Coronavac pode criar defesa mais completa

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Com os resultados da fase 3 dos estudos clínicos da Coronavac no Chile, pesquisadores da PUC do país divulgaram dados sobre a resposta imunológica dos pacientes, ou seja, o tipo e a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo para combater o coronavírus. Os dados, divulgados semana passada, ganharam relevância no Brasil diante das variantes como a P.1 (de Manaus). Especialistas, porém, têm diferentes interpretações sobre os dados.

Publicado como preprint (versão ainda não revista por outros cientistas), trata-se de estudo pequeno com 434 participantes vacinados no intervalo de duas semanas (0-14) entre novembro de 2020 e janeiro de 2021. A análise sobre a resposta imunológica foi feita em 190 voluntários. Os cientistas chilenos analisaram a presença de anticorpos neutralizantes, capazes de bloquear a entrada do vírus na célula humana. A Coronavac induz produção de anticorpos menor do que outras vacinas, como Pfizer e Moderna.

Nesse aspecto, o estudo apenas confirma dados que já haviam sido reportados pelos estudos chineses de fases 1 e 2. "A Coronavac é capaz de gerar estes anticorpos tanto em jovens como em pessoas mais velhas, mas a quantidade gerada é muito baixa, pois eles deixam de ser detectados se o soro foi diluído mais do que 16 vezes", explica o biólogo Fernando Reinach, colunista do Estadão.

Os anticorpos não são medidos em quantidade, mas sim conforme a capacidade de proteção em caso de diluição. Como comparação, outras vacinas em uso conseguem neutralizar o vírus mesmo quando são diluídas 300 vezes. Quando uma vacina produz muitos anticorpos, diz Reinach, há maior chance de ser resistente a variantes. "Mais espaço para perder eficácia e, mesmo assim, funcionar".

Alguns especialistas têm interpretação diferente. É o caso de Daniel Y. Bargieri, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, e Mellanie Fontes-Dutra, pesquisadora em bioquímica do Instituto de Ciências Básicas de Saúde da UFRGS. "É normal e esperado que vacinas baseadas em vírus inativados, como a Coronavac, estimulem quantidades menores de anticorpos do que vacinas que não usam o vírus inteiro. São estratégias diferentes", diz trecho de artigo dos dois cientistas.

Imunizantes de mRNA ou RNA mensageiro, como a da Pfizer, são criados a partir da replicação de sequências de RNA (primo do DNA) por meio de engenharia genética. O RNA mensageiro mimetiza a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que o auxilia a invadir as células humanas. Essa "cópia", porém, não é nociva como o vírus, mas suficiente para desencadear reação do sistema imunológico, que cria a defesa. A Coronavac é feita com o vírus inativado: ele é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico.

Bargieri afirma que, apesar de estimular níveis mais baixos de anticorpos, a Coronavac busca gerar resposta imunológica para outras proteínas do vírus, incluindo a indução de células do sistema imunológico (linfócitos). Segundo ele, essa característica não havia sido detectada pelos estudos chineses e pode ser apontada como a grande novidade do estudo chileno.

"Esse dado é uma ótima notícia, pois indica que a vacina é capaz de treinar o sistema imunológico para agir contra todas as partes do vírus, não apenas contra a proteína S, com a presença dos linfócitos para compor o arsenal da resposta contra a infecção viral. Provavelmente a Coronavac é menos suscetível às mutações que o vírus faz na proteína S", diz o pesquisador.

O Butantan afirmou que vai entregar os dados completos sobre imunogenicidade - capacidade de geração de respostas imunes aos vacinados - para a Anvisa no dia 30 de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".