SP retoma vacinação contra covid-19, mas doses voltam a se esgotar em 13 postos

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Após ser suspensa na terça-feira, 22, por falta do imunizante, e ser retomada um dia depois, a vacinação contra a covid-19 voltou a enfrentar problemas na tarde desta quarta-feira, 23, em São Paulo. Ao menos 13 postos de saúde (cinco na zona leste, dois na zona norte e seis na zona sul) ficaram sem vacina e interromperam a imunização, de acordo com o Filômetro, o site "De Olho na Fila", da Prefeitura.

Além disso, ainda segundo informações oficiais, outros 25 postos estavam fechados às 17h; o horário da maior parte das unidades prevê funcionamento até 19h. O site é atualizado a cada duas horas. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que, "devido à alta procura", ocorreu "desabatecimento pontual" em algumas unidades. "Por conta disso, foi realizado o remanejamento de doses entre os postos do município."

"Os munícipes podem procurar uma das 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e AMA/UBS Integradas, das 7h às 19h, além dos SAEs (Serviços de Atenção Especializada), mega postos com acesso a pedestres, mais de 130 postos volantes, postos que operam exclusivamente em sistema drive-thru e a rede de farmácias parceiras, das 8h às 17h", reforçou a pasta municipal.

A secretaria disse aguardar o recebimento de novas remessas do imunizante, repasse que é feito pelo Ministério da Saúde por meio do governo do Estado, de acordo com a abertura de cada grupo a ser vacinado.

Durante a manhã o movimento era tranquilo nos locais de vacinação. A retomada da imunização contra a covid-19, em São Paulo, fez muito paulistano acordar ansioso nesta quarta-feira, 23. Nos cinco postos de vacinação visitados pela reportagem, o panorama era o mesmo: tranquilidade e vacinação transcorrendo normalmente nos bairros de Santa Cecília, Bela Vista, Mandaqui e Casa verde.

Após ser suspensa na terça por falta do imunizante, a vacinação voltou a acontecer nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade nesta quarta. O movimento variou durante a manhã, como nos outros dias. Embora as UBS estivessem com filas de 40 minutos, o semblante de quem aguardava era diferente.

"Fiquei ansiosa hoje, com medo, antes de sair de casa. Tenho 50 anos e meu dia era no sábado. Aí, não pude vir na segunda, e na terça acabou", diz a publicitária Ana Cecília Gomes, 50.

Nem a espera na fila da UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, a desanimou. "Estou muito feliz, vou tomar a Coronavac satisfeita. Chegou o meu momento", afirma.

A suspensão da vacinação na terça atrasou os planos de alguns paulistanos. "Iria vir ontem com meu marido. Acabei tendo que vir hoje e ele só poderá vir amanhã", diz a decoradora Marcela Barone, 49.

Ela foi uma das pessoas que logo cedo foi à UBS Santa Cecília e encontrou o local sem filas e com movimento tranquilo. Elias Andrade, 51, também. "Assisti ao jornal logo cedo hoje para saber se ia ter vacina ou não. Falaram que tinha, vim correndo", afirma.

Na zona norte da cidade, os postos também tiveram movimento dentro do normal. Na UBS Walter Elias, na Casa Verde, nem parecia que a vacinação havia suspensa por um dia: o movimento era tranquilo e as pessoas não levavam mais do que 10 minutos do momento em que chegavam ao local até serem imunizadas.

"Fiquei apreensiva com a suspensão, mas vi que estava normal hoje e vim", diz Katia Pizzi, 49. Não muito longe dali, na UBS Vila Barbosa, também na zona norte, o movimento frustrou a vendedora ambulante Maria Evangelhista Coelho, 55. "Está a manhã toda assim", afirma. (Colaborou Natália Santos, especial para o Estadão)

Veja como fica o calendário na capital paulista nos próximos dias:

49 anos: 23/06 (quarta)

48 anos: 24/06 (quinta)

47 anos: 25/06 (sexta)

Repescagem de 47 a 49 anos: 26/06 (sábado)

46 e 45 anos: 28/06 (segunda)

44 e 43 anos: 29/06 (terça)

42 anos: 30/06 (quarta)

Repescagem de 42 a 44 anos: 3/07 (sábado)

41 anos: 5/07 (segunda)

40 anos: 8/07 (quinta)

Repescagem de 40 a 44 anos: 10/07 (sábado)

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O corpo da cantora Nana Caymmi será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 2, a partir das 8h30. O enterro ocorrerá às 14h, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Uma das principais cantoras do Brasil, Nana morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, depois de ficar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no Rio, para tratar uma arritmia cardíaca. De acordo com nota divulgada pelo hospital, a causa da morte de Nana foi a disfunção de múltiplos órgãos.

Ao Estadão, o irmão de Nana, o músico e compositor Danilo Caymmi, afirmou que, além da implantação de um marcapasso para corrigir a arritmia cardíaca, Nana apresentava desconforto respiratório e passava por hemodiálise diariamente. Nana também sofria de um quadro de osteomielite, uma infecção nos ossos, que lhe causava muitas dores. Segundo ele, Nana esteve lúcida por todo o tempo, mas, no dia 30 de abril, entrou em choque séptico.

