No novo álbum 'Te Amo Lá Fora', Duda Beat passeia por diferentes gêneros

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"Morri. Eu fiquei aos pedaços. Mas tu não é culpado de não me amar assim": o verso final de Meu Pisêro, uma das faixas do novo álbum Te Amo Lá Fora, mostra que Duda Beat está mais madura. A 'sofrência' por amores não correspondidos lá do primeiro disco, Sinto Muito, lançado em 2018, se transformou em aceitação no segundo trabalho de estúdio, divulgado na semana passada. Mas sem deixar de lado uma boa dose de drama, é claro.

"Eu evoluí tanto pessoalmente quanto musicalmente, acredito. Fiz importantes trabalhos de voz. Hoje, ela é mais bem colocada", afirma a cantora pernambucana ao Estadão. A data de divulgação do novo disco foi escolhida a dedo: o 27 de abril marcou exatos três anos do lançamento de seu primeiro álbum. "A ideia era lançar no ano passado, mas, por conta da pandemia, adiamos por um tempinho e escolhemos esse dia especial."

O longo hiato realmente trouxe amadurecimento musical à cantora. O 'beat' no nome artístico e as composições que transitam do pop ao forró não deixam dúvida de que Duda gosta de experimentar diferentes gêneros. E a pisadinha (ou pisêro), que dominou o País em 2020, com os hits de Zé Vaqueiro e Barões da Pisadinha, não ficaria de fora deste álbum. Foi o primeiro aperitivo do novo trabalho, lançado em videoclipe com Meu Pisêro, em março.

Duda colhe ainda os resultados de um outro fenômeno na vida de qualquer artista: se tornar trilha de novela. Bixinho, seu maior hit do álbum de estreia, foi presença marcante em Amor de Mãe, novela das 21h da TV Globo. "Incrível como tocava em todo capítulo. Foi uma honra para mim e trouxe muitos fãs novos."

A dobradinha no horário nobre ficou completa quando Duda viu a composição cair na boca de Juliette, participante da atual edição do Big Brother Brasil. "Ela é uma mulher arretada. Muito sensível e corajosa. Tenho muita simpatia pelas coisas que ela passou e estou pensando bastante em conhecê-la depois que o programa acabar. Quem sabe até cantamos juntas", revela.

Mas Te Amo Lá Fora não busca a fórmula do sucesso só no topo das paradas ou na exposição em TV aberta. Quem ouvir o novo álbum, já disponível nas plataformas digitais, vai se deparar logo na primeira faixa com um tradicional ritmo nordestino, de raízes no século 18: o coco. "Eu sabia que precisava fazer uma parceria com Cila do Coco, ela é uma pessoa maravilhosa, uma anfitriã da cultura pernambucana e inspiração para todos do Estado", elogia a cantora, nascida no Recife. Aos 33 anos, ela ainda faz reverência a Cila, que tem 81, usando dois samples da coquista no álbum.

O 'tour' por diferentes estilos traz uma segunda participação especial: do rapper Trevo, que compõe e empresta voz à faixa Nem Um Pouquinho. "Esta música tem uma pegada de pagodão baiano que logo me fez lembrar do Trevo, um artista muito talentoso que com certeza o Brasil precisa conhecer."

O reconhecimento de Duda à musicalidade do cantor baiano faz lembrar a relação da recifense com outra artista: "A Pabllo foi a primeira 'figurona' da música a elogiar o meu trabalho. E hoje somos amigas". A dupla dividiu palco no Festival Sarará, em Belo Horizonte, e os fãs pedem cada vez mais um feat entre as duas. "É um desejo antigo que eu tenho. Quem sabe não esteja chegando a hora… não posso soltar spoilers", brinca a cantora.

Convites para parcerias não faltaram na vida de Duda desde sua estreia em 2018. Foram gravações com nomes como Anavitória (Não Passa Vontade), Tiago Iorc (Tangerina), Gaby Amarantos (Xanalá), Mateus Carrilho e Jaloo (Chega), além de um EP com Nando Reis, grande referência da artista. Uma curta - mas intensa - trajetória que já consolidou o nome da pernambucana em playlists e festivais da novíssima safra de música brasileira.

O novo álbum, com produção musical dos companheiros de carreira Lux & Tróia (Lux Ferreira e Tomás Tróia), foi gestado antes mesmo do início da pandemia. "A gente já tinha decidido tirar um tempo e ir para uma casa na serra no Rio, onde íamos trabalhar em novas canções. Boa parte delas já estava desenhada. E, pouco tempo depois, veio a pandemia e acabamos ficando."

