Projeto de lei quer reabrir estrada no meio do Parque Nacional do Iguaçu

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No momento em que o Ministério do Meio Ambiente pretende revisar as categorias de unidades de conservação no País, fragilizando as medidas protetivas de diversas áreas, a Câmara dos Deputados prevê para os próximos dias a votação pela urgência de um projeto de lei (PL) que libera a abertura de uma estrada no meio do Parque Nacional do Iguaçu, onde estão localizadas as Cataratas do Iguaçu.

Última grande reserva da Mata Atlântica do interior do País, o Parque Nacional do Iguaçu, que é uma unidade de conservação de proteção integral, fica no oeste do Paraná. Por ser um parque nacional, a área não pode ser alvo desse tipo de intervenção drástica. Para que isso seja possível, porém, foi incluído na pauta da Casa o requerimento 1929/19, que solicita, com regime de urgência, a apreciação do Projeto de Lei 984/19.

De autoria do deputado Vermelho (PSD-PR), o projeto altera a Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, para criar a categoria de unidade de conservação denominada 'Estrada-Parque', instituindo a 'Estrada-Parque Caminho do Colono no Parque Nacional do Iguaçu'.

A chamada 'Estrada do Colono' foi fechada há mais de duas décadas por decisão judicial. Trata-se de uma rota ilegal aberta no meio do Parque Nacional do Iguaçu, que foi fechada na década de 1990, justamente por reconhecer que ela era um vetor de desmatamento, caça, contrabando, tráfico de armas e drogas, entre outras atividades ilegais. Hoje, a floresta já se regenerou totalmente. Por isso, segundo ambientalistas, sua nova abertura causaria estragos em um dos parques nacionais mais emblemáticos do mundo, onde estão as Cataratas do Iguaçu, consideradas Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

"Falar em abertura de uma rodovia no Parque Nacional do Iguaçu é, por si só, um retrocesso. Agora, propor urgência do tema na semana do meio ambiente - o Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho - é um escárnio com a sociedade. O deputado Vermelho, ao defender essa ideia arcaica, está afundando a economia da região de Foz do Iguaçu e piorando ainda mais a margem já tão desgastada do Brasil junto aos mercados internacionais", diz Ângela Kuczach, diretora-executiva da Rede PRO UC.

Segundo o deputado Vermelho, o objetivo da estrada seria "restaurar as relações socioeconômicas e turísticas" nas regiões oeste e sudoeste do Paraná. "Este projeto vai muito além da resolução de um problema de logística no Estado do Paraná, uma vez que corrige essa histórica injustiça que foi o fechamento da Estrada do Colono e atende ao clamor social de décadas do povo paranaense, resgatando a história e as relações socioeconômicas, ambientais e turísticas da região", justifica o parlamentar.

Especialistas afirmam que "estrada-parque não é e não pode se tornar sinônimo de estradas dentro de parques". A avaliação é de que, diferente do que consta no texto do projeto, a iniciativa promove o desmatamento e vai gerar graves impactos ecológicos, econômicos e no turismo na região.

"O projeto de lei implicará prejuízos incalculáveis para o Parque Nacional do Iguaçu. Insistem com a mesma demanda há três décadas. Não adianta rotular de estrada-parque, se os efeitos negativos são claros. Estratégias meramente discursivas não evitarão a degradação ambiental", diz Suely Araújo, doutora em Ciência Política, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama.

A própria Unesco já ameaçou retirar o título caso a estrada seja novamente aberta. Estudos comprovam que a abertura da estrada trará para a unidade de conservação o aumento da caça de animais silvestres, muitos deles ameaçados de extinção, como a onça-pintada, o atropelamento de fauna, desmatamento, além de entrada de espécies exóticas invasoras, focos de queimada e poluição.

Com 185 mil hectares, o parque nacional localizado na fronteira com a Argentina abriga mais de 250 espécies de árvores, 550 de aves, 120 de mamíferos, 79 de répteis e 55 de anfíbios. É o último grande remanescente de Floresta Atlântica de interior no Brasil, com árvores como perobas e canelas, praticamente extintas na natureza. Para a fauna, é o ultimo refúgio da onça-pintada no sul do Brasil.

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Ausente da temporada de prêmios desde que suas publicações polêmicas ressurgiram nas redes sociais, Karla Sofía Gascón estará na cerimônia do Oscar 2025. Segundo a revista The Hollywood Reporter, a Netflix concordou em cobrir seus custos da viagem - uma prática que é comum durante as premiações, mas que teria sido negado à atriz quando ela foi afastada da campanha de divulgação de Emilia Pérez.

Gascón está indicada ao prêmio de Melhor Atriz, uma das 13 indicações recebidas pelo divisivo musical francês ambientado no México. O longa também concorre em Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Canção e Melhor Atriz Coadjuvante.

