Com a chegada da HBO Max, a questão é: há espaço para tantos serviços de vídeo?

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Com a chegada da HBO Max, nesta terça 29, a pergunta na cabeça de todo o mundo é: afinal, há espaço para todos esses serviços de streaming de vídeo? Só no último ano, desembarcaram no mercado plataformas como Disney+, Paramount+, Belas Artes à La Carte, Reserva Imovision e Supo Mungam Plus, que se juntaram à Netflix, Amazon Prime Video, Apple TV+, Starzplay, Mubi, Telecine e Globoplay. Em agosto, a Disney lança o Star+, com conteúdo mais adulto que do Disney+. Em setembro, chega o Discovery+.

A resposta provável para a pergunta é não. Mas o mercado brasileiro é atraente. Segundo pesquisa da KPMG, 86% de 1.012 respondedores afirmaram consumir streaming. Nos últimos três anos, o consumo de vídeo online cresceu 84%, uma tendência só acelerada pela pandemia. Numa pesquisa da Kantar Ibope Media, 58% dos respondedores disseram ter assistido a mais streaming pago no período, e 68% aumentaram sua dieta de serviço gratuito. Um relatório da Sherlock Communications revelou que 45% dos brasileiros assinaram pelo menos um serviço em 2020, com 16% aderindo a duas plataformas, 6%, a três, e 2%, a quatro.

E o brasileiro já costuma ver bastante vídeo: 80% no caso dos vídeos online gratuitos (contra 65% dos consumidores em outros países), 72% para vídeos em redes sociais (no mundo, 57%) e 62% em serviços de streaming pagos (50% no mundo). Por dia, cada usuário de VOD pago no País passou 1h49 vendo conteúdo. "O brasileiro tem uma relação muito forte com o vídeo, na comparação com outros países", disse Adriana Favaro, diretora de Desenvolvimento de Negócios da Kantar Ibope Media, ao Estadão. "A pandemia antecipou muitas tendências nas quais já estávamos de olho. O vídeo passou a ser mais protagonista nesse período."

As perspectivas são otimistas. Há expectativa de que o mercado brasileiro passe de US$ 689 milhões em faturamento para US$ 1,25 bilhão até 2025. A Digital TV Research previa que o mercado latino-americano cresceria de 42 milhões em 2019 para 81 milhões em 2025. No fim de 2020, revisou a meta para 100,3 milhões. "O brasileiro é ávido por novidades, e a pandemia acelerou isso. O mercado nacional é gigante", disse Marcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia de Telecomunicações da KPMG no Brasil.

A região ainda sofre com a falta de acesso à banda larga. Tanto que as pesquisas apontam um alto uso de smartphone para assistir a vídeos - o País tem 220 milhões de celulares. Segundo a KPMG, 30% dos brasileiros usam o celular para assistir a seus conteúdos, um número que sobe para 39% para quem tem menos de 25 anos. Um relatório da Penthera apontou um índice ainda mais alto, de 53%. Dos 1.200 latino-americanos entrevistados, 92% já ficaram frustrados com sua experiência no streaming, com 43% dizendo esperar no máximo dois buffers para desistir do conteúdo. A expectativa é que a chegada do 5G possa mudar o cenário - daí o otimismo em relação ao crescimento do mercado. "Quem mora nas periferias tem qualidade de 4G muito baixa. O 5G deve chegar mais facilmente a todo lugar, porque vão ser necessárias muito mais antenas para funcionar", disse Ricardo Queiroz, sócio da PWC, responsável por um estudo sobre esse mercado no Brasil.

Não admira, portanto, que, diferentemente da aposta num lançamento global do Amazon Prime Video e da Apple TV+, e de um foco primeiro na Europa do Disney+, HBO Max e Paramount+ tenham escolhido a América Latina como seu segundo mercado depois dos Estados Unidos. "Muitos latinos ainda não estão aproveitando o streaming da maneira como esperamos. Então, acreditamos haver um espaço enorme para entrarmos e divertimos a América Latina", disse Luis Durán, gerente-geral da HBO Max na região, em entrevista ao Estadão em maio. No anúncio do Paramount+ no País, JC Acosta, presidente da ViacomCBS International Studios & Networks America, demonstrou grandes expectativas para o Brasil. "A Pluto TV (serviço de streaming gratuito da companhia) foi lançada com grande sucesso, então esperamos o mesmo com o Paramount+", disse.