O difícil momento vivido no Brasil por conta da crise sanitária fez Duda ficar reticente em colocar o álbum no ar: "Eu sempre me questionava: 'será que o que eu estou falando é suficiente tamanha a dor que as pessoas estão sentindo?'. Mas depois refleti que a gente precisava levar um pouco de felicidade ao público com as novas músicas". O álbum ainda conta com a coprodução de Patrick Laplan nas faixas 50 Meninas e Decisão de Te Amar, e de Pedro Starling na faixa GAME.

Após Sinto Muito, lançado em 27 de abril de 2018, e Te Amo Lá Fora, que vem ao mundo no mesmo dia, mas em 2021, será que os fãs já podem salvar essa data, daqui a três anos, para o lançamento do terceiro disco? Duda garante que não: "2024 é muito longe. 2023... quem sabe?!. Acho que dois anos é um bom tempo entre um álbum e outro", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O aguardado show de Lady Gaga na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, teve início na noite deste sábado, 3. É possível assistir ao vivo pela Globo, na TV aberta, pelo canal pago Multishow e pelo streaming Globoplay. Previsto para começar às 21h45, o show contou com um atraso e a cantora apareceu em um vídeo no palco somente por volta de 22h10.

Todo mundo no Rio. Mesmo. Quando ainda faltavam 12 horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, as filas para ter acesso à Avenida Atlântica já davam voltas nos quarteirões internos do bairro. Por razões de segurança, era preciso passar por um dos 18 pontos de bloqueio para alcançar a orla, instalados desde cedo em ruas transversais aparelhados com detectores de metais e câmeras de reconhecimento facial.

Em experiências anteriores, como o show de Madonna, no ano passado, e o réveillon, as aglomerações só se formaram faltando poucas horas para o início do espetáculo. Mas com Gaga foi bem diferente. Já na manhã de sábado havia fila ocupando dois quarteirões. A temperatura em torno dos 25ºC ajudou. O céu estava claro, o sol brilhando, mas não havia muito calor.

Uma faixa da avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais vias do bairro, estava ocupada por fãs na altura do palco. O professor de educação física Humberto Machado, de 38 anos, que veio para o show com um grupo de amigos da Paraíba e do Rio Grande do Norte, contou que ficou na fila para acesso à orla por cerca de meia hora.

"A gente achou que seria rápido para entrar porque ainda era muito cedo", contou o professor. "Mas a fila era impressionante."

O professor e seus amigos levavam água e sanduíches em recipientes de plástico para aguentar por toda a tarde e noite. Recipientes de vidro, líquidos inflamáveis e objetos perfurocortantes estavam proibidos e estavam sendo confiscados nas barreiras.

O bairro, rapidamente apelidado de "Gagacabana", era uma grande festa desde cedo, sem registro de incidentes. Fãs totalmente montados, os "little monsters" (monstrinhos), não paravam de chegar a pé, de ônibus e, principalmente, de metrô, exibindo leques, chapéus e todo tipo de indumentária remetendo à artista, a "mother monster" (mãe monstra).

Em frente ao Copacabana Palace, onde a diva está hospedada, o movimento foi ininterrupto a madrugada inteira, sobretudo depois do ensaio aberto na noite de sábado, em que Gaga cantou mais de dez músicas para deleite de todos que estavam na orla, entre elas grandes sucessos como Abracadabra, Bad romance e Shallow, a mais baixada por fãs no Brasil nas plataformas de streaming.

Antes mesmo do fim da manhã longos trechos da praia já estavam ocupados por fãs marcando lugar na areia para assistir ao show da diva e vendedores ambulantes. E não só. As árvores do canteiro central da Atlântica e mesmo da calçada próxima aos prédios estavam sendo disputadas desde cedo pelos que queriam garantir um lugar 'vip' para assistir ao show.

A tatuadora Aisha Dutra, de 22 anos, e a estudante Lilian Magalhães, de 26 anos, estavam aboletadas em uma árvore desde cedo. Elas são do bairro de Santa Cruz, na zona oeste, mas alugaram um apartamento por temporada em Copacabana, especialmente para estarem perto do show. O plano da dupla era chegar à praia às 5h da manhã deste sábado. Mas como elas só foram dormir de madrugada, depois do fim do ensaio, acabaram chegando à orla às 8h.

"Ontem, durante o ensaio, a gente subiu numa árvore e viu que era a melhor opção, porque tinha gente dormindo na grade desde ontem e não tinha mais lugar perto do palco", explicou a tatuadora, devidamente instalada na árvore.

