Crise Yanomami: crianças e idosos lotam unidade de saúde indígena; 'Muito magros'

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Enquanto o Exército corria para estruturar o hospital de campanha na área anexa, médicos e enfermeiros sofriam nesta quarta-feira, 25, para dar conta do aumento da demanda da Casa de Saúde Indígena (Casai), nos arredores de Boa Vista. Do território Yanomami, isolado na Amazônia, chegam cada vez mais indígenas em condições precárias de saúde e são comuns quadros como desnutrição e tosse.

Não é preciso andar muito pelos corredores para perceber que o tempo deteriorou a Casai. As paredes logo entregam que o local não passa por manutenção há anos. Entre portas que não fecham ou não abrem adequadamente, também são vistos materiais e equipamentos antigos. Profissionais também relatam que o problema da falta de remédios se agravou nos últimos meses - houve suspeita de irregularidades na compra de medicamentos na gestão passada.

O Estadão visitou o local na última quarta - um imóvel térreo com cinco blocos - todos ocupados nesta semana. Conforme a Secretaria de Saúde Indígena, do governo federal, a capacidade é para 300 pessoas, mas já havia 715 anteontem. Profissionais de saúde disseram à reportagem que a demanda quase triplicou. O governo diz que mais de mil indígenas demandam atendimento emergencial nas aldeias.

Lá dentro, as camas dividem espaço com redes - estruturas em que os indígenas se sentem mais confortáveis. Entre os pacientes, se destacam idosos e crianças - em geral muito magras, com problemas de respiração e barrigas inchadas. Já que grande parte dos Yanomamis não fala português, os profissionais de saúde recorrem a gestos para se comunicar. Na impossibilidade de diálogo mais detalhado com o paciente, os exames se tornam ainda mais necessários. "É preciso colher novamente o escarro para confirmar a tuberculose", disse, às pressas, uma técnica de enfermagem.

Terra infértil

Com domínio vacilante do português, Olivia Yanomami, de aproximadamente 25 anos, explica o drama na região de Surucucu, dentro da reserva. "Muitos estão morrendo de fome. Estão muito magros", disse ela. Por questões culturais, muitos Yanomamis evitam falar da morte. Em Boa Vista havia dois dias, ela carregava o filho caçula no colo - só pele e osso, com tosse insistente e feridas na cabeça, aparentemente por uma infecção. Estava acompanhada das duas filhas mais velhas, também crianças. Embora o acesso seja restrito a não indígenas, os Yanomamis entram e saem e pequenos grupos se juntam na porta. Essa movimentação atraiu até um ambulante, que vendia garrafas de água e refrigerante na porta da unidade de saúde.

Segundo Olivia, na reserva Yanomami, onde vivem cerca de 30,4 mil indígenas, a terra já não é mais fértil para fazer a roça do seu povo e é difícil encontrar animais durante a caça. "Banana tem nada, macaxeira tem nada, milho tem nada, cana tem nada, mamão tem nada", disse.

A invasão do garimpo ilegal na reserva ameaça a saúde dos indígenas, uma vez que o mercúrio contamina os rios e o barulho das máquinas afugenta os animais. Estima-se que haja 20 mil mineradores irregulares na reserva. O contato com o homem branco também é responsável pelo contágio de doenças que podem ser fatais para os índios, como gripe e covid-19, além de episódios de violência e uso de álcool.

E mesmo doações de cestas básicas têm efeito limitados. A dieta dos Yanomami é baseada, principalmente, em mandioca, frutas, caça e pesca. "Não come arroz, macarrão, come farinha", diz Olivia. "O povo está doente porque não temos mais nossas fontes naturais. Isso nos enfraquece e os garimpeiros levam doenças", afirma Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.

O ativista indígena do povo macuxi, Tony Gino Rodrigues luta para que a Casai se torne um hospital federal. "Para evitar a mortalidade infantil dos Yanomami, o governo precisa tornar a saúde indígena sólida e forte, para que possa atender de maneira específica e diferenciada em respeito aos povos da floresta", diz ele, que é enfermeiro e trabalhou no distrito sanitário Yanomami por 11 anos. "O dinheiro precisa ser investido de forma adequada na compra de medicamentos, contratação de trabalhadores e qualificação e capacitação de profissionais", afirma.

Mobilização

O Ministério da Saúde disse mobilizar profissionais de saúde, voluntários da Força Nacional do SUS, militares. Além do envio de equipes médicas para a terra indígena, destacou a montagem do hospital de campanha. Mais 12 profissionais da Força Nacional do SUS, diz a pasta, que vão operar o hospital de campanha, foram para Boa Vista e outra equipe multidisciplinar com profissionais de saúde da Aeronáutica foi deslocada de Manaus para Surucucu. Foram enviadas 4 mil cestas básicas em caráter de urgência, além de remédios e outros insumos. Outras mil cestas devem ser entregues na capital. (COLABOROU NATÁLIA FUHRMANN)

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A defesa do rapper Sean Combs, conhecido como P. Diddy, fez um pedido, neste domingo, 23, para que as provas obtidas por mandados de busca nas propriedades do cantor sejam anuladas. A informação foi confirmada pela revista Deadline nesta segunda, 24.

