Centenário do compositor Gilberto Mendes será comemorado com série de eventos

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É provável que ainda não tenhamos consciência da importância do compositor Gilberto Mendes (1922-2015). Criador-chave na música contemporânea, autor de uma obra multifacetada e inclusiva em tempos ideologicamente muito engessados, não só se impôs internacionalmente como criou o mais importante e duradouro evento dedicado à música nova no País. Música nova, seria melhor dizer: o Festival de Música Nova de Santos.

Em seus últimos quinze anos de vida, manteve-se uma águia super antenada com a realidade. Foi um tempo bom para ele: teve um excelente álbum (digital, é verdade, coisa que muito o incomodou) lançado em 2011 pela Osesp. Antes, em 2005, fora objeto de um completo perfil pessoal e artístico distribuído por dezenas de vídeos curtos reunidos em A Odisseia Musical de Gilberto Mendes, documentário na primeira pessoa e com participação de muitos músicos e artistas, concebido e dirigido por seu filho Carlos.

E agora, às vésperas de uma efeméride importante, o centenário de seu nascimento em 2022, o poeta santista Flávio Viegas Amoreira lança Gilberto Mendes - Notas Biográficas, na quarta, 21, na Associação Cultural José Martí, em Santos, às 20h30. Participam da live-palestra o jornalista Carlos Conde, ex-editor-chefe da Tribuna de Santos, e outros amigos que assinam textos introdutórios: o compositor Lívio Tragtenberg, Madô Martins, o crítico Luiz Zanin Oricchio, do Estadão, o maestro José Carlos Rocha e o brasilianista Charles Perrone. Durante a live-palestra, eles lançarão "o movimento de comemoração pelo centenário do inesquecível músico, escritor e professor Gilberto Mendes, até o dia 22 de novembro de 2022, data exata dos cem anos de nascimento", revela Flávio.

Uma noitada como Gilberto adorava, em que tudo é permitido, discute-se de livros a arte, da política ao cinema dos anos 1930, que ele tanto curtia. Um dos seus amigos mais chegados nas últimas décadas, Amoreira desfrutava ainda da convivência pessoal estreita, no espaçoso apartamento de Gilberto, na Rua Arthur Assis, superpovoado por livros, partituras, um piano de armário e muitos quadros de Eliane, sua tão amada mulher.

Uma viagem que começa no ano da Semana de Arte Moderna e retrata em flashes as quase dez décadas de intensa vivência artística do compositor. Desde os mágicos momentos em que, na Santos dos anos 1930, ele teve a chance de conhecer Stan Kenton, o homem que revolucionou o mundo das big bands acrescentando-lhes trompas e outros instrumentos "eruditos". Gilberto sempre teve tempo para denunciar tragédias como a do incêndio em Vila Socó, em Cubatão, entre muitas outras obras militantes, e de demonstrar, no final da vida, "sua preocupação ecológica crescente com destinos da Amazônia e chorar com desastres como o de Mariana".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."