Governo muda tom e pede doses extras de vacina para países em evento da OMS

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu ontem para que países com doses extras da vacina contra covid-19 compartilhem lotes com o Brasil, que ainda registra média diária de 2,5 mil mortes pelo vírus. O apelo foi feito em coletiva de imprensa conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo ele, o acesso ao imunizante deve ser proporcional à gravidade da emergência de saúde em cada nação.

O apelo público em agenda com a OMS contrasta com declarações da gestão Jair Bolsonaro durante a pandemia sobre a entidade. A relação política do governo com a OMS foi conturbada sobretudo nos primeiros meses da crise sanitária. Bolsonaro acusou a entidade de ter atuação "partidária" e ameaçou abandonar o órgão - em postura semelhante à do ex-presidente americano Donald Trump. Em abril de 2020, Bolsonaro também chegou a publicar informações falsas sobre a organização, apagadas no mesmo dia.

"Apelo para aqueles países com doses extras que compartilhem essas vacinas com o Brasil de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas variantes", disse Queiroga ontem. Secretários de Saúde já haviam enviado carta à OMS para pedir essa mesma prioridade em março.

No modelo sugerido pelo ministro, nações com transmissão descontrolada, como o Brasil, deveriam receber mais doses. A medida, porém, poderia prejudicar países que têm adotado ações recomendadas pelos cientistas para frear o vírus, como o isolamento social. Ciro Ugarte, do Departamento de Emergências em Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS para o continente, também defendeu mais vacinas e verba para América Latina e Caribe, para enfrentar possíveis novas ondas.

Queiroga ainda afirmou não haver atrasos na vacinação no Brasil e destacou capacidade para vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia. Esse patamar só não está sendo atingido, segundo ele, por "dificuldades resultantes da escassez de vacina".

Conforme Queiroga, o governo está prestes a assinar novo acordo para adquirir cem milhões de doses da Pfizer - outros cem milhões já foram compradas, e o primeiro lote de 1 milhão chegou esta semana. "Temos doses suficientes para o segundo semestre e é possível se garantir que até o fim do ano de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente vacinada."

As parcerias da Fiocruz com a britânica AstraZeneca e do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac para produzir vacinas em território nacional foram exaltadas pelo ministro, que agradeceu a Pequim pela "cooperação fundamental". Uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, causou embaraço diplomático esta semana. Em reunião do Conselho de Saúde Suplementar, sem saber que era gravado, disse que o "chinês inventou o vírus (da covid) e a vacina dele é menos efetiva que a do americano", em referência ao imunizante da Pfizer. Pelo Twitter, o embaixador da China, Yang Wanming, disse depois que a "Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil".

Neste fim de semana vão chegar ainda mais quatro milhões de doses pelo Covax, consórcio internacional liderado pela OMS. O governo, porém, hesitou sobre entrar no consórcio. Em outubro, ainda na gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o País optou por aderir à iniciativa, mas pela cota mínima, que prevê entregar doses para 10% da população brasileira. Havia opção de receber vacinas para até metade do País.

Elo estreito

Apesar das falas de Bolsonaro, o Ministério da Saúde mantém relação estreita com a Opas. A pasta tem diversos acordos com a organização para compra de insumos, além de cooperações no combate à covid.

Queiroga tem feito reuniões semanais com a Opas e já havia conversado com Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. Um dos temas frequentes nesses encontros é o pedido para que sejam antecipadas ou pelo menos cumpridas as entrega previstas Covax. O Brasil chegou a contar com 10,6 milhões de doses para o semestre por este caminho, mas o cronograma mais recente aponta menos de 6 milhões de unidades previstas até junho.

O apelo de Queiroga pelo envio de vacinas também contrasta com declarações do governo que minimizavam a demora para a compra das doses. Em janeiro, Pazuello disse que iria receber "avalanche" de propostas de vacinas e que o Brasil ultrapassaria a campanha americana já em fevereiro, o que até hoje não ocorreu. Já Bolsonaro passou meses, em 2020, rejeitando propostas de compra da Pfizer e da Coronavac - o Butantan é ligado ao governo de São Paulo, que tem à frente seu adversário político João Doria (PSDB).

A OMS também já criticou a condução da crise sanitária no Brasil. Em março, Adhanom afirmou que o País deve levar a sério a pandemia e citou cenário "muito preocupante".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".