Três das sete pessoas presas durante a operação policial realizada em 6 de maio na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, foram soltas na terça-feira, 1º, por ordem da Justiça. Essa operação foi a mais violenta da história da polícia do Rio: policiais mataram 27 pessoas depois que criminosos mataram um policial.O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, determinou a libertação de Patrick Marcelo da Silva Francisco, Max Arthur Vasconcellos de Souza e Vinicius Pereira da Silva, todos acusados pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, por excesso de prazo desde a prisão deles, considerando o fato de ainda não ter sido oferecida denúncia.
Almeida Neto atendeu pedido apresentado pela defesa de Francisco e estendeu a ordem a todos os presos nessa mesma operação que, assim como ele, não tinham outras condenações pendentes.
"Verifico que o deferimento da ordem é medida que se impõe, diante do constrangimento ilegal por excesso de prazo. Isso porque, ao analisar a documentação apresentada pude constatar que o paciente e os corréus estão cautelarmente segregados desde o dia 06/05/2021, sem que tenha sido oferecida denúncia, o que já ultrapassa em muito o prazo razoável", decidiu o magistrado.
O desembargador ressalta que a demora na conclusão do inquérito e na apresentação da denúncia configura coação ilegal. "O que se vê é uma desarrazoada demora na conclusão do inquérito policial, sem que para isso tenha contribuído o paciente, pelo que entendo configurada a coação ilegal, pois ultrapassado o limite aceitável para a conclusão da fase inquisitiva, sem que a defesa tenha contribuído para isso. Feitas essas considerações, defiro a liminar e determino a imediata expedição de alvará de soltura em favor do paciente Patrick Marcelo da Silva Francisco, se por outro motivo não estiver preso. Estendo os efeitos da presente decisão a todos os corréus."
Conhecido como Tikinho, Francisco foi preso junto com Souza e Silva. Os três estavam na laje de uma casa, tentando fugir, e acabaram presos em flagrante com drogas, três radiotransmissores e dois cadernos de anotação. Francisco era um dos 21 procurados pela Justiça que motivaram a operação. Souza e Silva não eram procurados.
Justiça do Rio liberta três presos em operação no Jacarezinho
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