Juíza manda devolver cargas de madeira que PF confiscou em operação no Amazonas

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A juíza Mara Elisa Andrade, da 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Justiça Federal do Amazonas, determinou nesta terça, 4, que a Polícia Federal devolva à Associação Comunitária da Gleba Curumucuri cargas de madeira em toras, balsas, embarcações e máquinas apreendidas pela corporação no Porto de Juruti, no Pará em dezembro de 2020. Os termos de apreensão foram lavrados no mês em que foi aberta a Operação Handroanthus GLO contra tráfico ilegal de madeira na divisa dos Estados - investigação que acabou gerando uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa.

Mara Elisa entendeu que as investigações contra a Associação Comunitária da Gleba Curumucuri "ainda estão em fase incipiente, a evidenciar a fragilidade com a qual atos como a apreensão de bens teriam sido praticados, quando ainda incerta a constatação de crimes e a sua autoria, e sem que fosse possível a constatação de fundadas razões para tanto".

"A apreensão por prazo indeterminado de madeira (produto florestal perecível), embarcações e maquinário utilizado em atividades da impetrante; sem motivação legal prévia acerca da necessidade da apreensão e sua pertinência com crimes imputáveis à impetrante, ou mesmo sem indicação clara de se tratar de produto/instrumento de crime, é medida desarrazoada e sem respaldo legal. Afinal, crime em flagrância e/ou fundadas razões são premissas (circunstâncias jurídicas anteriores) à prática do ato de apreensão penal", afirmou a magistrada na decisão.

O despacho foi dado a pedido da Associação Comunitária da Gleba Curumucuri, composta por 52 comunidades e dona de propriedade de 106 mil hectares em Juruti, no Pará. À Justiça, a associação alegou que a madeira apreendida pela PF era produto de um plano de manejo florestal sustentável e que a diligência teria sido "injusta", "sem qualquer indício efetivo de crime ou irregularidade".

Em contrapartida, a PF alegou que a associação teria explorado "com corte seletivo uma área não licenciada e outra área externa a Unidade de Manejo Florestal". Além disso, a corporação, apontou que o ritmo de corte na área seria superior à produtividade constante da autorização de exploração florestal expedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.

O Ministério Público Federal se manifestou contra o pedido de liberação dos bens apreendidos por considerar que as informações policiais e os laudos, até então elaborados, apontam para a possível exploração indevida

de madeira por parte da associação.

Ao analisar o caso, Mara Elisa fez ponderações sobre as atribuições do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que pode exercer poder de polícia ambiental, e as da Polícia Federal, que investiga crimes e conduz inquéritos policiais.

Nessa linha, a magistrada analisou os apontamentos da Polícia Federal de que a spreensão estaria relacionada à exploração de uma área não licenciada e outra área externa/adjacente a Unidade de Manejo Florestal licenciada. Segundo laudo enviado à Justiça, peritos analisaram imagens de satélite de novembro e dezembro de 2019, concluindo pela existência de estradas e pequenas clareiras, "mostrando indícios de exploração florestal fora da área autorizada e fora da área aprovada".

No entanto, a juíza considerou que, apesar de PF ver possível prática de ilícitos capazes de justificar a apreensão dos bens, as imagens de satélite se referem "a curto período de tempo" e "por si só, não são suficientes para nos conduzir à constatação de crime específico". Segundo Mara Elisa, as informações dos investigadores "imprecisas em indicar quais são os supostos crimes praticados e imputáveis à associação.

"Para além da lacuna quanto aos dados multitemporais, ainda carece de esclarecimento em que datas as áreas não autorizadas teriam sido exploradas, quando a estrada para escoamento da madeira teria sido aberta, se tais estradas são de acesso restrito ou não, dentre outros dados importantes para eventual atribuição de desmatamentos à impetrante", registra ainda a sentença.

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Uma pintura de Mark Rothko avaliada em US$ 56 milhões (R$ 318 milhões na cotação atual) foi danificada após uma criança "riscá-la" durante uma visita a um museu na Holanda.

O caso aconteceu na semana passada. O quadro era exibido como peça de destaque no Museu Boijmans Vans Beuningen, em Roterdã.

À BBC, um porta-voz do museu descreveu o dano como superficial. "Pequenos arranhões são visíveis na camada de tinta sem verniz na parte inferior da pintura", explicou.

"Foram requisitados especialistas em conservação na Holanda e no exterior. Atualmente, estamos pesquisando os próximos passos para o tratamento da pintura", completou.

A gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, disse ao veículo que pinturas modernas sem verniz, como a de Rothko são "particularmente suscetíveis a danos" por causa da "combinação de materiais modernos e complexos, da ausência de uma camada de revestimento tradicional e da intensidade dos campos de cores planas, que tornam até as menores áreas de danos instantaneamente perceptíveis."

"Nesse caso, arranhar as camadas superiores de tinta pode ter um impacto significativo na experiência de visualização da peça", concluiu.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Manoel Carlos, de 92 anos, reapareceu nas redes sociais nesta terça-feira, 29, em uma foto publicada pela filha, a atriz e empresária Júlia Almeida.

A imagem, que mostra pai e filha no apartamento onde vivem no Rio de Janeiro, marca a primeira aparição pública do autor desde que enfrentou uma piora no estado de saúde.

Conhecido por novelas como Laços de Família, Por Amor e Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos sofre de Parkinson e passou por uma cirurgia em dezembro.

Desde então, mantém uma rotina mais reservada. Em janeiro, Júlia negou rumores de que o pai estaria isolado e afirmou que o recolhimento foi uma escolha dele próprio.

"Ele é uma pessoa discreta, que pediu para ficar mais recluso. Está bem cuidado, com equipe médica e ao lado da minha mãe, como ele escolheu estar", declarou na ocasião.

Na legenda da publicação mais recente, Júlia compartilhou uma reflexão sobre pausas, simplicidade e criação com propósito. Sem mencionar diretamente o estado de saúde do pai, ela escreveu: "Pausar não é se afastar. É voltar pro corpo, pro que é simples, pro que já está aqui".

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O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quarta-feira, 30, uma seleção de artistas que vão se apresentar na 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial. A iniciativa tem o propósito celebrar pessoas negras e indígenas, empresas e iniciativas que se destacam na luta pela igualdade racial no País.

João Gomes, Sandra de Sá, Belo, Gaby Amarantos e Djonga se unem a JotaPê, Majur e Os Garotin e vão se apresentar durante a cerimônia, que será realizada no próximo dia 7 de maio, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Os melhores momentos serão transmitidos na Globo no dia 25, após o Fantástico.

Completam o line-up Altayr Veloso, cantor e compositor carioca; Dom Filó, DJ, produtor cultural e ativista do Movimento Negro; Maria Preta, rapper e poeta; Zaynara, cantora e compositora paraense; Kena Maburo, artista indígena, e Ilê Aieyê, primeiro bloco afro do Brasil, além das finalistas Djuena Tikuna e Kaê Guajajara, artistas e ativistas indígenas

"Nesta edição, reunimos artistas que representam a alma da música brasileira e que, com sua arte, reforçam a urgência da igualdade racial. Cada show é uma manifestação de afeto, ancestralidade e resistência", afirma o diretor Tom Mendes.

Além de premiar os destaques nos três segmentos principais, cultura, educação e empregabilidade, o prêmio neste ano também promete levantar questões relativas à mudança climática e a pautas de gênero, e buscar diálogos direcionados às regiões Norte e Nordeste do País.