Documentário coloca o apresentador Cid Moreira falando sobre a própria carreira

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Cid Moreira deu boa noite ao público brasileiro cerca de 8 mil vezes durante os 27 anos em que apresentou o Jornal Nacional, na Rede Globo de televisão. Daí que um documentário sobre o apresentador só poderia mesmo se chamar Boa Noite, como percebeu a diretora Clarice Saliby. O filme entra em cartaz no cinema nesta quinta-feira, 13.

Há várias escolhas a serem feitas num documentário. Por exemplo, haveria a possibilidade de entrevistar colegas de trabalho do personagem. Ou especialistas em televisão ou comunicações, que contextualizassem sua trajetória. Porém, o filme se limita a material de arquivo e a entrevistas com o próprio apresentador. Assemelha-se mais a um perfil que a uma biografia. Uma escolha, repito. Documentário não é reportagem nem precisa obedecer às regras do jornalismo. Mesmo quando trata de jornalistas.

Cid Moreira fala de Cid Moreira e relembra sua carreira. Ao mesmo tempo, apresenta seu cotidiano de homem bem posto na vida. A sauna diária, os banhos de banheira, os exercícios na academia doméstica, o jardim bucólico na residência magnífica, o estúdio montado em casa - tudo aquilo que o dinheiro pode comprar e facilita a vida de alguém chegado aos 93 anos, e em ótima forma para a idade.

Como Cid Moreira tem mania de arquivista - e espaço para guardar tudo não lhe falta -, a cineasta teve a tarefa facilitada. Ele possui fotos antigas e agendas nas quais anota tudo do seu dia a dia, de uma ida ao dentista a um compromisso profissional e a assinatura de um contrato. Nada escapa a esse historiador de si mesmo.

No começo da linha do tempo de uma longa carreira, Cid relembra do início em 1944, aos 17 anos, na Rádio Difusora de Taubaté, onde chega por mero acaso. Queria um emprego de contador e o colocaram como locutor por causa da voz bonita. Em 1951, muda-se para a Rádio Mayrink Veiga e para o Rio de Janeiro. O vozeirão grave é aproveitado também em comerciais e cinejornais. Faz o Jornal de Vanguarda, na TV Excelsior. E, em 1969, começa junto com o Jornal Nacional na Rede Globo, onde permanece longos 27 anos, dividindo a bancada com colegas, mas sendo sempre a voz de referência de um telejornal que, em seus melhores tempos, chegou a 80% de audiência no País.

Nem tudo é glória. Há tropeços. E dramas, mencionados de raspão. O maior deles, a morte da filha, perdida para as drogas, merece uma menção rápida. Como se o assunto fosse doloroso demais para se alongar.

E a questão política. O Jornal Nacional é criado em plena vigência do AI-5, ápice da ditadura militar. Qual a posição de Cid Moreira a respeito? Nenhuma. "Sou apolítico, detesto política", diz, com todas as letras. "Eu só chegava à emissora para ler o jornal, não era o editor. Apenas o apresentador." Era apenas uma voz. O conteúdo era escrito por outras mãos.

Mas mesmo uma voz pode não ser neutra. A prova, ele mesmo dá. Em 1994, Leonel Brizola era governador do Rio e queria tirar a Globo da cobertura do carnaval, o que levou a emissora a veicular um editorial contra o governador em seu principal veículo, o Jornal Nacional. Quem o leu? Cid Moreira. Brizola pediu direito de resposta e ganhou na Justiça. Quem o leria? Cid Moreira, claro.

Moreira relembra o fato e diz que, na emissora, ficaram preocupados. Como ele leria a réplica de Brizola? Disse para não se preocuparem. Leu o libelo brizolista da forma mais "monocórdia" possível, aplainando um texto original cheio de farpas contra a Globo e seu proprietário, Roberto Marinho. O veterano locutor sabia que um texto não é apenas aquilo que diz, mas a maneira como é dito. Questão de ênfase, ou de sua ausência. Esse é um dos pontos mais reveladores de um documentário no qual o personagem é dono da única versão sobre sua trajetória.

