Exposição de José Damasceno reúne 80 obras de vários períodos, de 1989 até agora

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Anunciada como a maior exposição do artista carioca José Damasceno, 53, a mostra Moto-Contínuo reúne, de fato, os seus principais trabalhos entre os 80 expostos na Pina Estação, de Método para Arranque e Deslocamento (1992/1993), sua primeira instalação - recortes de um carpete que ocupa uma sala inteira - a uma obra de grande impacto, Snooker (2001), apresentada pela primeira vez em São Paulo -, uma mesa de sinuca sobre a qual despencam de duas luminárias 2 mil novelos de lã laranja. A exposição tem como curador José Augusto Ribeiro, que selecionou obras realizadas entre 1989 e 2021. Ele conversou com o Estadão sobre a mostra na Pina Estação. Do Rio, por telefone, José Damasceno também falou com a reportagem.

Damasceno é um dos artistas brasileiros com maior presença no cenário internacional, tendo participado das bienais de Veneza e Sidney, além de estar representado em coleções de peso (Cisneros). Uma das obras apresentadas na Pina Estação, Trilha Sonora, foi exibida na 25ª Bienal Internacional de São Paulo (em 2002). Passadas duas décadas, a peça ainda provoca grande impacto com suas fileiras de 3 mil martelos pregados na parede, que formam o desenho de uma cordilheira. Há também na mostra peças inéditas, como três bordados de lã (Pontinho, de 2017), uma escultura de pedra obsidiana (Sólido, de 2019) e Monitor Líquido (deste ano), resultante de um processo em que o giz de cera é derretido.

Tudo no trabalho de Damasceno remete ao processo de construção arquitetônica, o que não surpreende quando se sabe que o artista frequentou um curso regular de arquitetura que não chegou a concluir. Isso explica o processo embrionário de Método para Arranque e Deslocamento, instalação concebida para o Espaço Sérgio Porto, no Rio. "Fiz uma maquete e passei um ano maquinando o que eu deveria fazer com ela, até decidir cortar o carpete aos pedaços e ocupar uma sala inteira do Espaço, em 1993." A mostra foi sua primeira individual. Damasceno acabara de completar 25 anos e ainda não frequentava o circuito internacional, o que só aconteceria na virada do século.

Outro segmento da mostra acentua a relação de Damasceno com a arquitetura. Moto-contínuo exibe 26 desenhos (em diferentes técnicas como nanquim, grafite e decalque) e dois polípticos de serigrafia feitos a partir de desenhos. A relação entre a representação bidimensional e a projeção tridimensional é um aspecto visceralmente ligado à formação arquitetônica do artista, também um grande leitor. "Posso dizer que a minha formação foi nas bibliotecas dos museus, especialmente a do MAM do Rio, lendo sobre artistas e movimentos históricos." Damasceno sente-se ligado aos artistas construtivistas (neoconcretos, em particular) por afinidade, mas sabe que seus trabalhos são descritos muitas vezes pelos críticos como obras "surrealistas', o que não o incomoda.

Exemplo dessa "filiação' é a obra (uma versão em carimbo) Organograma (2000-2021), formada pelas palavras "ontem, hoje e amanhã", gravadas sequencialmente em linhas na parede, como ramificações arborescentes que subvertem o curso do tempo. O MoMA de Nova York tem uma versão do desenho (de 2002) em seu acervo. Não é impertinente evocar a relação do corpo com a escrita do surrealista belga Henri Michaux quando se veem essas ramificações. "Eu refuto o surrealismo como categoria, mas ele é, sim, uma fonte, não tem como ignorar", diz Damasceno, observando que a relação da arte com o tempo "é muito particular", citando, por exemplo, a pulsação de Magritte e Arp no imaginário contemporâneo, tanto quanto a vida da Virgem na capela de Scrovegni, pintada por Giotto no século 14.

