No Amazonas, Rio Negro registra a maior cheia da história

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O Rio Negro registrou na terça-feira, dia 1º, a maior marca desde 1902, ano em que o nível do rio passou a ser monitorado pelas autoridades. O rio chegou à cota de 29,98 metros, ultrapassando em 1 centímetro o nível recorde registrado em 2012, quando chegou a 29,97 metros em Manaus, a capital amazonense.

Segundo a Defesa Civil Estadual, já foram construídos mais de 9 mil metros de passarelas - as chamadas marombas - para auxiliar a população que precisa transitar nas ruas alagadas. Ao menos 24 mil manauaras, espalhados por 17 bairros da cidade, já foram atingidos diretamente pela cheia histórica do Rio Negro.

No Centro Histórico de Manaus, as principais ruas ficaram alagadas. Na Praça do Relógio, nas proximidades da alfândega da cidade, às margens do Rio Negro, o prédio do órgão foi invadido pelas águas e parcialmente interditado pelo Corpo de Bombeiros. Ao menos 4 mil famílias foram desalojadas pelo avanço das águas.

O governador do Amazonas, Wilson Lima(PSC), anunciou um aporte de R$ 80 milhões, por meio de parceria com a prefeitura de Manaus, para socorrer vítimas da enchente e recuperação da infraestrutura da cidade. O anúncio ocorreu durante reunião com o prefeito David Almeida (Avante), no Casarão da Inovação Cassina. Inicialmente, serão liberados R$ 30 milhões para amenizar os transtornos causados pela cheia.

"Hoje estou vindo aqui com o prefeito apresentar essa ajuda, disponibilizar o repasse de R$ 30 milhões para ajudar esses nossos irmãos que estão sendo atingidos pela enchente. Dentre outras ações que nós vamos fazer como o nosso Auxílio Estadual Enchente", disse o governador, ao comentar o auxilio de R$ 300, que será pago em parcela única aos atingidos pela enchente.

Cheias afetam 56 municípios

Em todo o Estado, ao menos 56 municípios sofrem com o aumento atípico no nível dos rios. Diante disso, as autoridades estaduais e municipais precisaram correr para controlar a situação e garantir serviços básicos para a população. Em março, o governo lançou a Operação Enchente, mas com o avanço dos rios, a estrutura preparada não foi suficiente.

O nível do Rio Amazonas também preocupa: na cidade amazonense de Itacoatiara, a lâmina voltou a subir após quase uma semana apresentando estabilidade. Na cidade, o rio apresentou marca de 15,20 metros, já acima da cota de transbordamento, segundo informou a Defesa Civil Estadual. A viagem pela BR-319, entre Porto Velho (RO) e Manaus (AM) já está comprometida, após a rodovia apresentar pontos de alagamento.

Preocupação para quem vive às margens dos rios

Quem vive às margens dos rios que circulam Manaus enfrenta dias de preocupação. A merendeira Ana Maria Pereira, de 54 anos, é uma das atingidas pela enchente. A moradora diz que apesar de todos os anos haver cheia, a desse ano foi mais rápida e forte, surpreendendo quem estava esperando o recuo das águas há uma semana.

"Estava normal, já dentro do mesmo nível, subia pouco e baixava um pouco, mas essa semana simplesmente a água começou a subir e a gente ficou preocupado. Corremos para levantar os móveis, as coisas de dentro de casa, para não estragar. Penduramos tudo, mas não adiantou: tivemos que aumentar mais a altura, porque o nível subiu de novo", lamentou.

O drama vivido por Ana Maria é semelhante ao do produtor de Antônio Félix Neto, de 39 anos, que teve toda a plantação de macaxeira atingida pelas águas. "O prejuízo aqui que nós estamos tendo é da macaxeira que plantamos. Mas os nossos móveis, retiramos tudo e levamos para a parte alta aqui da terra. Estamos mesmo é sem dinheiro", contou.

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."