboratório de Projetos de Políticas Públicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Valter Caldana destaca que as intervenções têm caráter temporário. "Mais uma vez se está lidando com o Minhocão a partir de paliativos, que não apontam claramente o destino definitivo."

Ele lembra que o destino do elevado é discutido abertamente há cerca de 10 anos. A desativação está prevista no atual Plano Diretor, de 2014, cuja revisão prevista para este ano pode retirar a obrigatoriedade de acabar com a estrutura ou transformá-la em parque.

Por essa indefinição, o urbanista vê como sensata a implantação de escadas temporárias. "A escada é com material desmontável porque: vai saber o que acontece lá na frente", comenta.

"As escadas, tem de fazer? Tem, tem de ter bom senso e fazê-las provisórias, porque não se sabe o futuro. O Centro Aberto é bem-vindo? Sempre. Vai melhorar alguma coisa? Não. A questão principal que a cidade tem de resolver é o que fazer com o Minhocão."

Ele elogia a ampliação dos Centros Abertos. "É um programa muito bem-vindo, que é a única coisa sintonizada minimamente com o urbanismo contemporâneo feito nas maiores cidades do mundo (com intervenções de baixo custo em áreas estratégicas, no chamado 'urbanismo tático')."

De 2014, o programa é inspirado em experiências estrangeiras e teve consultoria do urbanista dinamarquês Jan Gehl. A maioria das suas unidades fica na região da Sé, mas uma ampliação mais recente levou ao "centrinho" de bairros como Pari e Freguesia do Ó. A mais popular é a do Largo São Bento, procurada especialmente pelos jogos de xadrez, o empréstimo de cadeiras de praia e eventos do Sesc.

Na manhã de segunda-feira, 5, a professora aposentada, Ivete Oliveira Verzonni, de 88 anos, acompanhada da cuidadora de idosos Lena, observava os aparelhos de ginástica do Centro Aberto do Terminal Amaral Gurgel. Moradora do Largo de Santa Cecília, ela costuma caminhar pela região e já planeja utilizar os equipamentos do espaço. "Quero fazer algum que exercite meus braços".

Por outro lado, a novidade não altera as expectativas das centenas de pessoas em situação de rua que moram no entorno do elevado, como Clervilmar Clervil, de 47 anos, imigrante haitiano que está há seis anos no País e seis meses debaixo do Minhocão. "Para mim, é uma vergonha muito grande estar assim nessa situação. Muita gente me chama de ladrão por aqui, mas nunca roubei e só entro em um supermercado quando tenho pelo menos uns R$ 5 ou R$ 6 para gastar."

Minhocão de Madri será encerrado

A prefeitura de Madri confirmou no fim de março que irá iniciar estudos para acabar com o grande elevado da autopista M-30, na região central, até 2023, segundo a imprensa local. A decisão é reivindicada há anos como forma de reduzir desigualdades sociais e a poluição sonora e do ar.

O urbanista Valter Caldana explica que o viaduto é o "Minhocão de Madri". Assim como a capital espanhola, outras tantas grandes capitais tiveram obras semelhantes nos anos 60 e 70. "Todas as cidades do mundo que tem o seu Minhocão estão dando um jeito de tirar. Foi feito em Seul, em Boston, em um monte de lugares, até no Rio."

Ele compara que o elevado espanhol, assim como o paulistano, também divide a região central entre o lado "rico" e o "pobre", em que um é mais equipado do que o outro. Na imprensa local, a obra também é chamada de uma "cicatriz" na cidade, por dividir Puente de Vallecas e Retiro.

Em outra categoria

Três gravações inéditas de Gal Costa foram disponibilizadas nas plataformas de streaming na última sexta-feira, 7, pela Universal Music. As músicas foram gravadas em 1972 para um EP que seria lançado no embalo do sucesso da turnê Fa-Tal - Gal a Todo Vapor e terminou engavetado pela gravadora de Gal na época, a Philips.

As três canções, recuperadas 50 anos após a gravação original, podem ser agora acessadas por fãs da cantora - que morreu em 2022, aos 77 anos - sob o título Gal Costa Compacto de 1972.

A primeira faixa é uma interpretação de Gal para a composição A Morte, de Gilberto Gil. Vale Quanto Pesa, de Luiz Melodia é a segunda faixa. Por último, há O Dengo que a Nega Tem, samba de autoria de Dorival Caymmi.

Em 2024, outra compilação póstuma da cantora, Gal Costa - Por isso Essa Voz Tamanha, foi lançada no streaming.

O Big Fone vai tocar mais uma vez neste domingo, 9, no BBB 25. O brother que atender o telefone será levado a uma "loja misteriosa" e poderá escolher poderes que podem mudar os rumos da formação do paredão.

O Big Fone tocará por volta das 11h. Haverá uma interrupção na programação da Globo, entre os programas Viver Sertanejo e o Esporte Espetacular.

Entenda cada poder da 'loja secreta'

Poder de Anular: O brother terá a chance de anular um voto recebido por ele na formação do paredão.

Poder do Não: O brother terá a chance de vetar a imunidade dada pelo anjo.

Poder do Dois: O brother terá um voto com peso dois durante a formação do paredão.

Poder do Desvio: O brother poderá retirar alguém da Mira do Líder - incluindo ele mesmo.

Poder da Imunidade: O brother ficará imune durante a formação do paredão.

Poder Supremo: O brother poderá trocar uma pessoa emparedada por outra. Ele poderá retirar ele mesmo do paredão, indicar a pessoa imunizada pelo anjo e até trocar a indicação do líder.

O canal de humor Porta dos Fundos anunciou neste sábado, 8, que o ator Antonio Tabet, o diretor e roteirista Ian SBF e a companhia Paramount deixaram o quadro societário da empresa. No caso de Antonio e Ian, a parceria durou quase 13 anos.

O anúncio foi feito em uma publicação no Instagram com fotos antigas do grupo de humor. "Agradecemos imensamente a parceria de sucesso nesses quase 13 anos. Não existiria o Porta sem a visão, as ideias, o talento, o senso de humor e a dedicação dos dois", diz o comunicado.

"Ian inventou um jeito novo de filmar e editar que virou sinônimo de Porta dos Fundos. Antonio Tabet foi uma máquina de videos virais e personagens antológicos que vão deixar saudades", continua o texto.

De acordo com o comunicado, a "porta segue aberta - e mais, escancarada - pra futuras parcerias" com a dupla Tabet e SBF.

Tabet confirmou a saída em uma publicação no Instagram, em que compartilhou uma foto dele com Ian. "Fizemos história e seguiremos fazendo", escreveu. "Quero agradecer aos funcionários, amigos e principalmente ao público que esteve conosco ao longo desta jornada. A gente segue se amando e levaremos vocês conosco (muitos literalmente)."

O humorista disse que "vem coisa boa por aí" e que tem novos projetos a apresentar. Ele se apresenta nos teatros como o personagem Peçanha, sátira de um policial que ficou famosa em vídeos do Porta dos Fundos.

Ian também postou nas redes sua despedida. "Fim de uma era! Muita coisa vindo aí pra todos nós!", disse. Ele destacou que vai lançar o filme A Própria Carne e uma nova temporada da série Sociedade da Virtude.