O pedido vem antes do julgamento de Diddy, marcado para maio. Preso em setembro do ano passado, o rapper é acusado de crimes como agressão, tráfico sexual e abuso. Ele pode enfrentar prisão perpétua.

Os advogados do artista alegam que as provas contra o rapper foram obtidas por mandados de busca "inconstitucionalmente amplos". "Com base na teoria de que toda a vida do Sr. Combs foi um empreendimento criminoso, o governo buscou autoridade praticamente ilimitada para apreender qualquer evidência relacionada a esse 'empreendimento'", diz um trecho do documento assinado pela defesa de Diddy.

Considerado um magnata do hip-hop, Sean Combs é um dos grandes nomes da indústria fonográfica americana. Uma série de acusações contra o rapper veio à tona depois da repercussão do caso.

Promotores federais alegam que ele abusou sexualmente de mulheres e as forçou a participar de festas sexuais movidas a drogas, usando ameaças e violência. Diddy, no entanto, se declara inocente.

Aline e Diogo protagonizaram uma discussão na tarde desta segunda-feira, 24. Tudo começou quando a policial militar se incomodou com a quantidade reduzida de lentilha no Big Brother Brasil 25.

Os dois estão na Xepa, na qual existe uma divisão de comida por participante do grupo. A sister não gostou de perceber que o ator possui mais feijão que ela. O almoço, que gerou o desentendimento, foi preparado por Diogo e sua mãe, Vilma.

A baiana explicou que o feijão é um dos alimentos mais consumidos pelos confinados, e que por essa razão, acaba sobrando em todas as refeições. Como solução, ela sugeriu preparar uma panela maior de lentilha, iniciativa que não foi tomada por Diogo.

Após a alegação, ela explicou ao ator que o comentário não foi direcionado a ele e sua mãe, mas para todos da casa. "A lentilha é tão importante quanto, porque o feijão as pessoas estão se esquivando de comer. Tanto que, eu falei para você, cozinha o feijão, porque eu sei que vai ter gente que vai pegar mesmo não querendo comer tanto. Imagina se não tivesse cozinhado o feijão?", questionou.

Diogo não acreditou na fala da policial e sugeriu: "Então vamos fazer uma reunião e falar: vamos fazer mais lentilha." A resposta de Aline foi afirmar que a discussão não era sobre o preparo de lentilha, mas sim sobre a distribuição do alimento.

O brother não gostou da fala da policial militar e rebateu. "Quem cozinha, sabe que o caldo seca. A lentilha, até coloquei em uma panela maior para ficar com mais caldo, mas como ficou tempo parado ali, absorvendo a água e secou um pouco. Mas a quantidade que foi feita é a mesma! Você não cozinha, você não tem propriedade para falar sobre isso. Não tem, Aline! Quem cozinha sou eu, minha mãe, Camilla..."

Após quase uma hora de discussão, os dois encerraram a conversa e Diogo afirmou estar sem paciência para a briga.

No dia 13 de setembro deste ano, a cantora Mariah Carey fará uma apresentação musical no evento Amazônia Para Sempre, que ocorre em Belém, no Pará. Quem também se apresentará no festival é a vocalista Joelma, que aproveitou a ocasião para convidar a norte-americana para tomar um tacacá.

"Hi, Mariah! Bora tomar um tacacá?", escreveu a brasileira em seu perfil no Instagram neste domingo, 23. No mesmo dia, Mariah Carey havia dado uma entrevista para o Fantástico e, durante a conversa, arriscou falar a frase "eu vou tomar um tacacá" em português.

O prato, um caldo típico da região amazônica, é citado em uma das músicas mais populares da ex-integrante do Calypso, Voando Pro Pará. Nos últimos anos, a canção viralizou nas redes sociais e voltou a figurar entre as músicas mais populares do País.

Além de Mariah Carey e Joelma, outras artistas como Gaby Amarantos, Dona Odete e Zaynara também farão parte do festival. O evento é organizado pela Rock World, empresa responsável pelo Rock in Rio e o The Town, e busca celebrar a flora e fauna amazônica. Em novembro, Belém recebe a COP 30.

"Oi, Mariah! Eu sou a Joelma, quero te dizer que estou muito feliz de te receber aqui no nosso Brasil. E, principalmente, na nossa grande e amada Belém do Pará", afirmou Joelma em um vídeo postado no Instagram.

"Agora, me conta uma coisa... você já conhece a nossa música brasileira? Se você já conhece, me conta aí, o que te marcou na nossa cultura musical? Eu estou muito animada e ansiosa para esse encontro especial! Nos vemos nesse grande evento, nesse palco incrível", convidou a cantora brasileira.