Filha do compositor Dorival Caymmi, Nana começou a carreira no início dos anos 1960, ao lado do pai. Após se afastar da vida artística para se casar - ela teve três filhos, Stella, Denise e João Gilberto -, Nana retomou a carreira ainda na década de 1960, incentivada pelo irmão Dori Caymmi.

Nos anos 1970 e 1980, gravou os principais compositores da música brasileira, como Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sueli Costa, Ivan Lins, João Donato e Dona Ivone Lara.

Em 1998, conheceu a consagração popular ao ter o bolero Resposta ao Tempo, de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, incluído como tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo.

Nana gravou discos regularmente até 2020, quando lançou seu último trabalho, o álbum Nana, Tom, Vinicius, só com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

A cantora Nana Caymmi, que morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, fez aniversário no último dia 29 de abril. Internada desde julho de 2024, Nana recebeu uma mensagem da também cantora Maria Bethânia, de quem era amiga.

Bethânia escreveu: "Nana, quero que receba um abraço muito demorado, cheio de tanto carinho e admiração que tenho por você. Querida, precisamos de você e da sua voz. Queremos você perto e cheia de suas alegrias, dons e águas do mar na sua voz mais linda que há. Amor para você, hoje, seu aniversário, e sempre. Rezo à Nossa Senhora para você vencer esse tempo tão duro e difícil. Peço por sua voz e por sua saúde. Te amo. Sua irmã, Maria Bethânia".

Nana e Bethânia tinham uma longa relação de amizade e gravaram juntas no álbum Brasileirinho, de Bethânia, lançado em 2003. Bethânia afirmou mais de uma vez que Nana era a maior cantora do Brasil.

De acordo com informações divulgadas pela Casa de Saúde São José, onde Nana estava internada há nove meses para tratar de problemas cardíacos, a cantora morreu às 19h10 desta quinta-feira, em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos.

Morreu nesta quinta-feira, 1° de maio, Nana Caymmi, aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. A morte foi confirmada pelo irmão da artista, o também músico e compositor Danilo Caymmi. Ela estava internada havia nove meses em uma clínica no Rio de Janeiro.

"Eu comunico o falecimento da minha irmã, Nana Caymmi. Estamos, lógico, na família, todos muito chocados e tristes, mas ela também passou nove meses sofrendo em um hospital", disse Danilo Caymmi.

"O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Nós estamos, realmente, todos muito tristes, mas ela terminou nove meses de sofrimento intenso dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital", acrescentou o irmão, em um vídeo publicado no Instagram.

Nas redes, amigos e admiradores também prestaram homenagens à cantora.

"Uma perda imensa para a música do Brasil", escreveu o músico João Bosco, com quem Nana dividiu palcos e microfones. Bosco também teve canções interpretadas por Nana Caymmi, como Quando o Amor Acontece.

O cantor Djavan disse que o País perde uma de suas maiores cantoras e ele, particularmente, uma amiga. "Descanse em paz, Nana querida. Vamos sentir muito sua falta, sua voz continuará a tocar nossos corações."

Alcione também diz que perdeu uma amiga e que a intérprete, filha de Dorival Caymmi, tinha "a voz". "Quem poderá esquecer de Nana Caymmi?"

"Longe, longe ouço essa voz que o tempo não vai levar! Nana das maiores, das maiores das maiores", postou a cantora Monica Salmaso, que já tinha prestado uma homenagem para Nana na última terça, quando a artista completou 84 anos. "Voz de catedral", descreveu Monica na ocasião.

O escritor, roteirista e dramaturgo Walcyr Carrasco disse que, nesta quinta, a música brasileira deve ficar em silêncio em respeito à partida da artista. "Que sua voz siga ecoando onde houver saudade. Meus sentimentos à família, amigos e admiradores!"

A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSOL-SP) disse que Nana Caymmi tinha umas das vozes "mais marcantes da música popular brasileira" e que a cantora deixa um "legado extraordinário" para o Brasil por meio de interpretações "únicas e carregadas de emoção". "Que sua arte siga viva, e que ela descanse em paz", disse a parlamentar.

A artista Eliana Pittman diz que se despede com tristeza de Nana Caymmi, a quem descreveu com uma das uma "das maiores vozes" que o Brasil já teve, e elogiou a cantora pela irreverência e forte personalidade.

"Nana nunca se curvou a convenções: cantava o que queria, do jeito que queria - e por isso, marcou gerações", disse Eliana, que também fez elogios qualidade técnica da intérprete. "Sua voz grave, seu timbre inconfundível e sua forma tão particular de existir na música deixam um vazio irreparável".

O Grupo MPB4 postou: "Siga em paz, querida Nana Caymmi! Nosso mais fraterno abraço para os amigos Dori Caymmi, Danilo Caymmi (irmãos de Nana Caymmi) e toda a família".