Para Ricardo Queiroz, o País é um mercado interessante. "Não é só um teste. O Brasil é sempre vanguarda no consumo de dados, acesso a WhatsApp. Eles olham o mercado brasileiro com carinho porque somos digitais, gostamos de ver séries, de redes sociais." O Brasil é sempre apontado como um dos três mercados principais da Netflix, e a Disney+ também conquistou rapidamente os espectadores locais. Plataformas locais como a Globoplay não demonstram preocupação. "Observamos essa competição de uma maneira extremamente positiva e que trará benefícios ao consumidor", disse Tiago Lessa, head de Marketing, Aquisição e Engajamento de Produtos e Serviços Digitais Globo. "A tendência é que as plataformas globais convivam com forças locais, mas o fato de termos um DNA brasileiro colabora muito para que a gente idealize e produza, como nenhum outro player, conteúdos totalmente aderentes ao nosso público."

Mas talvez não haja espaço para todas essas plataformas. "Como não há números exatos, é difícil de saber. O mercado vai se ajustar, como sempre", disse Jean-Thomas Bernardini, presidente da Reserva Imovision. "Na minha opinião, as plataformas muito pequenas vão ter dificuldade. No streaming, as despesas são muito altas, e a margem de lucro é pequena. Se não tem um caixa, fica mais difícil." Para Marcio Kanamaru, as plataformas de streaming de público mais específico podem ter dificuldades, mas existe espaço. "Elas precisarão de criatividade para desenvolver parcerias com empresas que tenham os mesmos valores." No relatório da KPMG, 47% dos respondedores aceitariam assinar outra plataforma. "O brasileiro entende que o streaming faz parte de sua vida. Mas o preço é importante, e o conteúdo ainda manda", afirma. A aceleração pode ter sido acima do esperado em 2020 por causa da pandemia, mas não se espera que caia muito quando o coronavírus for domado. "Muito dessa mudança veio para ficar. O grande desafio vai ser fidelizar o consumidor", disse Favaro. Nos EUA, é cada vez mais comum o consumidor-bumerangue, que pula de serviço em serviço.

André Sturm, do Belas Artes à La Carte, acredita que o streaming vai passar por algo parecido com o que houve com a TV por assinatura. "Aos poucos, o mercado se fechou em praticamente dois operadores e houve uma eliminação de muitos canais", afirmou. E isso não vale só para as plataformas chamadas de nicho, ou de gosto. Ricardo Queiroz é categórico. "Não vai ter mercado para todo mundo. Eu acredito fortemente que o próximo passo vai ser uma concentração, uma união de forças", disse. Nos EUA, essa consolidação já começou, com a junção do Discovery (que lança o Discovery+ em setembro no Brasil) e da WarnerMedia, dona da HBO Max, por exemplo. No Brasil, Disney+ fez parceria com a Globoplay. "A tendência é de fusões horizontais, entre serviços de vídeo, mas também a criação de modelos de streaming múltiplos. Por exemplo, é provável que as grandes companhias de streaming entrem em games", afirmou Kanamaru. A chegada do 5G também permitirá a incorporação de tecnologias imersivas como a realidade aumentada. O mercado, assim, teria menos "players", com combinação de diversos tipos de entretenimento sob o mesmo serviço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Funcionários da cantora Lady Gaga distribuíram cerca de 30 caixas de pizza para fãs que aguardavam uma aparição da artista na frente do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde ela está hospedada.

A cantora se apresenta gratuitamente na praia de Copacabana neste sábado, 3. A apresentação está marcada para começar às 21h45 e terá transmissão ao vivo pela TV Globo, Globoplay e Multishow.

À espera pelo show, fãs se aglomeraram em frente ao Copacabana Palace na esperança de conseguirem ver Gaga de perto. Até o momento, contudo, ela não apareceu para cumprimentar os admiradores - seu noivo, Michael Polansky, porém, foi visto dando uma "espiadinha" em uma das janelas do hotel.

No início da noite de quarta, 30, funcionários da artista apareceram com caixas de pizza e distribuíram para a multidão. O momento foi registrado e compartilhado por fãs nas redes sociais. Algum tempo depois, a própria Gaga repostou no TikTok um vídeo que registrava a distribuição das pizzas.

Sabrina Sato leva a sério o ditado de que a melhor fase da vida começa depois dos 40. Foi quando ela viu tudo mudar. Aos 42 anos, separou-se de Duda Nagle, com quem viveu 7 anos e teve uma filha, Zoe, agora com 6 anos. Aos 43, assumiu um namoro com Nicolas Prattes. Prestes a completar seus 44, casou-se com o ator.

Mas Sabrina mal imaginava que poderia se apaixonar depois de uma relação longa e da responsabilidade de criar Zoe. O amor, é claro, vem acompanhado de estereótipos, mas a apresentadora quer provar que nenhum deles é real com Minha Mãe com Seu Pai, reality que acaba de estrear na Globoplay.

A proposta é inusitada: filhos inscreveram os pais de meia-idade para que eles tentem encontrar um novo amor. O que eles não sabiam é que teriam de atuar como "especialistas", decidindo o destino dos pais e acompanhando tudo o que acontece entre eles. Tudo mesmo.

