Hassum: 'Permito-me ser triste, às vezes'

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Leandro Hassum responde às perguntas do Estadão por e-mail. Está vivendo o isolamento com a família - mulher e filha - nos EUA. "Aqui, a vacinação já está avançada, nós três nos vacinamos e, hoje em dia, já se pode circular por locais abertos sem máscara, mas eu sigo usando por causa da situação no Brasil, para dar exemplo, me parece necessário." Hassum estrela a primeira das quatro histórias que compõem O Auto da Boa Mentira.

Ariano! "Eu adorava as aulas-espetáculo do Ariano, e o elogio dele à boa mentira. Nessa era de fake news, acho que o que era motivo de riso virou material para reflexão, e importante. Estamos vivendo esse processo das mentiras que machucam, que dificultam o andamento do Brasil e do mundo. Não me lembro quem disse primeiro, mas o Ariano assumia a boa mentira e dizia que o mentiroso precisa acreditar na própria mentira para torná-la verdadeira." O Helder, personagem que Hassum interpreta em O Auto da Boa Mentira, é um cara sem graça. Como é fazer um personagem desses?

"Acho o jogo do filme muito gostoso e, para criar o Helder, o filme incorpora imagens dos shows que faço. Gosto muito desse humor do 'loser', o cara que não é notado, que é deixado de lado. Jerry Lewis, que era um mestre, o meu mestre, gostava de duplos e era atraído por esse tipo de personagem. Então, o Helder é esse loser, um perdedor, derrotado, que consegue dar a volta por cima assumindo um papel de celebridade, que não é." Sobram elogios de Hassum para o diretor. "Belmonte é um cara incrível, supertalentoso e, embora o filme curto seja atípico na minha carreira, ele nos deixou à vontade. Digo nós porque a Nanda (Costa), o Rocco (Pitanga), todos trabalhamos com muita interação e liberdade, e eles são ótimos."

No filme, o personagem que se faz passar por outro é cobrado pelo emagrecimento, como ocorreu com o Hassum na vida. Ele se sente mais confortável como esse novo Hassum? "Vivemos um tempo em que o correto é respeitar o corpo de quem quer que seja. Nunca me senti desconfortável com meu corpo, nem antes nem depois da cirurgia. Nunca encarei o corpo como problema, a reação estava no público. Teve gente que vinha me perguntar se eu não queria mais fazer humor. O ator tem de ser mutável, tem de se colocar no espaço do outro. Como gordo, muitas vezes fazia piadas que seriam para um personagem magro."

O Auto não é da Compadecida. É um Ariano que não é regional: "Não é mesmo, e eu acho que, na realidade, o humor da Boa Mentira é universal. A mentira tem pernas curtas, a gente sempre ouve dizer. Meu sonho é que tudo isso passe e a gente se encontre para um abraço, para rir. Nas condições de hoje, permito-me ser triste, às vezes, porque a situação não está fácil. Sou otimista e a diferença com o pessimista é que ele sempre acredita que o fundo do poço é mais embaixo. Eu vejo as coisas com esperança. Acredito num mundo pós-pandemia e que o cinema vá voltar. Teremos de novo as salas cheias para o cinema brasileiro."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger hoje, 30, a partir das 16h, o novo ocupante para a cadeira 7, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro, aos 84 anos.

Ao todo, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias e Marcia Camargos. O novo ocupante da cadeira deve ser revelado em 30 minutos.

A ABL divulgou também os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça. Heloisa ocupava a cadeira 30 da Academia. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu dia 28 de março, aos 85 anos.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 desde 1985. As eleições para as vagas dos acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

CONCORRENTES

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26, que era de Vilaça, estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda. Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.