De acordo com a Variety, detalhes da viagem ainda estão sendo finalizados, e não há certeza se Gascón, a primeira mulher trans indicada a Melhor Atriz, passará pelo tapete vermelho. Também não se sabe se ela dará entrevistas ou posará ao lado dos colegas de filme, Zoe Saldaña, Selena Gomez e Jacques Audiard.

"Não sei o que sentir, mas estou grata por estar de volta", declarou à Hollywood Reporter. "Sou grata a todos os que acreditaram em mim - à Netflix, à produtora e aos meus colegas. Podemos encerrar esta trajetória bonita e difícil que começou há três anos."

Karla Sofía foi afastada da campanha de Emilia Pérez no início do mês de fevereiro, logo após a crise em torno de seus posts ofensivos ter afetado a divulgação do filme. Desde então, ela não compareceu mais aos eventos pré-Oscar - nem mesmo ao Goya, espanhol, ou ao Bafta, britânico. No entanto, a Variety alega que ela também irá ao César Awards, o "Oscar francês", na sexta-feira, 28.

Recentemente, Bela Bajaria, diretora de conteúdo da Netflix, falou sobre Gascón em entrevista ao The Town Podcast, comandado pelo jornalista Matt Beloni. Ela afirmou que a ideia de checar as redes sociais dos talentos envolvidos nas produções do streaming existe, mas ressaltou que a prática é desafiadora e esbarra em questões éticas.

"Acredito que todos nós estamos falando sobre isso. Mas você também precisa pensar, nós vamos realmente olhar as redes sociais de milhares de pessoas ao redor do mundo, todos os dias, da montanha de filmes e séries originais que licenciamos e coproduzimos? Acho que isso extrapola de forma prática o que significa tudo isso. São os perfis particulares dessas pessoas. Mas [a situação] com certeza traz questionamentos. Como deve ser esse processo? O mais triste é que isso tira a atenção de um filme que é muito especial", pontuou.

O Oscar 2025 acontece no próximo domingo, dia 2 de março, com transmissão no Brasil pela TNT na TV paga, pela Max no streaming e pela Globo na TV aberta.

Selton Mello postou cenas dos bastidores de Ainda Estou Aqui em suas redes sociais na segunda, 24. Nas imagens aparecem os atores do filme, como Fernanda Torres e Valentina Herszage.

Nas cenas, é possível ver o elenco dentro do carro, nos ensaios e também descansando, descontraído. Os comentários da publicação ressaltaram a intimidade entre os atores. "Coisa boa de ver: leveza, alegria, profissionalismo, amor, cuidado", disse um usuário. "O 'making off' aos olhos do Selton", completou outra. Na legenda, o ator escreveu: "Bastidores inéditos".

Ainda Estou Aqui é uma obra baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que narra a história da família do escritor após o desaparecimento de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a Ditadura Militar. A trama acompanha a luta de sua mãe, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que busca pelo paradeiro do marido enquanto cuida dos filhos e constrói uma carreira como advogada e defensora dos direitos das comunidades indígenas no Brasil. Selton Mello interpreta Rubens Paiva na adaptação cinematográfica.

O filme concorre ao Oscar em três categorias, sendo elas Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, e com Fernanda Torres para Melhor Atriz. A cerimônia ocorrerá em 2 de março, no domingo.

Preta Gil compartilhou com seus seguidores a canção inédita Tudo Vai Passar, que integra a trilha sonora original do filme Câncer com Ascendente em Virgem. Composta por Flavia Tygel, a música carrega uma mensagem de resiliência e fé, temas que tocam diretamente a trajetória pessoal de Preta, que está em tratamento contra o câncer de intestino.

O clipe da música foi gravado em julho do ano passado, antes da cantora dar continuidade ao seu tratamento. Dirigido pela atriz Jeniffer Dias, o videoclipe contou com a participação de várias mulheres da equipe do filme.

"Com muita felicidade, compartilho com vocês Tudo Vai Passar. Uma canção que mostra o quanto seguir em frente é um ato de coragem, e acreditar que vai passar é também um exercício diário de fé. Me sinto honrada de ter minha voz nessa trilha, que diz muito sobre o meu momento atual. Tudo vai passar… Com fé, amor, luta", escreveu Preta.

A estreia do filme está marcada para o dia 27 de março nos cinemas e é inspirado na história da produtora do filme, Clélia Bessa, que, em 2008, durante seu tratamento contra o câncer de mama, lançou o blog Estou com Câncer, e Daí?, que mais tarde foi transformado no livro homônimo.

A música Tudo Vai Passar representa, na trama, a jornada de cura da personagem Clara (interpretada por Suzana Pires) após o diagnóstico de câncer de mama. Ao longo do filme, Clara repensa suas relações familiares, aproximando-se da mãe, Leda (Marieta Severo), e da filha, Alice (Nathália Costa). O filme também destaca a importância da rede de apoio, representada pelas amigas Dircinha (Fabiana Karla) e Paula (Carla Cristina Cardoso), que trazem leveza e bom humor ao enredo.