O fim do ciclo na Globo é triste, como não poderia deixar de ser. O filme reproduz a despedida de Cid Moreira que, junto com seu colega Sérgio Chapelin, é substituído pela dupla William Bonner e Lillian Witte Fibe. Mas não tem nem tempo de pensar em aposentadoria. Logo é convidado para emprestar sua voz à leitura do Novo Testamento. Transforma-se, por assim dizer, na voz oficial de Deus no Brasil e obtém imenso sucesso com a venda de Cds.

Claro que o dono dessa voz, tão presente na vida brasileira, poderia ser apresentado de outra forma. Na aparência, essa vida plácida e bem-sucedida é mostrada de maneira quase oficial, consentida. No entanto, é preciso ficar atento para as poucas fissuras e contradições que brotam de discurso tão empostado. Cabe ao espectador percebê-las.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Funcionários da cantora Lady Gaga distribuíram cerca de 30 caixas de pizza para fãs que aguardavam uma aparição da artista na frente do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde ela está hospedada.

A cantora se apresenta gratuitamente na praia de Copacabana neste sábado, 3. A apresentação está marcada para começar às 21h45 e terá transmissão ao vivo pela TV Globo, Globoplay e Multishow.

À espera pelo show, fãs se aglomeraram em frente ao Copacabana Palace na esperança de conseguirem ver Gaga de perto. Até o momento, contudo, ela não apareceu para cumprimentar os admiradores - seu noivo, Michael Polansky, porém, foi visto dando uma "espiadinha" em uma das janelas do hotel.

No início da noite de quarta, 30, funcionários da artista apareceram com caixas de pizza e distribuíram para a multidão. O momento foi registrado e compartilhado por fãs nas redes sociais. Algum tempo depois, a própria Gaga repostou no TikTok um vídeo que registrava a distribuição das pizzas.

Sabrina Sato leva a sério o ditado de que a melhor fase da vida começa depois dos 40. Foi quando ela viu tudo mudar. Aos 42 anos, separou-se de Duda Nagle, com quem viveu 7 anos e teve uma filha, Zoe, agora com 6 anos. Aos 43, assumiu um namoro com Nicolas Prattes. Prestes a completar seus 44, casou-se com o ator.

Mas Sabrina mal imaginava que poderia se apaixonar depois de uma relação longa e da responsabilidade de criar Zoe. O amor, é claro, vem acompanhado de estereótipos, mas a apresentadora quer provar que nenhum deles é real com Minha Mãe com Seu Pai, reality que acaba de estrear na Globoplay.

A proposta é inusitada: filhos inscreveram os pais de meia-idade para que eles tentem encontrar um novo amor. O que eles não sabiam é que teriam de atuar como "especialistas", decidindo o destino dos pais e acompanhando tudo o que acontece entre eles. Tudo mesmo.

Em entrevista ao Estadão, Sabrina garante ter sido a primeira vez que colocou tanto da sua experiência em um programa. Em Minha Mãe com Seu Pai, ela foi filha, mãe, amiga, confidente e conselheira. "Eu me intrometi até demais", brinca. Foi a atriz que, depois de ver a proposta do formato original, da rede britânica ITV Studios, pediu para assumir o programa. À época, ela estava noiva e grávida de Nicolas - e perdeu o bebê com 11 semanas de gestação.

Por ter sentido na pele o que é amar de novo, a apresentadora conta ter feito o máximo para que os participantes também "se jogassem" no romance. "Minha experiência de estar em um momento muito feliz da minha vida pessoal, de estar amando, de ter encontrado alguém especial e ter dado certo me ajudou a incentivá-los e a falar: 'Gente, vem, vem pular na piscina também, vem para esse lado'."