Na tarde de sexta-feira, 2, a Prefeitura informou que dados consolidados pela Rodoviária Novo Rio e pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) indicavam a chegada de mais 500 mil visitantes na cidade entre os dias 1º e 3 de maio, superando as expectativas iniciais de 240 mil pessoas. Desse total, 25% seriam turistas estrangeiros.

Há ainda turistas chegando com carros particulares, ônibus fretados e voos pousando no Aeroporto Santos Dumont. A média de ocupação da rede hoteleira é de 86% em toda a cidade, mas em Copacabana chega a 95%.

A Polícia Militar (PM) reforçou o esquema de segurança.

"A novidade para este show são os capacetes brancos, grupos de policiais especializados em patrulhamento de multidão", explicou a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM. "Eles vão circular entre as pessoas, sobretudo nos pontos de maior concentração, para evitar furtos de oportunidade de passar uma sensação maior de segurança."

A prefeitura espera a presença de mais de 1,6 milhão de pessoas na praia de Copacabana, onde está montado o palco e as 16 torres com telões de nove metros de altura por cinco metros de largura, permitindo que todos acompanhem o show mesmo à distância. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e a Riotur, o evento deve injetar mais de R$ 600 milhões na economia da cidade.

"A cidade está muito cheia mesmo, tem muito turista", assegurou o motorista de uber Gustavo Monteiro, de 33 anos. "É bom para todo mundo. Por mim, tinha um show desse por mês."

Faltando cerca de duas horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, os pontos de revista montados nas vias transversais de acesso à Avenida Atlântica apresentavam filas de até uma hora de duração.

As maiores eram vistas no acesso da rua Duvivier, o mais próximo ao palco. A fila tinha uma extensão de mais de dois quarteirões. Nos pontos de entrada um pouco mais distantes, como o da Hilário de Gouveia, ainda era possível entrar na orla com apenas 20 minutos de espera.

O enfermeiro Vítor Souza, de 32 anos, que veio de Campos, no interior do Estado, especialmente para o show, contou que ficou por mais de 40 minutos numa fila e acabou desistindo.

Ele conseguiu chegar na praia por meio de uma outra entrada, bem mais distante do palco. "Foi bem mais complicado do que achei que ia ser", contou. "Mas finalmente eu consegui passar."

As filas nos 18 pontos de acesso montados nas ruas transversais à avenida Atlântica começaram a ser formar por volta das 9h da manhã deste sábado, 3. Policiais militares munidos de detectores de metal revistavam as pessoas uma a uma antes de darem acesso à orla. Vidros, explosivos e armas encontrados eram confiscados. Os pontos de acesso também contavam com câmeras de reconhecimento facial.

O perfil oficial do Metrô do Rio de Janeiro fez uma postagem anunciando que o "tempo de viagem está maior" "devido ao grande fluxo do desembarque de clientes na estação Cardeal Arcoverde/Copacabana para o show da Lady Gaga". A empresa recomenda o desembarque pela Siqueira Campos/Copacabana.

O maior show da vida de Lady Gaga

O show desta noite na praia de Copacabana promete ser o maior da carreira de Lady Gaga. A expectativa da Prefeitura é de que pelo menos 1,6 milhão de pessoas estarão reunidas na orla. Até hoje, a apresentação de Gaga com o maior público tinha sido em abril passado, no Festival Coachella, nos EUA, onde reuniu por volta de 100 mil pessoas.

O palco da apresentação desta noite tem nada menos que 1.260 m2, bem maior do que o montado para Madonna no ano passado, que tinha 821 m2. A megaestrutura tem 2,20 m de altura desde a base na areia. Um telão de LED de última geração ficará no fundo do palco.

Gaga vai apresentar um show em cinco atos, com direito a diversas trocas de roupa e um cenário que lembra o de uma peça de teatro - a cantora chama de "ópera gótica". A previsão é de que o espetáculo tenha 2h30 de duração, ao longo das quais Gaga vai contar a história de seu próprio "caos pessoal" ao lutar com sua própria persona, derrotar fantasmas e conseguir renascer.

Pabllo Vittar faz abertura

Uma surpresa para os fãs de Lady Gaga que aguardam o início do show da diva pop. A artista Pablo Vittar, que se apresentou com Madonna no ano passado, está abrindo o show desta noite como DJ.

"É muito louco, parece que estou tendo um deja-vu", afirmou Pablo em uma entrevista concedida à rede de TV CNN antes de subir ao palco, adiantando que pretendia tocar "muito tribal house, muito tech, muito remix e algumas músicas minhas". "Ano passado, com Madonna comemorando 40 anos de carreira, e agora nesse show histórico com a Gaga. Estou muito feliz."