Em entrevista ao Estadão, Sabrina garante ter sido a primeira vez que colocou tanto da sua experiência em um programa. Em Minha Mãe com Seu Pai, ela foi filha, mãe, amiga, confidente e conselheira. "Eu me intrometi até demais", brinca. Foi a atriz que, depois de ver a proposta do formato original, da rede britânica ITV Studios, pediu para assumir o programa. À época, ela estava noiva e grávida de Nicolas - e perdeu o bebê com 11 semanas de gestação.

Por ter sentido na pele o que é amar de novo, a apresentadora conta ter feito o máximo para que os participantes também "se jogassem" no romance. "Minha experiência de estar em um momento muito feliz da minha vida pessoal, de estar amando, de ter encontrado alguém especial e ter dado certo me ajudou a incentivá-los e a falar: 'Gente, vem, vem pular na piscina também, vem para esse lado'."

"Qualquer pessoa que encerra um relacionamento longo e com filhos pensa: 'Agora já era'. Você não consegue nem pensar que ainda pode voltar a amar e ser amada." O peso é ainda maior para as mulheres. No reality, ela decidiu avisar cada participante de que o objetivo é dar-lhes a oportunidade de escolher um parceiro - e não de serem escolhidas. "As pessoas precisam entender que a mulher com mais de 40, 50, 60 anos tem desejos. A mulher que quer encontrar um grande amor está mais viva do que nunca."

ROMANCE

Ao todo, seis homens e seis mulheres participam do programa. A maioria não vive um romance há muito tempo - e há algumas mulheres que chegaram a passar por relacionamentos tóxicos.

Do lado dos filhos, há ciúme. A atriz diz ter se divertido com as reações. "Os filhos viram pela primeira vez o pai ou a mãe beijar na boca. É uma loucura imaginar que a mãe queira fazer outras coisas além de maternar... É maravilhoso", comenta.

A Globo pretende que Minha Mãe com Seu Pai preencha a ausência do BBB 25 e pega carona no crescente gosto do público brasileiro por realities de namoro - como se viu com Casamento às Cegas, da Netflix.

Segundo Gustavo Baldoni, head de Conteúdo de Entretenimento Produtos Digitais da Globo, o Globoplay conseguiu um aumento de 51% de horas vistas de realities no ano passado. Túnel do Amor, reality de namoro apresentado por Ana Clara, é um dos maiores sucessos do serviço de streaming e soma 10 milhões de horas consumidas.

Para ele, o interesse do público pelo gênero envolve curiosidade e identificação. "Todo mundo se relaciona ou já se apaixonou. Há uma curiosidade em observar as questões e os conflitos. Os realities permitem explorar dinâmicas diferentes de relacionamentos, além de gerar muitas conversas", comenta.

EXEMPLOS

Para Sabrina, o gosto dos brasileiros está ligado a um "interesse em tudo que envolve o comportamento humano". "Nós temos tantos problemas e ainda achamos que conseguimos cuidar dos problemas dos outros. Nós também vamos nos baseando nos relacionamentos das outras pessoas para termos como exemplo", diz.

Sabrina não viveu apenas um pouco das experiências amorosas do elenco: ela também já esteve do outro lado da moeda e foi participante do Big Brother Brasil. Diferentemente do elenco do novo programa, ela diz ter enfrentado o receio da família para entrar na casa.

"Meus irmãos falavam: 'Pelo amor de Deus, você vai expor a família inteira. Se você quer trabalhar na televisão, ser apresentadora, nós te ajudamos a fazer algum teste. Mas não inventa de participar do Big Brother'.".

Por entender o quanto é difícil tomar a decisão de participar de um reality, ela resolveu ajudar ao máximo o elenco de Minha Mãe com Seu Pai. "Tem de ter coragem. Na minha vida, ainda mais agora, eu aprendi a valorizar o tempo que eu tenho, a viver os momentos e me preocupar menos com o que os outros vão pensar e mais com o que realmente importa: os meus sentimentos", diz.

O reality terá dez episódios. Quatro deles estão desde quarta-feira, 30, no Globoplay e outros quatro chegarão ao catálogo do streaming no dia 7. A revelação da dupla final vai ao ar no dia 14 de maio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um novo documentário produzido pelo diretor Martin Scorsese apresentará uma conversa inédita com o falecido papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo pontífice para oferecer educação por meio do cinema, anunciaram os produtores do filme nesta quarta-feira, 30.

Chamado Aldeas - A New Story, o documentário está "enraizado na crença do papa na sagrada natureza da criatividade", disse um comunicado dos cineastas. Não foi anunciada uma data de lançamento.

Segundo eles, a conversa inédita com Scorsese foi a "última entrevista aprofundada do papa para o cinema".

Antes de morrer, Francisco chamou o documentário de "um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos... a essência da jornada de uma vida", disseram os cineastas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)