"Qualquer pessoa que encerra um relacionamento longo e com filhos pensa: 'Agora já era'. Você não consegue nem pensar que ainda pode voltar a amar e ser amada." O peso é ainda maior para as mulheres. No reality, ela decidiu avisar cada participante de que o objetivo é dar-lhes a oportunidade de escolher um parceiro - e não de serem escolhidas. "As pessoas precisam entender que a mulher com mais de 40, 50, 60 anos tem desejos. A mulher que quer encontrar um grande amor está mais viva do que nunca."

ROMANCE

Ao todo, seis homens e seis mulheres participam do programa. A maioria não vive um romance há muito tempo - e há algumas mulheres que chegaram a passar por relacionamentos tóxicos.

Do lado dos filhos, há ciúme. A atriz diz ter se divertido com as reações. "Os filhos viram pela primeira vez o pai ou a mãe beijar na boca. É uma loucura imaginar que a mãe queira fazer outras coisas além de maternar... É maravilhoso", comenta.

A Globo pretende que Minha Mãe com Seu Pai preencha a ausência do BBB 25 e pega carona no crescente gosto do público brasileiro por realities de namoro - como se viu com Casamento às Cegas, da Netflix.

Segundo Gustavo Baldoni, head de Conteúdo de Entretenimento Produtos Digitais da Globo, o Globoplay conseguiu um aumento de 51% de horas vistas de realities no ano passado. Túnel do Amor, reality de namoro apresentado por Ana Clara, é um dos maiores sucessos do serviço de streaming e soma 10 milhões de horas consumidas.

Para ele, o interesse do público pelo gênero envolve curiosidade e identificação. "Todo mundo se relaciona ou já se apaixonou. Há uma curiosidade em observar as questões e os conflitos. Os realities permitem explorar dinâmicas diferentes de relacionamentos, além de gerar muitas conversas", comenta.

EXEMPLOS

Para Sabrina, o gosto dos brasileiros está ligado a um "interesse em tudo que envolve o comportamento humano". "Nós temos tantos problemas e ainda achamos que conseguimos cuidar dos problemas dos outros. Nós também vamos nos baseando nos relacionamentos das outras pessoas para termos como exemplo", diz.

Sabrina não viveu apenas um pouco das experiências amorosas do elenco: ela também já esteve do outro lado da moeda e foi participante do Big Brother Brasil. Diferentemente do elenco do novo programa, ela diz ter enfrentado o receio da família para entrar na casa.

"Meus irmãos falavam: 'Pelo amor de Deus, você vai expor a família inteira. Se você quer trabalhar na televisão, ser apresentadora, nós te ajudamos a fazer algum teste. Mas não inventa de participar do Big Brother'.".

Por entender o quanto é difícil tomar a decisão de participar de um reality, ela resolveu ajudar ao máximo o elenco de Minha Mãe com Seu Pai. "Tem de ter coragem. Na minha vida, ainda mais agora, eu aprendi a valorizar o tempo que eu tenho, a viver os momentos e me preocupar menos com o que os outros vão pensar e mais com o que realmente importa: os meus sentimentos", diz.

O reality terá dez episódios. Quatro deles estão desde quarta-feira, 30, no Globoplay e outros quatro chegarão ao catálogo do streaming no dia 7. A revelação da dupla final vai ao ar no dia 14 de maio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um novo documentário produzido pelo diretor Martin Scorsese apresentará uma conversa inédita com o falecido papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo pontífice para oferecer educação por meio do cinema, anunciaram os produtores do filme nesta quarta-feira, 30.

Chamado Aldeas - A New Story, o documentário está "enraizado na crença do papa na sagrada natureza da criatividade", disse um comunicado dos cineastas. Não foi anunciada uma data de lançamento.

Segundo eles, a conversa inédita com Scorsese foi a "última entrevista aprofundada do papa para o cinema".

Antes de morrer, Francisco chamou o documentário de "um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos... a essência da jornada de uma vida", disseram os cineastas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)