"Damasceno é associado ao surrealismo, à representação do fantástico, mas, na verdade, seu trabalho é uma intensificação do real, caso da obra Can You Hear Me?, de 2006, que usa dois trompetes verdadeiros que perdem sua função ao serem unidos", define o curador da mostra, que tem ainda fotografias feitas pelo artista. "O seu é um trabalho de construção e desconstrução contínua, que recorre a grandes quantidades de um mesmo item, sejam martelos ou cigarros, remetendo, por exemplo, a Tony Cragg ou, em outras obras, a Walter de Maria e Richard Long." Na mostra, há ainda uma versão de Re:pública (2017) no andar térreo da Pina Estação, visão irônica sobre a falta de direção do olhar da República, representada por uma cédula de real - familiar e reconhecível - em que a figura se mostra insegura e perplexa. Não é para menos diante da situação da República real.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O ator Michael B. Jordan usou as redes sociais para agradecer os fãs pelo sucesso estrondoso de Pecadores. O novo filme de Ryan Coogler liderou as bilheterias norte-americanas por dois finais de semana seguidos e já arrecadou US$161 milhões mundialmente, sendo muito elogiado pela crítica e pelo público.

Dizendo-se "sem palavras e orgulhoso", Jordan agradeceu a todos que "compraram pipoca, que contrataram babás, pegaram carona e mostraram seu amor por Pecadores" nas últimas semanas. "Nós queríamos (...) contar uma história, ser honestos, expor nossas almas da melhor forma possível no trabalho que fazemos. Em nome de todo o elenco, equipe e criadores, eu quero agradecer a todos os fãs."

"É louco. Dos memes às conversas que estão acontecendo, todo mundo está tirando algo do filme e é muita coisa para explorar", seguiu o ator. "Nas palavras de [Coogler], é uma refeição completa e eu sou abençoado por fazer parte disto. Então, quero dizer, sinceramente, do fundo do meu coração, obrigado."

Jordan ainda incentivou quem ainda não assistiu a Pecadores a ir ao cinema. "Se você já assistiu, vá assistir pela segunda vez. Se já assistiu duas vezes, vá assistir pela terceira. Você pode entender algo diferente. Amo vocês e agradeço, sinceramente", conclui ele no vídeo.

Na legenda, o astro desenvolveu seu sentimento de gratidão. "Palavras não podem expressar a gratidão que sinto por todos e pela demonstração de amor pelo nosso filme!! É uma sensação louca saber quantos de vocês já apareceram e continuam a apoiar este filme. É por isso que fazemos filmes e adoramos ver filmes na telona. Isso une as pessoas", escreveu.

Escrito e dirigido por Coogler, Pecadores acompanha dois irmãos gêmeos (ambos interpretados por Jordan), veteranos da Primeira Guerra Mundial, que retornam depois de anos à sua cidade natal para começar uma nova vida. Lá, no entanto, eles descobrem um mal escondido que os espera. O elenco do filme inclui ainda Hailee Steinfeld (Gavião Arqueiro), Miles Caton, Saul Williams (Pisque Duas Vezes) e Tenaj L. Jackson (Ninguém Vai Te Salvar).

Pecadores está atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça.

Heloísa ocupava a cadeira 30 na ABL. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu aos 85 anos em 28 de março.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 da ABL desde 1985.

De acordo com a instituição, as inscrições para a sucessão de ambos já foram encerradas. As eleições para as vaga dos Acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

Na próxima quarta-feira, 30 de abril, ocorre a eleição para a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro. Conforme anunciado anteriormente pela ABL, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque e Tom Farias.

Concorrentes à vaga de Heloisa Teixeira na ABL

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Concorrentes à vaga de Marcos Vilaça na ABL

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26 estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda.

Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

Thais Carla falou sobre seu processo de emagrecimento pela primeira vez em entrevista à revista Marie Claire. A influenciadora digital é conhecida por combater a gordofobia e desde de novembro do ano passado, decidiu adotar um novo estilo de vida a partir da reeducação alimentar.

Ela já perdeu cerca de 30 quilos e alguns de seus seguidores a questionaram, já que ela sempre falou sobre diversidade corporal.

Thais afirmou que a decisão de emagrecer foi uma escolha sua. "Eu tenho uma família que me aceita como sou. Não precisava mudar, mas quis. Quis ter uma vida diferente, brincar com as minhas filhas, voltar a dançar", disse à revista.

A influenciadora digital tem duas filhas: Maria Clara, de sete anos, e Eva, de quatro. Ela também comentou que agora sente prazer na alimentação.

Para Thais, um dos marcos dessa mudança de vida foi o convite para dançar na divulgação de uma música de Ivete Sangalo, Energia de Gostosa.

"Percebi que meu corpo precisa estar em movimento. Sempre fui ativa, mas agora entendo que minha fala tem peso. Eu achava que não fazia parte desse mundo fitness, mas vejo que ele pode me abraçar também."